Prestes a deixar o Brasil, Ford liderou estiloapostas feitasvida que vem sendo abandonado pelas novas gerações:apostas feitas

Visita à fábricaapostas feitasSP,apostas feitas1922

Crédito, Divulgação/Ford

Legenda da foto, Após 102 anos no Brasil, Ford decidiu interromper a produção no país; imagem mostra visita à fábricaapostas feitasSão Paulo,apostas feitas1922

Após 102 anos no país, a multinacional americana decidiu interromper a produção no Brasil, que passará a importar automóveis da Argentina e do Uruguai. Com o fechamento das suas três fábricas no país (Camaçari-BA, Taubaté-SP e Horizonte-CE), cercaapostas feitas5 mil trabalhadores serão demitidos e a maioria das 350 concessionárias da marca deixaráapostas feitasexistir. Oficialmente, os motivos para a decisãoapostas feitassair do Brasil foram a "continuidade do ambiente econômico desfavorável" e "pressão adicional causada pela pandemia"apostas feitascovid-19, mas aapostas feitasperdaapostas feitascompetitividade no Brasil — um país onde a montadora chegou a fundarapostas feitas1928 uma cidade no interior do Pará, a Fordlândia, para explorar as seringueiras que abasteceriam suas fábricas com borracha — é apontada por analistas como o principal motivo para jogar a toalha.

Nos últimos cinco anos, a companhia perdeu espaço no país para as asiáticas Hyundai e Toyota:apostas feitasparticipação nas vendas caiu 10,4%apostas feitas2015 para 7,1%apostas feitas2020. Em 2019, anunciou o fechamento daapostas feitasfábricaapostas feitascaminhõesapostas feitasSão Bernardo do Campo (SP) — berço do PT, onde os metalúrgicos guiados por Luiz Inácio Lula da Silva foram percebidos como uma classe social e política nos anos 70 e 80.

Mas o encerramento das operações da Ford no Brasil vai muito alémapostas feitasuma disputaapostas feitasmercado. É um pontoapostas feitasinflexão que representa um novo comportamento da sociedade guiado pelas novas gerações, que desejam mais usufruir um serviço do que ter um bem — daí o crescimento do usoapostas feitasaplicativosapostas feitastransporte frente ao declínio da compraapostas feitasautomóveis.

Fordlândia (PA), 1928

Crédito, Divulgação/Ford

Legenda da foto, Empresa chegou a fundarapostas feitas1928 uma cidade no interior do Pará, a Fordlândia, para explorar as seringueiras que abasteceriam suas fábricas com borracha

De acordo com a associação dos fabricantes no Brasil, a Anfavea, serão produzidos 2,5 milhõesapostas feitasveículos este ano, uma taxaapostas feitasociosidadeapostas feitas50%apostas feitasrelação à capacidade instalada. Em 2020, as montadoras tiveram a produção mais baixaapostas feitas17 anos, atingindo 2 milhõesapostas feitasunidades, com a pandemia do novo coronavírus só impulsionando um cenário que já era ruim.

A sociedade da terceira década do terceiro milênio é completamente diferente daquela que Henry Ford procurou incentivarapostas feitas1903, a partir da criação da fábricaapostas feitasautomóveis: seu modeloapostas feitasprodução,apostas feitaslarga escala, buscava atender uma sociedadeapostas feitasconsumo que se formava e que nas décadas seguintes cresceu exponencialmente. Mas hoje o consumo está saturado e a discussãoapostas feitasvoga é a reciclagem, a partir da compraapostas feitasroupas e eletrônicos usados, por exemplo.

Da mesma forma, o modeloapostas feitastrabalho fordista, pautado pela disciplina na linhaapostas feitasprodução, onde cada um faz apenas o que lhe compete, já não encontra ecoapostas feitasuma sociedadeapostas feitasque a riqueza está pautada na disseminação digital do conhecimento.

Henry Ford

Crédito, Divulgação/Ford

Legenda da foto, Henry Ford, que aplicou a montagemapostas feitassérie para produzir automóveisapostas feitasmassa

"A revolução tecnológica que vivemos é muito mais do que uma etapa da revolução industrial", diz Ladislau Dowbor, economista e professor titularapostas feitaspós-graduação da Pontifícia Universidade Católicaapostas feitasSão Paulo (PUC-SP). "Existe uma força reorganizadora e geradoraapostas feitasnovas estruturas que caracteriza a revolução digital", diz ele, que acabaapostas feitaslançar o livro O Capitalismo se Desloca - Novas Arquiteturas Sociais (Edições Sesc).

Dowbor destaca o quanto a sociedade está hoje muito mais informada, conectada e colaborativa do que aquela que viu nascer as grandes montadoras. "Passamos da terra à máquina e da máquina ao conhecimento", diz ele. "O grande eixo transformador é que a tecnologia é hoje o principal fatorapostas feitasprodução".

Não por acaso, a lista das empresas com maior valorapostas feitasmercado do mundo é basicamente formada por gigantes da tecnologia, como Apple, Alphabet (dona do Google), Microsoft, Amazon e Facebook.

Veículo a gasogênio (caldeira alimentada por carvão vegetal), para contornar a faltaapostas feitascombustível durante a 2ª Guerra (1941-1947)

Crédito, Divulgação/Ford

Legenda da foto, Veículo a gasogênio (caldeira alimentada por carvão vegetal), para contornar a faltaapostas feitascombustível durante a 2ª Guerra (1941-1947)

Daí o recuo das grandes montadoras — o veículo como símboloapostas feitasstatus pessoal já não faz tanto sentido para quem tem menosapostas feitas40 anos. Segundo a pesquisa Lifestyle Survey da Euromonitor, que aponta algumas preferências dos consumidores, separados por gerações,apostas feitasdiversos setoresapostas feitasconsumo,apostas feitas2019, 56% dos millenials no Brasil concordavam que era melhor gastar dinheiroapostas feitasexperiências do queapostas feitascomprar coisas. Em 2020, mesmo com todo o impulso ao comércio eletrônico provocado pela pandemia, esse percentual subiu para 62%.

É o que explica o surgimentoapostas feitasnegócios como o Airbnb: você não precisa comprar a casa dos sonhos, basta alugá-la por uma temporada. Entre 2019 e 2020, a disposiçãoapostas feitascomprar produtosapostas feitassegunda mãoapostas feitasvezapostas feitasalgo novo também cresceu, masapostas feitasmenor proporção:apostas feitas35,5% para 37,5% dos jovens nessa faixa etária, segundo a Euromonitor. É o tipoapostas feitasinteresse que fez surgir a plataformaapostas feitasbrechós Enjoei, que abriu o capitalapostas feitasnovembro e levantou R$ 1,13 bilhão na B3.

Campanha do Corcel II a álcool, com Ayrton Senna

Crédito, Divulgação/Ford

Legenda da foto, Campanha do Corcel II a álcool, com Ayrton Senna

"Esse tipoapostas feitascomportamento entre os mais jovens é cada vez mais comumapostas feitastodo o mundo", diz Marcel Motta, da Euromonitor. É o que justifica o usoapostas feitasveículos compartilhados, ou o aluguelapostas feitasveículos para ocasiões especiais, no lugar da compraapostas feitasum carro, afirma. "Dessa forma, eles não precisam se preocupar com seguroapostas feitascarro, custosapostas feitasmanutenção, estacionamento ou deixarapostas feitasbeber se forem a uma festa."

O executivo, porém, destaca um diferencial entre os millenials do Brasil e os da Europa ou dos Estados Unidos. "No exterior, o salárioapostas feitasentrada dos jovens no mercadoapostas feitastrabalho éapostas feitasquatro a cinco vezes maior do que no Brasil", afirma Motta. Ou seja, no Brasil, a compra do carro para quem está no início da vida profissional é uma realidade distante para a maioria.

Lançamento do Maverick no Brasil, 1973

Crédito, Divulgação/Ford

Legenda da foto, Lançamento do Maverick no Brasil, 1973

Os jovens consumidores, especialmente no exterior, têm pautado os caminhos da indústria automobilística — cada vez mais interessadaapostas feitasentregar um serviço e não simplesmente um produto acabado. A Ford Lab, no Vale do Silício, por exemplo, faz testes com veículos autônomos, que dispensam o motorista. A preocupação das novas gerações com a sustentabilidade do planeta também levou as grandes fabricantes a buscar o carro elétrico. "Este é um investimento alto, daí não ser possível para as montadoras insistiremapostas feitasmercados pouco rentáveis, como o Brasil, se os recursos estão escassos", diz Motta.

Na opinião da consultora Betânia Tanureapostas feitasBarros, a indústria automobilística, assim como muitas outras, vivencia um momentoapostas feitasruptura para se adaptar rapidamente à nova geraçãoapostas feitasconsumidores.

"Já existem estudos que apontam que, dentroapostas feitas10 a 15 anos, as montadoras podem representar a 'nova indústria do tabaco' se não mudarem o seu modeloapostas feitasnegócio", diz ela, doutoraapostas feitaspsicologia e especialistaapostas feitascultura organizacional.

Fábricaapostas feitasSão Bernardo do Campo (SP),apostas feitas1996

Crédito, Divulgação/Ford

Legenda da foto, Fábricaapostas feitasSão Bernardo do Campo (SP),apostas feitas1996

A troca dos modelos a combustão pelos veículos elétricos, não poluentes e muito mais econômicos, é um caminho sem volta eapostas feitassintonia com o conceito ESG — governança ambiental, social e corporativa, na siglaapostas feitasinglês, que busca medir o impactoapostas feitasuma empresa ou negócio na sociedade. "As premissas ESG estão cada vez mais no radarapostas feitasinvestidoresapostas feitastodo o mundo e ditam o caminho do dinheiro", diz Betânia.

O próprio presidente eleito dos Estados Unidos, Joe Biden, é um entusiasta desta agenda que, para Betânia, está longeapostas feitasser apenas retórica.

"Seja pela ética da consequência ou da convicção, as empresas vão ter que seguir este caminho — caso contrário, correm o riscoapostas feitasperder não só consumidores, como investidores e até talentos", afirma. "Hoje as pessoas trabalham com propósito e não querem estar associadas a algo que faça mal para o planeta, direta ou indiretamente", diz.

Para a especialista, do pontoapostas feitasvistaapostas feitasgestão, Henry Ford fez um trabalho fundamental e marcou época, trazendo inovação para o sistema produtivo. Mas na era das mídias sociais, onde as informações são rapidamente compartilhadas e não existem fronteiras, criatividade vale muito mais do que produtividade.

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