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Biorremediação: os métodos naturais que podem ajudar a recuperar áreas manchadas pelo petróleo:bet365 apostas baixar
"O momento idealbet365 apostas baixarutilizar essas técnicas é agora. Quanto mais rápido agirmos, mais êxito se tem na remediação. Com o passar do tempo, essas substâncias vão se diluindo ou se misturando aos sedimentos, o que torna mais difícil a limpeza efetiva", diz Olívia Oliveira, que é diretora do Igeo e há 12 anos coordena pesquisas para desenvolver métodosbet365 apostas baixarremediação.
O superintendente do Ibama na Bahia, Rodrigo Alves, afirmou que todas as sugestões recebidas (não só as da minuta) foram encaminhadas à Secretaria Nacionalbet365 apostas baixarProteção e Defesa Civil (Sedec), ligada ao Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR).
"Os métodos que envolvem o usobet365 apostas baixarprodutos químicos são logo descartados. Mas os que são naturais estãobet365 apostas baixaranálise pela Defesa Civil", disse Alves.
Na sexta-feira (8/11), a BBC News Brasil enviou questionamentos para o Ministério do Desenvolvimento Regional, com o objetivobet365 apostas baixarsaber o andamento das análises dos métodosbet365 apostas baixarremediação e se já está definido quando algum será implementado. A reportagem perguntou também qual o valor dos recursos destinados a essa finalidade.
A assessoriabet365 apostas baixarcomunicação do MDR confirmou por telefone o recebimento da demanda, mas não respondeu aos questionamentos até a conclusão desta reportagem.
Métodos naturais
As técnicas desenvolvidas pelo Igeo e patenteadas pela UFBA, individualmente oubet365 apostas baixarparceria com a Unifacs (uma universidade privadabet365 apostas baixarSalvador), aliam tecnologia e insumos encontrados facilmente nas costas baiana e nordestina, fazendo cair o custo e evitando o usobet365 apostas baixarprodutos químicos — o que lançaria novas substâncias possivelmente tóxicas nas biotas já impactadas.
Todos os métodos já foram, inclusive, testados com amostras do próprio óleo que chega ao litoral brasileiro desde 30bet365 apostas baixaragosto.
"O que fazemos é usar organismos vivos para remover os poluentes do ambiente. Não adianta só tirar a poluição visual, é preciso eliminar os compostos invisíveis, como benzeno, tolueno e xileno, ou no mínimo diminuir a presença deles. Aí entra a biotecnologia, com diferentes indicações para cada ambiente", explica Ícaro Moreira, que é professor da UFBA e já atuou na agência ambiental do governo canadense, justamente na áreabet365 apostas baixarremediaçãobet365 apostas baixarepisódiosbet365 apostas baixarderramamentobet365 apostas baixarpetróleo.
Para os casosbet365 apostas baixarque o petróleo já se dissolveu na água, a indicação é utilizar microalgas que se alimentam do carbono contido nas substâncias tóxicas, o que elimina tais substâncias e a conseqüente contaminação.
Funciona como uma máquinabet365 apostas baixardiálise: a água contaminada entrabet365 apostas baixarum tanque (reator) onde estão as microalgas, que se abastecem do carbono. Em seguida, a água limpa é liberadabet365 apostas baixarvolta no ambiente.
Devidamente alimentadas e crescidas, as microalgas viram uma biomassa que pode ser utilizada para produçãobet365 apostas baixarbiodiesel. "É um processo que não gera resíduo. A água fica limpa e a microalga pode virar um combustível também limpo", explica Moreira.
Integrante da pesquisabet365 apostas baixarque tal método foi desenvolvido, Isadora Machado mostrou,bet365 apostas baixarseu mestradobet365 apostas baixarGeoquímica, que num períodobet365 apostas baixar28 dias as microalgas conseguiram eliminar 94% dos poluentesbet365 apostas baixaramostras da chamada "água do petróleo" — um efluente resultante da produção petrolífera que é apontado como uma das "águas" mais poluídas do mundo.
"Torcemos para que esses métodos sejam aplicados, pois a pesquisa é pra isso. Pra dar um retorno para o meio ambiente e a sociedade", observa Machado.
Em uma estimativa feita pelo professor Ícaro Moreira, um conjuntobet365 apostas baixarreatores capazbet365 apostas baixartratar 1,5 mil litrosbet365 apostas baixarágua marinha a cada três dias custaria cercabet365 apostas baixarR$ 50 mil para implantação, com manutençãobet365 apostas baixarR$ 7 mil por mês. Ao final do processo, entretanto, cada quilobet365 apostas baixarbiomassa gerada poderia ser vendido por R$1 mil.
"No final das contas, a biomassa gerada paga as contas e ainda dá lucro. Isso é um exemplo bem claro do que nós chamamosbet365 apostas baixareconomia circular", aponta Moreira.
Areia e manguezais
Para a areia da praia ou áreasbet365 apostas baixarmangue e superfícies lamosas, cujas características físicas dificultam a limpeza manual e favorecem a impregnação das substâncias tóxicas, o remédio previsto na minuta entregue há um mês ao governo é a fitorremediação, ou seja, o usobet365 apostas baixarplantas, que devem ser identificadas no próprio ambiente atingido.
Ali, o cientista detecta qual espécie consegue se dar melhor na presença do contaminante, o que significa uma alta capacidadebet365 apostas baixarfixação do carbono. Após tratamentobet365 apostas baixarlaboratório, várias dessas plantas são inseridas no ecossistema impactado, onde devem ser monitoradas por um período que vaibet365 apostas baixartrês a seis meses.
Assim como as microalgas, essas plantas vão se alimentar do poluente, tirando-o do ambiente. Ao final da limpeza natural, elas também podem ser destinadas para a produçãobet365 apostas baixarbiocombustível.
Experimentos já realizados com o métodobet365 apostas baixaráreas contaminadas por petróleo no entorno da Baíabet365 apostas baixarTodos os Santos mostram a eliminaçãobet365 apostas baixar89% dos compostos tóxicosbet365 apostas baixarum intervalobet365 apostas baixar90 dias.
Um detalhe: esse método serve também para áreas atingidas por esgoto (com limpezabet365 apostas baixar100%bet365 apostas baixarpoluentes) e metais pesados, com êxitobet365 apostas baixar70% na eliminação, por exemplo,bet365 apostas baixarchumbo, cobre e zinco.
Na minuta, consta ainda a possibilidade do usobet365 apostas baixarfibrasbet365 apostas baixarcôco e sisal para retenção do óleo na água — técnica que poderia ter sido adotada pelo governo até mesmo para a construçãobet365 apostas baixarcontençõesbet365 apostas baixardiferentes formatos e disposições, com o objetivobet365 apostas baixarproteger áreas mais sensíveis, como manguezais.
Nesse caso, as fibras utilizadas pelo Igeo são originárias do descarte das indústrias sisaleira e do côco. Tudo viraria lixo, mas, após tratamentobet365 apostas baixarlaboratório com produtos não tóxicos, os poros dessas fibras ganham 20 vezes mais capacidadebet365 apostas baixarabsorção.
Então, basta "empacotar"bet365 apostas baixarpequenos ou grandes formatos para deter o óleo, que pode, mais uma vez, ser reaproveitado.
"Quando o petróleo começou a chegarbet365 apostas baixarSalvador, nós mesmos pegamos a fibra e fomos para as praias. E foi muito eficiente para barrar o óleo ainda na água. O problema é que temos essas bolsas pequenas. Barreiras desse material poderiam ter evitado que muitos mangues fossem atingidos", diz a mestranda Célia Maia, que desenvolveu o método junto com a colegabet365 apostas baixarmestrado Rebeca da Paixão.
"Confesso que nunca imaginei ver algo desse tamanho no Brasil, mas aconteceu e estamos percebendo um despreparo do governo para lidar com a situação", avalia Ícaro Moreira.
"Essa contaminação invisível pode levar muitos anos para metabolizar sozinha, influenciando no uso das praias, na economia da pesca e na alimentação das pessoas, pois vai sempre existir a dúvida sobre a contaminação ou não dessas áreas. Não dá pra ficarbet365 apostas baixarbraços cruzados esperando o tempo passar", completa.
Patentes prontas à esperabet365 apostas baixarrecursos
Para além dos métodos descritos na minuta elaborada pelo Igeo, as técnicas biológicas mais difundidasbet365 apostas baixarremediação — sem usobet365 apostas baixarsubstâncias químicas — envolvem a aplicaçãobet365 apostas baixarfungos e bactérias nas áreas a serem descontaminadas.
Esse é o foco da pesquisabet365 apostas baixarCristina Quintella, titular da UFBA que neste momento estábet365 apostas baixarPortugal como professora visitante, testando novos métodos no Centrobet365 apostas baixarInvestigaçãobet365 apostas baixarEnergia e Ambiente do Instituto Politécnicobet365 apostas baixarSetúbal (IPS).
"As técnicas existem e não são poucas. Estão todas testadas e patenteadas, prontas para aplicação. A maior parte das patentes é registrada na China, mas são tecnologias jábet365 apostas baixardomínio público", diz Quintella, co-autora da mais atualizada revisão globalbet365 apostas baixarpatentesbet365 apostas baixarbiorremediação para áreas atingidas por óleo, publicadabet365 apostas baixarjulho deste ano pelo Journal of Environmental Management.
Ela explica que, com os fungos e bactérias, o processo é semelhante ao das microalgas e plantas.
Primeiro, o pesquisador identifica os microorganismos na praia ou no manguezal impactado — nunca se deve usar microorganismos extraídosbet365 apostas baixaroutros ecossistemas, para não proliferar uma praga que vai gerar desequilíbrio.
Em seguida, o volume dessas bactérias e fungos é multiplicadobet365 apostas baixarlaboratório. Reinseridos na biota, eles vão se alimentar dos compostosbet365 apostas baixarpetróleo e limpar o ambiente.
"Sabe criança que não quer comer e você dá uma bala pra abrir o apetite? É a mesma coisa. A gente bota os fungos lá com uma comidinha. Depois que acabar, eles vão precisarbet365 apostas baixarmais comida, então vão comer as moléculas do petróleo", explica Quintella.
Quando o poluente se esgota, prossegue a professora, os fungos e bactérias ficam sem alimento e começam a morrer, restando somente o volume da população original daqueles microorganismos, o que refaz o equilíbrio do ecossistema.
Quintella evita fazer uma estimativabet365 apostas baixarcustos da aplicação do método, pois dependebet365 apostas baixarvariáveis como tamanho da área atingida, volume do materialbet365 apostas baixarlaboratório e tempobet365 apostas baixarmonitoramento.
A professora afirma, entretanto, que a depender do contexto e da fontebet365 apostas baixarfinanciamento, recursos para deslocamento, hospedagem e alimentação dos cientistas que vão a campo ou até a mesmo a partilha na utilizaçãobet365 apostas baixarequipamentos podem ser suficientes para que seja aplicada a biorremediaçãobet365 apostas baixardeterminadas áreas.
"Bem ou mal, da água se tira o óleo. O problema é o que fica nos solos e nos mangues. É para isso que existem esses métodos, que são inclusive bastante simples e o governo pode pagar. Basta ter vontade", conclui.
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