Eleições 2022: cinco revelações sobre votosizing cbetBolsonaro, segundo os dados:sizing cbet

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Votaçãosizing cbetBolsonaro neste ano teve diferenças significativassizing cbetrelação àsizing cbet2018, quando ele foi eleito presidente. Confira quais

Confira algumas dessas mudanças com base nos dados levantados e analisados por ele.

Crédito, Fernando Meireles/Cebrap

Legenda da foto, Base eleitoralsizing cbetBolsonaro mudou, crescendo pelo interior no país, sobretudo no Norte e Nordeste

1. Bolsonaro perdeu votossizing cbetcapitais e ganhousizing cbetcidades menores

Na maioria dos municípios, Bolsonaro teve um desempenho muito parecido aosizing cbet2018.

Mas ele perdeu força nas capitais e grandes cidades e ganhou espaçosizing cbetmunicípios menores, especialmente naquelessizing cbetque onde recebeu poucos votos há quatro anos, indicam os dados.

No primeiro caso, um exemplo é a região metropolitanasizing cbetSão Paulo. No segundo, o Norte e o Nordeste.

Em municípios com menos 50 mil eleitores nessas duas regiões, Bolsonaro melhorousizing cbetvotação médiasizing cbetmaissizing cbettrês pontos percentuais. Nos maiores, ao contrário, perdeu mais que isso, assinala Meireles.

No Nordeste, o percentualsizing cbetvotos válidos cresceu por todo o interior dos Estados da região. No Norte, esse padrão quase não teve exceções.

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Legenda da foto, No gráfico acima, a perdasizing cbetvotos é indicada pela linha tracejada: pontos acima dessa linha são municípios nos quais Bolsonaro melhorou seu desempenhosizing cbetvotos válidossizing cbetrelação a 2018. Em municípios pequenos onde teve desempenho ruim, ele melhorou agora

Crédito, Fernando Meireles

Legenda da foto, Por região, Bolsonaro foi pior nos grandes municípios - pontos maiores estão abaixo da linha tracejada, indicando que Bolsonaro fez menos votos ali do quesizing cbet2018. No Nordeste, ele melhorou seu desempenho nos menores municípios

Segundo o especialista,sizing cbetpraticamente todas as capitais, Bolsonaro se saiu pior do que na eleição anterior.

Meireles lembra que o atual presidente teve um desempenho excepcional nas grandes metrópolessizing cbet2018, muito melhor que osizing cbetAécio Neves no 1º turnosizing cbet2014, por exemplo.

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Legenda da foto, Em praticamente todas as capitais, Bolsonaro se saiu pior do que na eleiçãosizing cbet2018

Esse fenômenosizing cbetinteriorizaçãosizing cbetvotossizing cbetBolsonaro ainda não pode ser totalmente explicado por especialistas.

Mas há pistas, entre elas, o pagamento do Auxílio Brasil (ler abaixo), a inflação e o desemprego que acometem as cidades maiores com mais força, a distribuição dos recursos do governo federal a municípios menores e também a força das igrejas nesses locais.

2. Bolsonaro ganhou mais votossizing cbetmunicípios menores com maior pagamentosizing cbetAuxílio Brasil no Nordeste, Centro Oeste e Norte

Essa mudança na base eleitoralsizing cbetBolsonaro, com mais votossizing cbetmunicípios menores, foi observada mais nitidamente no Norte e no Nordeste, segundo mostram os dados.

E há uma relação mais forte entre os municípios que receberam mais repasses per capita do Auxílio Brasil e a votaçãosizing cbetBolsonaro na comparação com 2018 sobretudo no Norte, mas também no Nordeste e no Centro-Oeste.

No Sudeste, essa relação também parece existirsizing cbetalgumas cidades, mas no Sul, não.

Ou seja, "no nível agregado", municípios deram mais votos a Bolsonaro justamente nos locais mais beneficiados pelo Auxílio, contrabalançando a perda das grandes cidades, segundo Meireles.

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Legenda da foto, No nível agregado, municípios deram mais votos a Bolsonaro justamente nos locais mais beneficiados pelo Auxílio, contrabalançando a perda das grandes cidades

Ele ressalva, contudo, que não é possível fazer uma análise no nível individual - o fatosizing cbeto Auxílio ter relação com votos nos municípios não implica que foram beneficiários que votaram maissizing cbetBolsonaro: podem ter sido outros eleitores beneficiados indiretamente; ou eleitoressizing cbetLula que se abstiveram mais.

Disso dependeria uma pesquisasizing cbetbocasizing cbeturna, que não houve neste ano.

"É muito provável que o Auxílio tenha influenciado a decisãosizing cbetvoto. Talvez a pessoa que recebeu o benefício considerou votar mais no Bolsonaro, talvez ela já votaria no Bolsonaro, mas talvez não compareceria. Mas talvez tenha ficado mais propensa a comparecer, pois quer "ajudar" o governo para que o benefício continue sendo pago", diz Meireles à BBC News Brasil.

"Mas no nívelsizing cbetagregação dos municípios, não temos como fazer essa afirmação. É preciso lembrar que o efeito do Auxílio Brasil no município não incide somente para as pessoas que recebem o benefício".

"Se a gente pensar num município do interior, quando há muitas pessoas pobres quesizing cbetuma hora para outra passam a receber o Auxílio Brasil, o comércio local muda, várias pessoas passam a ter outro perfilsizing cbetconsumo. A realidade das famílias também, e isso altera várias dinâmicassizing cbetsocialização dessas pessoas".

"Por exemplo, elas podem se encontrar mais, fazer mais almoçossizing cbetfamília, se preocupam menos com desemprego, têm mais acesso a lazer e cultura".

"O Auxílio Brasil tem efeitos que vão além do eixo do benefício individual da renda. Ou seja, afeta a populaçãosizing cbetum município como um todo".

Meireles conclui: "Não dá para cravar, portanto, se o Auxílio Brasil teve um efeito diretamente sobre o beneficiários ou se foi por outras razões que que Bolsonaro aumentousizing cbetvotação. Mas o que os dados mostram é que essa relação entre a maior votaçãosizing cbetmunicípios menores e o pagamento do benefício nas regiões Norte, Nordeste e Centro Oeste, principalmente."

3. Bolsonaro perdeu votos no Riosizing cbetJaneirosizing cbetrelação a 2018

Em praticamente todas as capitais, Bolsonaro se saiu pior do que na eleição anterior.

Em São Paulo e no Riosizing cbetJaneiro, embora tenha vencido Lula e tido desempenho melhor do que as pesquisassizing cbetintençãosizing cbetvoto apontavam, o atual presidente teve menos votossizing cbetpraticamente todos os municípiossizing cbetrelação a 2018.

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Legenda da foto, Apesarsizing cbetter ido melhor do que as pesquisas indicavamsizing cbetSP e RJ, Bolsonaro foi piorsizing cbetpraticamente todos os municípios desses Estados agora. No Rio, a piora foi quase geral

Mas no Riosizing cbetJaneiro,sizing cbetparticular, a piora foi quase geral nessa comparação, diz Meireles.

4. Bolsonaro consolidou 'cinturãosizing cbetvotos' no Sul

O Sul foi a única região onde a relação entre o pagamento do Auxílio Brasil e a maior votaçãosizing cbetBolsonarosizing cbetrelação a 2018 não foi observada.

"Em algumas cidades, ele melhorou a votaçãosizing cbet20%. É um desempenho muito expressivo. Mas ali não há uma relação visível entre a cobertura do Auxílio Brasil e essa melhora. A melhora parece ser provavelmente explicada por outros fatores. Difícil saber o que é", diz Meireles.

De fato, o resultado do primeiro turno das eleições mostrou uma consolidação da influênciasizing cbetBolsonaro nos Estadossizing cbetSanta Catarina e Paraná. No oestesizing cbetambas as regiões, o atual presidente teve uma votação expressiva.

Não surpreende, portanto, que tenha sido ali onde Bolsonaro registrou seus maiores porcentuaissizing cbetvotação.

Das cinco cidades que mais votaramsizing cbetBolsonaro, três estão no oeste do Paraná: Nova Santa Rosa (82,20%), Quatro Pontes (80,32%) e Mercedes (78,78%).

A cidade que mais votousizing cbetBolsonaro foi Nova Pádua, no Rio Grande do Sul. Ali ele recebeu 83,98%.

Completa o ranking Novo Progresso, no Pará (79,60%).

5. Bolsonaro não teve menos votos nos municípios mais afetados por covid

Os dados mostram que Bolsonaro não perdeu votos nos municípios mais afetados pela pandemiasizing cbetcovid-19.

Meireles cruzou os dados totaissizing cbetóbitos por covid-19 até março desse ano com a diferençasizing cbetvotossizing cbetBolsonaro entre 2022 e 2018.

Crédito, Fernando Meireles/Cebrap

Legenda da foto, Em municípios mais afetados, seria plausível esperar uma piora da votaçãosizing cbetBolsonaro. Mas essa relação não foi verificada cruzando dados totaissizing cbetóbitos por Covid até março desse ano com asizing cbetdiferençasizing cbetvotossizing cbet2022 e 2018

Crédito, Fernando Meireles/Cebrap

Legenda da foto, Se municípios mais afetados pela pandemia tivessem dado menos votos válidos agora a Bolsonaro do quesizing cbet2018, observaríamos uma linha vermelha inclinada - e não é o que o gráfico mostra

A conclusão foi que, diferentemente do que se poderia esperar, não houve relação entre entre os municípios mais afetados pela pandemia e uma piora na votaçãosizing cbetBolsonaro.

Meireles ressalva que isso não quer dizer, por outro lado, que a pandemia "não tirou votos do presidente" — mas a relação não é visível no nível municipal.

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