'Ameaçaesportebet mlgolpe', 'inócuo' e 'ridículo': o que dizem ex-ministros da Defesa sobre desfileesportebet mltanques com Bolsonaro:esportebet ml

Em postagem nas redes sociais na noiteesportebet mlsegunda-feira, Jair Bolsonaro minimizou a visita dos militares, afirmando que a Marinha realiza exercíciosesportebet mlFormosa desde 1988 e que, "como a tropa vem do Rio, Brasília é passagem obrigatória".

Citando os presidentes do "STF, Câmara Federal, Senado, TCU, TSE, STJ, TST", alémesportebet mlparlamentares, o presidente convidou as autoridades para receber "os cumprimentos da Força" na manhãesportebet mlterça-feira.

Para ex-ministros da Defesa ouvidos pela BBC News Brasil, a entrega do convite com presençaesportebet mltanques é uma tentativaesportebet mldemonstraçãoesportebet mlforça do presidente.

'Ameaçaesportebet mlgolpe'

O diplomata e ex-ministro da Defesa Celso Amorim classificou o plano como "um absurdo total" e uma "ameaçaesportebet mlgolpe".

"Para entregar um convite o comandante da Marinha pega o elevador (no Palácio do Planalto) e entrega no 3º andar, acompanhado pelo ministro da Defesa. Não precisaesportebet mlblindado, nada disso", afirma o ex-ministro, que liderou a pasta da Defesa entre 2011 e 2015, sob o governo da então presidente Dilma Rousseff.

"Em um momentoesportebet mlque o presidente sofre pressões e tem constantemente falado coisas antidemocráticas, a notíciaesportebet mlque ele vai participaresportebet mlum evento com tanquesesportebet mlguerra na rua é um absurdo total", afirma Amorim.

"Como comparação, no direito internacional uma demonstraçãoesportebet mlforça já é considerada um atoesportebet mlguerra", diz Amorim.

Bolsonaro participaresportebet mlum ato com tanquesesportebet mlBrasíliaesportebet mlum momentoesportebet mlcrise, diz Amorim, é uma movimentação extremamente grave.

"No momentoesportebet mlque vivemos, os gestos teriam que ser todos medidos para não escalar a crise, mas Bolsonaro faz o contrário, faz uma 'demonstraçãoesportebet mlforça' com tanques na rua. Não permite outra leitura que não uma ameaçaesportebet mlgolpe. É lamentável", diz o ex-ministro.

Amorim diz que espera que o evento não influencie na votação da PEC do voto impresso na Câmara dos Deputados.

"Espero que a Câmara reaja, não aprovando a proposta. Mas eu fico muito preocupado. Não é fácil os deputados se comportaremesportebet mlmaneira autônoma com tanques do ladoesportebet mlfora", afirma.

Em nota publicada na noiteesportebet mlsegunda-feira (9/8), a Marinha afirmou que a "entrega simbólica" do convite "foi planejada antes da agenda para a votação da PEC 135/2019 no Plenário da Câmara dos Deputados, não possuindo relação com a mesma".

Faltaesportebet mlreação

Para Amorim, um evento como o desta terça não significa necessariamente que Bolsonaro tenha maioria entre os militares para um eventual golpe, mas basta que os que não concordam não reajam para que um golpe se concretize.

"Basta que as milícias e a polícias se mobilizem para um golpe e o Exército e a Marinha não façam nada. Pode ser que ele não tenha maioria, mas se a maioria não fizer nada... ", afirma Amorim. "Tenho citado muito aquela fraseesportebet mlEdmund Burke: 'para que o mal prevaleça, basta que os homensesportebet mlbem não façam nada'."

O diplomata afirma ainda que o evento desta terça se torna ainda mais grave diante do fatoesportebet mlque Clubes Militares fizeram manifestações a favor do voto impressoesportebet ml2022.

"Os clubes podem pensar o que quiserem, mas era preciso uma manifestação das Forças Armadas, dizendo que militar não tem que se posicionar sobre esse tipoesportebet mlcoisa", afirma.

"Bolsonaro trata os outros poderes como inimigos e as Forças Armadas como um monarca absoluto, ele fala 'meu exército', e (ao não responder) eles estão aceitando esse tratamento", diz Amorim. "Justo as nossas Forças Armadas, que sempre procuraram dizer que são instituiçõesesportebet mlEstado, agora não estão falando isso."

Efeito desastroso

Ministro da Defesa durante o governoesportebet mlMichel Temer, Raul Jungmann afirma que o efeito do desfileesportebet mlblindados será "desastroso", embora não acredite que ele vá interferir na votação da PEC do voto impresso na Câmara.

"O efeito é desastroso, porque se dáesportebet mlum momentoesportebet mlque o presidente da República vem constrangendo e ameaçando os outros Poderes, particularmente o Supremo Tribunal Federal. Isso vai ser lido tanto internamente quanto externamente como uma demonstraçãoesportebet mlforça", diz Jungmann, que, no entanto, diz que tal demonstração será "inócua".

"Não terá efeito prático nenhum, muito pelo contrário, na votação (da PEC do voto impresso). É inadequado, uma demonstraçãoesportebet mlforça inócua, vazia e que só vai piorar a nossa imagem externamente e agravar as tensões internamente", diz.

Para Jungmann, com o desfile, Bolsonaro quer "criar a ilusão"esportebet mlque tem as Forças Armadas do seu lado. "(Mas) as Forças Armadas estão do lado da Constituição eesportebet mlforma alguma estão disponíveis a alguma aventura autoritária ou antidemocrática", avalia.

O ex-ministro ressalta que a Operação Formosa, evento para o qual o presidente será convidado durante o desfile desta terça, é um treinamento que ocorre há bastante tempo, mas sempreesportebet mlforma fechada ao público.

Jungmann diz que o envioesportebet mlblindados para levar "um simples convite" ao presidente vai acabar voltando mais atenção ao próprio exercício militar, que tem início no dia 16esportebet mlagosto.

'Besteirol'

Já o ex-ministro da Defesa Jaques Wagner (que ocupou o cargoesportebet ml2015 durante o governo Dilma) afirma que a participaçãoesportebet mlBolsonaroesportebet mlum ato com tanques é uma tentativaesportebet mlcontrolar o noticiário.

"Acho que a imprensa deveria dar menos importância ao besteirol que esse senhor promove para se manter no noticiário", afirmou Wagner,esportebet mlnota.

"É ridículo o que ele está fazendo. Deveria virar chacota. Na minha opinião, é melhor ignorá-lo", disse o ex-ministro.

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