'E daí?': quem é Alexandre Ramagem, o amigo da família Bolsonaro que comandará PF:telegram 1xbet

No caso da funçãotelegram 1xbetministrotelegram 1xbetEstado, a Constituição requer que a pessoa escolhida tenha maistelegram 1xbet21 anos e esteja no exercício dos seus direitos políticos. A Polícia Federal, portelegram 1xbetvez, só pode ser comandada por delegados que atingiram o topo da carreira na instituição (a chamada classe especial), segundo leitelegram 1xbet2014.

Tanto Mendonça quanto Ramagem atendem às exigências legais para os cargos. Apesar disso, juristas se dividem sobre a possibilidadetelegram 1xbeta escolhatelegram 1xbetRamagem, um amigo da família presidencial, ser barrada na Justiça, já que Moro deixou o governo acusando Bolsonarotelegram 1xbetquerer intervir politicamente na PF para obter informações sobre investigaçõestelegram 1xbetcurso.

O ex-presidente do Superior Tribunaltelegram 1xbetJustiça Gilson Dipp diz não ter conhecimentotelegram 1xbetinformações "em desfavor"telegram 1xbetRamagem do pontotelegram 1xbetvistatelegram 1xbetsua carreira profissional, que desde 2005 é delegado da PF. No entanto, ele considera que a nomeação iria contra o artigo 37 da Constituição Federal.

"Pelos princípios constitucionais gerais da administração públicatelegram 1xbetmoralidade e impessoalidade, são totalmente questionáveis essas duas (possíveis) nomeações [em referência a Ramagem e Jorge Oliveira, cotado inicialmente ao Ministério da Justiça]. Não pelas pessoastelegram 1xbetsi, mas pelo relacionamento íntimo que têm com o presidente da República e com seus três filhos", acredita.

Natelegram 1xbetavaliação, o Supremo Tribunal Federal poderia barrar a escolha, mas, por prudência, isso deveria ser definidotelegram 1xbetjulgamento do plenário, e não por liminar individualtelegram 1xbetum ministro, como ocorreu com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em marçotelegram 1xbet2016, o ministro do STF Gilmar Mendes barrou a nomeação do petista para a Casa Civil pela então presidente Dilma Rousseff justificando que o objetivo seria dar foro privilegiado ao ex-mandatário, então alvotelegram 1xbetinvestigações criminais. No ano seguinte, porém, o ministro Celsotelegram 1xbetMello negou pedido semelhante para evitar a possetelegram 1xbetMoreira Franco como ministro do presidente Michel Temer.

Já Miguel Reale Júnior, ex-ministro da Justiça no governo Fernando Henrique Cardoso, considera que não há impedimento legal para a nomeaçãotelegram 1xbetRamagem. Ele, porém, considera graves as acusaçõestelegram 1xbetSergio Moro contra Bolsonarotelegram 1xbetintervenção na Polícia Federal, e diz que seria "mais um motivo" para um processotelegram 1xbetimpeachment contra o presidente. Já há maistelegram 1xbet20 pedidos nesse sentido para serem apreciados pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia, autoridade que tem o podertelegram 1xbetiniciar um processotelegram 1xbetimpeachment.

"Não existe nada que proíba (a nomeaçãotelegram 1xbetamigos do presidente). O Saulo Ramos (ministro da Justiça no governotelegram 1xbetJosé Sarney) era amicíssimo íntimo do Sarney, advogado dele", exemplifica Reale Júnior.

"Vai ser um problema para a Polícia Federal, por ele (Ramagem) ser uma pessoa que não gera confiança, mas, tecnicamente, nada proíbe", afirmou.

Ao pedir demissão, Sergio Moro disse que Bolsonaro quer um diretor da PF que lhe passe informações sobre investigações. Ele disse que o presidente manifestou especial interessetelegram 1xbetinquéritos que tramitam no STF. Um dessas investigações apura a disseminaçãotelegram 1xbetnotícias falsas e ataques aos ministros do Supremo. Segundo o jornal Folhatelegram 1xbetS.Paulo, a PF teria identificado envolvimento do vereador do Riotelegram 1xbetJaneiro Carlos Bolsonaro, filho do presidente, nessas ações criminosas.

Outra investigação apura o envolvimentotelegram 1xbetparlamentares na convocaçãotelegram 1xbetprotestos antidemocráticos e tem potencial para atingir outro dos filhos do presidente, o deputado federal Eduardo Bolsonaro, e outros aliados do presidente no Congresso.

Ao responder as acusaçõestelegram 1xbetMoro, Bolsonaro destacou que é prerrogativa presidencial escolher a direção da PF. Ele defendeu seu direitotelegram 1xbetpedir informações sobre investigações que envolviam a si mesmo etelegram 1xbetfamília, como o inquérito que apurou a facada que levoutelegram 1xbetAdélio Bispo durante a eleição e a apuração sobre o porteirotelegram 1xbetseu condomínio no Rio, que lhe citoutelegram 1xbetdepoimento sobre o assassinato da vereadora Marielle Franco.

Quem é Ramagem?

Graduadotelegram 1xbetDireito pela Pontifícia Universidade Católica do Riotelegram 1xbetJaneirotelegram 1xbet2000, Alexandre Ramagem é delegado da Polícia Federal desde 2005.

Na PF, foi responsável pelas Divisõestelegram 1xbetAdministraçãotelegram 1xbetRecursos Humanos (2013 e 2014) etelegram 1xbetEstudos, Legislações e Pareceres (2016 e 2017).

Também fez parte da equipetelegram 1xbetinvestigação da Operação Lava Jato no Riotelegram 1xbetJaneirotelegram 1xbet2017.

Se tornou próximotelegram 1xbetBolsonaro na campanhatelegram 1xbet2018, quando foi destacado pela PF para coordenar a segurança do candidato após ele ter sido alvotelegram 1xbetuma facadatelegram 1xbetsetembro e quase morrer.

Assim, ganhou proximidade com a família presidencial, tendo passado a viradatelegram 1xbet2018 para 2019telegram 1xbetuma festatelegram 1xbetAno Novo com o vereador Carlos Bolsonaro.

Com a possetelegram 1xbetBolsonaro, foi chamado para o governo, tendo primeiro atuado como assessor especial da Secretariatelegram 1xbetGoverno, quando a pasta era comandada pelo general Carlos Alberto Santos Cruz. Em junhotelegram 1xbet2019, deixou essa função para assumir a Abin.

"Nos dois contatos que tive com Ramagem, achei ele uma pessoa responsável, preparada. Um bom nível", disse à BBC News Brasil um ex-diretor da Polícia Federal.

"Só que essa relaçãotelegram 1xbetamizade com a família do presidente vai pesar muito contra ele, vai ser cobrado muito por isso. Qualquer coisa suspeita que acontecer, vão cobrar ", ressaltou.

O presidente da Associação dos Delegados da Polícia Federal, Edvandir Paiva, também afirma que Ramagem é tido como "um profissional sério e competente" na categoria. "Não há desabono à carreira dele", disse.

"Mas há um incômodo dos delegados com essa saída traumáticatelegram 1xbetMoro, com acusações (de interferência na instituição), porque a própria Polícia Federal fica como órgãotelegram 1xbetsuspeita", ressaltou.

A associação reforçou a defesatelegram 1xbetuma antiga bandeiratelegram 1xbetcarta direcionada a Bolsonaro: querem que seja encaminhado ao Congresso um projetotelegram 1xbetlei que estabeleça mandato fixo para o diretor da PF e que a nomeação seja feita a partirtelegram 1xbetuma lista com opções eleitas pelos delegados.

A proposta ételegram 1xbetum mandatotelegram 1xbettrês anos, para que não coincida com os quatro anostelegram 1xbetmandato presidencial. Isso, defende a associação, dificultaria a interferência na instituição.

Questionado no Facebook sobre a possível nomeaçãotelegram 1xbetum amigo da família para diretor da PF, o Bolsonaro respondeu: "E daí? Antestelegram 1xbetconhecer meus filhos, eu conheci o Ramagem. Por isso deve ser vetado? Devo escolher alguém amigotelegram 1xbetquem?".

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A Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef), que representa quase 15 mil policiais federaistelegram 1xbettodo o país, divulgou nota na qual diz que "a Polícia Federal é uma políciatelegram 1xbetEstado e nãotelegram 1xbetgoverno e, por isso, acredita e defende que jamais a instituição deve ser atingida por interferências políticas".

O presidente da Fenapef, Luís Antônio Boudens, dissetelegram 1xbetentrevista à BBC News Brasil que a federação vai reforçar a vigilância sobre eventuais tentativastelegram 1xbetinterferência política.

Há ao menos 6 casos que envolvem pessoas próximas ao presidente Jair Bolsonaro e que têm alguma relação com a Polícia Federal.

"Aumenta o nosso cuidado com a preservaçãotelegram 1xbetpoliciais envolvidos nas investigações. Nossa vigilância será mais atenta", afirmou.

Ele reforça que é prerrogativa do presidente da República escolher o diretor-geral da PF, mas disse que "se cria um alerta" quando se falatelegram 1xbetrelaçãotelegram 1xbetamizade. "Nós não consideramos, a não ser que haja motivação descoberta, que a trocatelegram 1xbetdiretor-geral é uma interferência. Isso é previstotelegram 1xbetlei, não há que se falartelegram 1xbetatropelo."

Quando se falatelegram 1xbeteventual tentativatelegram 1xbetintervenção na PF para minar investigações, os dois pontos centrais, segundo Boudens, são mudançastelegram 1xbetequipestelegram 1xbetinvestigadores e algum tipotelegram 1xbetcorte desproporcionaltelegram 1xbetverbas para áreas da Polícia Federal.

"A remoçãotelegram 1xbetpoliciaistelegram 1xbetequipetelegram 1xbetinvestigação sem motivo plausível é algo que geraria suspeita", explica Boudens.

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