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Covid: ‘Hoje, não vacinados são quase 100% dos casos gravesbet365 copinhacovid’, diz anestesista que enfrentou faltabet365 copinhasedativos no pico da pandemia:bet365 copinha
"A gente ficou períodos sem relaxante muscular na segunda onda da covid. Ficamos uma semana ou duas contando ampolasbet365 copinhamedicamentosbet365 copinhasegunda linha. Não chegamos a ter que amarrar pacientes, mas chegamos perto", lembra Camargo,bet365 copinhanova entrevista à BBC News Brasil. Ele coordena os estoquesbet365 copinhamedicamentos do hospital Tacchini e é antestesista há 15 anos.
"Hoje, o perfil dos pacientes graves é praticamente todobet365 copinhanão vacinados e idosos."
Mudançabet365 copinhaperfil etário entre pacientes graves
Com o avanço da vacinação no Brasil, a média móvelbet365 copinhamortes caiu nos últimos meses e se mantémbet365 copinhamenosbet365 copinha200 há nove dias. Até 13bet365 copinhadezembro, 65,2% da população havia recebido duas doses da vacina contra covid.
Camargo diz que acompanhou no dia a diabet365 copinhatrabalho na UTI uma clara mudança na faixa etária dos internados da primeira onda da pandemia até agora.
"Lábet365 copinha2020, na primeira onda, a maioria dos pacientes críticos erabet365 copinhaidosos, principalmente com maisbet365 copinha80 anos, e pacientes oncológicos. Em marçobet365 copinha2021, na segunda onda, provavelmente porque houve a mutação do vírus, a faixa etária baixou muito. O grossobet365 copinhapacientes na UTI tinhabet365 copinha40 a 50 anos", disse.
"Em julho, começamos a ter novamente nos hospitais idosos e outros pacientes com covid que tomaram a segunda dose há maisbet365 copinhacinco, seis meses, períodobet365 copinhaque a eficácia da vacina começa a cair. Aí veio a dosebet365 copinhareforço. Hoje os pacientes com gravidade são, na grande maioria, não vacinados e idosos que ainda não tomaram a dosebet365 copinhareforço."
Com o surgimento da variante ômicron, que já teve casos detectados no Brasil, o temor é que hospitalizações voltem a subir. Essa nova cepa foi primeiro identificadabet365 copinhanovembro na África do Sul e possui várias mutações na chamada proteína S, que é usada pelo coronavírus para se conectar à células humanas.
Dados preliminares apontam que a ômicron é mais passívelbet365 copinhacausar reinfecções que as variantes anteriores e reduz a eficácia das vacinas, mesmobet365 copinhaquem já tomou a segunda dose. Por isso, cientistas defendem o uso da dosebet365 copinhareforço para ajudar a controlar as infecções.
"Eu tento viver um períodobet365 copinhacada vez. Não se sabe qual vai ser o impacto da ômicron. Mas a gente tem que confiar na dosebet365 copinhareforço. Chegamos a ter 4 mil mortes por dia no Brasil e hoje estamosbet365 copinha200. O que explica isso é a vacinação", diz Camargo.
Medobet365 copinhaabraçar a filha
A rotina do médico gaúcho, que estevebet365 copinhatodo momento na linhabet365 copinhafrente do atendimentobet365 copinhapacientes com covid, também passou por mudanças no decorrer da pandemia. O pior momento, segundo ele, foi a segunda onda da covid, quando passou a se deparar com conhecidos ao aplicar os sedativos necessários à intubação.
Como anestesista, era ele, muitas vezes, o último rosto que o paciente via antesbet365 copinhadormir para receber a ventilação mecânica. Na entrevistabet365 copinhamarço à BBC News Brasil, Camargo havia acabadobet365 copinhase deparar com o vizinho na UTI e participado da intubação dele. Na época, o homem estavabet365 copinhaestado grave com covid e manifestou muito medobet365 copinhaser intubado e não acordar mais.
Mas, a notícia neste caso é boa. Camargo contou que o vizinho se recuperou e já estábet365 copinhacasa. "Aquelas semanasbet365 copinhamarço e abril foram assustadoras. A gente entrava nas UTIs e quem estava lá eram pessoas da nossa idade, paisbet365 copinhafamília, conhecidos. Felizmente, o meu vizinho se recuperou depoisbet365 copinhaficar semanas internado e teve alta."
Diariamentebet365 copinhacontato com pacientes graves com covid-19, Camargo também diz que viveu maisbet365 copinhaum ano "com medobet365 copinhachegarbet365 copinhacasa" e transmitir a doença para a esposa e a filhabet365 copinhaquatro anos.
"Eu chegavabet365 copinhacasa, estacionava o carro, tomava banhobet365 copinhaálcool, depois colocava a roupa para lavar e tomava banho antesbet365 copinhaficar perto delas. Mesmo assim, eu tinha medobet365 copinhaabraçar a minha filha."
Na segunda onda da pandemia no Brasil, alémbet365 copinhalidar com a escassezbet365 copinhasedativos, Camargo e seus colegas tinham que administrar uma fila diáriabet365 copinhapacientes graves esperando leitobet365 copinhaUTI. "Tinha diasbet365 copinhaque a gente amanhecia no pronto-socorro com cinco pacientes aguardando UTI, daí os pacientes iam piorando, e mais pessoasbet365 copinhaestado grave chegavam", contou.
"No decorrer da tarde, leitos vagavam e,bet365 copinhanoite, a gente finalmente conseguia colocar esses pacientes na UTI. No dia seguinte, tudo se repetia, era a mesma coisa: filabet365 copinhapacientes esperando UTI. A gente chegou a pensar: 'se isso continuar, não sei se vamos aguentar'."
O anestesista diz que, neste mês, o fluxo finalmente voltou a patamares semelhantes ao período pré-covid. "Em março e abril, chegamos a ter 72 pacientesbet365 copinhaterapia intensiva. Agora, voltamos ao número normalbet365 copinha30 leitos. Hoje, não temos nenhum paciente ativo (que esteja atualmente testando positivo)bet365 copinhacovid na UTI."
Lições da pandemia
Camargo diz que, apesar do dramabet365 copinhapresenciar tantas mortes, os grandes momentosbet365 copinhatensão e crise na pandemia serviram para melhorar as práticas nos hospitais, tantobet365 copinhatécnicasbet365 copinhahigiene e equipamentosbet365 copinhaproteção, quanto na gestãobet365 copinhamedicamentos.
"Aprendemos a evitar ao máximo o desperdíciobet365 copinharemédios, melhoramos práticasbet365 copinhahigiene, passamos a usar máscaras com proteção mais alta e tivemos que melhorar as práticas médicas ebet365 copinhaenfermagem para dar vazão às cirurgias eletivas que ficaram paralisadas na pandemia", destaca.
Já imunizado com a terceira dose da vacina contra a covid-19, Camargo agora se sente mais confortável para abraçar a filha e visitar a mãebet365 copinha70 anos, que morabet365 copinhaSanta Catarina, mas diz que, na própria família, teve que lidar com resistências à vacina.
"Meu sogro não queria se vacinar. Ele pegou covid e só depois disso tomou a vacina. Como médico que acompanha internações por covid desde o início da pandemia, observo na prática o efeito da vacina e a importância, agora, da dosebet365 copinhareforço."
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