Coronavírus: o site que mostra se você moraea sports fcáreaea sports fcriscoea sports fccovid-19:ea sports fc

Passados dois meses, a ideia se transformou no Juntos Contra o Covid, um site colaborativo que mapeia casos do coronavírus no Brasil e permite que uma pessoa saiba qual é o riscoea sports fcinfecção na região onde ela mora.

O projeto já recebeu dezenasea sports fcmilharesea sports fccolaborações e precisou interromper brevemente a coletaea sports fcdados enquanto se reestrutura para dar contaea sports fctantos acessos.

"Queremos voltar a funcionar normalmente nos próximos dias", diz Faissal.

Como funciona

Os dados são fornecidos pelos próprios usuários, que informam seu sexo, idade e o endereço onde vivem. Também dizem se foram vacinados contra gripe e testados para covid-19 e se tiveram sintomas compatíveis com os da doença causada pelo coronavírus.

Respondem ainda se têm algum problemaea sports fcsaúde, se entraramea sports fccontato com casos suspeitos ou confirmados e se viajaram para algum local onde há a chamada transmissão comunitária, ou seja, onde o vírus circula livremente.

A única informação pessoal fornecida é um endereçoea sports fcemail, que é mantidoea sports fcsigilo.

Todos esses dados são levadosea sports fcconsideração por um algoritmo que identificaea sports fcqual das três categoriasea sports fcrisco a pessoa se encaixa e a identifica no mapa do siteea sports fcacordo com isso.

Os casosea sports fcrisco baixo são identificados por pontos azuis. São pessoas que não têm sintomasea sports fcinfecção respiratória nem históricoea sports fccontato com o vírus.

Os pontos amarelos sãoea sports fcrisco médio: a pessoa tem sintomas, mas não viajou para onde há transmissão comunitária ou não tem certeza se esteveea sports fccontato com casos suspeitos ou confirmados.

Os casosea sports fcalto risco,ea sports fcvermelho, sãoea sports fcquem testou positivo para covid-19 ou tem sintomas e entrouea sports fccontato com casos suspeitos ou confirmados ou viajou para onde há a transmissão comunitária.

Quem entra no site pode checar no mapa quantos pontos azuis, amarelos e vermelhos existemea sports fcuma região e entender, assim, até que ponto aquela é ou não uma áreaea sports fcriscoea sports fccovid-19.

"Queremos conscientizar as pessoas sobre a presença do coronavírus onde elas moram. Mas a gente ressalta que, mesmo onde só há pontos azuis, não significa que o vírus não esteja presente, porque até 30% das infecções podem ser assintomáticas", diz Faissal.

Dados poderão ser usadosea sports fcpesquisas

Ao mesmo tempo, todos essas informações estão sendo reunidasea sports fcuma baseea sports fcdados que depois será disponibilizada publicamente e poderá ser usada para realizar estudos sobre a pandemia.

Até o momento, quase 170 mil pessoas já contribuíram com suas informações. "Queremos ajudar a entender o que aconteceu agora e, caso seja possível,ea sports fcoutras pandemias no futuro", afirma o estudante.

A física Caroline Franco, colaboradora do Observatório Covid-19 BR, que reúne pesquisadores para fazer análises sobre a pandemia, diz que esse tipoea sports fciniciativa é importante, porque existem poucas basesea sports fcdados públicas sobre o novo coronavírus no país e a comunidade científica tem enfrentado problemas para conseguir informações com governos.

"Pedimos esses dados, mas algumas vezes eles demoram para chegar,ea sports fcoutras não recebemos resposta. E, quando a baseea sports fcdados vem, pode já estar desatualizada, então, é muito interessante esse esforçoea sports fcmapear os casos", diz a pesquisadora.

No entanto, Franco ressalta que, para contribuir, a pessoa precisa ter um computador ou smartphone e acesso à internet. A dificuldadeea sports fcacesso a essas tecnologias faz com que a participação fique mais concentrada nos bairros mais ricos e entre as classes mais altas — e com que a amostraea sports fcpessoas ali não seja tão abrangente, o que pode gerar um viés socioeconômico nos resultadosea sports fcfuturos estudos.

"É uma proposta que tem bastante potencial, mas eles precisam encontrar uma formaea sports fcexpandir a baseea sports fcparticipantes", avalia Franco.

O epidemiologista Lúcio Botelho, professor do Departamentoea sports fcSaúde Pública da Universidade Federalea sports fcSanta Catarina (UFSC), concorda e faz outra ressalva: pessoas saudáveis podem se sentir mais motivadas a participar do que aquelas que estão doentes.

"Como a participação é voluntária, você fica dependenteea sports fcuma pessoa querer ou não colocar os dados, e as pessoas têm uma tendência maiorea sports fcinformar voluntariamente algo que é bom do que algo que é ruim", diz Botelho.

O epidemiologista diz que isso pode levar o mapa a indicar menos casos do que existem na realidadeea sports fcuma região e fazer uma pessoa interpretar equivocadamente o risco que existe ali. "Uma formaea sports fccorrigir isso seria agregar ao mapa dadosea sports fcoutras fontes", diz Botelho.

Projeto busca mais apoiadores

O médico Valderílio Feijó, professor da UFPR e líder da equipe clínica do Juntos Contra o Covid, diz que os participantes do projeto estão cientes destas limitações e estudam alternativas para aprimorar o site, entre elas, oea sports fccomplementá-lo com dados oficiais.

"Mesmo assim, isso não impede a plataformaea sports fccumprir seu objetivo, porque, se você vê que tem um caso no seu bairro, você sabe que o vírus está circulando por ali, e as medidasea sports fcproteção devem ser tomadas independentemente do númeroea sports fccasos", afirma Feijó.

O médico ressalta que, quanto mais pessoas contribuírem com o site, mais precisas serão as informações exibidas pelo mapa.

Mas o projeto tem um outro obstáculo que precisa ser superado antes: seu financiamento. O site faz parteea sports fcum projetoea sports fciniciação científica na Universidade Federal do Paraná (UFPR), que envolve 22 profissionais voluntários.

Houve um aumento expressivo do númeroea sports fccolaborações nos últimos dias, e isso esgotou o espaço para armazenamento nos servidores que armazenam as informações dos participantes e que havia sido doado pela Amazon, um dos patrocinadores da iniciativa.

Por isso, foi preciso interromper a coletaea sports fcinformações temporariamente, enquanto a equipe busca mais recursos.

Faissal diz que há urgênciaea sports fcfazer tudo voltar a funcionar normalmente. "Perder tempo significa perder dados, e isso pode prejudicar as análises que a gente quer fazer depois."

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