Por que Brasil ainda não pode relaxar usoas melhores apostas onlinemáscaras como os EUA fizeram:as melhores apostas online
Outras partes do mundo que já chegaram a um controle da doença e percentualas melhores apostas onlinevacinados bem maiores do que o Brasil estão discutindo o relaxamento do usoas melhores apostas onlinemáscaras para quem foi imunizado — e mesmo assim tais medidas estão sendo alvoas melhores apostas onlinedebates e críticas por boa parte da comunidade científica.
O Centroas melhores apostas onlineControleas melhores apostas onlineDoenças (CDC) dos Estados Unidos anunciouas melhores apostas onlineabril que pessoas com a vacinação completa podem deixaras melhores apostas onlineusar máscaras na maioria dos lugares — com exceção por exemplo da redeas melhores apostas onlinetransportes, hospitais e prisões. O governo britânico também está conduzindo alguns estudos para avaliar a possível flexibilizaçãoas melhores apostas onlinemedidas preventivas contra a covid-19, incluindo a exigênciaas melhores apostas onlinemáscaras.
"Os Estados Unidos e a Europa começaram a discutir isso com baixos níveisas melhores apostas onlinecontágio, mortes e variantes circulantes. É outra realidade, absolutamente incomparável com o Brasil", diz o médico Estevão Urbano, diretor da Sociedade Brasileiraas melhores apostas onlineInfectologia (SBI).
O médico epidemiologista Antônio Augusto Moura da Silva, professor do Departamentoas melhores apostas onlineSaúde Pública da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), compartilha da perplexidade do colega.
"Lá fora, a decisão foi tomada baseada na alta eficácia das vacinas, uma cobertura vacinal que já chegou a 50%, e a circulação viral baixa. Há um controle muito maior do que o nosso. No Brasil, a doença está solta", diz Silva, acrescentado que a medida anunciada pelo presidente "não faz sentido do pontoas melhores apostas onlinevista técnico".
Vamos aos indicadores citados pelos médicos.
'Doença solta': alta mortalidade, contágio e circulaçãoas melhores apostas onlinevariantes
Nesta quinta-feira (10), o Brasil registrou uma médiaas melhores apostas online1.804 mortes diárias pela covid-19 na última semana. É um número abaixo do recorde já registrado nesse indicador — média móvelas melhores apostas online3.124 óbitos, registradoas melhores apostas online12as melhores apostas onlineabrilas melhores apostas online2021 —, masas melhores apostas onlineum patamar nunca atingidoas melhores apostas online2020, o primeiro ano da pandemia.
O mais recente Boletim Observatório Covid-19, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), publicado no dia 9, afirmou que a pandemia no Brasil "se configura comoas melhores apostas onlinealto risco", com ligeira queda no númeroas melhores apostas onlineóbitos, mas manutenção da transmissão do vírus e taxaas melhores apostas onlineocupaçãoas melhores apostas onlineleitos muito elevada na maioria dos Estados e capitais: "Vinte estados e o Distrito Federal, bem como 17 capitais, encontram-se com taxasas melhores apostas onlineocupação iguais ou superiores a 80%."
A taxaas melhores apostas onlinetransmissão do vírus no país também teve uma ligeira queda, segundo a universidade Imperial College. Ela estáas melhores apostas online0,99, e há duas semanas, eraas melhores apostas online1,02. Quando essa taxa é maior do 1, significa que o vírus está se espalhandoas melhores apostas onlinemaneira exponencial, mas a pandemia só é considerada controlada quando o índice é mantido abaixoas melhores apostas online1 por algumas semanas — o que não foi atingido pelo Brasil ainda. Ainda há também vários Estados com taxa acimaas melhores apostas online1.
Soma-se a esses fatores preocupantes a circulaçãoas melhores apostas onlinevariantes no país.
"O Brasil tem particularmente hoje infecções por variantes. Elas representamas melhores apostas online85 a 90% das novas infecções", aponta Estevão Urbano, da SBI.
O presidente Bolsonaro afirmou que seu governo estuda desobrigar o usoas melhores apostas onlinemáscaras entre pessoas que já tiveram a infecção ou que já foram vacinadas. Os fatores acima mencionados influenciariamas melhores apostas onlineambos os casos.
No primeiro, uma pessoa que já teve covid-19 e deixaas melhores apostas onlineusar máscara,as melhores apostas onlineum cenárioas melhores apostas onlinecirculação significativa do vírus e suas variantes, está sujeita à reinfecção — e potencial transmissão a outras pessoas.
"A gente sabe que ter tido covid diminui a probabilidade mas não elimina o riscoas melhores apostas onlineter a doençaas melhores apostas onlinenovo. E a gente já sabe que a variante P.1 é capazas melhores apostas onlinereinfectar quem já foi infectado. Existem estimativasas melhores apostas onlineque no surtoas melhores apostas onlineManaus do fim do ano, e início do atual, cercaas melhores apostas online30% das infecções com a P.1eram reinfecções", aponta Antônio Augusto Moura da Silva.
"Todo mundo que está infectado corre o riscoas melhores apostas onlinetransmitir. E há os assintomáticos, que têm riscoas melhores apostas onlinemenoras melhores apostas onlinetransmitir, mas podem transmitir", lembra o epidemiologista, acrescentando que o usoas melhores apostas onlinemáscaras no Brasil hoje já deixa a desejar entre a população.
Baixa cobertura vacinal
O CDC flexibilizou o usoas melhores apostas onlinemáscaras depois que cercaas melhores apostas onlinemetade dos americanos recebeu a primeira dose da vacina. Até 19as melhores apostas onlinemaio, cercaas melhores apostas online37% da população dos EUA tinha recebido a vacinação completa, e cercaas melhores apostas online60% dos adultos americanos, pelo menos a primeira dose.
Já no Brasil, segundo um consórcioas melhores apostas onlineveículosas melhores apostas onlineimprensa a partiras melhores apostas onlinedados das secretarias estaduaisas melhores apostas onlineSaúde, 11% da população recebeu a imunização completa, e 24,9% ao menos a primeira dose.
Os médicos entrevistados pela BBC News Brasil lembram que as vacinas administradas no Brasil, principalmente a CoronaVac, a mais numerosa no país, têm percentuais altosas melhores apostas onlineproteção contra gravidade e mortalidade pela covid-19. Já a margemas melhores apostas onlineproteção contra a infecção é menor, então mesmo vacinadas, é previsto que um número importanteas melhores apostas onlinepessoas ainda vá ter a doença.
Por isso, desobrigá-las a usar a máscara seria mais uma vez imprudente.
"Você tem uma parcela importanteas melhores apostas onlinevacinados que ainda pode se infectar e transmitir. Liberar a ausênciaas melhores apostas onlinemáscara para esses grupos vai facilitar muito a perpetuação da circulação viral, isso não vai acabar nunca", diz Estevão Urbano. "E tem também a questãoas melhores apostas onlinequal é a eficácia da vacina contra as variantes."
"Não tem a mínima chance dessa ser uma medida embasada cientificamente", completa o infectologista.
Discussões no exterior
Os especialistas acrescentam que, no exterior, autoridades e cientistas estão começando a testar na vida real a validade da ideiaas melhores apostas online"imunidade coletiva", conhecida também comoas melhores apostas onlinerebanho — quando o númeroas melhores apostas onlinepessoas com imunidade contra um patógeno chega a um patamar tal que a doença é controlada.
Isso porque alguns países estão atingindo um número considerávelas melhores apostas onlinepessoas vacinadas eas melhores apostas onlinebaixa circulação do vírus, uma oportunidade para verificar a hipótese da imunidade coletiva.
Os que chegaram lá, como os EUA, também estão lidando com problemas práticos. Por exemplo, como saber se um cliente ao seu lado no supermercado realmente tomou as duas dosesas melhores apostas onlinevacina, ou simplesmente deixouas melhores apostas onlineusar a máscara por outro motivo, mesmo não imunizado?
Autoridades americanas afastaram a propostaas melhores apostas onlineum "passaporteas melhores apostas onlinevacina" para provar a imunizaçãoas melhores apostas onlineuma pessoa, argumentando que isso representaria uma violaçãoas melhores apostas onlineprivacidade.
Com isso, governos e empresas locais estão decidindo se e como vão exigir alguma formaas melhores apostas onlinecomprovação. Redes importantes, como Walmart e Target, têm permitido que os clientes fiquem sem máscara sem este requisito. Já alguns shows e eventos têm sim exigido o históricoas melhores apostas onlinevacinação.
Há também a preocupaçãoas melhores apostas onlineque o relaxamento com a máscara gere um sentimentoas melhores apostas onlineliberação geral, incluindo outras medidas preventivas contra o coronavírus.
"Pode haver uma interpretação equivocada ou uma sensaçãoas melhores apostas onlineliberdade do tipo 'não preciso fazer nada disso'", afirmou à BBC Gabor Kelen, chefe do departamentoas melhores apostas onlinemedicinaas melhores apostas onlineemergência da Universidade Johns Hopkins, nos EUA.
"Mas acho que o CDC percebeu que, se não adotassem medidas que parecessem razoáveis para as pessoas, eles meio que perderam a influência nas regras fazem sentido."
"Se as regras não fizerem sentido, as pessoas não seguirão mais o que o CDC diz", completou Kelen.
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