Agrotóxico mais usado do Brasil está associado a 503 mortes infantis por ano, revela estudo:betesporte cassino

Máquina pulveriza agrotóxico sobre uma plantação

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Glifosato aplicado na culturabetesporte cassinosoja contamina rios e afeta nascimentos, demonstram pesquisadoresbetesporte cassinoPrinceton, FGV e Insper

Isso representa um totalbetesporte cassino503 mortes infantis a mais por ano associadas ao uso do glifosato na agriculturabetesporte cassinosoja.

"Há uma preocupação muito grande quanto aos efeitos dos herbicidas sobre populações que não são diretamente envolvidas com a agricultura, que não estão diretamente expostas aos agrotóxicos", observa Rodrigo Soares, professor titular da Cátedra Fundação Lemann do Insper e um dos autores do estudo, ao ladobetesporte cassinoMateus Dias (Princeton) e Rudi Rocha (FGV).

"Apesar dessas substâncias estarem presentes no corpobetesporte cassinomaisbetesporte cassino50% da população ocidental, não sabemos se isso é danoso ou não", acrescenta o pesquisador.

"Nosso artigo é um dos primeiros a mostrarbetesporte cassinoforma crível que isso deve serbetesporte cassinofato uma preocupação, ao demonstrar a contaminação através dos cursosbetesporte cassinoáguabetesporte cassinoáreas distantes das áreasbetesporte cassinouso,betesporte cassinouma maneira que nunca havida sido feita anteriormente."

Embalagem do agrotóxico Roundup

Crédito, AFP

Legenda da foto, Monsanto lançou o glifosato no mercadobetesporte cassino1974, sob o nome comercial Roundup

A Bayer, dona desde 2018 da Monsanto - empresa que lançou o glifosato no mercadobetesporte cassino1974, sob o nome comercial Roundup - avalia os resultados do estudo como "não confiáveis e mal conduzidos" e diz que a segurançabetesporte cassinoseus produtos é a maior prioridade da companhia.

A Aprosoja (Associação Brasileira dos Produtoresbetesporte cassinoSoja), porbetesporte cassinovez, afirma que "as conclusões apontadas no estudo não parecem serem sustentadas com os fatos científicos e realidade constatada na prática da agricultura brasileira".

Por fim, a CropLife Brasil, uma das entidades que representam o setorbetesporte cassinodefensivos agrícolas no país, destacoubetesporte cassinonota que "há maisbetesporte cassino40 anos, o glifosato tem passado por extensos testesbetesporte cassinosegurança, incluindo 15 estudos para avaliar a toxicidade potencial para o desenvolvimento humano e 10 estudos para avaliar a toxicidade reprodutiva potencial".

"As autoridades regulatórias no Brasil, na Europa, nos EUA ebetesporte cassinotodo o mundo revisaram esses estudos e concluíram que o glifosato não representa risco para o desenvolvimento humano ou reprodução humana", afirma a organização.

O uso do glifosato no Brasil

Herbicida mais utilizado no mundo atualmente, o glifosato foi descoberto pela Monsantobetesporte cassino1970. O defensivo é usado para eliminaçãobetesporte cassinoervas daninhas na agricultura, agindo através do bloqueiobetesporte cassinouma enzima que faz parte da síntesebetesporte cassinoaminoácidos essenciais para o desenvolvimento das plantas.

O glifosato é um herbicida não-seletivo, ou seja, mata a maioria dos vegetais. Por conta disso, seu uso na agricultura se popularizou associado a culturas geneticamente modificadas para resistir ao princípio ativo.

É o caso da soja transgênica, comercializada pela Monsanto sob o nomebetesporte cassinoRoundup Ready, justamente por ser resistente ao glifosato, vendido pela empresa com o nomebetesporte cassinoRoundup. Desde 2000, no entanto, a patente do glifosato expirou, e atualmente o produto é oferecido por diversos fabricantes, sob diferentes nomes comerciais.

A soja geneticamente modificada foi primeiro comercializada pela Monsanto nos Estados Unidosbetesporte cassino1996.

Gráfico mostra o forte aumento da produtividade da produçãobetesporte cassinosoja no Brasil a partirbetesporte cassino2004

No Brasil, uma primeira autorizaçãobetesporte cassinouso foi concedidabetesporte cassino1998, mas foi quase imediatamente suspensa pela Justiça. Em 2003, o governo concedeu uma autorizaçãobetesporte cassinocomercialização temporária, definindo, porém, a incineração das sementes remanescentes para evitarbetesporte cassinoreutilização no ano seguinte.

Em setembro daquele ano, uma medida provisória permitiu aos produtores reutilizar as sementes e,betesporte cassinooutubrobetesporte cassino2004, a concessão temporáriabetesporte cassinovenda foi renovada. Por fim,betesporte cassinomarçobetesporte cassino2005, a Leibetesporte cassinoBiossegurança autorizou permanentemente a produção e venda das sementesbetesporte cassinosoja transgênicas.

O uso da soja geneticamente modificada se propagou rapidamente pelo Brasil a partirbetesporte cassino2004, representando 93% da área plantada do grãobetesporte cassinomeados da décadabetesporte cassino2010, segundo dados do Departamentobetesporte cassinoAgricultura dos Estados Unidos (USDA, na siglabetesporte cassinoinglês), citados pelo estudo dos pesquisadoresbetesporte cassinoPrinceton, FGV e Insper.

Junto ao ganhobetesporte cassinoprodutividade da culturabetesporte cassinosoja, o usobetesporte cassinoglifosato cresceu fortemente no país, mais do que triplicandobetesporte cassinovolume entre 2000 e 2010,betesporte cassino39,5 mil toneladas para 127,6 mil toneladas.

Gráfico mostra o forte aumento das vendasbetesporte cassinoglifosato no Brasil entre os anos 2000 e 2010

Diferenças entre o Brasil e outros países

Na União Europeia, desde 2015, há um amplo debate sobre a possibilidadebetesporte cassinoproibição do uso do glifosato, após um relatório da Agência Internacionalbetesporte cassinoPesquisabetesporte cassinoCâncer (Iarc, na siglabetesporte cassinoinglês) daquele ano ter classificado a substância como "provável carcinógeno humano", ou seja, como possível agente causadorbetesporte cassinocâncer.

Nos Estados Unidos, a Bayer já desembolsou bilhõesbetesporte cassinodólaresbetesporte cassinoacordos para encerrar processos judiciais quanto a acusaçõesbetesporte cassinoque o glifosato provoca câncer.

"Na União Europeia, ao contrário do Brasil, o registro dos agrotóxicos sempre tem um tempo determinado. Aqui, quando um agrotóxico é registrado, esse registro é eterno, até que ele eventualmente venha a ser questionado", explica Alan Tygel, membro da coordenação nacional da Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida.

Na Europa, atualmente, a autorização do uso do glifosato vale até dezembrobetesporte cassino2022. A Áustria se tornou o primeiro país da região a banir o produto,betesporte cassino2019, enquanto a Alemanha planeja prescindir do herbicida a partirbetesporte cassino2024.

Numa manifestação, um grande cartaz diz "Chegabetesporte cassinoglifosato, torne-se vegano"

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Protesto na Alemanhabetesporte cassino2019 foi umbetesporte cassinomuitos realizados na Europa contra o uso do glifosato

Outra diferença importante, segundo o ativista, diz respeito ao valor máximo permitidobetesporte cassinoconcentração do agrotóxico na água, para que ela seja considerada adequada para consumo humano.

"A água brasileira pode ser considerada potável contendo até 500 microgramasbetesporte cassinoglifosato por litro, enquanto a água da União Europeia pode ter no máximo 0,1 microgramabetesporte cassinoglifosato", destaca Tygel. "Então, o limite brasileiro é 5.000 vezes maior do que o limite da União Europeia."

Não bastassem essas diferenças regulatórias já existentes, o agronegócio brasileiro tem pressionado nos últimos anos pela aprovação no Congresso do Projetobetesporte cassinoLei 6.299/2002, que flexibiliza as regras para fiscalização e aplicação dos agrotóxicos. O projeto foi apelidado por ambientalistasbetesporte cassino"PL do Veneno".

Além disso, houve dentro do governo federal uma mudança na correlação entre as forças contrárias e favoráveis ao uso dos agrotóxicos.

"Até 2016, havia dentro do governo um certo balançobetesporte cassinoforças entre o agronegócio, a agricultura familiar e as políticas públicasbetesporte cassinoincentivo à agroecologia", avalia o membro da campanha contra os agrotóxicos.

"A partir daquele ano, uma das primeiras ações do governo Michel Temer [MDB] foi acabar com o Ministério do Desenvolvimento Agrário, que desenvolvia essas políticasbetesporte cassinoagricultura orgânica. Desde então, observamos um aumento exponencial no númerobetesporte cassinoregistrosbetesporte cassinoagrotóxicos", diz o ativista.

Somentebetesporte cassino2020, o Brasil aprovou o registrobetesporte cassino493 agrotóxicos, maior número já documentado pelo Ministério da Agricultura, que compila esses dados desde 2000.

Glifosato e mortalidade infantil

Os autores do estudo "Down the River: Glyphosate Use in Agriculture and Birth Outcomes of Surrounding Populations" ("Rio Abaixo: Usobetesporte cassinoGlifosato na Agricultura e Desfechosbetesporte cassinoNascimento nas Populações do Entorno",betesporte cassinotradução livre) contam que decidiram estudar a relação entre o pesticida e a mortalidade infantil devido ao acalorado debate quanto ao usobetesporte cassinosementes geneticamente modificadas ebetesporte cassinocombinação com herbicidas.

"Achávamos que o debate era muito apaixonado e muito desinformado", diz Rodrigo Soares, do Insper. "Então nos demos contabetesporte cassinoque a expansão da soja transgênica no Brasil, principalmente no Centro-Oeste e no Sul, como foi muito rápida e muito marcada depois da introdução das sementes modificadas, poderia ser um contexto interessante para análise."

A mudança regulatória que permitiu o uso das sementesbetesporte cassinosoja transgênicas no Brasil gerou o que se chamabetesporte cassinoeconomiabetesporte cassinoum "experimento natural" - um evento provocado por causas externas, que muda o ambiente no qual indivíduos, famílias, empresas ou cidades operam, e que possibilita a comparação entre grupos afetados e não afetados por esse acontecimento.

"Uma preocupação que existia é que pudesse haver contaminação da água, pois estudos toxicológicos nos Estados Unidos, Argentina e Brasil detectavam a presençabetesporte cassinoglifosatobetesporte cassinorios, masbetesporte cassinoforma pontual, não sistemática", conta Soares.

"Para avaliar isso, usamos informações sobre as bacias hidrográficas no país e a posição relativa dos municípios - acima ou abaixobetesporte cassinoáreasbetesporte cassinouso intensivobetesporte cassinoglifosato", explica o pesquisador.

"Foi uma formabetesporte cassinoentender como a expansão do usobetesporte cassinosoja transgênica e do glifosato num determinado município poderia afetar os municípios que recebem água que passa por essa região onde se faz uso do agrotóxico."

Ultrassonografiabetesporte cassinoum bebê no útero

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Legenda da foto, Uso do glifosato na agriculturabetesporte cassinosoja está associado a 503 mortes infantis adicionais por ano, segundo o estudo

O que os pesquisadores fizeram então foi analisar, para o período entre 2004 e 2010, quando ocorreu a maior expansão da produçãobetesporte cassinosoja transgênica no Brasil e o uso do glifosato triplicou, as estatísticasbetesporte cassinonascimento desses municípios "rio abaixo"betesporte cassinoáreasbetesporte cassinouso intensivo do herbicida.

"O que demonstramos é que há uma deterioração nas condiçõesbetesporte cassinosaúde ao nascer nesses municípios rio abaixo dos municípios que expandiram a produçãobetesporte cassinosoja", diz o professor do Insper.

Dentro dessa deterioração nas condiçõesbetesporte cassinosaúde ao nascer estão: maior probabilidadebetesporte cassinobaixo peso ao nascer, maior probabilidadebetesporte cassinonascimentos prematuros e - o mais grave - aumento da mortalidade infantil.

"Produzimos também uma sériebetesporte cassinooutras análises empíricas para mostrar que isso estavabetesporte cassinofato associado à água e que issobetesporte cassinofato parece estar associado à expansão da soja."

Isolando o efeito do glifosato

Por exemplo, comparando os dados dos municípios "rio abaixo", com municípios "rio acima" - que portanto não recebem a água que passou por áreasbetesporte cassinouso do glifosato - os pesquisadores constatam que os municípios "rio acima" não são afetados por essa piora das estatísticasbetesporte cassinonascimento.

Os pesquisadores também demonstram que os efeitos negativos sobre os resultadosbetesporte cassinosaúde ao nascer são particularmente fortes para gestações mais expostas ao períodobetesporte cassinoaplicação do glifosato, que no Brasil tipicamente ocorre entre outubro e março, posto que a soja é plantada no país entre outubro e janeiro.

A piora nos dadosbetesporte cassinonascimento também é maior quando chove mais na temporadabetesporte cassinoaplicação do glifosato, mostram os pesquisadores ao cruzar as estatísticasbetesporte cassinosaúde com dados pluviométricos, o que estábetesporte cassinoacordo com a ideiabetesporte cassinoque uma quantidade maior do produto chega aos rios quando a erosão do solo pela chuva é mais significativa.

Mateus Dias, doutorando da universidadebetesporte cassinoPrinceton e coautorbetesporte cassinoSoares no estudo, explica ainda a opção por analisar municípios rio abaixo e rio acima,betesporte cassinovez dos municípios que aplicam o glifosatobetesporte cassinosi.

"O glifosato quando utilizado tem um impacto na produtividade da soja, isso pode acabar afetando a mortalidade infantil naquele município por outros caminhos, por exemplo, a maior produtividade pode gerar uma maior renda e isso diminuir a mortalidade infantil", afirma.

Os pesquisadores também avaliaram se a expansão da soja afetou a erodibilidade do solo devido ao avanço da agricultura sobre áreasbetesporte cassinofloresta.

"Mostramos que isso não aconteceu, pois essas áreas que começaram a plantar soja parecem ter sido antes pastagens, então não houve mudança radical na vegetação e, por consequência, não houve mudança significativa na erodibilidade do solo", relata Dias.

Logotipo da Bayerbetesporte cassinouma planta industrial

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Para a Bayer, 'as descobertas equivocadas da publicação derivambetesporte cassinouma combinaçãobetesporte cassinosuposições imprecisas'

Setor agro contesta resultados

A BBC News Brasil encaminhou o estudo realizado por Dias, Rocha e Soares para a Bayer, a Aprosoja e a CropLife Brasil para que a fabricante do herbicida, a associação do setor sojicultor e a entidade representativa da indústriabetesporte cassinodefensivos agrícolas comentassem os resultados.

A Bayer afirmou, atravésbetesporte cassinosua assessoriabetesporte cassinoimprensa, que "as descobertas equivocadas da publicação derivambetesporte cassinouma combinaçãobetesporte cassinosuposições imprecisas e uma coleçãobetesporte cassinoresultadosbetesporte cassinoestudos não confiáveis e mal conduzidos".

"As conclusões dos autores são inconsistentes com o consenso expressivo entre as principais autoridadesbetesporte cassinosaúdebetesporte cassinotodo o mundo, incluindo a Anvisa, autoridade sanitária no Brasil,betesporte cassinoque o glifosato não causa danos ao desenvolvimento ou à reprodução humana", afirmou a atual dona da Monsanto.

Já a Aprosoja afirmoubetesporte cassinonota que diversos estudos mostram que o glifosato é facilmente degradado quandobetesporte cassinocontato com solosbetesporte cassinocarga variável, óxidosbetesporte cassinoalumínio, ferro e da degradação microbiana.

"Ou seja, as referências que estabelecem o nexobetesporte cassinocasualidade apontada pelos pesquisadores não foram obtidas no Brasil, pois os solos tropicais brasileiros apresentam elevada carga variável, possuem elevados teoresbetesporte cassinoalumínio e ferro e, com as técnicasbetesporte cassinoplantio como o plantio direto,betesporte cassinomicrobiolizaçãobetesporte cassinosementes, entre outras, os solos brasileiros são ricosbetesporte cassinouma biomassa ativa, ou seja, uma elevada atividade microbiana", argumenta a associação agrícola.

A Aprosoja também critica a correlação feita pelos pesquisadores entre o que chamabetesporte cassino"possíveis danos" com a soja resistente ao glifosato.

"Novamente, os autores se esqueceram ou apenas não sabem ao certo o que querem responder pois, além da soja, diversas culturas utilizam o glifosato no controlebetesporte cassinoervas daninhas", argumenta a entidade.

A CropLife Brasil destaca que os agrotóxicos utilizados no país passam por aprovaçãobetesporte cassinotrês instâncias diferentes - Anvisa, Ibama e Ministério da Agricultura; que os três órgãos analisam estudosbetesporte cassinodestino ambiental, toxicológicos ebetesporte cassinoresíduos que seguem metodologias internacionaisbetesporte cassinoqualidade; e quebetesporte cassinocada um desses registros é preciso apresentar testes e estudos realizadosbetesporte cassinolaboratórios certificadosbetesporte cassinoboas práticas, que devem ser conduzidosbetesporte cassinoacordo com os protocolos da OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico).

Resultados do estudo podem contribuir para melhora da regulação

Segundo os pesquisadores, o objetivo do estudo não é "demonizar" o glifosato, mas contribuir para uma melhora das políticas públicasbetesporte cassinoregulação do uso dos agrotóxicos no país.

"Sabemos o que significou, ao longo da história humana, o usobetesporte cassinosubstâncias agrícolasbetesporte cassinogeral - os fertilizantes, os herbicidas, os pesticidas. Elesbetesporte cassinofato possibilitaram uma revoluçãobetesporte cassinotermosbetesporte cassinoprodução agrícola e, no resultado líquido, eu acredito que o efeito foi muito positivo", afirma Soares, do Insper.

"Só temos a produção que temos hoje, com seu impacto sobre o preço dos alimentos e sobre as populações envolvidas com a agricultura que se beneficiam dos ganhosbetesporte cassinoprodutividade, por causa dessas substâncias", acrescenta.

"Isso não quer dizer que não devamos estar atentos aos potenciais efeitos negativos", afirma, defendendo mudanças nas regulaçõesbetesporte cassinouso e manejo dos agrotóxicos ebetesporte cassinoproteção dos cursosbetesporte cassinoágua e lençóis freáticos.

Alan Tygel, da Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida - criadabetesporte cassino2011 e composta por maisbetesporte cassinouma centenabetesporte cassinomovimentos sociais, entidades sindicais ebetesporte cassinoclasse, ONGs, cooperativas, universidades e instituiçõesbetesporte cassinopesquisa -, tem uma opinião mais radical sobre o tema.

"Consideramos que o objetivo central ébetesporte cassinofato acabar com o uso dessas substâncias, especialmente porque hoje não resta dúvida quanto à capacidade técnicabetesporte cassinoproduçãobetesporte cassinoalimentos sem o usobetesporte cassinoagrotóxicos químicos e sintéticos", argumenta o ativista.

Segundo ele, as propostas da campanha estão contidas num projetobetesporte cassinolei (PL 6670/2016), que institui uma Política Nacionalbetesporte cassinoReduçãobetesporte cassinoAgrotóxicos, com medidas que incluem desde a proibição da pulverização aérea, passando pelo apoio estatal à agroecologia, até a proibiçãobetesporte cassinoagrotóxicos proibidosbetesporte cassinoseus paísesbetesporte cassinoorigem e o fim das isenções fiscais para agrotóxicos.

"Vamos lutar por cada pequeno ganho que a gente possa ter, pois sabemos que cada percentual a menosbetesporte cassinoagrotóxico que seja usado são vidas que estão sendo salvas", afirma Tygel.

"Mas sabemos que não existe coexistência possível entre produção orgânica e o uso massivobetesporte cassinoagrotóxicos. O caminho que vislumbramos ébetesporte cassinoum modelobetesporte cassinoprodução que possa ser adotado nacionalmente totalmente livrebetesporte cassinoagrotóxicos e transgênicos."

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