Chuvas fortes que atingiram MG podem ocorreroutros Estados neste verão:

CorpoBombeiros realizam resgatemoradoresNova Lima, cidadeMinas Gerais atingida pelas chuvas

Crédito, Divulgação/Bombeiros MG

Legenda da foto, CorpoBombeiros realizam resgatemoradoresNova Lima, cidadeMinas Gerais atingida pelas chuvas

As fortes chuvas que atingiram Minas Gerais nos últimos dias devem perder força até a quinta-feira (13/1), segundo previsão do Instituto NacionalMeteorologia (Inmet). Entre segunda e esta terça-feira, pelo menos 10 pessoas morreramcinco cidades do Estado, segundo a Defesa Civil.

Fenômenos como esse - muita chuvacurto períodotempo e concentradadeterminada região - podem se repetir ao longo do verão deste ano por causa do fenômeno climático chamado La Niña,acordo com meteorologistas do órgão federal.

No casoMinas Gerais, a forte precipitação dos últimos dias, que causou uma sérietranstornos no Estado, é influenciada pela chamada ZonaConvergência do Atlântico Sul (ZCAS) - quando uma massaumidade se concentra por alguns diasuma região, sem conseguir se dissipar.

A ZCAS, que ocorre principalmente durante a primavera e o verão, atinge boa parte do país, passando pelas regiões Norte, Centro-Oeste e Sudeste.

"Dois fatores contribuíram para as chuvasMinas. Houve um bloqueio atmosférico que não deixou uma massaumidade se dissipar da região central do Estado, não deixando a precipitação se mover. E ocorreu uma baixa pressão atmosférica vinda do Sul, que também contribuiu para a concentração das chuvas", diz Anete Fernandes, meteorologista do Inmet.

Segundo o instituto, apenasBelo Horizonte choveu 241,7 mm72 horas - entre os dias 8 e esta segunda-feira. A média histórica para todo o mêsjaneiro na capital mineira é329 mm.

Já na cidadeDivinópolis, oesteMinas, choveu 258,8 mm apenas durante o fimsemana - a média histórica para janeiro é300 mm no município.

As fortes precipitações causaram uma sérieinundaçõescidades mineiras no fimsemana. Segundo a Defesa Civil, as mortes desta segunda-feira ocorreram nas cidadesErvália, São Gonçalo do Rio Abaixo, DoresGuanhães, Caratinga e Brumadinho - esta última concentrou cinco das 10 vítimas.

De acordo com a Defesa Civil, 145 cidadesMinas Gerais estãosituaçãoemergência. Houve inundações, deslizamentos e desabamentos.

Em Raposos, na região metropolitanaBH, o Rio das Velhas transbordou, alagando cercamil casas e deixando 9 mil desabrigados, segundo o portal G1.

JáSanta Luzia, também na Grande BH, 7 mil pessoas estão desalojadas ou desabrigadas por causaalagamentos, segundo o CorpoBombeiros.

Na cidadeParáMinas, a cerca80 kmBH, a prefeitura teme que uma barragem da empresa Santanense possa se rompervirtude das chuvas. Famílias que vivem na região foram retiradassuas casas.

Cidades como Congonhas, Nova Era, Nova Lima e Betim também enfrentam transtornos parecidos.

No sábado, ao menos 10 pessoas morreram depois que um grande pedaçorocha se desprendeuum cânion na cidade Capitólio, tambémMinas. Especialistas acreditam que a forte chuva, aliada à erosão da rocha, pode ter causado o acidente.

Capturavídeo mostra rocha caindo na água

Crédito, Reprodução

Legenda da foto, Trechovídeo mostra momento exato do acidente

Próximos dias

Segundo Anete Fernandes, do Inmet, as precipitações devem perder intensidade nos próximos diasMinas Gerais por causa da "desconfiguração da ZCAS". Mas até pelo menos quinta-feira pancadaschuva podem ocorrer na região, emboramenor volume, diz.

Nos próximos meses, no entanto, fenômenos como esse - e como as tempestades que atingiram a Bahia há poucos dias - podem voltar a ocorreroutros estados do país, principalmente nas regiões Sudeste, Centro-Oeste e Sul, aponta a meteorologista.

"O que aconteceu na Bahia eMinas são fenômenos parecidos, com a mesma origem. Esse sistema depende do fluxoumidade entre Centro-Oeste, Sudeste e parte do Nordeste, mas também pode se posicionar um pouco ao sul. Não tem posição fixa, mas pode voltar a ocorrer: estamos vivendo um anoLa Niña", explica.

O fenômeno climático La Niña, que se desenvolve quando ventos que sopram sobre o Pacífico empurram as águas quentes da superfície para o oeste,direção à Indonésia.

Em seu lugar, as águas mais frias do oceano profundo sobem à superfície. Isso causa grandes mudanças climáticasdiferentes partes do mundo, inclusive no Brasil, como fortes chuvas.

Segundo relatóriooutubro2021 produzido pela Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA), órgão do governo americano, o fenômeno climático responsável por invernos rigorosos e grandes secastodo o mundo chegou novamente e será sentido por vários meses.

"As condições do La Niña se desenvolveram e devem continuar com 87%probabilidade entre dezembro2021 e fevereiro2022", informou a agência.

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