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Falasonabet usesBolsonaro sobre Amazônia na ONU não condizem com realidade, dizem pesquisadores:onabet uses
Também fez diversas afirmações inverídicas sobre a área ambiental: disse que o desmatamento caiu e que 84% da Amazônia está intacta.
Para pesquisadores ambientais eonabet usesciência política, a distância entre o atual discurso e quase três anosonabet usesgestão com péssimos índicesonabet usespreservação ambiental é tão grande que falas como a feita na ONU são totalmente inócuas.
"Não é um discursoonabet usesdez minutos que muda uma realidade devastada", diz Marcio Astrini, secretário-executivo do Observatório do Clima (entidade que reúne 43 organizações ambientalistas). "Ele fala que o Brasil tem uma legislação ambiental para proteger o ambiente, ele elogia a vegetação da Amazônia. Tudo isso é verdade, mas nada foi feito por ele. A legislação não foi feita pela base dele no Congresso, não foi ele que plantou a Amazônia. O problema não é o que o Brasil tem, é o que ele quer destruir."
"Bolsonaro faz propaganda justamente daquilo que ele está destruindo", afirma Astrini.
O cientista político Creomaronabet usesSouza, professor da Fundação Dom Cabral e fundador da consultoria política Dharma, com essa diferençaonabet usesrelação aos discursos anteriores, Bolsonaro tenta fazer acenos para investidores internacionais, pois percebeu as consequências negativasonabet usesum discurso agressivoonabet usesrelação ao ambiente no cenário mundial. No entanto, seu discurso só atinge seus próprios seguidores.
"Ele faz uso extremoonabet useseufemismos e usa informações que não tem relação nenhuma com a realidade. Quando ele tenta vender uma realidade que não existe, acaba falando apenas a um grupo pequenoonabet usesapoiadores", analisa Souza. "Ele fala para um grupo cada vez menoronabet usespessoas."
Astrini diz que é impossível para Bolsonaro conseguir recuperaronabet usesimagem internacionalmente no quesito ambiental.
"A única coisa que ele poderia dizer para mudar a imagem do Brasil é 'aqui está minha cartaonabet usesrenúncia'", afirma o pesquisador do Observatório do Clima
Mentiras na tribuna
Astrini aponta para o grande númeroonabet usesdados distorcidos sobre meio-ambiente usados pelo presidenteonabet usesseu discurso.
Bolsonaro afirmou que "somente no bioma amazônico, 84% da floresta está intacta".
"É uma mentira enorme, um dado produzido por negacionistas a pedido do governo", aponta Astrini.
Imagens registradas pelos satélites Landsat desde 1985 mostram que o Brasil perdeu 18% da Amazônia entre 1985 e 2017, segundo análise do projeto Mapbiomas - parceria entre universidades, ONGs e instituições nacionais.
Além disso, pelo menos outros 20% da floresta estão degradados, com presença da garimpo, grileiros e madeireiros ilegais, aponta o Observatório do Clima.
"A gente só tem a outra metade da floresta preservada porque o Bolsonaro só tem um mandato. Se ele estivesse há 20 anos no poder, a gente não tinha mais nada da Amazônia", afirma Astrini.
Bolsonaro também usouonabet usesdados distorcidos para afirmar que o desmatamento caiu, o que não é verdade.
"Na Amazônia, tivemos uma reduçãoonabet uses32% do desmatamento no mêsonabet usesagosto, quando comparado a agosto do ano anterior", disse ele.
A comparaçãoonabet usesum mês com outro do ano anterior não dá a dimensão correta. O desmatamento aumentou por dois anos consecutivosonabet usesgoverno Bolsonaro (2019 e 2020), e deve se manter altaonabet uses2021, cujos dados só serão consolidados no fim do ano.
Segundo o Inpe (Institutoonabet usesPesquisas Espaciais), a médiaonabet usesdesmatamento na Amazônia foionabet uses6.719 km² por mês nos cinco anos anteriores ao governo Bolsonaro eonabet uses10.490 km² por mês nos dois primeiros anosonabet usesseu governo, um aumentoonabet uses56%. O próprio vice-presidente Hamilton Mourão já admitiu que o patamar deve se manter o mesmoonabet uses2021.
O presidente também enalteceu as reservas indígenas - nenhuma criada ou favorecidaonabet usesalguma forma durante seu governo, que diminuiu a fiscalização sobre invasões e durante o qual o garimpo avançou como nunca para dentro da floresta.
Bolsonaro disse na ONU que os "índios vivemonabet usesliberdade e cada vez mais desejam utilizar suas terras para a agricultura e outras atividades", algo que contradiz totalmente a manifestação da grande maioria das entidades indígenas organizadas.
"O que ele vem tentando fazer é forçar a abertura das terras indígenas para a agriculturaonabet usesterceiro, e não para a agricultura dos próprios índios e para as atividades tradicionais que mantém a floresta", afirma Adriana Ramos, coordenadoraonabet usesPolítica e Direito do Instituto Socioambiental (ISA).
"As grandes mobilizações das articulações indígenas justamente contrapõem essa ideiaonabet usesque a agricultura tem que produzir para quem está fora", afirma. "A exceção são duas dezenasonabet usesindígenas bancados pelo próprio governo para defender isso."
O presidente também afirmou que "antecipamos,onabet uses2060 para 2050, o objetivoonabet usesalcançar a neutralidade climática. Os recursos humanos e financeiros, destinados ao fortalecimento dos órgãos ambientais, foram dobrados, com vistas a zerar o desmatamento ilegal."
"Isso é uma falácia, o governo não tem ação nenhuma para neutralizar transmissões. Eles protocolaram na ONU o objetivoonabet usesalcançar até 2060 a dependeronabet usesinvestimento internacional, mas não têm tomado nenhuma atitudeonabet usesrelação ", aponta Astrini. "Se depender do seu governo, as transmissões vão dobrar."
O governo Bolsonaro também não fortaleceu os órgãos ambientais, pelo contrário: emonabet usesgestão as verbas para entidades como o Ibama e o ICMBio caíram, as multas do Ibama foram praticamente nulas e a fiscalização ambiental e as operaçõesonabet usescampo foram paralisadas. O Fundo Amazônia, com quase R$ 3 bilhões para a proteção florestalonabet usescaixa, está parado desde 2019.
Adriana Ramos, do ISA, afirma que o governo também manipula dados para favorecer o que eles querem mostrar. "O esforço do governo é alterar a legislação para que mais modalidadesonabet usesdesmatamento sejam consideradas legais. Ou seja, ele pode até reduzir o desmatamento ilegal até 2030, mas vai ser porque ele legalizou o desmatamento."
Ramos também aponta que o Código Florestal (uma legislação para proteger matas nativas), elogiado por Bolsonaro no discurso, se dependesse dele eonabet usessua base, já teria sido totalmente flexibilizado.
Apesaronabet useselogiar a legislação - inclusive considerada insuficiente por muitos ambientalistas, incluindo o ISA - o governo tem fragilizadoonabet usesimplementação.
"E a baseonabet usesBolsonaro no Congresso apresenta muitas propostas para mudá-lo, o esforçoonabet usesalteração é enorme", diz Ramos.
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