Por que falaroleta de coisasBolsonaro sobre Petrobras abriu nova crise para o presidente:roleta de coisas

roleta de coisas Após reafirmar que faria "mudanças" na Petrobras diante dos reajustes no preço dos combustíveis, o presidente Jair Bolsonaro anunciou nesta sexta (19/02) a substituição do atual presidente da companhia, Roberto Castello Branco, pelo general Joaquim Silva e Luna.

Bolsonaro já havia criticado a empresa na quinta, durante uma live nas redes sociais, chamandoroleta de coisas"excessivos" e "fora da curva" os aumentos anunciados horas antes pela estatal, que segue uma políticaroleta de coisaspreços baseada no mercado internacional.

A gasolina e óleo diesel ficaram, respectivamente, R$ 0,23 e R$ 0,34 mais caros — o litro nas refinarias passou a custar R$ 2,48 no caso do primeiro e, no do diesel, R$ 2,58. Ao comunicar o reajuste, a Petrobras afirmou que ele "é fundamental para garantir que o mercado brasileiro siga sendo suprido sem riscosroleta de coisasdesabastecimento pelos diferentes atores responsáveis pelo atendimento às diversas regiões brasileiras".

Bolsonaro chegou a dizer na sexta,roleta de coisasvisita à cidaderoleta de coisasSertânia,roleta de coisasPernambuco, que "jamais" interferiria "nesta grande empresa e naroleta de coisaspolíticaroleta de coisaspreços, mas o povo não pode ser surpreendido com certos reajustes".

Os comentários do presidente foram mal recebidos pelo mercado: as ações da empresa na bolsa fecharam o pregãoroleta de coisasquedaroleta de coisasquase 8%, ainda antes do anúncio do militar como substitutoroleta de coisasCastello Branco.

O mau humor se deveroleta de coisasparte à experiência recenteroleta de coisasinterferência do governo na estatal.

Entre 2011 e 2015, durante a gestão Dilma Rousseff (PT), a variação dos preços internacionais era repassadaroleta de coisasforma defasada aos combustíveis no país, um mecanismo usado para tentar segurar o aumento da inflação.

Quando a conjuntura externa era desfavorável, a Petrobras chegou a importar combustível mais caro e vendê-lo mais barato no mercado interno.

Essa diferença gerou uma sérieroleta de coisasprejuízos para o caixa a estatal — uma conta que passouroleta de coisasR$ 75 bilhões no fimroleta de coisas2014. A política orientada para o controle da inflação é apontada como uma das principais responsáveis pelo alto nívelroleta de coisasendividamento da Petrobras no período, que chegou a US$ 124 bilhões.

Políticaroleta de coisaspreços

Desde 2016 a Petrobras orientaroleta de coisaspolíticaroleta de coisaspreços pelo Preçoroleta de coisasParidade Internacional (PPI), que levaroleta de coisasconsideração a cotação do barrilroleta de coisaspetróleo e o câmbio.

Quando foi estabelecida, os preços chegaram a variar quase que diariamente, seguindo a flutuação do mercado internacional. Em setembroroleta de coisas2018, às vésperas da eleição daquele ano, esses reajustes passaram a ser quinzenais. E,roleta de coisasmeadosroleta de coisas2019, deixaramroleta de coisaster prazo fixo, passando a depender da avaliação da companhia sobre as condiçõesroleta de coisasmercado e o ambiente externo.

A fórmula usada pela Petrobras para calcular a relação entre os preços praticados pela empresa no Brasil e o mercado internacional não é conhecida, abrindo a possibilidade para uma sérieroleta de coisasdiferentes projeções sobre o futuro dos preços.

Independentemente do valor exato, analistas ouvidos recentemente pela BBC News Brasil destacaram que os preços internos estão defasados e, por isso, o caminho esperado seriaroleta de coisasmais reajustes para cima.

A expectativa éroleta de coisasvalorização do barril do petróleo, diante da previsãoroleta de coisasmanutenção da oferta restrita pela Opep (Organizaçãoroleta de coisasPaíses Exportadoresroleta de coisasPetróleo) e pela Rússia e do crescimento projetado da economia mundial, com o avanço da vacinação contra a covid-19. A incerteza com relação ao dólar no Brasil, diante do desequilíbrio das contas públicas nacionais, também foi um fator apontado como combustível para novas altas nos preços.

Inflação ao consumidor

O percentualroleta de coisasreajuste da gasolina e do diesel nas refinarias não chega integralmente ao consumidor. Isso porque o preço ao consumidor é formado pelo valor nas refinarias, pelos impostos federais Cide e Pis/Cofins, o estadual ICMS e pelas margensroleta de coisaslucro da distribuidora e da revenda.

Assim, um mesmo reajusteroleta de coisasR$ 0,10, por exemplo, representa um percentual maiorroleta de coisasvariação no preço da refinaria, que é mais baixo, do que no preço na bomba, que é mais alto devido a todos esses itens adicionais.

A consultoria Triad Research, que coleta dadosroleta de coisaspostosroleta de coisasrevendaroleta de coisascombustíveis, estima que a gasolina comum fechou janeiro a um preço médioroleta de coisasR$ 4,870 por litro para os consumidores, comparado a R$ 4,714 ao fimroleta de coisasdezembro, um aumentoroleta de coisas3,3%.

Já o diesel S10 estavaroleta de coisasR$ 3,905roleta de coisas31roleta de coisasjaneiro, ante R$ 3,838 no último diaroleta de coisas2020, altaroleta de coisas1,7%.

Durante a transmissão da live na quinta, o presidente afirmou que o governo federal vai zerar os impostos federais sobre o diesel por dois meses a partirroleta de coisasmarço. Conforme os dados disponibilizados pela Petrobras para o diesel S-10 e coletados entre 31roleta de coisasjaneiro e 6roleta de coisasfevereiro, esses impostos respondem por cercaroleta de coisas9% do preço do combustível.

O governo tem sido pressionado há meses por caminhoneiros insatisfeitos com o valor pago pelo diesel na bomba. A categoria já chegou a ameaçar uma greve.

Ao afirma que "algo vai acontecer" na estatal, Bolsonaro disse ainda que "exigiria e cobraria transparênciaroleta de coisastodos aqueles que eu tive a responsabilidaderoleta de coisasindicar".

Nos bastidores, entendeu-se que as críticas do presidente eram direcionadas ao presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco.

Impacto além dos motoristas

No Brasil, a gasolina pesa diretamente no bolso do consumidorroleta de coisasclasse média que tem carro e dos trabalhadores que dependemroleta de coisasveículos automotores para seu sustento, como motoristasroleta de coisasaplicativos e entregadores.

Mas o impacto vai muito alémroleta de coisasquem enche a tanque nos postos.

O diesel pesa no freteroleta de coisastodos os produtos transportados por rodovias — o principal modal usado no Brasil. Um custoroleta de coisastransporte mais caro é, viaroleta de coisasregra, repassado aos preços finais e quem paga a conta são os consumidores.

Ele também influencia o preço do transporte público. Cercaroleta de coisas30% do custo da passagem do ônibus urbano, principal meioroleta de coisastransporte no Brasil e com peso relevante no orçamento das famíliasroleta de coisasbaixa renda, é derivado do preço do diesel.

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