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A agoniahandicap europeu betnacionalficar dois dias presohandicap europeu betnacionaluma caverna submarina – sem oxigênio suficiente:handicap europeu betnacional
Enquanto Gràcia coletava amostrashandicap europeu betnacionalrochas, Mascaró foi mapear uma câmara próxima.
Foi na hora que eles decidiram voltar, que o drama começou. Gràcia encontrou Mascaró por acasohandicap europeu betnacionalum ponto. Eles dispersaram os sedimentos que estavam no fundo da caverna, dificultando a visibilidade.
Os mergulhadores perceberam quehandicap europeu betnacionalguia - um fiohandicap europeu betnacionalnylon estreito que levavahandicap europeu betnacionalvolta à entrada da caverna - tinha rasgado ou escorregado.
"O fio é usado para nos orientar. Deixamos para trás quando entramos na caverna para poder segui-lo novamente depois", explica Gràcia.
"Acreditamos que algumas rochas possam ter caído sobre o fio. Passamos uma hora preciosa tentando encontrá-lo por meio do tato, mas sem sucesso".
A essa altura, a dupla estava correndo perigo. Eles já tinham consumido o ar que levaram para entrar e sair da caverna, assim como a maior parte do arhandicap europeu betnacionalemergência.
Por sorte, Gràcia lembrou que outros mergulhadores tinham mencionado a existênciahandicap europeu betnacionalum bolsãohandicap europeu betnacionalarhandicap europeu betnacionaluma câmara próxima. Ele levou Mascaró até lá, onde discutiram as opções.
Os dois sabiam que só havia ar suficiente para que um deles sobrevivesse.
"Decidimos então que eu ficaria e que Guillem iria buscar ajuda. Ele estava mais magro do que eu e precisavahandicap europeu betnacionalmenos ar para respirar. Eu também tinha mais experiênciahandicap europeu betnacionalrespirar arhandicap europeu betnacionalcaverna, que tem níveis mais altoshandicap europeu betnacionaldióxidohandicap europeu betnacionalcarbono", conta Gràcia.
A dupla planejou uma rota alternativa e mais longa no mapa. Mascaró teria que fazer parte da viagem sem qualquer orientação e poderia se perder.
"Era como tentar dirigir um carrohandicap europeu betnacionaluma noite com muita neblina", diz Gràcia.
"Guillem estava relutantehandicap europeu betnacionalme deixar sozinho, mas sabíamos que era nossa única chance", acrescenta.
Assim que Mascaró partiu, Gràcia tirou a maior partehandicap europeu betnacionalseu equipamento e explorou a câmara. O espaço tinha cercahandicap europeu betnacional80 metroshandicap europeu betnacionalcomprimento e 20 metroshandicap europeu betnacionallargura, com um espaçohandicap europeu betnacional12 metros entre a água e o teto.
Ele percebeu que a água na superfície do lago era potável. E também descobriu uma grande rocha plana,handicap europeu betnacionalque subiu para descansar.
O mergulhador se deu conta ainda que teria que ficar no escuro. Duashandicap europeu betnacionalsuas três lanternas já não funcionavam, e a terceira tinha pouca bateria.
"Eu só ligava (a lanterna) quando queria fazer xixi ou descer para pegar água fresca", diz .
Gràcia não tinha muito o que fazer. Só restava a ele esperar, na escuridão, e torcer para ser resgatado.
"Eu me perguntava por que isso estava acontecendo comigo agora, depoishandicap europeu betnacionaltantos anoshandicap europeu betnacionalmergulho", relembra.
"Eu estava otimista durante as primeiras sete ou oito horas, acreditava que Guillem ia conseguir. Com o passar do tempo, comecei a perder a esperança. Eu pensava: 'Guillem se perdeu e morreu e ninguém sabe que eu estou aqui embaixo.'"
Gràcia começou a pensarhandicap europeu betnacionalseus entes queridos que estavam na superfície.
"Eu tenho duas crianças, um filhohandicap europeu betnacional15 anos e uma filhahandicap europeu betnacionalnove. Achava que eles eram jovens demais para perder o pai e pensava o que aconteceria com eles", relembra.
Embora ele conseguisse manter a calma, começou a sentir os efeitoshandicap europeu betnacionalrespirar altos níveishandicap europeu betnacionaldióxidohandicap europeu betnacionalcarbono. Enquanto o ar que respiramos na superfície tem 0,04%handicap europeu betnacionaldióxidohandicap europeu betnacionalcarbono, na caverna submarina o nível chega a 5%.
"Eu estava com dorhandicap europeu betnacionalcabeça e, embora estivesse exausto pela faltahandicap europeu betnacionaloxigênio, era impossível dormir. Meu cérebro tinha um zumbido", conta.
A mentehandicap europeu betnacionalGràcia começou então a pregar peças nele.
"Eu tive a sensaçãohandicap europeu betnacionalque havia luzes no lago e ouvi o somhandicap europeu betnacionalbolhashandicap europeu betnacionalum mergulhador emergindo".
"Mas quando eu virei a cabeça, não vi nada. Era uma alucinação".
Gràcia perdeu a noção do tempo, mas depois do que parecia dias, ouviu um barulho alto. E imaginou que Mascaró tivesse conseguido buscar ajuda.
"Pensei, no início, ter ouvido o somhandicap europeu betnacionaltanqueshandicap europeu betnacionalar sendo enchidos pela equipehandicap europeu betnacionalresgate. Depois, pensei que eles deveriam estar tentando perfurar a rocha".
"Fiquei muito feliz quando vi que estavam procurando por mim", completou.
Mas,handicap europeu betnacionalrepente, os ruídos pararam e Gràcia enfrentou o momento mais sombriohandicap europeu betnacionalsua saga.
"Achei que poderia morrer da maneira que os mergulhadores mais temem - sem ar ou comida", conta.
"Minha lanterna estava quase apagando e eu sabia que não conseguiria descer para pegar água no escuro".
"Decidi nadar até onde eu tinha deixado meu equipamento e peguei uma faca. Queria tê-la por perto como último recurso, caso eu precisasse escolher entre morrer rápido ou devagar".
Logohandicap europeu betnacionalseguida, Gràcia pensou ter ouvido o som das bolhashandicap europeu betnacionalnovo.
"Eu olhei e vi a lanternahandicap europeu betnacionalum mergulhador que parecia ficar cada vez mais brilhante", recorda-se.
"Pensei que era outra alucinação, mas então eu percebi que era real e vi um capacete emergir".
Era Bernat Clamor, um amigohandicap europeu betnacionallonga data.
"Eu pulei na água e dei um abraço nele. Ele perguntava como eu estava e dizia que estava com medohandicap europeu betnacionaleu ter morrido".
Gràcia foi informado que Mascaró tinha conseguido pedir ajuda, mas que as buscas foram dificultadas pela baixa visibilidade.
As equipeshandicap europeu betnacionalresgate tentaram perfurar um buraco por meio das rochas para abastecê-lo com água e comida - o que explica os ruídos que ele tinha ouvido -, mas essa tentativa também falhou. Finalmente, os mergulhadores Clamor e John Freddy conseguiram chegar até ele, após esperar um dia para que o sedimento assentasse.
Mas a provaçãohandicap europeu betnacionalGràcia ainda não tinha terminado. Clamor teve que deixá-lo na caverna para acionar a equipehandicap europeu betnacionalresgate. Ele recebeu algumas bolsashandicap europeu betnacionalglicose para aumentar seus níveishandicap europeu betnacionalenergia.
"Levaram mais oito horas para me tirar daquela caverna, mas foram oito horas felizes", diz o mergulhador.
Gràcia recebeu ar enriquecido com oxigênio para respirar e foi guiado lentamente até a entrada da caverna. Ele voltou à superfície no dia 17handicap europeu betnacionalabril, 60 horas após o mergulho para explorar a caverna. Guillem Mascaró estava lá para recebê-lo.
"Nos abraçamos, mas não tivemos tempohandicap europeu betnacionalconversar, estavam me levando para uma ambulância".
"Meu corpo sentiu logo que saí da água. Minha temperatura erahandicap europeu betnacional32°, eu corria riscohandicap europeu betnacionalhipotermia. Recebi oxigênio puro para respirar durante a noite".
Gràcia conteve as emoções ao longohandicap europeu betnacionalsua saga, mas desabou após o resgate.
"Você deve ser capazhandicap europeu betnacionalcontrolar suas emoções no mergulho. Mas no dia seguinte, eu assisti à cobertura da operaçãohandicap europeu betnacionalresgate na TV e chorei. Eu estava muito agradecido".
Gràcia não desistiuhandicap europeu betnacionalmergulhar, apesarhandicap europeu betnacionalter escapado por pouco. Um mês depois do incidente, ele voltou para Sa Piqueta. E já visitou a câmara onde ficou preso.
"Não guardo mágoas da caverna - não é como se a culpa fosse dela", diz.
Ele afirma que continuará mapeando o patrimônio submersohandicap europeu betnacionalMaiorca.
"Meus filhos não gostam muito, mas também não me dizem para parar", relata.
"Passei 24 anos explorando o fundo do mar. Está no meu sangue", finaliza.
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