Falasdescargar bwinreunião são ou não provas contra Bolsonaro?:descargar bwin

"Já tentei trocar gente da segurança nossa no Riodescargar bwinJaneiro oficialmente e não consegui. Isso acabou. Eu não vou esperar foder minha família todadescargar bwinsacanagem, ou amigo meu, porque eu não posso trocar alguém da segurança da pontadescargar bwinlinha que pertence à estrutura. Vai trocar; se não puder trocar, troca o chefe dele; não pode trocar o chefe, troca o ministro. E ponto final. Não estamos aqui para brincadeira", disse o presidente.

Bolsonaro também reclama do fatodescargar bwina Polícia Federal não lhe passar informações.

"E eu tenho o poder e vou interferirdescargar bwintodos os ministérios, sem exceção. Nos bancos eu falo com o Paulo Guedes, se tiver que interferir. Nunca tive problema com ele, zero problema com Paulo Guedes. Agora os demais, vou! Eu não posso ser surpreendido com notícias. Pô, eu tenho a PF que não me dá informações", diz ele.

Moro pediu demissão após ser surpreendido pela demissãodescargar bwinMaurício Valeixo da chefia da Polícia Federal. O ex-ministro da Justiça afirmou que Bolsonaro interferiu na PF, que está encarregadadescargar bwininvestigações criminais que podem envolver familiares do presidente.

Para Davi Tangerino, professordescargar bwindireito criminal da FGV, o vídeo reforça a versãodescargar bwinMorodescargar bwinque estava sofrendo ingerência — ou seja, é uma peça que ajuda a reforçar a narrativadescargar bwinMoro, mas sozinho não é provadescargar bwincometimentodescargar bwincrime.

"Moro não mentiu. Ele disse que foi pressionado, e está aqui a prova. Mas quem defende o presidente pode argumentar que é uma pressão normal, não uma ingerência criminosa", afirma Tangerino.

O professordescargar bwincriminologia da USP Maurício Dieter afirma que Bolsonaro tem o poderdescargar bwinnomear quem quiser para seus ministérios, e só há crime se foi possível provar que houve interferência para proteger seus familiaresdescargar bwininvestigaçõesdescargar bwinandamento — o que as falas no vídeo, por si só, não comprovam.

Para Dieter, o contextodescargar bwininterferência — quando Bolsonaro diz 'vou interferir' — pode ser lido como legítimo, no sentidodescargar bwinele querer que seus ministros "se aproximem maisdescargar bwinsuas ideias e demonstrem maior lealdadedescargar bwintodas as suas manifestações".

"Nessa reunião Moro foi objetodescargar bwinforte recriminação diantedescargar bwinseus pares; destinatáriodescargar bwinindiretas e muito sarcasmo. Deve ter se sentido humilhado. E essa humilhação deve ter afetadodescargar bwinmemória, a pontodescargar bwinindicar uma reunião cheiadescargar bwingrosserias e não poucas demonstraçõesdescargar bwinburrice como provadescargar bwinalgum crime por parte do presidente", opina o criminalista.

Já Tangerino afirma que "o vídeo sozinho não prova crime, mas também não é irrelevante".

"Nem sempre no direito penal você vai ter a prova igual as que aparecem nos seriados, uma única prova incontestável. Muitas vezes a conclusãodescargar bwinque um fato aconteceu se dá juntando peças", explica.

"Uma pessoa que é paranóica, como Bolsonaro, mesmo que tivesse cometido um crime, não deixaria um rastro claro, uma mensagem que dissesse: 'preciso trocar o Valeixo porque meu filho cometeu um crime'. Se estão esperando esse tipodescargar bwinprovas, não vai acontecer", diz Tangerino.

O professordescargar bwindireito penal da USP Gustavo Badaró, também diz que não há nenhuma prova categórica no vídeo divulgado.

"Continua na mesma. Choquedescargar bwinversões. Não vi nenhuma 'baladescargar bwinprata' contra o presidente", diz ele.

A versão do presidente édescargar bwinque, quando faladescargar bwintrocar a segurança, está se referindo à segurança física dos filhos — cuja segurança pessoal, no entanto, édescargar bwinresponsabilidade do GSI (Gabinetedescargar bwinSegurança Institucional da Presidência da República).

No vídeo Bolsonaro também diz 'meus amigos' quando fala da atuação da PF no Rio — amigos cuja segurança pessoal não é feita pela polícia ou pelo GSI.

Crimedescargar bwinresponsabilidade

Embora, por si, não forneça nenhuma prova categóricadescargar bwinque Bolsonaro tenha cometido crimedescargar bwinrelação à PF, segundos os criminalistas, o vídeo pode reforçar a discussão sobre o presidente ter cometido crimedescargar bwinresponsabilidade.

Crimesdescargar bwinresponsabilidade têm uma possibilidade maiordescargar bwininterpretação do que crimes comuns — nos quais é preciso que a atitude comprovada seja exatamente aquela descrita na lei, explica Davi Tangerino, da FGV.

Estão previstos como crimesdescargar bwinresponsabilidade do presidente da República coisas mais amplas e abertas à interpretação, como, por exemplo, "procederdescargar bwinmodo incompatível com a dignidade, a honra e o decoro do cargo".

"O presidente tem um 'caminhão'descargar bwincrimesdescargar bwinresponsabilidade", opina. "O impeachment é um caminho jurídico muito mais verdadeiro, porquedescargar bwinvezdescargar bwinconvivermos com uma acusação criminal nebulosa, que precisadescargar bwintempo para ser investigada, você têm elementos jurídicos mais do que suficientes para discutir o impedimento por crimedescargar bwinresponsabilidade", afirma.

Outros juristas já disseram ver crimedescargar bwinresponsabilidadedescargar bwinatos do presidente no passado — incluindo Miguel Reale, um dos autores do pedidodescargar bwinimpeachmentdescargar bwinDilma Rousseff.

Para um impeachment contra Bolsonaro, seria preciso que o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, aceitasse um dos pedidos que foram apresentados e que o impedimento fosse votado no Congresso.

No momento não há sinaisdescargar bwinque isso possa acontecer — Bolsonaro tem negociado cargos com o Centrão para fortalecerdescargar bwinbase parlamentar, hoje pequena.

Situaçãodescargar bwinMoro

Ao abrir o inquérito sobre as acusaçõesdescargar bwinMoro contra Bolsonaro, o procurador-geral da República, Augusto Aras, afirmou também que, se não comprovadas, isso poderia levar à denúncia contra Moro por denunciação caluniosa ou calúnia.

Os criminalistas, no entanto, não veem elementos para isso.

"A chancedescargar bwino Moro ser criminalizado nesta historia beira a zero. Ele não mentiu", opina Tangerino.

Gustavo Badaró, da USP, concorda.

"O crimedescargar bwindenunciação caluniosa exige que se dê causa à instauraçãodescargar bwininquérito contra pessoa 'que se sabe inocente'", explica. "Ou seja, é preciso ter certezadescargar bwinque a pessoa contra quem se dá causa à instauração do inquérito é inocente."

"O Moro vai dizer que, na visão dele, não considerava o presidente inocente, que, ao menos subliminarmente, ele entendeu que era interferência nos inquéritos. Logo, não houve denunciação caluniosa", afirma.

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