'Sem a CoronaVac eu não estaria aqui': o relato pós-covidbetano bonus de boas vindasAna Maria Braga:betano bonus de boas vindas

A morte do artistabetano bonus de boas vindas85 anos serviubetano bonus de boas vindaspretexto para que muitas teorias da conspiração voltassem a circular pelas redes sociais: várias postagens afirmam (sem provas) que as vacinas não prestam. Alguns desses conteúdos falsos atacam diretamente a CoronaVac, desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovacbetano bonus de boas vindasparceria com o Instituto Butantan,betano bonus de boas vindasSão Paulo.

Segundo essa linhabetano bonus de boas vindasraciocínio completamente errada, o que aconteceu Meira seria "a prova"betano bonus de boas vindasque esses produtos não funcionam.

Mas a realidade mostra justamente o contrário: os estudos científicos já nos apontam há meses que as vacinas contra a covid-19 têm uma boa eficácia para barrar os casos mais graves da doença. É claro que elas não são 100% eficazes — como, aliás, nenhum imunizante é, mesmo aqueles que estão disponíveis há décadas para outras enfermidades, como sarampo, gripe e catapora.

Outro ensinamento importante é que todos devem continuar se cuidando com o distanciamento físico e o usobetano bonus de boas vindasmáscaras, até que uma grande porcentagem da população esteja vacinada e a pandemia fique controlada, com númerosbetano bonus de boas vindascasos e mortes bem baixos.

"Enquanto não tivermos uma boa parcela imunizada, não dá pra relaxar nas medidas preventivas", recomenda a médica Isabella Ballalai, vice-presidente da Sociedade Brasileirabetano bonus de boas vindasImunizações (SBIm).

Uma resposta bastante complicada

Independentemente do tipobetano bonus de boas vindastecnologia usada, as vacinas têm um objetivo principal: fazer com que nosso sistema imune seja exposto com segurança a um vírus ou a uma bactéria (ou pedacinhos específicos deles).

A partir desse primeiro contato, que não vai prejudicar a saúde, nossas célulasbetano bonus de boas vindasdefesa geram uma resposta, capazbetano bonus de boas vindasdeixar o organismo preparado caso o agente infecciosobetano bonus de boas vindasverdade resolva aparecer.

Acontece que esse processo imunológico é extremamente complicado e envolve um enorme batalhãobetano bonus de boas vindascélulas e anticorpos. A resposta imune, portanto, pode variar consideravelmente segundo o tipobetano bonus de boas vindasvírus, a capacidadebetano bonus de boas vindasmutações que ele tem, a forma como é desenvolvida a vacina, as condiçõesbetano bonus de boas vindassaúde da pessoa…

No meiobetano bonus de boas vindastodos esses processos, portanto, é muito difícil desenvolver um imunizante que seja capazbetano bonus de boas vindasevitar a infecçãobetano bonus de boas vindassi, ou seja, bloquear a entrada do causador da doença nas nossas células.

"Mesmo nos casosbetano bonus de boas vindasque a vacina não consegue prevenir a infecção, muitas vezes a resposta imune criada a partir dali pode tornar os sintomas menos graves nas pessoas que foram imunizadas, prevenindo assim doenças mais severas e óbitos", diz a epidemiologista Denise Garrett, vice-presidente do Instituto Sabinbetano bonus de boas vindasVacinas, nos Estados Unidos.

Isso ocorre, por exemplo, com as vacinas contra o rotavírus e a gripe: quem as toma pode até se infectar, mas o riscobetano bonus de boas vindasdesenvolver formas mais graves da doença é reduzido consideravelmente.

Ou seja, elas aprimoram e modificam alguns aspectos do sistema imune que não chegam a bloquear a ação do vírus no organismo, mas ao menos impedem que ele se replique numa velocidade muito alta e cause estragos que afetam a saúdebetano bonus de boas vindasforma preocupante.

E esse poderio é valiosíssimo quando pensamosbetano bonus de boas vindastermosbetano bonus de boas vindassaúde pública. Desde 2006, o uso amplo e sistemático do imunizante contra o rotavírus nos Estados Unidos, por exemplo, reduziubetano bonus de boas vindas90% a necessidadebetano bonus de boas vindaslevar crianças ao hospital para tratar infecções relacionadas a esse agente.

Tal raciocínio também se aplica nas campanhas contra a gripe. As pessoas que tomam a dose anual podem até pegar o influenza (o vírus causador dessa doença), mas a probabilidadebetano bonus de boas vindasdesenvolver complicações que exigem internação cai consideravelmente.

E isso é bom para o indivíduo, que não desenvolve esses problemas, e para o sistemabetano bonus de boas vindassaúde, que não fica abarrotadobetano bonus de boas vindaspacientes no outono e no inverno.

Como está a situação na pandemia atual?

Todos os imunizantes contra a covid-19 já disponíveis foram testados para medir a capacidadebetano bonus de boas vindasevitar os casos graves, que estão relacionados ao risco maiorbetano bonus de boas vindashospitalização, intubação e morte.

Os produtos que ganharam o aval das agências regulatórias foram bem-sucedidos nos estudos feitos ao longobetano bonus de boas vindas2020 e 2021. Podemos dizer que eles reduzem significativamente (mas não eliminam) o riscobetano bonus de boas vindasdesenvolver os sintomas mais graves, que exigem tratamentos intensivos.

Alguns, como os da Pfizer/BioNTech e da Moderna, vão além e previnem até a transmissão do vírus, como mostram as campanhasbetano bonus de boas vindasvacinaçãobetano bonus de boas vindasIsrael e nos Estados Unidos.

Mas é preciso reforçar aqui o termo "reduçãobetano bonus de boas vindasriscos": nenhuma vacina é 100% eficaz, e algumas pessoas que recebem as doses podem, infelizmente, desenvolver as formas mais graves da doença ou morrer, como foi o casobetano bonus de boas vindasTarcísio Meira.

E esse risco é ainda maiorbetano bonus de boas vindasmeio ao descontrole pandêmico. Quanto mais o vírus circula numa comunidade, maior o riscobetano bonus de boas vindasas pessoas já vacinadas entrarembetano bonus de boas vindascontato com ele e eventualmente se infectarem.

E foi isso o que provavelmente aconteceu com Meira e muitos dos brasileiros que já receberam as duas doses mas, mesmo assim, pegaram a covid-19: como a transmissão do vírus continua altíssimabetano bonus de boas vindastodo o país, o riscobetano bonus de boas vindasepisódios como esses só aumenta.

Além dos cuidados individuaisbetano bonus de boas vindasprevenção (como o usobetano bonus de boas vindasmáscaras e o distanciamento físico), as autoridades discutem e avaliam também a possibilidadebetano bonus de boas vindasaplicar uma terceira dosebetano bonus de boas vindasalguns indivíduos, especialmente os mais idosos e aqueles com a imunidade comprometida.

Ganho individual ou um bem coletivo?

Quando tomamos uma vacina, sempre pensamosbetano bonus de boas vindasnossa própria saúde: na maioria das vezes, o objetivo é diminuir o riscobetano bonus de boas vindaspegar determinada doença infecciosa. Mas precisamos terbetano bonus de boas vindasmente que o benefício da vacinação vai muito alémbetano bonus de boas vindasnós mesmos. Quando nos protegemos, estamos beneficiando por tabela toda a sociedade.

Afinal, o imunizante pode quebrar as cadeiasbetano bonus de boas vindastransmissãobetano bonus de boas vindasum vírus (quando ele é capazbetano bonus de boas vindasprevenir a infecção) ou diminuir o riscobetano bonus de boas vindassuperlotação dos leitos hospitalares (quando ele minimiza as chancesbetano bonus de boas vindasevolução para os quadros mais graves).

Mas há um detalhe importante nessa história. Esses efeitos positivos só costumam ser sentidos quando uma parcela considerável da população está efetivamente imunizada.

Esse é o cenário que se avizinhabetano bonus de boas vindaslocais como Israel, Estados Unidos e Reino Unido, que já aplicaram as vacinas contra a covid-19betano bonus de boas vindaspraticamente metade dos cidadãos: os registrosbetano bonus de boas vindasóbitos, hospitalizações e atébetano bonus de boas vindascasos nesses locais vêm caindo consideravelmente e já é possível falarbetano bonus de boas vindasum controle da pandemia, apesarbetano bonus de boas vindasas novas variantes do coronavírus representarem uma ameaça a essa possível luz no fim do túnel.

"A vacina é, principalmente, um bem coletivo. E esse impacto individual,betano bonus de boas vindasproteção contra determinada doença ou suas formas mais graves, cresce à medida que uma maior parte da população é vacinada", explica Garrett.

Fica fácil entender isso quando analisamos o que aconteceu com outras doenças. O Brasil só eliminou o sarampo, por exemplo, quando ultrapassou e mantive a marcabetano bonus de boas vindas95% da população imunizada por alguns anos. "Bastou essa cobertura vacinal caísse um pouco para que essa doença voltasse com tudobetano bonus de boas vindas2017 e 2018", lembra Ballalai.

No caso da covid-19, nosso país está ainda muito longebetano bonus de boas vindasobter qualquer avanço significativo no controlebetano bonus de boas vindascasos e mortes. Por ora, cercabetano bonus de boas vindas22% da população está completamente imunizada contra a covid-19, o que ainda é muito pouco do pontobetano bonus de boas vindasvista coletivo. "Ainda temos muito chão pela frente para começarmos a observar uma melhora nesse cenário", destaca a vice-presidente da SBIm.

Só quando essa taxabetano bonus de boas vindasvacinados subir muitos e muitos pontos percentuais (o que só deve acontecer lá para o finalbetano bonus de boas vindas2021 e iníciobetano bonus de boas vindas2022), é que será possível aventar a possibilidadebetano bonus de boas vindasuma imunidade coletiva.

Isso, claro, depende não apenas da entregabetano bonus de boas vindasnovos lotes dos imunizantes, mas também da participação ativabetano bonus de boas vindastodos os brasileiros, que precisam ir aos postosbetano bonus de boas vindassaúde para tomar a primeira e a segunda dose quando forem convocados.

Além disso, estamos num momento bastante delicado da pandemia, e todos nós (vacinados e não vacinados) devemos continuar a respeitar aquelas medidas não farmacológicas, como o distanciamento físico, o usobetano bonus de boas vindasmáscaras (de preferência a PFF2 ou a N95), a lavagembetano bonus de boas vindasmãos e a atenção extra com a circulaçãobetano bonus de boas vindasar pelos ambientes fechados.

Diantebetano bonus de boas vindastodos os fatos e evidências, o que aconteceu com Tarcísio Meira, portanto, não deve ser encarado como motivo para desconfiar ou negar as vacinas, muito pelo contrário. Os episódios só reforçam e confirmam a necessidadebetano bonus de boas vindasque cada um faça abetano bonus de boas vindasparte para que a pandemia seja controlada e possa virar,betano bonus de boas vindasbreve, um assunto restrito às memórias e aos livrosbetano bonus de boas vindashistória.

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