Eleições 2022: Dez momentos que marcaram campanha presidencial:grupo betesporte

Crédito, José Cruz/Agência Brasil

A violência chegou inclusive às igrejas. No último diagrupo betesporteagosto, um policial militar que é apoiadorgrupo betesporteBolsonaro e adeptogrupo betesporteuma igreja evangélicagrupo betesporteGoiânia deu um tirogrupo betesporteoutro frequentador da Congregação Cristã no Brasil durante o culto.

Segundo testemunhas, o crime ocorreu porque a vítima discordavagrupo betesporteuma orientação lida pela congregaçãogrupo betesportecultosgrupo betesportenão "votargrupo betesportecandidatos ou partidos políticos cujo programagrupo betesportegoverno seja contrário aos valores e princípios cristãos".

"Vivemos um período sombrio da nossa história. Temos dois momentosgrupo betesportepreocupação (em relação à violência política): domingo (dia da votação) e o que vai acontecer com esse país daqui até 31grupo betesportedezembro caso Lula vença", avalia Samira Bueno, diretora do Fórum Brasileirogrupo betesporteSegurança Pública.

Lula reúne apoiogrupo betesporte8 ex-presidenciáveis e até do ex-ministro Joaquim Barbosa

"Parecia a arcagrupo betesporteNoé. A duas semanas da eleição, bichosgrupo betesportetodas as espécies políticas se reuniramgrupo betesportetornogrupo betesporteLula. O encontro juntou oito ex-presidenciáveis, do líder dos sem-teto Guilherme Boulos ao banqueiro Henrique Meirelles", escreveu Bernardo Mello Franco, colunista do jornal O Globo, sobre eventogrupo betesporteLulagrupo betesporte19grupo betesportesetembrogrupo betesporte2022.

Ao longo da eleição, muito se falou na imprensa sobre a composiçãogrupo betesporteuma frente ampla na chamada terceira via, nome dado a um grupogrupo betesportecandidatos à Presidência que tentavam vencer Lula e Bolsonaro ao mesmo tempo. Mas foi o próprio petista que conseguiu esse feito depoisgrupo betesportejá ter atraído paragrupo betesportechapa o ex-governador Geraldo Alckmin (ex-PSDB, hoje PSB), que foi derrotado nas urnas por Lulagrupo betesporte2006.

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O prinicipal amálgama da frente amplagrupo betesporteapoio foram os ataquesgrupo betesporteJair Bolsonaro às instituições democráticas,grupo betesporteespecial ao Supremo Tribunal Federal e ao sistema eleitoral. Um dos nomesgrupo betesportedestaque na reta final da campanha foi o ex-ministro do STF Joaquim Barbosa, responsável pelo relatório na Corte que levou à condenaçãogrupo betesportediversos petistas no julgamento do mensalão.

"Nas grandes democracias, Bolsonaro é visto como um ser humano abjeto, desprezível, uma pessoa a ser evitada. Esse isolamento internacional é muito ruim para o nosso país. Nós perdemos muitas oportunidades com isso. É preciso votar jágrupo betesporteLula no primeiro turno para encerrar essa eleição no próximo domingo", disse Barbosagrupo betesportevídeo divulgadogrupo betesporte27grupo betesportesetembrogrupo betesporte2022.

Ausênciagrupo betesportedebategrupo betesportepropostas

No que se refere ao debate político, a campanha foi marcada pela faltagrupo betesportediscussões sobre os rumos do país entre os candidatos que lideraram as pesquisas. O PT havia prometido entregargrupo betesportesetembro um planogrupo betesportegoverno "aos moldes das candidaturas modernas, enxuto, didático e inovador, com cercagrupo betesporte50 páginas".

Mas não cumpriu a promessa. A equipe do presidente entregou ao Tribunal Superior Eleitoral um documentogrupo betesporte21 páginas, onde não aparecem algumasgrupo betesportesuas promessasgrupo betesportecampanha, como isenção do impostogrupo betesporterenda para quem ganha até R$ 5 mil. Isso levou a críticasgrupo betesporteque Lula esperava votos com um "chequegrupo betesportebranco".

Além disso, nem Lula nem Bolsonaro trouxeram detalhesgrupo betesportecomo pretendem cumprir a promessagrupo betesportemanter o valor mínimo do Auxílio Brasilgrupo betesporteR$ 600.

Em 29grupo betesporteagosto, no debate da Band, ambos foram questionados sobregrupo betesporteonde viriam os recursos para financiar o benefício. A resposta do atual presidente foi vaga: "Não roubando, não metendo a mão no bolso do povo", disse, acusando o opositorgrupo betesportecorrupção.

Lula, porgrupo betesportevez, disse haver "mentira no ar", já que Bolsonaro prometeu manter o auxíliogrupo betesporteR$ 600, apesar disso não estar previsto na Leigrupo betesporteDiretrizes Orçamentárias - que registra uma queda para R$ 400 no benefício a partirgrupo betesporte2023. Assim como Bolsonaro, Lula não explicou como conseguirá financiar o benefício.

Bolsonaro reúne embaixadores para atacar urna eletrônica e sistema eleitoral

Em julhogrupo betesporte2022, o presidente Jair Bolsonaro fez uma apresentação para dezenasgrupo betesporteembaixadores estrangeiros no Palácio da Alvoradagrupo betesporteque repetiu diversas acusações sem provas contra a confiabilidade das urnas eletrônicas, do sistema eleitoral e da Justiça brasileira.

O discursogrupo betesportepouco maisgrupo betesporte30 minutos também foi transmitido por uma emissora pública, a TV Brasil. "Tudo que vou falar aqui está documentado, nada da minha cabeça […] O que mais quero por ocasião das eleições é a transparência. Queremos que o ganhador seja aquele que realmente seja votado."

Crédito, Reuters

Legenda da foto, Para especialistas, ataques contra as urnas podem se voltar contra Bolsonaro na Justiça

O vídeo acabou derrubado pelo YouTube no mês seguinte e foi alvogrupo betesporteação da Procuradoria Geral Eleitoral (PGE).

"A tentativagrupo betesporteinfundir temor no eleitor sobre o respeito efetivo dagrupo betesportevontade, atribuindo, direta ou subliminarmente, maquinações ou negligência aos que gerem as eleições, não encontra base devidamente demonstrada, despreza argumentos e evidências sólidasgrupo betesportecontrário e não atenta para a deliberação do Congresso Nacionalgrupo betesporteapoio ao modelo adotado", afirmou a PGE.

Para o órgão, "o discurso proferido contém informações falsas sobre o sistema eleitoral brasileiro, o que é vedado pelas normas vigentes, e configura propaganda negativa".

Felipe Neto pede desculpas a Dilma por ter defendido impeachment

"Ontem pude olhar nos olhos da Presidenta Dilma e pedir perdão. Perdão por ter propagado o antipetismo, o discurso golpista e o ódio à esquerda", escreveu o influenciador e empresário Felipe Netogrupo betesporteseu perfil no Twittergrupo betesporte26grupo betesportesetembrogrupo betesporte2022.

O post era acompanhadogrupo betesporteuma fotogrupo betesporteque Dilma segura os braços dele enquanto conversam. "O amor q ela me deugrupo betesporteretorno foi algo q nem consigo explicar a vcs. É esse amor que vai vencer dia 02."

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Felipe Neto cobrou,grupo betesporteoutra postagem, que veículos da imprensa também pedissem perdão à ex-presidente pela "participação decisiva" dele egrupo betesporteoutros na "defesa do golpe na época" da deposição da petista.

Senado dos EUA aprova recomendaçãogrupo betesporteromper relação com o Brasilgrupo betesportecasogrupo betesportegolpe

No dia 28/09, o Senado dos Estados Unidos aprovou por unanimidade uma resolução apresentada pelo senador Bernie Sanders e outros cinco senadores democratas para defender a democracia no Brasil.

Emgrupo betesportedefesa da medida, no plenário do Senado, Sanders afirmou que o texto não era favorável a qualquer candidato e sim favorável ao rompimentogrupo betesporterelações e assistência militar entre paísesgrupo betesportecasogrupo betesporteum golpe.

"Não estamos tomando lado na eleição brasileira, o que estamos fazendo é expressar o consenso do Senadogrupo betesporteque o governo dos EUA deve deixar inequivocamente claro que a continuidade da relação entre Brasil e EUA depende do compromisso do governo do Brasil com democracia e direitos humanos."

Crédito, EPA

Legenda da foto, O senador americano Bernie Sanders apresentou a resolução aprovada pelo Senado dos EUA

"É a primeira vezgrupo betesportemuitas décadas que vemos esse tipogrupo betesporteresoluçãogrupo betesporterelação ao Brasil. Isso não aconteceu nem mesmo durante a ditadura militar", afirmou James Green, historiador da Brown University e presidente do Washington Brazil Institute.

A medida não contava com apoio declaradogrupo betesportenenhum político do Partido Republicano (ao qual o ex-presidente Donald Trump é filiado), mas, pelas regras da Câmara Alta, se nenhum senador objeta a um textogrupo betesporteresolução, ele é aprovado por unanimidade na casa.

A BBC News Brasil entrougrupo betesportecontato com o Planalto, o Itamaraty e a Embaixada do Brasilgrupo betesporteWashington sobre a aprovação do texto. Os dois primeiros não responderam à reportagem. Já a Embaixada,grupo betesportenota, afirmou que "não compete à embaixada emitir comentários sobre resoluções do Poder Legislativo do país junto ao qual está acreditada".

Padre Kelman rouba a cenagrupo betesportedebate na Globo

"O senhor não tem medogrupo betesporteir pro inferno, não?", disse a candidata presidencial Soraya Thronicke (União Brasil) ao candidato Padre Kelmon (PTB)grupo betesportedebate na TV Globo. "O senhor é um padregrupo betesportefesta junina."

As frases viralizaram nas redes sociais, como diversos trechosgrupo betesporteque Kelmon aparece no debate. Kelmon entrou na disputa depois que o cabeçagrupo betesportechapa, Roberto Jefferson, foi impedido pela Justiçagrupo betesportedisputar a eleição. Kelmon é ligado a uma denominação da igreja ortodoxa no Brasil.

Crédito, Reprodução/TV Globo

Legenda da foto, Kelmon é chamado por Soraya Thronickegrupo betesporte'padregrupo betesportefesta junina'

Por causa da legislação eleitoral, as emissoras são obrigadas a convidar todos os candidatosgrupo betesportepartidos com um número mínimogrupo betesporte5 parlamentares no Congresso Nacional.

Mas a participaçãogrupo betesporteKelmon causou revolta entre os adversários. Lula, que teve um duro embate com ele e o chamougrupo betesporte"impostor", chegou a defender mudanças na lei eleitoral para impedir "candidatos laranja" como Kelmon.

O próprio mediador do debate na Globo, o jornalista William Bonner, afirmou que "talvez seja o casogrupo betesporteestabelecer uma regra que aumente a exigênciagrupo betesporterepresentatividade política para que um candidato participe dos debates".

Damares Alves vira alvogrupo betesportefake News que espalhou

A ex-ministra e candidata ao Senado Damares Alves (Republicanos) acabou sendo alvo da fake news que ela mesma ajudou a espalhargrupo betesporte2013.

Naquele ano, a então pastora afirmougrupo betesporteum culto sem provas que especialistas da Holanda defenderiam masturbaçãogrupo betesportebebês para melhorar a vida sexual deles.

Nove anos depois, a então candidata ao Senado recorreu à Justiça Eleitoral para derrubar uma versão manipulada do mesmo vídeo que sugere que é a própria Damares que defende a masturbaçãogrupo betesportebebês.

Crédito, Marcos Corrêa/PR

Legenda da foto, Em menosgrupo betesportedois anosgrupo betesportegestão, Damares foigrupo betesporteassessora parlamentar a estrela do bolsonarismo

O vídeo foi derrubado pela Justiça Eleitoralgrupo betesporte28grupo betesportesetembro, segundo reportagem do jornal Folhagrupo betesporteS.Paulo.

Os temas escolhidos por Damares estavam entre os que mais ressoam com o eleitorado brasileiro, o que ajudaria a explicar a proeminência dela no governo Bolsonaro.

"De todos os assuntos políticos, esse é o que mais mobiliza. Um exemplo: o 'kit gay'. Apesargrupo betesporteser fake news, foi algo muito poderoso, justamente porque essa questão é muito importante para o público evangélico", diz a cientista política americana Amy Erica Smith, referindo-se ao boato infundado que governos do PT tinham planejado a distribuiçãogrupo betesportemateriais que faziam "propaganda" da homossexualidade nas escolas.

Ciro Gomes acusa petistasgrupo betesportefascismo

"O fascismo está saindo do bolsonarismo doente para o petismo fanático. É fascismo puro do Lula e do PT, e isso nós temos que derrotar", afirmou o candidato presidencial Ciro Gomes (PDT)grupo betesporteuma entrevista na Bahiagrupo betesporte14/09. Para ele, o PT promovia "terrorismo e fascismogrupo betesporteesquerda" ao defender o voto útilgrupo betesporteLula.

Crédito, Divulgação

Legenda da foto, Ciro divulgou manifesto reiterando que não desistirá da candidatura e atacando pedidos para que seus eleitores mudemgrupo betesportevoto

O voto útil, citado pelo político e cada vez mais presente no debate eleitoral, consistegrupo betesportedesistirgrupo betesporteapoiar seu candidato preferido para apostargrupo betesportealguém que pode ter mais chancesgrupo betesportevencer as eleições — ou para evitar um segundo turno.

"Na reta final da campanha mais vazia da história, embalam tudo no falso argumento do 'voto útil'. Com esta pregação, querem eliminar a liberdade das pessoasgrupo betesportevotarem, no regimegrupo betesportedois turnos, primeiro no candidato que mais representa seus valores, e, se for o caso,grupo betesporteoptarem depois por aquele que mais se aproximegrupo betesportesuas ideias", disse o Ciro Gomesgrupo betesportepronunciamento no dia 26/09.

Essas declaraçõesgrupo betesporteCiro ilustramgrupo betesportetrajetória ao longo desta campanha eleitoral,grupo betesporteque ele tentou pela quarta vez chegar ao segundo turno da eleição presidencial desbancando o PT. Grande partegrupo betesportesua estratégia foi centradagrupo betesporteatacar Lula e o PT, mas ela não surtiu o efeito desejado entre os eleitores.

Para críticos, os ataquesgrupo betesporteCiro ao candidato do PT acabaram beneficiando o próprio Bolsonaro. O candidato acabou apelidado nas redes sociaisgrupo betesporte"Cironaro", "Bolsociro" e "linha auxiliar do bolsonarismo".

Michelle Bolsonaro entra na campanha para reduzir rejeiçãogrupo betesportemulheres a Bolsonaro

"Um presente para a mulher que merece e deve ser o que ela quiser. Juntas, estamos construindo um Brasil para elas, com elas e por elas", dizia a primeira apariçãogrupo betesportevídeo da primeira-dama Michelle Bolsonaro na campanha televisiva do presidente.

Ela entrou na campanhagrupo betesporteagosto para tentar reduzir a enorme rejeição das eleitoras a Bolsonaro: 56% das mulheres disseram que não votariam no atual presidente, segundo o Datafolha.

Mas por que a gestãogrupo betesporteBolsonaro incomoda um percentual maiorgrupo betesportemulheres quegrupo betesportehomens?

Crédito, REUTERS/Adriano Machado

Legenda da foto, Michelle Bolsonaro entrou na campanha do marido para tentar reduzir rejeição entre mulheres

Para a professoragrupo betesporteciência política Malu Gatto, da University College London, há três explicações para isso: o modelogrupo betesportemasculinidade que Bolsonaro representa e que inclui posições criticadas como machistas; a gestão da pandemia; e o estado atual da economia.

"Essa questão da masculinidade pode estar indogrupo betesporteambas as direções, ou seja, diminuindo o apoio das mulheres, mas também aumentando o apoio dos homens. Ele tem uma postura que enfatiza soluções tradicionalmente associadas ao masculino, como uma formagrupo betesportegovernar mais agressiva, que inclui o culto à violência e às armas", diz.

"Isso gera identificação com parcela dos homens, mas rejeição entre mulheres. Além disso, muitas vezes o presidente classifica mulheres a partirgrupo betesportecritérios estéticos, o que novamente o aproximagrupo betesporteum público masculino, mas pode afastar parte das mulheres."

Houve também diversas participaçõesgrupo betesporteMichelle Bolsonarogrupo betesporteeventosgrupo betesportecampanha com evangélicos. Vale lembrar que, no Brasil, a face típica do evangélico é feminina, negra e jovem.

Não é possível afirmar qual estratégiagrupo betesporteBolsonaro surtiu efeito, mas o próprio Datafolha apontou no fimgrupo betesportesetembro que a diferençagrupo betesporteBolsonaro e Lula entre as mulheres caiugrupo betesporte21 para 15 pontos percentuais.

No levantamentogrupo betesportequinta-feira (29), o petista tinha 50%grupo betesporteintençõesgrupo betesportevoto no eleitorado feminino, ante 29% do mandatário. No novo, Lula tem 47%, e o rival, 32%.

- Este texto foi publicadogrupo betesportehttp://vesser.net/brasil-63110657

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