Nós atualizamos nossa Políticathe poker game 2Privacidade e Cookies
Nós fizemos importantes modificações nos termosthe poker game 2nossa Políticathe poker game 2Privacidade e Cookies e gostaríamos que soubesse o que elas significam para você e para os dados pessoais que você nos forneceu.
A rara síndrome que faz homem pensar que está morto:the poker game 2
O médico é Paul Broks, neuropsicólogo clínico, que estuda a relação entre a mente, o corpo e o comportamento.
O casothe poker game 2Martin é muito raro, segundo Broks.
- Tenho certeza absoluta que estou vivo, pois estou sentado aqui, conversando com você. Estou respirando, posso ver coisas. Creio que você também faz o mesmo e, por isso, tamb]em tenho certeza que você está vivo.
- Não sinto nada. Nada disso é real.
- Você não se sente como antes, ou se sente um pouco deprimido, talvez?
- Nada disso. Não sinto absolutamente nada. Meu cérebro apodreceu, nada mais restathe poker game 2mim. É horathe poker game 2me enterrar.
O paciente realmente pensava estar morto ou era uma metáfora?
"Ele, literalmente, achava que estava morto", conta Broks.
- Mas você está pensando nisso. Se está pensando, deve estar vivo. Se não é você, quem estaria pensando?
- Não são pensamentos reais. São somente palavras.
Martin sofria da síndromethe poker game 2Cotard - também conhecida como delíriothe poker game 2negação ou delírio niilista - uma doença mental que faz a pessoa crer que está morta, que não existe, que está se decompondo ou que perdeu sangue e órgãos internos.
A doença mexe com nossa intuição mais básica: a consciênciathe poker game 2que existimos.
Todos temos um forte sentidothe poker game 2identidade, uma pequena pessoa que parece viverthe poker game 2algum lugar atrásthe poker game 2nossos olhos e nos faz sentir esse "eu" que cada umthe poker game 2nós somos.
O que acontece com Martin, agora que ele não tem esse "homenzinho" na cabeça? Agora que ele pensa que não existe?
Há um filósofo que tem a resposta, segundo Broks.
"Descartes dizia que era possível que nosso corpo e nosso cérebro fossem ilusões, mas que não era possível duvidarthe poker game 2que temos uma mente ethe poker game 2que existimos, pois se estamos pensando, existimos", diz o neuropsicólogo.
O paradoxo aqui é que os pacientesthe poker game 2Cotard não conseguem entender o "eu".
Adam Zeman, da Universidadethe poker game 2Exeter, no Reino Unido, acredita que o "eu" está representadothe poker game 2diversos lugares do cérebro.
"Creio que está representado inúmeras vezes. Estáthe poker game 2todas as partes ethe poker game 2nenhuma", explica Zeman à BBC.
Zeman esclarece que, entre essas representações está a do corpo (o "eu" físico), o "eu" como sujeitothe poker game 2experiências, e nosso "eu" como entidade que se move no tempo e no espaço.
"Estamos conscientesthe poker game 2nosso passado e podemos projetar nosso futuro. Então, temos o 'eu' corporal, o 'eu' subjetivo e o 'eu' temporal", diz Zeman.
"Isso é a consciência estendida, o 'eu' autobiográfico, o que nos leva ao casothe poker game 2Graham, um outro paciente com síndromethe poker game 2Cotard", diz Broks.
O casothe poker game 2Graham
"Ele tentou se suicidar ao jogar um aquecedor elétrico ligado, na água da banheira, mas não sofreu nenhum dano físico sério", lembra Zeman, que tratou do caso.
"Mas estava convencidothe poker game 2que seu cérebro já não estava mais vivo. Quando o questionava, dava uma versão muito persuasivathe poker game 2sua experiência", acrescenta.
"Dizia que já não tinha mais necessidadethe poker game 2comer e beber. A maioriathe poker game 2nós alguma vez já se sentiu horrível e se expressou dizendo 'estar morto'. Mas com Graham era como se ele tivesse sido invadido por essa metáfora".
A maneira como Graham descreviathe poker game 2experiência era tão intrigante que neurologistas decidiram observar como seu cérebro se comportava. Zeman estudou o caso com seu colega Steve Laureys, da Universidadethe poker game 2Liége, na Bélgica.
"Para nossa surpresa, o testethe poker game 2ressonância mostrou que Graham estava dando uma descrição apropriada do estadothe poker game 2seu cérebro, pois a atividade era marcadamente baixathe poker game 2várias áreas associadas com a experiência do 'eu'", conta Zeman.
"Analisei exames durante 16 anos e nunca tinha visto um resultado tão anormalthe poker game 2alguém que se mantinhathe poker game 2pé e que se relacionava com outras pessoas. A atividade cerebralthe poker game 2Graham se assemelha athe poker game 2alguém anestesiado ou dormindo. Ver esse padrãothe poker game 2alguém acordado, até onde sei, é algo muito raro", completa Laureys.
Zumbi filosófico
"Ele mesmo dizia que se sentia um morto-vivo. E que passava tempothe poker game 2um cemitério, pois sentia que tinha maisthe poker game 2comum com os que estavam enterrados", lembra Zeman.
Mas essas regiões que não estavam funcionando normalmente no cérebrothe poker game 2Graham eram as mesmas relacionadas com a identidade?
"Curiosamente, o sistema cerebral mais associado com o 'Eu Estendido' é a rede neural por efeito, justamente a que estava afetada no casothe poker game 2Graham", ressalta Zeman.
"Se colocamos alguémthe poker game 2uma máquinathe poker game 2ressonância magnética e pedimos que relaxe, esses são os conjuntosthe poker game 2regiões cerebrais que permanecem mais ativos. São essas regiões que estão ligadas a nossa habilidadethe poker game 2recordar o passado e projetarmos o futuro, a pensarthe poker game 2si e nos outros, bem como às decisões morais", completa.
"Todas essas funções estão associadas ao 'eu'."
No casothe poker game 2Graham, essa rede não funcionava apropriadamente.
De certa maneira, ele estava morto.
Principais notícias
Leia mais
Mais lidas
Conteúdo não disponível