Covid-19: por que tomar vacina não é só 'problema meu', como diz Bolsonaro:foco em loterias

Presidente Jair Bolsonaro fala a jornalistas

Crédito, Reuters

Legenda da foto, Mesmo quem já teve covid-19, como Bolsonaro, deve se vacinar, alerta infectologista

Mas a recusa do presidente efocofoco em loteriasloteriasoutros cidadãosfoco em loteriasfazer isso é uma postura egoísta, que coloca a saúdefocofoco em loteriasloteriasoutras pessoasfoco em loteriasrisco e compromete seriamente os esforços para acabar com a pandemia, dizem especialistas ouvidos pela BBC News Brasil.

"Quem fala que não vai se vacinar porque é uma decisão individual diz isso por ignorância. A vacinação não é nem nunca foi uma preocupação individual", afirma a infectologista Raquel Stucchi, da Universidade Estadualfocofoco em loteriasloteriasCampinas (Unicamp).

Por quefocofoco em loteriasloteriasvacinação protege as outras pessoas

Mulher é vacinada

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Estima-se que 70% a 80% das pessoas terãofocofoco em loteriasloteriasser vacinada para acabar com o surto

A médica explica que o objetivofocofoco em loteriasloteriasuma vacina é conferir a proteção contra um vírus ou bactéria a uma parcela suficiente da população para impedir que essa ameaça continue a se disseminar.

Quanto maior o númerofocofoco em loteriasloteriaspessoas vacinadas, mais fácil é controlar a propagaçãofocofoco em loteriasloteriasuma doença. Mas, se poucas pessoas se vacinarem, ela se espalha mais facilmente.

"Isso é diferentefocofoco em loteriasloteriasum câncer, por exemplo. Se eu não me trato, só eu vou sair prejudicada, porque vou morrer mais cedo. Mas a decisãofocofoco em loteriasloteriasse vacinar tem impacto na saúde coletiva", diz Stucchi.

O percentualfocofoco em loteriasloteriaspessoas que têm que ser vacinadas para conseguir a chamada imunidade coletiva oufocofoco em loteriasloteriasrebanho — bloqueando a disseminaçãofocofoco em loteriasloteriasum vírus ou bactéria e evitando epidemias — varia.

Isso depende da facilidade com que o patógeno é passadofocofoco em loteriasloteriasuma pessoa para outra e também da eficácia da vacina, ou seja, a proporçãofocofoco em loteriasloteriaspessoas que ficam protegidas ao serem imunizadas.

No caso do sarampo, uma doença altamente infecciosa, essa taxa deve serfocofoco em loteriasloterias95%, explica o infectologista Alberto Chebabo, vice-presidente da Sociedade Brasileirafocofoco em loteriasloteriasInfectologia e diretor-médico do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, no Riofocofoco em loteriasloteriasJaneiro.

Para a covid-19, ainda não se sabe ao certo qual é esse índice, porque ainda é preciso verificar se a eficácia dos estudos será confirmada pela vacinaçãofoco em loteriasmassa e quanto dura a imunidade conferida desta forma.

Mas estima-se que será necessário vacinar entre 70% e 80% da população para reduzir a circulação do coronavírus e acabar com a pandemia.

"Temos que lembrar que sempre haverá uma parte da população que não poderá ser vacinada, como grávidas, para quem hoje não é recomendado, quem tem alergias graves e outras contraindicações", diz Chebabo.

Inclusive, para quem não puder se vacinar, a imunizaçãofoco em loteriasmassa será essencial para impedir que estas pessoas não sejam infectadas. O mesmo vale para quem não tiver uma resposta ideal à vacina.

"Uma postura como a do presidente é uma atitude egoísta,focofoco em loteriasloteriasquem só pensafoco em loteriassi próprio e nãofoco em loteriasproteger quem está àfocofoco em loteriasloteriasvolta", diz o infectologista.

Chebabo diz ainda que se vacinar será importante mesmo para pessoas que já tiveram covid-19, como Bolsonaro, porque há cada vez mais casos confirmadosfocofoco em loteriasloteriaspessoas que se infectaram maisfocofoco em loteriasloteriasuma vez, algumas atéfoco em loteriasestado pior do que antes.

Os cientistas ainda não sabem ao certo quanto dura a imunidade adquirida ao se ter a doença. Por isso, uma parte destas pessoas, ou mesmo todas elas, podem ainda ser vulneráveis ao coronavírus.

"A recomendação é que todos se vacinem", diz Chebabo.

Pandemia só acabará com vacinaçãofoco em loteriasmassa

Mãofocofoco em loteriasloteriasluva segurando seringa com vírus ao fundo

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Vacinas produzem imunidade melhor do que proteção natural conferida pela doença, diz epidemiologista

Além disso, a nossa experiência com a pandemiafocofoco em loteriasloteriascovid-19 até agora mostra que ela dificilmente será controlada naturalmente ou apenas com as medidasfocofoco em loteriasloteriasisolamento ou distanciamento social.

O epidemiologista Antonio Augusto Moura da Silva, professor do departamentofocofoco em loteriasloteriasSaúde Pública da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), aponta para o exemplofocofoco em loteriasloteriasManaus.

Um estudo publicado na revista Science estima que,foco em loteriasoutubro, 76% da população da capital do Amazonas já havia sido infectada pelo novo coronavírus.

No entanto, a médiafocofoco em loteriasloteriasnovos casos diários se mantém alta, e os hospitais da cidade voltaram a ficar lotados nas últimas semanas.

"Mesmo com uma taxafocofoco em loteriasloteriasinfectados tão elevada, a doença continua se espalhando, e, sem uma vacina, a taxafocofoco em loteriasloteriasqualquer lugar tende a subir até chegar a 80% ou 90%, a não ser que haja uma imunizaçãofoco em loteriasmassa para bloquear isso antes", diz Silva.

O epidemiologista ressalta que os dados científicos das vacinas que foram publicados até agora mostram que elas têm uma eficácia e segurança muito boas.

Para Silva, elas são a "melhor esperança" que temosfocofoco em loteriasloteriasatingir a imunidade coletiva, porque estudos apontam que algumas das vacinas contra covid-19 produzem mais anticorpos e anticorpos mais eficazes do que aqueles que são gerados quando alguém fica doente naturalmente.

Raquel Stucchi concorda que a imunização será fundamental para acabar com a pandemia.

"Outras medidas têm um impacto importante, mas o conhecimento que adquirimos no último ano mostra que não há outra estratégia além da vacinação que será capazfocofoco em loteriasloteriasfazer isso", diz a infectologista.

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