As imagens da luta dos animais pela vida no Pantanalbonus aviator betanochamas:bonus aviator betano

Crédito, Frico Guimarães/Documenta Pantanal

Legenda da foto, Macaco-prego se alimenta com mamão distribuido por voluntários no Pantanal

De acordo com o Instituto Nacionalbonus aviator betanoPesquisas Espaciais (Inpe), já foram registrados maisbonus aviator betano16,1 mil focosbonus aviator betanocalor (que costumam representar incêndios) no Pantanal. É o maior número desde que a entidade começou o monitoramento que se tornou referência, no fim da décadabonus aviator betano90.

No fimbonus aviator betanosemana, houve registrosbonus aviator betanochuva no bioma. Apesar disso, as autoridades locais afirmaram que mantêm a situaçãobonus aviator betanoalerta na região.

Desde o início deste mês, gruposbonus aviator betanovoluntáriosbonus aviator betanotodo o país, entre eles biólogos e médicos veterinários, se uniram no Pantanal para ajudar os animais atingidos pelo fogo. Alémbonus aviator betanoresgatar bichos feridos, eles também distribuem frutas e água para espéciesbonus aviator betanorisco.

Na semana passada, o fotógrafo Frico Guimarães e o biólogo Gustavo Figueirôa, da SOS Pantanal, registraram diversos momentos que ilustram as dificuldades dos animaisbonus aviator betanomeio à tragédia que atinge o bioma, localizado nos Estadosbonus aviator betanoMato Grosso do Sul e Mato Grosso — há áreas também na Bolívia e no Paraguai.

Frico e Gustavo compartilharam algumas dessas imagens com a BBC News Brasil e detalharam os momentosbonus aviator betanoque elas foram feitas.

A busca por alimento

Crédito, Frico Guimarães/Documenta Pantanal

Legenda da foto, Antesbonus aviator betanose aproximarbonus aviator betanovoluntários para pegar fruta, macaco-prego estava assustado, relata fotógrafo

O macaco-prego que abre a reportagem foi encontrado perto do Postobonus aviator betanoAtendimento a Animais Silvestres (Paeas) Pantanal, iniciativa criada no fimbonus aviator betanoagosto pela Secretariabonus aviator betanoMeio Ambientebonus aviator betanoMato Grosso (Sema), com o apoiobonus aviator betanoservidores estaduais e voluntários.

O posto está localizado na rodovia Transpantaneira, via que liga a cidadebonus aviator betanoPoconé (MT) à regiãobonus aviator betanoPorto Jofre, na divisa com Mato Grosso do Sul.

"Esse posto funciona como um oásis no meio do caos causado pela atual seca do Pantanal. Ali, há muitos alimentos e água distribuídabonus aviator betanocochos. Então, aparecem diversos animais", explica Frico.

O fotógrafo relata que avistou macacos chegando aos poucos no posto,bonus aviator betanobuscabonus aviator betanofrutas. "Eles pegaram as frutas que estavam no chão, dispostas para os animais", conta. Segundo ele, o macaco que aparece na foto estava curioso e assustado com a presençabonus aviator betanodiversos voluntários na região.

"Mas ainda assim, ele estava com fome, pegou o pedaçobonus aviator betanomamão e foi para uma cerca, isolado. Depoisbonus aviator betanocomer a fruta, olhou para as pessoas e foi embora", relata Frico.

Dificuldades para encontrar comida

Crédito, GUSTAVO FIGUEIRÔA/SOS PANTANAL

Legenda da foto, Em intensa busca por alimento, macaco-prego não encontrou comidabonus aviator betanomargembonus aviator betanorio

Em outra região do Pantanal, o biólogo Gustavo Figueirôa também encontrou macacos-prego. Ele navegava pelo Rio São Lourenço, com outros voluntários, quando avistou animais da espécie. "Estávamos fazendo uma incursão pelo rio, para ver as consequências dos incêndios. Em uma margem, vimos um grupobonus aviator betanomacacos,bonus aviator betanocimabonus aviator betanouma árvore muito seca."

"Esses macacos tentaram comer um broto seco, mas não conseguiram. Eles ainda morderam alguns troncos secos, mas não conseguiram se alimentar", diz o biólogo. Enquanto acompanhava a busca por alimentos, ele fotografou os animais.

Figueirôa relata que os macacos-prego foram embora após insistente busca por comida no local. "Não havia nada que eles pudessem comer ali", explica o biólogo.

O lago seco

Crédito, Frico Guimarães/Documenta Pantanal

Legenda da foto, Quati busca por comidabonus aviator betanomeio ao cenáriobonus aviator betanoseca no Pantanal

O primeiro animal fotografado por Frico quando chegou ao Pantanal, no início da semana passada, foi um quati. "Estávamos na Transpantaneira quando avistamos uma famíliabonus aviator betanoseis quatis na beira da estrada, entrando para o que deveria ser um pequeno leitobonus aviator betanoalagado. O local estava completamente seco (em razão do baixo índicebonus aviator betanochuva no Pantanal neste ano)", diz.

O fotógrafo relata que os quatis, que são onívoros, buscavam alimentos. "A gente acompanhou essa família por algum tempo. Em certo momento, dois deles encontraram pequenas presas", relata o fotógrafo.

Nas proximidades do localbonus aviator betanoque os quatis buscavam comida, Frico avistou um jacaré morto, na área que deveria estar alagada.

O recomeço

Crédito, Frico Guimarães/Documenta Pantanal

Legenda da foto, Filhotebonus aviator betanocervo encontrado solitário recebe acompanhamentobonus aviator betanovoluntários

Na base do Paeas, Frico encontrou um filhotebonus aviator betanocervo que estavabonus aviator betanorecuperação. "Ele, assim como outros animais por lá, estavabonus aviator betanotratamento. Esse cervo era muito amigável e carinhoso. Ele estava solto na salabonus aviator betanoque recebia o acompanhamento dos veterinários", diz.

"Ele pode ter perdido a família, porque o pessoal não sabia dizer onde estava a mãe dele, que normalmente estaria dando os cuidados ao filho, que ainda é pequeno", acrescenta o fotógrafo.

Segundo Frico, o animal tinha um hematoma no rosto. "Não souberam dizer como apareceu, mas não era algo como uma queimadura. Ele estava sendo tratado. Provavelmente, conseguirá retornar à naturezabonus aviator betanobreve", relata.

A arara-azul

Crédito, Frico

Legenda da foto, Arara-azul encontradabonus aviator betanopousada da região. Fazenda que tinha grande concentração da espécie no Pantanal foi duramente afetada pelo fogo.

Na árvorebonus aviator betanouma pousada da Transpantaneira, Frico avistou uma arara-azul. "Há várias aves que fazem ninhos por ali", diz.

As araras-azuis tiveram uma grave perdabonus aviator betanomeio aos incêndios do Pantanal. A Fazenda São Francisco do Perigara,bonus aviator betanoBarãobonus aviator betanoMelgaço, no Pantanal mato-grossense, teve maisbonus aviator betano90%bonus aviator betanoseus quase 25 mil hectares atingidos pelo fogo.

A propriedade rural é considerada o local com a maior concentração da espécie para dormitório no país. Antes dos incêndios, ela abrigava cercabonus aviator betano700 dessas ararasbonus aviator betanosuas árvores.

A espécie — a maior arara do mundo — é um dos símbolos do Pantanal. De acordo com estudos, a região concentra a maior população remanescente, cercabonus aviator betano5 mil das 6,5 mil que ainda existem livres na naturezabonus aviator betanoterritório brasileiro.

O tuiuiú e a ariranha

Crédito, Frico Guimarães/Documenta Pantanal

Legenda da foto, Tuiuiu se alimenta com peixe que encontrou no Pantanal

Enquanto navegava pela regiãobonus aviator betanoPorto Jofre, no Pantanal mato-grossense, Frico encontrou um tuiuiú, também considerado um dos símbolos do Pantanal. "Ele estava comendo uma carcaçabonus aviator betanopeixe."

"O tuiuiú, que costuma ser arisco, estava muito calmo. Chegamos relativamente próximo a ele, a cercabonus aviator betanosete metros, mas ele não teve nenhuma reação, pois estava focadobonus aviator betanocomer o peixe", diz Frico.

Crédito, Frico Guimarães/Documenta Pantanal

Legenda da foto, Ariranha se alimentabonus aviator betanorio

Ainda navegando pela regiãobonus aviator betanoPorto Jofre, o fotógrafo avistou uma ariranha. "Ela também estava comendo um peixe", diz.

"Diferente do que a espécie costuma fazer, a ariranha não tentou fugir quando nos aproximamos. Ela continuou comendo o peixe. Isso pode ser considerado incomum, porque esses animais costumam ser ariscos e se escondem na água (quando um grupo se aproxima)", relata o fotógrafo.

Ele conta que notou que muitos animais no Pantanal, assim como o tuiuiú e a ararinha, demonstram cansaço e fraqueza, por isso não costumam reagir quando os voluntários se aproximam.

A onça-pintada

Crédito, GUSTAVO FIGUEIRÔA/SOS PANTANAL

Legenda da foto, Nas proximidadesbonus aviator betanoparque tomado por fogo, onça-pintada descansa embaixobonus aviator betanosombra

Enquanto navegava pelo Rio São Lourenço, Gustavo Figueirôa avistou uma onça-pintada, nas proximidades do Parque Estadual Encontro das Águas, considerado o lugar com a maior concentração desses felinos do mundo.

Até a semana passada, cercabonus aviator betano85% dos 108 mil hectares do parque, localizadobonus aviator betanoPorto Jofre, foram tomados pelo fogo, segundo o Corpobonus aviator betanoBombeirosbonus aviator betanoMato Grosso. Em 11bonus aviator betanosetembro, um felino foi resgatado no local e levado para passar por tratamento com células-tronco, porque estava com as patas queimadas.

Enquanto navegava com voluntários pelas proximidades da reserva destruída pelas queimadas, na semana passada, Figueirôa se deparou com o atual cenário no lugar. "Em anos anteriores, o parque estava verde. Desta vez, está devastado. A situação está muito feia", lamenta.

Em períodos anteriores, era comum ver muitas onças nas proximidades do parque. No entanto, o biólogo revela que neste ano não tinha esperançasbonus aviator betanoencontrar um felino na região,bonus aviator betanovirtude das atuais condições do lugar.

Figueirôa conta que se surpreendeu ao avistar um felino próximo ao parque. "Essa onça parecia estar bem, sem nenhum ferimento. Como a vegetação foi destruída, ela estava aproveitando a sombrabonus aviator betanouma das árvores que restaram por ali."

O biólogo permaneceu distante do animal e registrou a cena. "Foi uma sensaçãobonus aviator betanoalívio e esperança,bonus aviator betanomeio ao cenário devastado", relata.

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