'Somos heroínas que chegamaposta o que écasa e desabam': o relatoaposta o que éuma enfermeiraaposta o que émeio à pandemia:aposta o que é

"Antes, nos preocupávamos com infecções, com antibióticos que causassem resistênciaaposta o que ébactérias. Mas era rotineiro.

Com a pandemia, tivemos que readequar toda a estrutura do hospital psiquiátrico e refazer todos os treinamentos para cumprir com as normas da OMS e do governo do Estado, e para garantir que o paciente psiquiátrico não se infecte nem infecte os demais.

O hospital privadoaposta o que éque trabalho não éaposta o que éreferência, mas tem recebido casosaposta o que écovid-19 por ser uma instituiçãoaposta o que égrande porte.

Então, quando saio para trabalharaposta o que émanhã, eu tento vencer o dia. Preciso que as equipes não se cruzem, que os pacientes não se cruzem. Que os protocolos não sejam quebrados, que os pacientes não sejam infectados, para salvaguardar a saúde deles e a nossa.

Tivemos dois casos suspeitos entre pacientes, que transferimosaposta o que étempo hábil. Hoje (12aposta o que émaio), com muita felicidade, recebemos a notíciaaposta o que éque o teste deles deu negativo para o coronavírus.

Mas temos funcionários e servidores que se contaminaram.

Essa é a nossa maior preocupação: o grande númeroaposta o que éprofissionais da saúde infectados. É um grande medo pessoal, uma grande angústia, e que diminui muito a nossa forçaaposta o que étrabalho na enfermagem.

Nos hospitais onde trabalho, estamos perdendo cercaaposta o que é40% da equipe. Estamos trabalhando com déficitaposta o que épessoas, e muitos estão cansadosaposta o que édobrar os turnos para compensar essa ausência.

Recentemente, uma colega apresentou sintomas, então é muita tensão. Às vezes eu preferiria estaraposta o que éuma unidadeaposta o que éreferência contra o covid-19,aposta o que éque você já sabe qual é o perfil do paciente que vai chegar, do que ficar nesta tensãoaposta o que éser pegaaposta o que ésurpresa ao se deparar com a doença.

No hospital psiquiátrico, estamos equipados e com máscaras, mas não tão paramentados como estão os profissionaisaposta o que éUTI.

Então eu vivoaposta o que éalerta constante. Sempre que chega mensagem no meu celular, penso, 'meu Deus, será que algum paciente está com sintoma?'

Trabalho 12 horas por dia, porque, assim como muitos enfermeiros, tenho que ter vínculo (profissional) com maisaposta o que éuma instituição. E não é porque a gente quer, mas porque a gente precisa. E é complicado abrir mãoaposta o que éum emprego no meio desta crise econômica.

E para muitos, entre uma jornada e outra entre os hospitais, tem o medoaposta o que ése contaminar no transporte público.

Eu penso muito também no pós-pandemia. Agora é o momentoaposta o que éque a infectologia estáaposta o que éalta, mas depois vai ser a vez da psiquiatria. Porque, quando tudo isto passar, teremos muitos profissionais adoecidos. Tenho colegas que não conseguem mais sairaposta o que écasa,aposta o que étão apavorados, exauridos.

As pessoas dizem que somos heroínas, mas a gente se pergunta, meu Deus, que heroínas são essas que chegamaposta o que écasa e desabam?

Em casa, o medo é grande também. Minha filha acabouaposta o que ése formaraposta o que éMedicina e dá plantãoaposta o que éhospitalaposta o que éreferência no tratamento da covid-19. Então fica ela preocupada comigo, e eu preocupada com ela."

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