A jovemqual melhor plataforma de aposta esportiva20 anos que abandonou vida na cidade para morar no Pantanal e lidera grupoqual melhor plataforma de aposta esportivaresgatequal melhor plataforma de aposta esportivaanimais:qual melhor plataforma de aposta esportiva

"Eu era uma garota 100% urbana. Deixei família e amigos para me mudar. Larguei tudo o que uma pessoa jovem não abandonaria", diz à BBC News Brasil.

No Pantanal, Eduarda trabalhaqual melhor plataforma de aposta esportivauma área que cresceu cada vez mais nos últimos anos no bioma: o turismo. Mas há um mês, a única atividade da jovem tem sido o resgate dos animais, junto a outros quatro voluntários.

O grupo foi um dos primeiros a auxiliar os animais no Pantanal. Hoje, há centenasqual melhor plataforma de aposta esportivapessoas levando ajuda aos bichos da região, diante da intensa propagação do fogo.

De janeiro à primeira quinzenaqual melhor plataforma de aposta esportivasetembro deste ano, o Pantanal teve maisqual melhor plataforma de aposta esportiva2,9 milhõesqual melhor plataforma de aposta esportivahectares atingidos pelo fogo, segundo o Centro Nacionalqual melhor plataforma de aposta esportivaPrevenção e Combate aos Incêndios Florestais (Prevfogo). A área queimada corresponde, por exemplo, a pouco maisqual melhor plataforma de aposta esportiva19 vezes a capitalqual melhor plataforma de aposta esportivaSão Paulo.

Desde o inícioqual melhor plataforma de aposta esportiva2020, segundo o Instituto Nacionalqual melhor plataforma de aposta esportivaPesquisas Espaciais (Inpe), já foram registrados 15,4 mil focosqual melhor plataforma de aposta esportivacalor (que costumam representar incêndios) no Pantanal. É o maior número no período desde 1999, primeiro ano analisado pelo monitoramento que virou referência para acompanhar as queimadas no país.

A vida no Pantanal

Desde a infância, Eduarda cultiva o amor pelos animais.

"Sempre tive contato com os bichos e com o matoqual melhor plataforma de aposta esportivaoutras regiões, por causa da minha família. Porém, eu morava na cidade e me considerada totalmente urbana", diz.

Ela começou a visitar o Pantanal há cercaqual melhor plataforma de aposta esportivacinco anos, após conhecer o namorado, João Paulo Macedo Falcão, hoje com 22 anos.

"Fiquei encantada com a biodiversidade. Há muitos animais por aqui, e isso me encantou", relata a jovem.

Quando terminou o ensino médio, há dois anos, ela decidiu se mudar para a região do Pantanal.

A jovem passou a morar com o namorado, hoje noivo, que é um dos donosqual melhor plataforma de aposta esportivauma pousada na rodovia Transpantaneira, via que liga a cidadequal melhor plataforma de aposta esportivaPoconé (MT) à regiãoqual melhor plataforma de aposta esportivaPorto Jofre, na divisa com Mato Grosso do Sul.

"Desde 2018, moro e trabalho no Pantanal. A minha vida giraqual melhor plataforma de aposta esportivatorno daqui", diz Eduarda. A principal atividade dela é acompanhar turistas na observaçãoqual melhor plataforma de aposta esportivaanimais.

O turismo é considerado uma atividade fundamental para o bioma. Estudos da organização Panthera, dedicada à conservação das onças-pintadas, apontam que a observaçãoqual melhor plataforma de aposta esportivaonças no Pantanal brasileiro representa faturamento bruto anual de, aproximadamente, US$ 6,8 milhões às comunidades da região.

O trabalho, diz Eduarda, é também uma formaqual melhor plataforma de aposta esportivaestar próxima aos bichos.

"No futuro, pensoqual melhor plataforma de aposta esportivacursar biologia ou medicina veterinária, por causa dos animais", conta.

A busca pelos animais

A jovem relata que nunca imaginou que pudesse ver incêndios como os que têm avançado pelo bioma.

"Essa históriaqual melhor plataforma de aposta esportivaque o Pantanal pega fogo todos os anos é uma tentativaqual melhor plataforma de aposta esportivadiminuir o que está acontecendo aqui. Pode ter ocorrido queimadas anteriormente, mas nada nesta proporção. O que está acontecendo aqui não pode ser considerado normal", desabafa.

Logo que percebeu que a tragédia no bioma tomava contornos inesperados, ela decidiu tomar medidas para ajudar os animais. "Entramosqual melhor plataforma de aposta esportivacontato com órgãosqual melhor plataforma de aposta esportivaMato Grosso, mas não obtivemos respostas. Não havia nada para ajudar os animais atingidos na região. Então, decidi buscar por voluntários que pudessem ajudar", relata.

Em meados do mês passado, Eduarda começou a ajudar os animais, junto com o noivo. Com o passar dos dias, dois médicos veterinários e uma bióloga,qual melhor plataforma de aposta esportivaoutros Estados brasileiros, chegaram para auxiliá-los.

Os cinco voluntários começaram uma força-tarefa para conseguir resgatar os animais. O grupo montou uma base para socorrer os animais na pousada da família do noivoqual melhor plataforma de aposta esportivaEduarda, a Reserva Ecológica do Jaguar.

"O primeiro passo foi criar um projetoqual melhor plataforma de aposta esportivadistribuiçãoqual melhor plataforma de aposta esportivacochosqual melhor plataforma de aposta esportiva140 litrosqual melhor plataforma de aposta esportivaágua e frutas para os animais. Como muitos estãoqual melhor plataforma de aposta esportivaáreas afetadas pelo fogo, é importante dar esse apoio", diz a jovem.

Ela conta que, posteriormente, outros diversos gruposqual melhor plataforma de aposta esportivavoluntários também passaram a levar comida e água para os bichos do Pantanal.

Na região da Transpantaneira, o grupo liderado por Eduarda resgatou diversos animaisqual melhor plataforma de aposta esportivaestado grave.

"Encontramos antas, quatis, aves e pacas."

Nem todos os animais sobreviveram. "Alguns não resistiram, porque é uma situação muito difícil. Outros passaram por tratamento e têm chancesqual melhor plataforma de aposta esportivase recuperar", explica a jovem.

Os animais resgatados vivos são encaminhados para a pousada, onde recebem os primeiros atendimentos dos veterinários. "Esse auxílio emergencial que eles recebem na pousada é muito importante, porque a maioria dos resgatados corre riscoqual melhor plataforma de aposta esportivamorrer", diz a jovem.

Posteriormente, os bichos são encaminhados para hospitais veterinários da região.

O grupo resgatou uma onça-pintada no Parque Estadual Encontro das Águas, na regiãoqual melhor plataforma de aposta esportivaPorto Jofre.

A reserva, considerada com a maior concentraçãoqual melhor plataforma de aposta esportivaonças-pintadas do mundo, está quase completamente tomada pelos incêndios.

Até esta sexta-feira (18), segundo o Corpoqual melhor plataforma de aposta esportivaBombeirosqual melhor plataforma de aposta esportivaMato Grosso, cercaqual melhor plataforma de aposta esportiva92 mil hectares do lugar, dos 108 mil, já tinham sido destruídos pelo fogo.

"O resgate da onça-pintada foi complexo, mas não digo que tenha sido o mais difícil. Todo resgate é complicado. É preciso que a gente observe bem antes, para entender o animal. Não é uma tarefa fácil", diz Eduarda.

No fimqual melhor plataforma de aposta esportivaagosto, a Secretaria Estadualqual melhor plataforma de aposta esportivaMeio Ambiente (Sema)qual melhor plataforma de aposta esportivaMato Grosso iniciou as atividades do Postoqual melhor plataforma de aposta esportivaAtendimento a Animais Silvestres (PAEAS) Pantanal, para ajudar os bichos vítimas do fogo. A equipe, liderada por uma médica veterinária, tem o apoioqual melhor plataforma de aposta esportivaórgãos estaduais e voluntários.

O apoio do Estado demorou para chegar, ela avalia. Hoje, há gruposqual melhor plataforma de aposta esportivavoluntáriosqual melhor plataforma de aposta esportivatodo o país pelo bioma. Eles se dividemqual melhor plataforma de aposta esportivadiferentes áreas para ajudar os bichos afetados pelo fogo.

Eduarda confessa que, no início, teve medoqual melhor plataforma de aposta esportivanão conseguir liderar o seu grupo. Porém, avalia que tem sido uma boa líder.

"Por ser a mais nova, pensei que não conseguiria liderar, mas são pessoas muito parceiras e temos conseguido fazer um bom trabalho", diz. Segundo ela, o conhecimento que adquiriu sobre o bioma nos últimos anos tem sido fundamental.

'Tudo tem sido um choque'

Para Eduarda, as cenas presenciadas no Pantanal nas últimas semanas são desoladoras. "Tudo tem sido um choque", diz.

Ela planeja encerrar o trabalho voluntário somente quando a situação do bioma for amenizada. "Não quero deixar os animais sem apoio", reflete. A jovem estima que tenha resgatado cercaqual melhor plataforma de aposta esportiva15 animais nas últimas semanas.

"O que me fez me movimentar, com certeza, foi ver os animais sofrendo tanto. Eles são inocentes e não têm noção do que está acontecendo. Não podem sofrer assim, sem qualquer tipoqual melhor plataforma de aposta esportivaajuda", afirma.

O principal objetivo dela, nos próximos meses, é que o Pantanal se recupere da tragédia que enfrenta atualmente. "Vamos continuar lutando para que tudo isso melhore."

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