'Fingi que era homem para poder trabalhar – até ser acusadacbet saqueestupro':cbet saque
Em buscacbet saquetrabalho, ela foi para a pequena cidadecbet saqueMererani - aos pés do monte Kilimanjaro, o mais alto do continente africano -, único lugar no mundo onde se encontra uma pedra rara e roxo-azulada chamadacbet saquetanzanita.
"Eu não estudei, então não tive muitas opções", diz.
"Mulheres não podiam entrar nas minas, então entrei como um homem forte. Você pega calças largas, as transformacbet saqueshorts e fica parecendo um homem. Foi isso o que eu fiz."
Para completar a transformação, ela também mudoucbet saquenome.
"Eu era chamadacbet saqueUncle (tio) Hussein. Não disse a ninguém que meu nome real é Pili. Até hoje, se você for na mina, pode me procurar por esse nome."
'Gorila'
Nos túneis quentes e apertados das minas - alguns dos quais se estendem por centenascbet saquemetros sob a superfície -, Pili trabalhavacbet saque10 a 12 horas por dia, cavando e peneirando, esperando descobrir pedras preciosascbet saqueveioscbet saquegrafite.
"Eu descia a até 600 metros, tinha mais coragem do que muitos outros homens. Eu era muito forte e conseguia produzir o que era esperadocbet saqueum homem."
Pili diz que ninguém suspeitou que ela era uma mulher.
"Eu me comportava como um gorila. Eu sabia lutar, falava palavrões, andava com um facão como um guerreiro (da tribo) Massai. Ninguém sabia que eu era uma mulher porque eu fazia tudo como um homem."
Depoiscbet saquecercacbet saqueum ano, ela descobriu dois aglomerados enormescbet saquetanzanita. Com o dinheiro que conseguiu, construiu casas para seu pai,cbet saquemãe ecbet saqueirmã gêmea, comprou mais ferramentas e contratou mineiros para trabalhar para ela.
Seu disfarce era tão convincente que foi preciso um incidente fora do comum para quecbet saqueverdadeira identidade fosse revelada. Uma mulher afirmou ter sido estuprada por alguns dos mineiros e Pili foi presa como suspeita.
"Quando a polícia apareceu, os homens que estupraram a mulher disseram: 'O culpado é ele', e eu fui levada para a delegacia", relembra.
Exame
Ela não teve escolha a não ser revelar seu segredo.
Pili pediu que a polícia encontrasse uma mulher que pudesse fazer um exame médico nela, para provar que não poderia ser responsável pelo estupro. Ela foi liberadacbet saqueseguida, mas, mesmo assim, seus colegas mineiros não conseguiram acreditar que tinham sido enganados por tanto tempo.
"Eles nem acreditaram quando a polícia disse que eu sou mulher. Não foi fácil para eles aceitarem, até 2001, quando eu me casei e comecei minha família."
Encontrar um parceiro quando todos acham que você é um homem não é fácil, diz Pili, mas ela conseguiu.
"A pergunta que ele se fazia sempre era: 'Ela é uma mulher mesmo?'. Só depoiscbet saquecinco anos ele se aproximoucbet saquemim."
Vida diferente
Pili fez uma carreiracbet saquesucesso e hoje é donacbet saquesua própria companhiacbet saquemineração, com 70 funcionários. Trêscbet saquesuas funcionárias são mulheres, mas elas trabalham como cozinheiras, não como mineiras.
Segundo Pili, apesarcbet saquehaver mais mulheres hoje na mineração do que quando ela começou, poucas ainda trabalham realmente no interior das minas.
"Algumas lavam as pedras, algumas as vendem, outras estão cozinhando, mas elas não descem para as minas. Não é fácil convencer mulheres a fazer o que eu fiz."
Seu sucesso permitiu que ela custeasse a educaçãocbet saquemaiscbet saque30 sobrinhas, sobrinhos e netos. Apesar disso, no entanto, ela não quis quecbet saquefilha seguisse seus passos.
"Tenho orgulho do que fiz. Me fez rica, mas foi difícil para mim."
"Quero que minha filha vá à escola, tenha educação e consiga vivercbet saquevidacbet saqueuma maneira muito diferente da minha", afirma.