Por que é tão difícil prever um grande terremoto como o que atingiu a fronteira Irã-Iraque?:slot era

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Legenda da foto, Milhõesslot eraterremotos acontecem todos os anos, apesarslot eranão percebermos todos eles

Mas seria possível evacuar com antecedência as zonas que serão afetadas - como acontece durante a passagemslot eraum furacão, por exemplo?

A resposta é não. Isso porque é impossível prever quando um terremoto vai acontecer - salvo por alguns minutos.

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Legenda da foto, O terremoto que atingiu a fronteira entre o Irã e o Iraque deixou centenasslot eramortos, principalmente na província iranianaslot eraKermanshah

Lei física

A razão é que a maioria dos terremotos ocorre pela liberação repentinaslot erauma grande tensão na crosta terrestre.

Essa tensão vai se acumulando gradualmente devido aos movimentos das placas tectônicas, normalmente ao longoslot erauma falha geológica, explica o site da British Geological Survey.

Por isso, é impossível prever quando os terremotos vão ocorrer, "basicamente pela forma como essa energia é liberada", afirma à BBC Mundo, o serviçoslot eraespanhol da BBC, Richard Luckett, sismólogo da instituição.

"Sabemos que a tensão está sendo acumulada nas grandes falhas e sabemos onde elas estão, mas não temos como saber quando essa energia vai ser liberada", diz.

Luckett recorre ao exemplo que normalmente usa para explicar o fenômeno às crianças.

"Se você puser um tijolo sobre uma folhaslot eralixa e lentamente retirá-la com uma mola, o tijolo vai se mover. Você pode repetir esse experimento dez vezes: embora aplique todas as vezes a mesma força, verá que o tijolo vai se movimentar repentinamente depoisslot eradiferentes intervalosslot eratempo", diz Luckett.

"Em termos físicos, é completamente imprevisível", acrescenta.

No caso do terremoto que atingiu o Méxicoslot erasetembro e matou maisslot era350 pessoas, o especialista diz que a placa sobre a qual o país está situado - a norte-americana - se moveslot eradireção ao oeste na proporçãoslot eramaisslot erasete centímetros por ano.

"Mas saber se ela está acumulando pressão não ajuda a prever terremotos, pois não sabemos quando essa energia será liberada", diz.

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Legenda da foto, A cidadeslot eraSarpol-e Zahab, no Irã, foi a mais atingida pelo tremor na noiteslot eradomingo (12)

O que especialistas podem saber é onde há probabilidadeslot eraocorrer um terremotoslot eragrande intensidade, "já que eles têm relação com o tamanho da falha", esclarece Luckett.

A falha vinculada ao terremotoslot eraterça-feira, por exemplo, é grande: tem cercaslot era50 kmslot eradistância.

Mesmo assim, isso não contribui para prever qual será a intensidadeslot eraum terremoto, já que a pressão pode ser liberadaslot erauma sérieslot erapequenos tremores ouslot eraum grande e único abalo.

Sinais?

Mas há outros sinais a que devemos ficar atentos? Talvez uma mudança no clima ou comportamento dos animais que podem nos ajudar a prever um terremoto?

Acredita-se que os animais possam sentir as primeiras ondas que são geradas pelo terremoto - e que nós não percebemos.

"Os terremotos não tem nada a ver com o estado do tempo e certamente não há uma ligação com as mudanças climáticas", esclarece o especialista.

"São sistemas completamente diferentes", acrescenta.

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Legenda da foto, Ponte destruída na cidade iraquiana Darbandikhan após o tremorslot eramagnitude 7,3

Mas, segundo ele, o caso dos animais é interessante.

Há uma sérieslot eraestudos sobre como alguns bichos exibem um comportamento distinto ante a iminênciaslot eraum terremoto.

Diz-se, por exemplo, que os cachorros latem mais ou que os animais geralmente fazem mais barulho.

Segundo Luckett, "quando um forte terremoto acontece, provoca ondas distintas que viajam através da terra. As primeiras são muito pequenas, não causam dano, e muitas vezesslot erasequer percebemos", explica.

"Mas os animais sim", ressalva.

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Legenda da foto, Luckett diz acreditar que mecanismos podem ser aprimorados no futuro

Ainda assim, eles não ajudam a prever um terremoto.

"Os animais sentem essas vibrações, mas isso ocorre uma vez que o terremoto já aconteceu", assegura o especialista.

"Eles nos avisam do perigo um pouco antes (o tempo depende do intervalo entre as ondas pequenas e as grandes), da mesma forma que os alarmes", explica.

"Neste sentido, os dispositivos são mais sensíveis que os animais", completa.

Luckett diz não acreditar que será possível prever terremotos.

"O que poderemos fazer é aprimorar nossas formasslot eradetectá-los."

*A reportagem original foi publicadaslot erasetembro e atualizadaslot era13slot eranovembro, após o terremoto que atingiu a fronteira entre Irã e Iraque