'Tanque' dos anos 1970 e blindados da Guerra do Vietnã: o que foi exibido no desfile da Marinha para Bolsonaro:freebet como fazer
De forma geral, os veículos militares que passaram pela capital se dividemfreebet como fazertrês grandes grupos: os "tanques", os veículos blindadosfreebet como fazertransportefreebet como fazerpessoal (conhecidos pela sigla VBTP) e os lançadoresfreebet como fazermísseis.
Os tanques
Os veículos que tinham um canhão no topo são os modelos SK-105 Kürassier, que começaram a ser produzidos na Áustria a partir dos anos 1970.
Aqui vale uma pequena ressalva: a palavra "tanque" não é tecnicamente correta.
"Esses veículos são chamadosfreebet como fazertanques porque na época da Primeira Guerra Mundial os britânicos desenvolveram esse tipofreebet como fazerviatura e não queriam que os alemães soubessem", contextualiza João Marcelo Dalla Costa, especialistafreebet como fazerveículos blindados e ex-professor da Escolafreebet como fazerComando e Estado-Maior do Exército.
"Daí eles diziam que iam entregar 50 tanquesfreebet como fazerlavar roupafreebet como fazertal local, quando na verdade estavam falandofreebet como fazerveículos blindadosfreebet como fazercombate", completa.
Os SK-105 Kürassier são usados no Brasil exclusivamente pelo Corpofreebet como fazerFuzileiros Navais, uma das forças que integram a Marinha e que vão participar dos treinamentosfreebet como fazerum exercício militar, a Operação Formosa, ao longo dos próximos dias.
As Forças Armadas compraram 17 unidades no final dos anos 1990, e elas chegaram ao país a partirfreebet como fazer2001.
"O Brasil foi um dos últimos a adquirir esse modelo e entroufreebet como fazeracordos e negociações que estavam sendo feitos pelos fabricantes com alguns países da África", lembra Bastos, que também foi professor da Universidade Federalfreebet como fazerJuizfreebet como fazerFora.
A Áustria já abandonou esse tipofreebet como fazertanque há quase 30 anos, mas ele continuafreebet como fazeroperação na Argentina, na Bolívia, no Brasil,freebet como fazerBotsuana, no Marrocos e na Tunísia.
"Trata-sefreebet como fazerum veículo que já está obsoleto, e a Marinha quer substituir essa frota", aponta Bastos.
Sobrefreebet como fazeratuação no campofreebet como fazerbatalha, o Kürassier tem a funçãofreebet como fazer"caçar" unidades das forças opositoras.
"É um tanque leve, que pode ser transportadofreebet como fazernavios. O objetivo dele é identificar e destruir os tanques inimigos", explica Costa.
"E, pela quantidadefreebet como fazerfumaça que vimos, imagino que [o blindado que desfilou hoje] seja muito velho", avalia o especialista.
"Já andei nesses blindados e, na horafreebet como fazerque vi aquela fumaça, imaginei que o comandante deveria estar se borrando, com medofreebet como fazerque o veículo parasse na frente do presidente. Aquela fumaça preta significa que o motor está desgastado, a pontofreebet como fazerestourar e deixar o comandante na mão", completa.
Os blindadosfreebet como fazertransporte
Durante a passagem das tropas pela Praça dos Três Poderes, também foi possível notar a presençafreebet como fazerveículos sem um canhão no topo: esses são os VBTP, responsáveis por transportar soldados e oficiaisfreebet como fazeruma forma relativamente segurafreebet como fazerum ponto até outro.
E há vários modelos com tamanhos e formatos diferentes na frota dos Fuzileiros Navais brasileiros.
O M113, por exemplo, é usado desde a época da Guerra do Vietnã, que durou entre 1959 e 1975. Umafreebet como fazersuas características visíveis é a presença da lagarta, aquela esteira que substitui as rodas convencionais e permite a locomoção por terrenos acidentados.
Os especialistas destacam que os blindados usados no Brasil não são os mesmos da décadafreebet como fazer1960 e passaram por uma sériefreebet como fazermelhoramentos e atualizações. Mesmo assim, eles continuam ultrapassados diante das várias opções disponíveisfreebet como fazeroutras partes do mundo.
Outro blindado que deu as carasfreebet como fazerBrasília foi o AAV-7A1, também conhecido como Clanf (ou Carro sobre Lagarta Anfíbio),freebet como fazerorigem americana.
Ele também tem as esteiras, mas é bem maior e pode até se locomover na água — daí o "anfíbio" no nome.
"Sua função durante uma batalha é desembarcar primeiro e garantir a defesafreebet como fazeruma certa localização para outras tropas viremfreebet como fazerseguida", explica Costa.
O terceiro tipo que apareceu no desfile foi o Piranha 3,freebet como fazerfabricação suíça e disponível no mercado há pelo menos cinco décadas.
Ao contrário dos outros, ele tem pneus e tração nas oito rodas.
"Ele é bastante adequado para fronteiras terrestres e áreasfreebet como fazerselva, que estão presentesfreebet como fazermuitas das fronteirasfreebet como fazernosso país", destaca Luiz Guilhermefreebet como fazerOliveira, professor da Universidadefreebet como fazerBrasília (UnB) e autorfreebet como fazerartigos sobre tecnologia militar e blindados.
Alguns desses veículos trazem metralhadoras e lançadoresfreebet como fazergranadas.
"Esse armamento serve apenas para fazer a autoproteção daquela unidade. Mas hojefreebet como fazerdia esse tipofreebet como fazerdefesa pode ser facilmente superado por aeronaves pequenas e drones", conta Bastos.
Os lançadoresfreebet como fazerfoguetes
Por fim, um terceiro componente do arsenal da Marinha brasileira exibido para Bolsonaro foi o Astros II, um sistemafreebet como fazerlançadoresfreebet como fazerfoguetes produzido pela empresa brasileira Avibras.
"Essa é a nata da tecnologia militar brasileira, o que temosfreebet como fazermais avançado junto com o veículo blindado Guarani [que não integra os treinamentosfreebet como fazerFormosa]", avalia Costa.
"Hoje, nossos foguetes têm entre 30 e 80 kmfreebet como fazeralcance, mas estáfreebet como fazerprocessofreebet como fazerconstrução um equipamento com 300 kmfreebet como fazeralcance, que permitirá defender toda a nossa região costeira", informa o especialista.
Além desses veículos mais "poderosos", o desfile contou com caminhões convencionais, que fazem apenas o transporte das tropas, mas não contam com nenhum tipofreebet como fazerblindagem.
Frota ultrapassada?
Para os especialistas ouvidos pela BBC News Brasil, o fatofreebet como fazermuitos veículos serem antigos e terem décadasfreebet como fazeruso é algo que está dentro das possibilidades brasileiras.
"É evidente que nossa tecnologia está ultrapassadafreebet como fazerrelação ao que temosfreebet como fazermais avançadofreebet como fazeroutras partes do mundo, mas ela é condizente com o potencial bélico dos outros países da América Latina", diz Oliveira.
"Talvez o Chile e a Venezuela se sobressaiam um pouco, já que possuem equipamentosfreebet como fazerorigem russa", discorda Silva.
A faltafreebet como fazerverbas parece ser um grande entrave para modernizar esses transportes blindados militares.
"Há muito tempo a Marinha quer substituir esses veículos, mas isso dependefreebet como fazerdinheiro e o país atravessa uma situação complicada financeiramente", conta Bastos.
Costa concorda e aponta que o desfile talvez tenha servido para o Corpofreebet como fazerFuzileiros mostrar que precisa trocar urgentemente seus equipamentos.
"O comandante da Marinha usou essa operação para mostrar ao presidente e à cúpula militar o estado decadentefreebet como fazerque se encontram seus veículos", acredita o especialista.
"Os Kürassier, por exemplo, são fundamentais, mas provavelmente devem estar com uma disponibilidade baixíssima. Com certeza eles colocaram os melhores ali para desfilar."
"Se os melhores estão assim, imagina os outros… A maior parte deve estar inutilizada ou num estado que não é apresentável", completa.
A Operação Formosa
O desfile foi considerado sem precedentes na história recente do Brasil: embora a Operação Formosa aconteça todos os anos desde 1988, essa foi a primeira vez que os comboios passaram por dentrofreebet como fazerBrasília.
A longa fileirafreebet como fazerveículos blindados e caminhões usados no transportefreebet como fazerfuzileiros passou diantefreebet como fazerBolsonaro. Tudo foi transmitido ao vivo na página do presidente no Facebook.
O presidente acompanhou a exibição na porta do Palácio do Planalto ao lado dos três comandantes das Forças Armadas e dos ministros da Defesa, o general Walter Braga Netto, da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP-PI), do Gabinetefreebet como fazerSegurança Institucional, o general Augusto Heleno, e da Educação, Milton Ribeiro.
Bolsonaro chegou a convidar outras autoridades e chefesfreebet como fazeroutros poderes, mas nenhum compareceu.
Durante a cerimônia, manifestantes a favor e contra Bolsonaro acompanharam a passagem dos veículos pela Praça dos Três Poderes.
Também foi entregue a Bolsonaro um convite para que ele compareça ao treinamento das Forças Armadas, que será realizado a partirfreebet como fazer16freebet como fazerjulho na cidadefreebet como fazerFormosa,freebet como fazerGoiás, a 80 km do Distrito Federal.
O comboio da Marinha saiu do Riofreebet como fazerJaneiro e grande parte dos veículos blindados foi transportada por carreta, segundo Bastos, para facilitar a locomoção por maisfreebet como fazer1,4 mil km.
Os veículos foram então descarregados para que desfilassem diante do presidente, passando também nas proximidades do Congresso Nacional — no mesmo diafreebet como fazerque está prevista a votação da propostafreebet como fazeremenda constitucional (PEC) do voto impresso.
O evento com a participaçãofreebet como fazerBolsonaro foi visto por muitos como uma nova ameaçafreebet como fazergolpe e uma demonstraçãofreebet como fazerforça do presidente no diafreebet como fazerque uma pauta especialmente cara a ele seria apreciada no plenário da Câmara.
Mas o comandante da Marinha, almirante Almir Garnier, disse que tratou-sefreebet como fazeruma "coincidência"freebet como fazerdatas.
"Quando se falafreebet como fazertanque na rua, fala-sefreebet como fazeroutra coisa. Tanque na rua é tanque para... Lembra tanque para conter manifestações... Não é nada disso. Houve uma passagemfreebet como fazerum comboio e uma prestaçãofreebet como fazercontas à sociedade, dando visibilidade ao exercício que está sendo conduzido, e tradicionalmente é conduzido", disse Garnier.
A PEC do voto impresso já havia sido rejeitada por uma comissão especial criada especialmente para avaliar esse tema, mas o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), aliadofreebet como fazerBolsonaro. fugiu à regra e decidiu levá-la ao plenário mesmo assim.
No entanto, com a oposição da maioria dos partidos à mudança, a perspectiva erafreebet como fazerque a matéria mais uma vez fosse rejeitada.
A Marinha divulgou nota afirmando que a Operação Formosa não tem relação com a votação da PEC.
Neste ano, pela primeira vez, a operação contará com a participação do Exército e da Força Aérea.
"A Operação Formosa tem o propósito principalfreebet como fazerassegurar o preparo do Corpofreebet como fazerFuzileiros Navais como força estratégica,freebet como fazerpronto emprego efreebet como fazercaráter anfíbio e expedicionário, conforme previsto na Estratégia Nacionalfreebet como fazerDefesa", explicou a Marinha.
Para saber mais sobre os tanques e os veículos blindados e ter um posicionamento oficial sobre esses equipamentos, a BBC News Brasil entroufreebet como fazercontato com a assessoriafreebet como fazerimprensa da Marinha e com o setorfreebet como fazercomunicação dos Fuzileiros Navais, mas não obteve resposta até o fechamento desta reportagem.
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