Como racha no centrão afeta governo Bolsonaro e sucessão no Congresso?:crazy time blaze ao vivo

Nesse caso, a confusão acontece porque grande parte dos partidos do "Centrão" também está no "blocão" comandado por Arthur Lira. Gruposcrazy time blaze ao vivopartidos como o "blocão" são formados no começocrazy time blaze ao vivocada ano na Câmara e no Senado.

O racha iniciado com a saída do MDB e do DEM do "blocão" é ruim para a articulação política do governocrazy time blaze ao vivopelo menos dois aspectos.

Primeiro, porque pode significar mais dificuldades durante votações importantes que estão previstas para o segundo semestre deste ano.

Depois, a saída dos partidos é uma sinalização ruim para o Planalto na disputa pelo comando da Câmara, que acontecerácrazy time blaze ao vivofevereirocrazy time blaze ao vivo2021. Arthur Lira, o líder do "blocão", é hoje o principal cotado para ser o candidato governista na disputa do começo do ano que vem.

Votação do Fundeb foi a gota d'água

MDB e DEM já estavam irritados com Arthur Lira desde maio, mas a decisãocrazy time blaze ao vivoromper formalmente com o "blocão" comandado por ele foi tomada na semana passada, depois da votação da propostacrazy time blaze ao vivoemenda à Constituição (PEC) do novo Fundeb, o Fundocrazy time blaze ao vivoDesenvolvimento da Educação Básica.

Seguindo uma orientação do Planalto, Lira apresentou um requerimento para tentar adiar a votação do Fundeb. Comocrazy time blaze ao vivopraxe, o documento tinha as assinaturas dos líderescrazy time blaze ao vivotodos os partidos do "blocão", inclusive DEM e MDB — embora as duas legendas fossem favoráveis ao texto.

Inicialmente, o governo era contra o novo Fundeb porque o texto amplia a fatia a ser custeada pela União na educação básica:crazy time blaze ao vivo10% para 23%. Pouco antes da votação, porém, o Planalto mudoucrazy time blaze ao vivoideia e orientou seus aliados a votar a favor.

"Durante a votação do Fundeb, tivemos o episódio da retiradacrazy time blaze ao vivopauta, e nós éramos contrários (a adiar a votação). Tínhamos inclusive a relatora (da PEC), a deputada Professora Dorinha (DEM-TO), e isso gerou um ruído interno na bancada. Então, achamos melhor seguir o nosso caminho. Vida que segue", disse à BBC News Brasil o líder do DEM na Câmara, Efraim Filho (PB).

"Na verdade, a gente já vinha trabalhando essa opção (sair do 'blocão'), para ter mais autonomia, mais liberdade na horacrazy time blaze ao vivoorientar as votações. Era algo que, na prática, já vinha acontecendo (votarcrazy time blaze ao vivoforma independente dos demais partidos)", diz Efraim.

Sucessão

O líder do DEM também nega que a sucessão no comando da Câmara,crazy time blaze ao vivofevereirocrazy time blaze ao vivo2021, seja a motivação para a saída do "blocão".

"Não foi a causa desse movimento, a sucessão. Acabou tendo essa repercussão toda, mas a nossa saída foi mais para efeitocrazy time blaze ao vivoposicionamento no plenário (durante as votações). A sucessão, nós só vamos tratar depois da eleição municipal,crazy time blaze ao vivodezembro", disse Efraim.

Segundo o líder do DEM, a saída também não significa que o partido vá cortar o diálogo com o governo — ou votar necessariamente contra o Palácio do Planalto.

"O DEM mantém a mesma postura,crazy time blaze ao vivovotar as matérias nas quais tem identidade. Vamos manter o diálogo que temos com a Casa Civil, com a Secretariacrazy time blaze ao vivoGoverno. O nosso posicionamento vai continuar sendo esse,crazy time blaze ao vivoapoiar a agenda com a qual a gente tem identidade. A agenda econômica é exemplo disso. Agora,crazy time blaze ao vivooutras pautas que a gente não tem a mesma identidade, como na questão ambiental, vamos nos resguardar", diz ele.

No segundo semestre, a Câmara dos Deputados deve analisar vetos sensíveis feitos por Jair Bolsonaro — como o da extensão da desoneração da folhacrazy time blaze ao vivopagamentos. A Casa também pode votar um projetocrazy time blaze ao vivolei sobre regularização fundiária e outro sobre o registrocrazy time blaze ao vivoarmascrazy time blaze ao vivofogo, dois assuntos que interessam ao governo.

'Centrão raiz' e 'centrão Nutella'

Segundo apurou a BBC News Brasil, o descontentamento dos dois partidos com Arthur Lira — e vice-versa — começoucrazy time blaze ao vivomeadoscrazy time blaze ao vivomaio, quando a Câmara estava discutindo a Medida Provisória nº 910, sobre regularização fundiária.

Na ocasião, o líder do MDB, o deputado Baleia Rossi (SP), sugeriu adiar a votação do texto e substituir a MP, enviada pelo Executivo, por um projetocrazy time blaze ao vivolei.

A proposta irritou Arthur Lira, que discutiu com Rossi num grupocrazy time blaze ao vivoWhatsApp que reunia os líderes dos partidos do bloco. Depois do bate-boca, Lira deixou o grupocrazy time blaze ao vivomensagens e criou outro, só com os dirigentes partidários mais próximoscrazy time blaze ao vivosi. A ideia seria reunir as siglas do 'centrão raiz'.

Desde aquele momento, MDB, DEM e PSDB vêm coordenando entre si as posições para cada votação,crazy time blaze ao vivomodo informal.

Nesta segunda-feira (27), Arthur Lira usoucrazy time blaze ao vivoconta no Twitter para minimizar o episódio da saída do MDB e do DEM. O "blocão" é transitório, criado apenas para que os partidos pudessem ganhar espaço na formação da Comissão Mistacrazy time blaze ao vivoOrçamento (CMO), argumentou Lira.

Na verdade, o Orçamentocrazy time blaze ao vivo2020 ainda não foi votado, e a CMO ainda não começou a funcionar.

Lira, possivelmente, se referia ao fatocrazy time blaze ao vivoque os principais cargos da CMO já foram preenchidos: o colegiado será presidido pelo deputado Elmar Nascimento (DEM-BA) e o relator da Lei Orçamentária Anual (LOA)crazy time blaze ao vivo2021 será o senador Márcio Bittar (MDB-AC). Este acordo, no entanto, já está fechado desde o começocrazy time blaze ao vivomaio.

Ao começocrazy time blaze ao vivocada ano, é praxe que os partidos formem blocos na Câmara e no Senado para tentar obter mais espaço na formação das várias comissões temáticas das duas casas.

Uma sinalização para 2021

No começo do ano que vem, os 513 deputados escolherão o próximo presidente da Câmara dos Deputados, para um mandatocrazy time blaze ao vivodois anos. A presidência da Câmara é um dos cargos mais importantescrazy time blaze ao vivoBrasília: seu ocupante é quem decide o que será votado pela Casa.

Embora não admita publicamente, Arthur Lira é virtual candidato ao cargo — com o apoio do Palácio do Planalto, que gostariacrazy time blaze ao vivoter um aliado no comando da Câmara.

Enquanto isso, o atual presidente, Rodrigo Maia (DEM-RJ), trabalha para emplacar um sucessor no cargo: pelas regras atuais, ele não pode concorrer a um novo mandato. Maia está no comando da Câmara desde 2016.

Em público, Maia diz que a saída do DEM e do MDB do "blocão" não tem a ver com a disputa sucessória.

Segundo ele, a dissolução do grupo "é natural", "segue um padrão estabelecido pela prática congressual e nada tem a ver com a eleição para a Mesa Diretoracrazy time blaze ao vivo2021, para a qual tradicionalmente são formados novos blocos".

Esta não é a percepção da maioria dos políticos e dos analistas, porém.

Para o cientista político Bruno Carazza, a sucessão no comando da Câmara é o principal objeto da saída dos partidos — mais até do que as votações no plenário. MDB e DEM estariam sinalizando apoio ao grupocrazy time blaze ao vivoRodrigo Maia, numa eventual disputa com Arthur Lira.

"Neste momentocrazy time blaze ao vivopandemia, a maior parte das votações têm sido consensuais, ou quase. Tanto na Câmara, quanto no Senado. Então, a existência formal do bloco, com a indicação do líder, com papelcrazy time blaze ao vivoorientar a votação dos deputados do bloco, isso hojecrazy time blaze ao vivodia não tem muita relevância no jogo político", diz Carazza.

"Hoje, esse postocrazy time blaze ao vivolíder do blocão tem um papel muito mais político do que ligado ao processo legislativo", diz Carazza.

"O processocrazy time blaze ao vivovotação remota deve continuar até o fim do ano, tanto pela questão da pandemia quanto por causa da eleição municipal, no fim do ano. Por isso, a saída dos partidos (do bloco) é muito mais simbólica e política do que realmente relacionada às votações", opina Carazza.

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