Qual o futuro do bolsonarismo após derrota na eleição?:aposta esportiva de 1 real

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Legenda da foto, Mesmo com Bolsonaro derrotado, o bolsonarismo deve seguir vivo como uma das principais forças políticas do país nos próximos anos. Mas conseguirá se manter coeso?

Os valores do bolsonarismo

"O bolsonarismo é algo complexo, não é simplesmente um discursoaposta esportiva de 1 realtornoaposta esportiva de 1 realvalores conservadores", observa João Feres Júnior, professor da Universidade do Estado do Rioaposta esportiva de 1 realJaneiro (Uerj) e coordenador da pesquisa qualitativa Bolsonarismo no Brasil, que ouviu 24 grupos focais com eleitoresaposta esportiva de 1 realBolsonaroaposta esportiva de 1 realseis Estados brasileirosaposta esportiva de 1 real2021.

"Esse núcleo é um deles — o dos valores da família, que congrega evangélicos e católicos conservadores. Mas há também o discurso da segurança e das armas, que congrega muita gente que tem admiração pelo militarismo. E tem o núcleo do discurso anticorrupção, mais ligado a um antipetismo radicalizado", afirma o pesquisador.

Para além dos discursos que compõem o bolsonarismo, uma outra característica marcante deste campo político éaposta esportiva de 1 realestruturaaposta esportiva de 1 realcomunicação, avalia o cientista político.

"São redes sociais, canaisaposta esportiva de 1 realTV aberta e a cabo — Rede TV, Record, SBT, Jovem Pan — e um terceiro pilar são as igrejas evangélicas e movimentos conservadores da Igreja Católica, que servem como correiaaposta esportiva de 1 realcomunicação para as mensagens bolsonaristas", enumera.

"Então existe uma esfera comunicacional mais ou menos autônoma que Bolsonaro construiuaposta esportiva de 1 realtornoaposta esportiva de 1 realsi e que permite com que ele tenha resistido tanto tempo com uma popularidade tão alta."

Luiz Philippeaposta esportiva de 1 realOrleans e Bragança, herdeiro da família imperial brasileira e deputado federal por São Paulo reeleito com 79 mil votos, acrescenta a essa listaaposta esportiva de 1 realvalores da direita: a soberania nacional, o liberalismo econômico — com foco no estímulo à livre iniciativa e na diminuição do Estado — e uma defesa da liberdade da expressão que vê a atuação do Supremo Tribunal Eleitoral (STF) e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) como "tirânica".

Já Isabela Kalil, professora da Fundação Escolaaposta esportiva de 1 realSociologia e Políticaaposta esportiva de 1 realSão Paulo (Fesp) e coordenadora do Observatório da Extrema Direita, cita a presença dos militares na política e o apoio do agronegócio como outras características importantes do bolsonarismo, mas defende que o traço mais marcante desse campo político é seu viés antidemocrático.

"O bolsonarismo representa um novo paradigmaaposta esportiva de 1 realpolítica", defende a antropóloga.

"De 1988 para cá, tínhamos um processoaposta esportiva de 1 realampliação do espaço democrático, um acúmuloaposta esportiva de 1 realdireitos, ainda que com desafios. O que temos agora é um novo paradigmaaposta esportiva de 1 realque, pela primeira vez, um político faz apologia à tortura, à ditadura militar e se colocaaposta esportiva de 1 realmaneira contrária às conquistas democráticas das últimas décadas. Então o bolsonarismo tem muitas faces, mas a principal é essa mudançaaposta esportiva de 1 realparadigma."

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Legenda da foto, Num cartazaposta esportiva de 1 realinglês, manifestante pede a destituição dos ministros do STFaposta esportiva de 1 realprotesto bolsonarista no 7aposta esportiva de 1 realsetembroaposta esportiva de 1 real2021aposta esportiva de 1 realSão Paulo

As eleiçõesaposta esportiva de 1 real2022 e a força da direita

Diante da expectativaaposta esportiva de 1 realparte da esquerdaaposta esportiva de 1 realque Lula pudesse ser eleito já no primeiro turno, o país se deparou no 2aposta esportiva de 1 realoutubro com uma realidade muito diferente: Bolsonaro com uma eleição bastante superior ao que sugeriam as pesquisas eleitorais e um forte resultadoaposta esportiva de 1 realcandidatos apoiados por ele entre governadores, deputados e senadores.

"Essa eleição revelou que é preciso pensar o bolsonarismo como um fenômeno que transcende a figuraaposta esportiva de 1 realJair Bolsonaro", diz Kalil.

Ela cita como exemplo o número recordeaposta esportiva de 1 realeleitos para o Congresso Nacional e assembleias com passagem pelas Forças Armadas e pelas polícias, grupo conhecido como "bancada da bala" — serão 103 representantes na próxima legislatura, entre deputados estaduais, federais e senadores, segundo levantamento do Instituto Sou da Paz divulgadoaposta esportiva de 1 real25aposta esportiva de 1 realoutubro.

No Senado, ela chama a atenção para os ex-ministrosaposta esportiva de 1 realBolsonaro que ganharam espaço — foram cinco: Damares Alves (Republicanos-DF), Tereza Cristina (PP-MS), Rogério Marinho (PL-RN), Marcos Pontes (PL-SP) e Sergio Moro (UB-PR) —, o que pode ser relevante no processoaposta esportiva de 1 realindicaçãoaposta esportiva de 1 realfuturos nomes para a Suprema Corte.

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Legenda da foto, Tereza Cristina e Marcos Pontes estão entre os cinco ex-ministros do governo Bolsonaro eleitos para o Senado a partiraposta esportiva de 1 real2023

"O perfil da população brasileira éaposta esportiva de 1 realfato conservador", avalia Antônio Flávio Testa, doutor pela UnB (Universidade Brasília)* e parteaposta esportiva de 1 realum grupoaposta esportiva de 1 realcientistas políticos que participaram da formulação da estratégia bolsonarista desde a eleiçãoaposta esportiva de 1 real2018.

"Sempre foi assim, mas, durante 25 anos, houve um predomínio dos partidosaposta esportiva de 1 realesquerda: o PT e o PSDB. Havia um constrangimento na populaçãoaposta esportiva de 1 realcolocar suas ideias, mas com a ascensão do mundo evangélico na política eaposta esportiva de 1 realalguns partidos que ocuparam esse espaço, a partiraposta esportiva de 1 realagora há uma configuração mais delineadaaposta esportiva de 1 realperfis políticos conservadores", diz Testa.

Na última década, o PSDB era visto no debate político brasileiro como um partidoaposta esportiva de 1 realcentro-direita, mas o bolsonarismo costuma classificar o partido social-democrataaposta esportiva de 1 realFHC e Covas comoaposta esportiva de 1 real"esquerda".

Coesão no Congresso é improvável

Diante da força revelada nas urnas e da capilaridade do bolsonarismo na sociedade, atravésaposta esportiva de 1 realsua redeaposta esportiva de 1 realcomunicação própria e do apoio das igrejas, a dúvida agora é se essa coesão se mantém sem Bolsonaro à frente do Executivo federal.

Com relação ao Congresso, a avaliação é praticamente unânime: o bloco conservador tende a perder força sob Lula, com políticos do Centrão hoje alinhados a Bolsonaro migrando para a base do petista, por terem uma atuação mais fisiológica (isto é, baseadaaposta esportiva de 1 realinteresses pessoais) do que ideológica.

O bloco formado por PL, PP e Republicanos, os três partidos do Centrão mais ligados a Bolsonaro, elegeu 187 deputados para a legislatura que tem inícioaposta esportiva de 1 real2023.

A títuloaposta esportiva de 1 realcomparação, o blocoaposta esportiva de 1 realpartidosaposta esportiva de 1 realesquerda (PT, PCdoB, PV, PDT, PSB e Psol) elegeu 125 deputados. Para aprovar uma PEC (Propostaaposta esportiva de 1 realEmenda à Constituição), por exemplo, são necessários três quintos dos votos dos deputados (308).

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Legenda da foto, Composição da bancada eleita para a Câmara dos Deputadosaposta esportiva de 1 real2022 por partidos

"Num governo Lula, a lógica fica muito diferente, porque o Centrão opera sempre na base do fisiologismo. Então duvido que o PL continue com unidade sob Lula eleito. O PL vai rachar no meio", acredita João Feres Júnior, coordenador do Observatório do Legislativo Brasileiro da Uerj.

"Lula está carecaaposta esportiva de 1 realsaber que só se pode governar com maioria parlamentar e, se os hoje bolsonaristas forem brincaraposta esportiva de 1 realfazer oposição, vão fazer isso do lado da política parlamentar que ganha menos recursos, que não ganho cargos, e o pessoal do Centrão é tradicionalmente atraído por esse tipoaposta esportiva de 1 realcoisa. Então duvido que se forme um superbloco contra o Lula."

Parlamentar do PL, Orleans e Bragança também avalia que será difícil manter a unidade do partido que deu abrigo a Bolsonaro para as eleiçõesaposta esportiva de 1 real2022, após o presidente deixar o PSL que o elegeuaposta esportiva de 1 real2018 e fracassar na tentativaaposta esportiva de 1 realfundar seu próprio partido, o Aliança pelo Brasil.

"Não acho que [o PL] vai ter tanta unidade assim, vai perder alguns, não tenho a mínima dúvida. Só que não acho que vão ser muitos, acho que é uma parcela menoraposta esportiva de 1 realperda, alguns que vieram da base da esquerda e que estavam na base da esquerda por conveniência também. Eles são fisiológicos, não são ideológicos", avalia o deputado reeleito.

"Certamente que uma parte da direita é corrupta e vai se corromper e fazer alianças com o governo do Lula. Não tenha dúvida. Alguns líderesaposta esportiva de 1 realpartidos que fazem parte da coligação que tentou reeleger Bolsonaro têm tradiçãoaposta esportiva de 1 realacompanhar o poder. Por isso, precisamosaposta esportiva de 1 realuma direita ideológica. Isso faria bem até para a esquerda, pois o debate é produtivo", acrescenta Orleans e Bragança.

Já Flávio Testa, cientista político próximo ao bolsonarismo, reconhece que Lula é habilidosoaposta esportiva de 1 realtrazer parlamentares para o seu lado através da ofertaaposta esportiva de 1 realcargos, mas avalia que esse é um processo que leva tempo, devendo se consolidar mais para o fim do próximo ano.

"Nesse espaçoaposta esportiva de 1 realtempo, é muito possível que Lula sofra uma reação muito grande e haja até mesmo o encaminhamentoaposta esportiva de 1 realpedidosaposta esportiva de 1 realimpeachment", diz o cientista político, lembrando que a Lava Jato conseguiu eleger nomes importantes como Moro e Deltan Dallagnol (Podemos-PR).

Testa pondera, porém, que Lula deverá ter um STF mais favorável a ele do que teve Bolsonaro.

Na sociedade, mobilização é incerta

Se no Congresso a expectativa éaposta esportiva de 1 realque parte da força bolsonarista se dissipeaposta esportiva de 1 realmeio ao fisiologismo, na sociedadeaposta esportiva de 1 realgeral, a potência da mobilização da direita mais radical agoraaposta esportiva de 1 realvolta à oposição ainda é incerta.

"O Brasil tem uma capacidade instantâneaaposta esportiva de 1 realse mobilizar, mas tem uma doença política terrível que é a dificuldadeaposta esportiva de 1 realse manter mobilizado. Vimos isso naquela crise dos 20 centavos láaposta esportiva de 1 real2013, 2014. Logoaposta esportiva de 1 realseguida veio a Copa do Mundo e o país se desmobilizou", diz Testa.

"Então, vai ter que ter algum catalisador para fazer com que haja uma mobilização a favor ou contra o governo", acrescenta. "Talvez a variável das redes sociais possa ajudar bastante, mas não podemos fazer uma previsão objetiva sobre isso ainda. Não sabemos."

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Legenda da foto, 'O Brasil tem uma capacidade instantâneaaposta esportiva de 1 realse mobilizar, mas tem uma doença política terrível que é a dificuldadeaposta esportiva de 1 realse manter mobilizado', diz Flávio Testa

Para Luiz Philippeaposta esportiva de 1 realOrleans e Bragança, o fatoaposta esportiva de 1 realo PL não ter poder sobre a mobilização das ruas é uma força, e não uma fraqueza do campo da direita.

"O PL não tem mobilização. Não é que nem o PT, que tem grupos vinculados ao PT, PCdoB e Psol que têm mobilização nas universidades, sindicatos vinculados, aquela coisa. O PL não tem nada e os parlamentares também não têm essa relação com movimentos organizados", diz.

"Mas é isso que é o grande poder e é isso que a esquerda não está entendendo: que é espontâneo. Isso vai ser mantido exatamente porque o partido não está no comando, é um fluxo totalmente descentralizado, não coordenado e que não se controla."

Já Isabela Kalil, da Fesp e do Observatório da Extrema Direita, avalia que é difícil prever a capacidade mobilização da direita e que ela vai dependeraposta esportiva de 1 realfatores como a própria atuaçãoaposta esportiva de 1 realBolsonaro. Se ele conseguirá, por exemplo, manteraposta esportiva de 1 realbase aquecida se optar por insistiraposta esportiva de 1 realacusaçõesaposta esportiva de 1 realfraude sobre os resultados das eleições, a exemploaposta esportiva de 1 realDonald Trump nos Estados Unidos.

Quanto ao apoio evangélico, a antropóloga avalia que parte dele também pode deixar o âmbito do bolsonarismo após a derrota eleitoral do presidente.

"Parte dessa base conservadora e evangélica já esteve na base do PT. Então não há nada que indique que determinadas lideranças conservadoras vãoaposta esportiva de 1 realfato se colocar frontalmente como oposição ao governoaposta esportiva de 1 realesquerda", diz Kalil.

Ela observa que essa base se organizaaposta esportiva de 1 realtornoaposta esportiva de 1 realtemas específicos como a descriminalização do aborto, direitos da comunidade LGBTQIA+, a pauta da família e questões relacionadas ao campo da educação, que poderiam ser apaziguadas num governo Lula mais conservador.

A professora avalia que grupos como os armamentistas, militaristas e contrários às instituições devem permanecer fiéis a Bolsonaro. Mas ela observa que outros grupos que foram importantes no cicloaposta esportiva de 1 realmobilização da direita entre 2013 e 2016 perderam protagonismo, como os movimentoaposta esportiva de 1 realrenovação política e da pauta anticorrupção.

Disputa pela liderança à direita

Com Bolsonaro fora da Presidência, a disputa pela liderança no campo da direita será inevitável, avaliam tanto Feres e Kalil, como Orleans e Bragança e Testa.

Mas dentro desta aparente concordância há visões distintas.

O pesquisador da Uerj, por exemplo, vê dificuldade para outro líder conseguir agregar os diferentes grupos da direita como conseguiu Bolsonaro.

Já o deputado do PL e o cientista político conservador veem o governo Bolsonaro como um governo "de transição" rumo ao predomínio da direita no país e avaliam que a liderança do campo poderá ser ocupada à frente por políticosaposta esportiva de 1 realascensão como o governandors eleitosaposta esportiva de 1 realSP, Tarcísioaposta esportiva de 1 realFreitas, eaposta esportiva de 1 realMG, Romeu Zema.

"O Bolsonaro mostrou que há a possibilidadeaposta esportiva de 1 realfazer uma síntese, por mais que seja uma síntese altamente tóxica para a democracia brasileira. Só que isso funciona para ele muito bem porque, apesar dos seus múltiplos defeitos, ele é um cara carismático. Ele consegue se comunicar com o público deleaposta esportiva de 1 realuma forma muito direta", diz João Feres Júnior.

"Então, você precisariaaposta esportiva de 1 realuma pessoa que não só tivesse esse tipoaposta esportiva de 1 realestratégia política na cabeça, mas tivesse também o carisma que ele tem, o que não é fácil."

O cientista político avalia que Sergio Moro é um exemploaposta esportiva de 1 realpolítico da direita com pretensões presidenciais que pode ter essa dificuldadeaposta esportiva de 1 realreproduzir a estratégia bem sucedidaaposta esportiva de 1 realBolsonaro.

Para Feres, apesaraposta esportiva de 1 realo presidenteaposta esportiva de 1 realfimaposta esportiva de 1 realmandato ter idade para concorrer à eleição novamenteaposta esportiva de 1 real2026, ele se elegeuaposta esportiva de 1 real2018aposta esportiva de 1 realcircunstâncias muito específicas, no auge da Lava Jato e da "antipolítica". Além disso, ele avalia que o presidente e seus filhos saem do governo um pouco "queimados" pelos diversos casosaposta esportiva de 1 realpossíveis crimes envolvendo a família revelados ao longo do governo e que poderão ainda ser investigados.

'Governoaposta esportiva de 1 realtransição'

"Temos uma evolução e o presidente [Jair Bolsonaro] reflete ainda a transiçãoaposta esportiva de 1 realum modelo social-democrata, para um modelo democrata cristão liberal", defende Orleans e Bragança.

"Se a vontade da direita é a vontade que será predominanteaposta esportiva de 1 realtermosaposta esportiva de 1 realestiloaposta esportiva de 1 realrepresentante, a sociedade ainda não está 100% láaposta esportiva de 1 realvários quesitos. No quesito econômico a sociedade não está vinculada a uma proposta 100% liberal. Eu sinto isso porque sou muito mais liberal do que a postura do governo", diz o deputado, que vê criticamente a expansão do Auxílio Brasil sob Bolsonaro, por acreditar que a direita deve reduzir a dependência do Estado e estimular a livre iniciativa, e que a assistência social deveria ser restrita aos "incapazes".

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Legenda da foto, 'Eu nunca vi direita que é todo mundo funcionário público. São todos ex-políticos, ex-militares, ex-policiais, ex-burocratas. Isso é a direita?', questiona Luiz Philippeaposta esportiva de 1 realOrleans e Bragança (PL-SP)

Para o parlamentar, há uma parcela do eleitorado que se sente melhor representada pela direita, mas que não está votando à direita devido ao perfil "antagônico"aposta esportiva de 1 realBolsonaro. Atualmente, ele não vê alguém eleitoralmente viável para ocupar esse espaço, mas avalia que isso poderá ser construído a partiraposta esportiva de 1 real2023.

"Talvez o Jair esteja construindo o Tarcísio para isso", avalia. "Mas eu nunca vi direita que é todo mundo funcionário público, essa é minha crítica. São todos ex-políticos, ex-militares, ex-policiais, ex-burocratas. Isso é a direita? Pera aí! Que direita é essa?", questiona.

O deputado, no entanto, vê dificuldade para alguém "de fora do sistema", sem conhecimento da máquina pública ocupar essa liderança. "Tem que ser alguém que conheça o sistema. Só com a opinião pública, sem o controle da burocracia, não consigo ver possibilidadeaposta esportiva de 1 realvitória."

'Quem tem dificuldade para formar lideranças é a esquerda'

Flávio Testa também usa a expressão "transição" para falar do governo Bolsonaro.

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Legenda da foto, 'Depois do Bolsonaro vão surgir novos líderes, é natural isso', diz Testa

"Depois do Bolsonaro vão surgir novos líderes, é natural isso. Quem tem dificuldadeaposta esportiva de 1 realformar lideranças é o PT e o Lula. Tem 50 anos que o Lula influencia a política brasileira e ele não deixa surgir nenhum sucessor", diz o cientista político.

"A direita não tem essa dificuldade, então haverá novos líderes. Dependeaposta esportiva de 1 realter um projeto que tenha credibilidade", defende.

Ele cita Tarcísioaposta esportiva de 1 realFreitas como exemplo. "Se fizer uma boa gestãoaposta esportiva de 1 realSão Paulo, e é muito provável que ele vá fazer, porque ele é um grande tocadoraposta esportiva de 1 realobras, um grande executivo, ele pode se cacifar para ser um sucessoraposta esportiva de 1 realBolsonaro", avalia.

"E outro é o Zema, que fez uma coisa impressionante láaposta esportiva de 1 realMinas Gerais, recuperou o segundo Estado mais rico do Brasil após gestões desastrosas do PSDB e do PT. Então ele tem um potencial muito grande. Ele é uma figura que não é um radicalaposta esportiva de 1 realdireita, é um empresário, um empreendedor, um gestor. Então esse tipoaposta esportiva de 1 realpersonagem pode sim comandar uma grande transformação desse país. E outros podem ainda aparecer por aí", acrescenta Testa.

Questionado sobre a dificuldade que governadores do Sudeste enfrentaram desde a redemocratização ao ambicionar a Presidência — a exemplo dos tucanos José Serra, Geraldo Alckmin, João Doria e Aécio Neves —, Testa concorda que o histórico não é favorável.

"Mas o Brasil tem uma desigualdade regional imensa, então não há lideranças [nacionais] no Norte e Nordeste, tem algumas que aparecem no Sul e no Centro-Oeste. Então onde pode surgir alguma liderança com essa capacidade são nesses três grandes centros [Sudeste, Sul e Centro-Oeste]", opina o cientista política ligado ao campo da direita. "Masaposta esportiva de 1 realquatro anos muita coisa pode acontecer, muita coisa pode mudar."

Antibolsonarismo como força política

Embora o bolsonarismo deva seguir vivo no espectro político, a reação a ele também promete se tornar um elemento persistente da política brasileira, como aconteceu com o PT e o antipetismo.

Pesquisa Atlas divulgadaaposta esportiva de 1 real24aposta esportiva de 1 realoutubro, na semana anterior ao segundo turno, mostrava que, naquele momento, 27% dos brasileiros se diziam bolsonaristas, acima dos 21% que se declaravam petistas. Mas 45% se definiam como antibolsonaristas, acima dos 30% que se diziam antipetistas.

Para Isabela Kalil, no entanto, será preciso mais do que apenas o sentimento antibolsonarista da sociedade civil para pôr freio ao avanço da direita antidemocrática.

"Esse freio vai ter que passar por uma reconstrução da democracia e isso não tem só a ver com a sociedade civil. Uma das coisas que serão fundamentais é o Brasil como sociedade rever a questão da atuação dos militares na política", defende a professora da Fesp, citando que isso já foi feitoaposta esportiva de 1 realoutros países da América Latina que passaram por ditaduras militares.

"Outro elemento que eu destacaria é a questão das armas, que precisará ser repensada num processo longo. Mas o ponto é que apenas a sociedade civil não consegue colocar freios ao bolsonarismo, pois o bolsonarismo é um conjuntoaposta esportiva de 1 realavançosaposta esportiva de 1 realtermos institucionais e da sociedade civil. Então é preciso que as duas coisas sejam combinadas."

*Uma versão anterior desta reportagem informava que o cientista político Antônio Flávio Testa era professor da UnB. Ele não faz parte dos quadros da instituição. O texto foi corrigido.

- Texto originalmente publicadoaposta esportiva de 1 realhttp://vesser.net/brasil-63439014