Não vamos pedir autorização para proteger população, diz governador do Pará sobre Bolsonaro e coronavírus:globoesporte palmeiras
No sábado (21/03), Barbalho divulgou um vídeogloboesporte palmeirasque criticava a demora na atuação do Planaltogloboesporte palmeiraspropor soluções para a chegada da pandemia ao Brasil.
Em entrevista à BBC News Brasil, concedidagloboesporte palmeirasmeio à avalanchegloboesporte palmeirascríticas ao pronunciamento mais recentegloboesporte palmeirasBolsonaro sobre a pandemia, Barbalho diz que a divergência tão extremagloboesporte palmeirasorientações entre presidente e Ministério da Saúde não ajuda no combate ao coronavírus.
Barbalho, que tem 40 anos e já foi ministro da Pesca e Aquicultura e ministro-chefe da Secretaria Nacional dos Portos no governo Dilma Rousseff (PT), alémgloboesporte palmeirasministro da Integração Nacional no governo Michel Temer (MDB), enfatiza que, no Pará, a autoridade máxima do poder Executivo é ele.
Leia, abaixo, os principais trechos da entrevista:
globoesporte palmeiras BBC News Brasil - O que acha do posicionamento do presidente Bolsonarogloboesporte palmeirasrelação ao coronavírus?
globoesporte palmeiras Helder Barbalho - Olha, nós temos dialogado com o Ministério da Saúdegloboesporte palmeirasmaneira muito frequente e intensa. Temos construído parcerias efetivas e vamos prosseguir nessa busca constante para viabilizar que o governo federal possa nos permitir que tenhamos. Estamos buscando todas as parcerias necessárias para proteger a nossa população. E o Ministério da Saúde é o nosso ponto focal junto ao governo federal.
globoesporte palmeiras BBC News Brasil - A ponte tem sido mais o Ministério que o presidente?
globoesporte palmeiras Barbalho globoesporte palmeiras - Nossa tratativa é com o ministro da Saúde e com a áreagloboesporte palmeirasvigilânciagloboesporte palmeirassaúde, que são os nossos interlocutores para que possamos fazer frente a estas ações que nós planejamos aqui no nosso protocologloboesporte palmeirascontingência que estamos colocandogloboesporte palmeirasprática aqui.
Com relação à questão econômica nós assistimos o anúncio do presidente e do ministro da Economia [um pacotegloboesporte palmeirasR$ 88 bilhões para ajudar os Estados], achamos que é importante.
globoesporte palmeiras BBC News Brasil - O senhor tem seguido as recomendações do Ministério da Saúde sobre as medidas e cuidadosgloboesporte palmeirasisolamento social. Ontem globoesporte palmeiras (24/3) globoesporte palmeiras , na TV, o presidente orientou com todas as letras que se abra o comércio, que se isolem apenas os idosos, e disse que vai falar com o ministro da Saúde para que se reverta parte dessas medidas. Vai acatar?
globoesporte palmeiras Barbalho - Eu respeito e convivo muito bem com o contraditório.
globoesporte palmeiras BBC News Brasil - Desculpe a interrupção, mas nesse caso é a União, o governo federal, falando com os Estados, é mais que uma opinião.
globoesporte palmeiras BBC News Brasil - Eu respeito o contraditório, porém, como chefe do poder Executivo no território paraense, os procedimentosgloboesporte palmeirasorientação do governo do Estado do Pará estão absolutamente alinhados com a Organização Mundial da Saúde, alinhados com as orientações técnicasgloboesporte palmeirastodos aqueles que entendemgloboesporte palmeirasestratégiagloboesporte palmeirassaúde pública.
Temos buscado estudar experiênciasgloboesporte palmeirasoutros países que já enfrentaram esta crise, portanto no território paraense não haverá mudançagloboesporte palmeirasrota daquilo que tem sido colocado claramente por parte das autoridades locais.
globoesporte palmeiras BBC News Brasil - Então, no tema coronavírus, a autoridade máxima não será o presidente da República.
globoesporte palmeiras Barbalho - Nós estamos seguindo as orientações técnicas. Os agentes políticos devem assessorar-se dos técnicos para tomadagloboesporte palmeirasdecisão. As orientações da OMS e as orientações dos técnicos do Ministério da Saúde colocam claramente qual é a estratégia correta a seguir, e é isso que nós vamos fazer.
Respeitando quem pensa diferente, respeitando quem possa defender teses contrárias. Agora, da mesma forma que eu respeito o contraditório, não abro mão que respeitem o contraditório também.
globoesporte palmeiras BBC News Brasil - De que cada Estado possa seguirgloboesporte palmeirasdecisão?
globoesporte palmeiras Barbalho - Sem dúvida alguma.
globoesporte palmeiras BBC News Brasil - O senhor acha que essa situaçãogloboesporte palmeirascada Estado ter que montar seu plano e ouvir, mas não seguir a Presidência da República, atrapalha as estratégias? A população segue as orientações do presidente, quer voltar para a rua, romper o isolamento?
globoesporte palmeiras Barbalho - Não ajuda. Não ajuda, é fato. Agora vamos medir qual o nívelgloboesporte palmeirasrepercussão, se isso será restrito a segmentos muito isolados.
globoesporte palmeiras BBC News Brasil - Na semana passada o senhor reclamou que o governo federal estava demorandogloboesporte palmeirasreagir ao coronavírus. O senhor mantém essa avaliação?
globoesporte palmeiras Barbalho - O que eu tenho colocado égloboesporte palmeirasque cada um tem o seu tempo. Não devemos, inclusive, perder tempo fazendo avaliação do outro. Deve se focargloboesporte palmeirascada um fazer agloboesporte palmeirasparte e nós estamos fazendo a nossa parte aqui.
Nós não vamos nos apegar ao calendáriogloboesporte palmeirasquem quer que seja, muito menos pedir autorização a quem quer que seja para cumprir com a nossa obrigação que é defender a população paraense.
globoesporte palmeiras BBC News Brasil - Que medidas o senhor considera mais fundamentais no Pará?
globoesporte palmeiras Barbalho - Além das medidasgloboesporte palmeirasisolamento social, na região metropolitana (de Belém) nós fizemos uma estrutura no estádiogloboesporte palmeirasfutebol para as pessoas que são moradoresgloboesporte palmeirasrua,globoesporte palmeirasmaior vulnerabilidade social.
Contratamos ontem 720 leitos que começam a ser levantados a partir da semana que vemgloboesporte palmeirasquatro hospitaisgloboesporte palmeirascampanha espalhados, já que o Pará tem uma extensão territorial muito significativa. Teremosgloboesporte palmeirasBelém, outro no Oeste, outro no Marajó, e estamos adquirindo equipamentosgloboesporte palmeirasUTI para acréscimosgloboesporte palmeirasUTI na nossa rede.
E no campo da área econômica, lançamos um fundogloboesporte palmeirasmicrocrédito para microempreendedores, empreendedores individuais e trabalhadores informais. São R$ 100 milhões. E outra linha para capitalgloboesporte palmeirasgiro e folhagloboesporte palmeiraspagamento, para garantir que as pessoas não precisem demitir todo mundo.
Antecipamos o salário dos servidores, todos começam a receber hoje até o dia 27 para dar uma injeçãogloboesporte palmeirasrecursos. Já havíamos, antes da Aneel, suspendido o cortegloboesporte palmeirasenergia por 30 dias, desde a terça-feira da semana passada. Egloboesporte palmeiraságua também.
Compramos medicamentos ontem, novas máquinas para ampliar a testagem no laboratório central. Eram 40, vamos chegar na segunda-feira para até 120 testes.
globoesporte palmeiras BBC News Brasil - Qual a importância dos recursos federais para essas medidas?
globoesporte palmeiras Barbalho - Fundamental. Todas as ações que estamos fazendo demandam custeio e investimentos. Se você vai comprar um conjuntogloboesporte palmeirasequipamentos, você tem que pagar. Inclusive o mercado está tão aquecido que se não antecipar 30%, 40%, você não assina contrato.
Da mesma forma, por exemplo, os leitos. Tivemos que antecipar também 30%, senão não saem as carretasgloboesporte palmeirasSão Paulo para vir montar os leitos. Além dos recursos é fundamental que o Ministério da Saúde possa garantir o funcionamento dos EPIs (equipamentosgloboesporte palmeirasproteção individual) para que os trabalhadores da área da saúde tenham condiçõesgloboesporte palmeirastrabalho. E que possam ajudar na distribuiçãogloboesporte palmeirasmedicamentos.
É muito importante que o teste rápido seja distribuído, que possa verificar e validar os sintomas desde o primeiro dia. E não esse outro modelogloboesporte palmeirasteste rápido que só valida a partir do sétimo dia do vírus. Aí você corre o riscogloboesporte palmeirasmascarar o resultado, e até estimular as pessoas negativadas a pensar que estão bem, quando na verdade só não foram positivadas porque o vírus ainda não cumpriu o ciclo dos sete dias.
globoesporte palmeiras BBC News Brasil - E os efeitos econômicos? O Pará tem muitos trabalhadores informais.
globoesporte palmeiras Barbalho - Me preocupa profundamente. As iniciativas lançadas pelo governo federal são importantes, eu recomendei que eles possam adicionar a isso a possibilidadegloboesporte palmeirasfacilitar, inclusive, para que os próprios Estados tenham acesso aos fundos constitucionais.
E defendo o raciocínio do ex-presidente do Banco Central, Armínio Fraga, que estimula que o governo federal possa criar uma transferênciagloboesporte palmeirasrenda excepcional neste momento e que possa garantir um seguro para as populações mais sofridas do Brasil.
globoesporte palmeiras BBC News Brasil - O coronavírus cria uma expectativagloboesporte palmeirasrecessão global, impactos tantogloboesporte palmeirasmortes como depressão econômica. Que riscos vê para o Pará, se o combate não for bem administrado?
globoesporte palmeiras Barbalho - Não há risco maior do que perder vidas. Esse é, seguramente, nosso maior desafio, é proteger as pessoas. Garantir que o Brasil possa atravessar esse momento sem que assistamos aqui exemplos como a quantidadegloboesporte palmeiraspessoas que vieram a óbito, seja na Itália, seja na China, nos EUA, e outros tantos países.
O principal nesse momento é que consigamos salvar a população. Em paralelo a isso que sejamos capazesgloboesporte palmeirasdiminuir o sofrimento e as consequências econômicas que a população está vivendo.
Por isso a busca pelo combate do único inimigo que esse país deve ter, que é o coronavírus, deve ser o que nos pauta neste momento.
globoesporte palmeiras BBC News Brasil - O senhor está mais otimista ou mais preocupado?
globoesporte palmeiras Barbalho globoesporte palmeiras -Todos nós devemos estar preocupados, (é preciso) agir e tranquilizar a população. E liderar,globoesporte palmeirasmaneira leal, o enfrentamento desse desafio que está posto.
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