'Fez piada com faltapoker homear': a evangélica que pediu perdão público por votopoker homeBolsonaro:poker home

"Eu tenho bronquite asmática. Eu sei o que é ficar sem ar. Isso me doeu e eu entendi que ele estava agindo com impiedade, como um anti-cristão totalmente."

A BBC News Brasil entrevistou Jacqueline Rolim e outras evangélicas com diferentes opiniões políticas para o documentário O Que Pensam as Evangélicas, Que Podem Definir Eleição para Presidente.

O vídeo do pedidopoker homeperdão, publicadopoker homesetembro do ano passado no Instagram e Facebook, chocou parentes e colegaspoker homeJacqueline na igreja.

Ela chegou a ser excluída do convíviopoker homealguns pastores. Mas acabou conhecendo e se aproximandopoker homeoutras evangélicas que, como ela, se decepcionaram com Bolsonaro.

"Minha irmã me chamoupoker homecomunista no WhatsApp, ficou escandalizada. Pessoas da igreja me abandonaram e me rejeitaram. Até pessoas que eu conheço desde criança, que são pastoras, deixarampoker homeme seguir nas redes sociais e não têm mais contato comigo, não querem conversa", contou elapoker homeentrevista à BBC News Brasil.

"Mas eu também conheci um grupopoker homemulheres evangélicas negras que pensam como eu e que querem mudar o que está acontecendo com o Brasil."

O poder do voto das mulheres

Em 2018, quase 70% dos evangélicos votarampoker homeJair Bolsonaro — apoio maciço que ajudou a alimentar a ideiapoker homeque seriam um grupo quase homogêneo, que votapoker homebloco. Naquele ano, os evangélicos definiram o resultado, dando 11 milhõespoker homevotos a mais a Bolsonaro na disputa com o candidato do PT, Fernando Haddad.

Mas, neste ano, pesquisaspoker homeintençãopoker homevoto mostram que a presença do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na disputa tem provocado rachas nesse eleitorado — homens evangélicos continuam com Bolsonaro, mas as mulheres estão praticamente divididas entre os dois candidatos, conforme as últimas pesquisaspoker homeopinião.

E, segundo especialistas, são as evangélicas, que empoker homemaioria sãopoker homebaixa renda, pretas e pardas, que poderão definir quem vai presidir o Brasil a partirpoker home2023. Afinal, elas são quase 60% dos evangélicos no Brasil.

"Eu não tenho dúvidapoker homeque as evangélicas negras vão decidir essas eleições", diz a antropóloga Jacqueline Teixeira, professora da Universidadepoker homeSão Paulo e autorapoker homelivros e artigos sobre crescimento evangélico no Brasil.

Casada e mãepoker homequatro filhos, Jacqueline está entre as 31%poker homemulheres que migraram o votopoker homeBolsonaro para Lula, conforme a pesquisapoker homeopinião Genial/Quaest divulgada nesta quarta-feira (11/05).

"Hoje eu voto no Lula porque é o único dos candidatos que se apresentam que correspondem às necessidades do povo trabalhador, do pobre, e que tem uma agenda pacificadora", explica a pastora.

Mas qual foi a mensagempoker homeBolsonaro que atraiu o votopoker homeJacquelinepoker home2018?

De Lula para Bolsonaro epoker homevolta a Lula

A pastorapoker homeBrasília conta que votoupoker homeLula na eleiçãopoker home2022, mas se frustrou com o petista quando ele se aliou a partidospoker homecentro-direita para governar, como o PMDB e o PP.

"Quando o Lula foi eleitopoker home2002, pela primeira vez, foi uma festa. Só que logo ele começou a negociar com o pessoal da direita", diz.

"Quem gostava das ideias que ele pregava antes, como os trabalhadores, ficou decepcionado. Foi o meu caso. Eu fiquei muito decepcionada, eu me senti traída."

Na eleiçãopoker home2018, Jacqueline votoupoker homeMarina Silva no primeiro turno. "Era uma mulher preta, evangélica, que tinha boas propostas para o país."

No segundo turno, se viu obrigada a escolher entre o candidato do PT, Fernando Haddad, e Bolsonaro. "A gente ficou entre a cruz e a espada. Eu não confiava no candidato petista. E eu não concordava com o Bolsonaro, mas também não o conhecia, porque quando me senti traída eu me alienei. Não quis mais saberpoker homepolítica, não queria me envolver mais", conta.

Jacqueline, então, optou por Bolsonaro por ele se dizer cristão e falar constantementepoker homeDeus.

"Escolhi ir lá sem compromisso, sem conhecimento. Eu pensei: 'Vou arriscar. Não me importo mais. Ele está fazendo uso do nomepoker homeDeus, usando o versículo. Quem sabe ele faz alguma coisa por causapoker homeprincípios cristãos, né'."

Na entrevista à BBC News Brasil, ela se emocionou algumas vezes ao falar do momentopoker homeque se arrependeu do votopoker homeBolsonaro.

"Jesus é amor. O meu compromisso é com o amor e eu vejo meus irmãos que dizem pregar o amor e que ainda estão com Bolsonaro. Eles ainda não perceberem que o governo é totalmente contrário à atitudepoker homeamor,poker homeinclusão epoker homeacolhimento às pessoas que não têm recursos."

Confira na reportagem completa a opiniãopoker homeoutras evangélicas: Como pensam as evangélicas, que podem definir eleição para presidente

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