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Genética 'inocenta' canadense acusado erroneamentebet7k vagasser 'Paciente Zero' da Aids nos EUA:bet7k vagas
O erro se originoubet7k vagasum mal-entendido que confundiu a letra O com o numeral zero. Um "paciente ó" era alguém infectado com vírus HIVbet7k vagasfora do Estado da Califórnia ("out-of-California", na siglabet7k vagasinglês utilizada pela entidade Centrosbet7k vagasControle da Doença dos EUA).
Com o tempo, porém, a letra foi sendo confundida com o numeral, e Dugas passou a ser conhecido como o Paciente Zero - supostamente o primeiro a contrair a doença, no jargão médico.
"Gaetan Dugas foi um dos pacientes mais demonizados da história e um dos muitos indivíduos e grupos apontados como responsáveis por espalhar a epidemia intencionalmente", disse Richard McKay, historiador da ciência da Universidadebet7k vagasCambridge.
Dugas era homossexual e comissáriobet7k vagasbordo da companhia Air Canada. Ele morreubet7k vagas1984bet7k vagasdecorrênciabet7k vagascomplicações por causa da Aids.
A expressão "Paciente Zero" é utilizadabet7k vagasreferência ao históricobet7k vagasalgumas doenças - por exemplo,bet7k vagasrelação ao primeiro caso do surtobet7k vagasEbola no continente africano.
Mas no caso da Aids - a síndrome da imunodeficiência adquirida -, a disseminação ocorreubet7k vagasmaneira diferente.
Análisesbet7k vagassangue
A Aids começou a ficar conhecidabet7k vagas1981, quando sintomas até então incomuns começaram a aparecerbet7k vagashomens gays. Mas os investigadores do estudo conseguiram ir além e analisaram amostrasbet7k vagassangue armazenadas como provasbet7k vagashepatite na décadabet7k vagas1970 e concluíram que algumas delas já continham HIV.
A equipe da Universidade do Arizona desenvolveu um novo método para reconstruir o código genético do vírus nesses pacientes. Depoisbet7k vagasavaliar 2 mil amostrasbet7k vagasNova York e São Francisco, os cientistas conseguiram achar oito códigos genéticos completos do HIV.
Isso deu a eles a informaçãobet7k vagasque precisavam para construir uma árvore genealógica do HIV e descobrir quando ele chegou aos EUA.
"As amostras apresentam tamanha diversidade genética que não é possível que elas tenham origem no final da décadabet7k vagas1970", disse Michael Worobey, um dos pesquisadores do estudo.
"Podemos considerar as datas mais precisas sobre a origem da epidemia nos Estados Unidos por voltabet7k vagas1970 e 1971", acrescenta.
Os cientistas também avaliaram o código genético do vírus da imunodeficiência humana tirado do sanguebet7k vagasDugas - e o resultado é que ele não é a origem da epidemia nos Estados Unidos.
Dugas foi identificado como "Paciente Zero" no livro "And the Band Played on" ("E a vida continua",bet7k vagastradução livre).
Pontosbet7k vagasdisseminação
O estudo também explorou o papel chavebet7k vagasNova York na propagação da doença.
A cidadebet7k vagasKinshasa, na República Democrática do Congo, foi indicada como a cidadebet7k vagasque a pandemia mundial teve início. Dali, expandiu-se para o Caribe e os Estados Unidos por voltabet7k vagas1970.
"Na cidadebet7k vagasNova York, o vírus encontrou uma população que era como lenha seca, fazendo com que a epidemia se espalhasse muito rápido, infectando uma grande quantidadebet7k vagasgente e chamando a atenção do mundo pela primeira vez", disse Worobey.
"Da mesma forma como Kinshasa foi um lugar crítico para a pandemia, a cidadebet7k vagasNova York também o foi, porque o vírus chegou à Costa Oeste e depois à Europa Ocidental, Austrália, Japão, América Latina e outros lugares", acrescentou.
Segundo Oliver Pybus, especialistabet7k vagasdoenças infecciosas da Universidadebet7k vagasOxford, "esses novos dados ajudam a confirmar as origens do HIV nos Estados Unidos".
"O 'Paciente Zero' se tornou um temabet7k vagasdiscussão relacionado às origens da Aids, porém, por mais que a narrativa pareça atraente, não tem nenhuma base científica", diz o cientista.
"É realmente lamentável que essa pessoa tenha sido identificada assim."
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