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Às vésperasesporte vascocúpula, 'pai do Brics' questiona relevância do grupo: 'alguém notaria se não houvesse reunião?':esporte vasco
"Eles geralmente parecem desfrutar apenas do simbolismo da reunião,esporte vascovezesporte vascorealmente adotar políticas. Eu disse a um amigo na semana passada: 'alguém notaria se não houvesse reunião do Brics?'", afirmou O'Neillesporte vascoentrevista à BBC News Brasil.
O economista, que é ex-secretário do Tesouro do Reino Unido e integrante da Câmara dos Lordes do Parlamento Britânico, diz que se orgulhaesporte vascoos países se reunirem como "grupo político" e que há uma importância simbólica nesses encontros, mas diz que os resultados não têm sido interessantes.
"Sugiro que os líderes dos Brics se perguntem: 'o que já fizemos como resultadoesporte vascouma reunião para melhorar nossas economias individualmente e coletivamente?'", diz O'Neill.
"Acho importante que eles comecem a pensar mais seriamente nas coisas que poderiam fazer juntos. Por que eles não buscam acordos comerciais mais sérios entre si? Por que eles não buscam mais iniciativas conjuntasesporte vascoáreas da saúde, particularmenteesporte vascodoenças infecciosas?"
Essa busca para intensificar as parcerias, segundo O'Neill, deveria partir principalmente dos países que estão com a economia mais fraca, como Brasil e Rússia. "Éesporte vascose esperar que eles tentem procurar as ferramentas, interna e externamente, que possam ajudá-los a se recuperar."
As reuniõesesporte vascocooperação entre os quatro países começaramesporte vascomaneira informalesporte vasco2006, segundo o Itamaraty, com a reunião dos chanceleres desses países no âmbito da Assembleia-Geral das Nações Unidas.
Em 2009, os encontros passaram a ser anuais e a contar com a presença dos chefesesporte vascoEstado e governo.
O Itamaraty defende que houve uma "rápida ampliação dos temas tratados pelos parceiros" na última década e que foram estabelecidas maisesporte vasco30 áreasesporte vascocooperação desde a primeira cúpula,esporte vasco2009 — entre elas, economia, ciência, saúde e tecnologia.
Um dos pontos mais marcantes foi a criação,esporte vasco2014, do Novo Bancoesporte vascoDesenvolvimento do Brics (NDB), o chamado Banco do Brics, com o objetivoesporte vascoaumentar o investimentoesporte vascoinfraestrutura e desenvolvimento sustentável nas economias emergentes.
Em relação à saúde, há dois anos, com a concentração nos países do Bricsesporte vascoquase 50%esporte vascotodos os casos novosesporte vascotuberculose no mundo, foi lançada a Rede Bricsesporte vascoPesquisaesporte vascoTuberculose, com o objetivoesporte vascoreunir esforçosesporte vascopesquisa e desenvolvimento no combate a essa doença.
A cúpulaesporte vasco2019 será nos dias 13 e 14esporte vasconovembro, no Palácio Itamaraty,esporte vascoBrasília. É a segunda vez que a capital brasileira é sede do encontro — a primeira foiesporte vasco2010.
Qual é o crescimento dos Brics hoje?
Dos cinco países que hoje integram o grupo, apenas a China e a Índia terão um crescimento significativoesporte vasco2019 —esporte vasco6,1% cada um, segundo a previsão do Fundo Monetário Internacional (FMI).
Ao mesmo tempo, Brasil, Rússia e África do Sul terão crescimento próximo a 1%.
O desempenho "decepcionante" da economia brasileira nos últimos anos se deve à forte dependência do preço das commodities, segundo o economista.
"O que é necessário é que o Brasil reduzaesporte vascodependência das commodities — o que é fácilesporte vascofalar, mas difícilesporte vascofazer. Também é importante reduzir a participação do governo na economia e criar um ambiente para estimular investimentos privados", diz.
O'Neill elogia a aprovação da reforma da Previdência e afirma que foi um "passo importante" que "aumenta as chancesesporte vascoo crescimento do Brasil não ser tão ruim quanto foi nos últimos anos".
O principal desafio para o país, segundo ele, é convencer os investidoresesporte vascoque tem um ambiente seguro para os investimentos.
"O mais importante é criar confiança entre os empresários, no exterior e no mercado interno,esporte vascoque o Brasil será um país com estabilidade, menos corrupto e mais confiável para as pessoas construírem seus negócios."
Desaceleração mundial
Na comparação com o desempenhoesporte vasco2018, os países do Brics, inclusive a China e a Índia, crescerão menos neste ano, segundo as previsões do FMI.
Isso acontece enquanto a economia mundial sofre com a guerra comercial entre os Estados Unidos e a China, as duas maiores economia do mundo. Nesse cenário, o FMI reduziuesporte vascooutubro a expectativaesporte vascocrescimento mundial para 3% neste ano.
"A disputa comercial entre Estados Unidos e China é a principal ameaça à economia global", diz O'Neill.
Para o economista, o mais provável é que a disputa comercial entre os dois países não seja resolvidaesporte vascoforma permanente no curto prazo, mas ele acredita que tarifas já impostas serão removidas.
"É provável que,esporte vasco2019 para 2020, tenhamos um período melhoresporte vascorelação à disputa comercial entre EUA e China. Continuar assim não é interessante para ninguém."
Embora aponte que a economia mundial está "definitivamente desacelerando", O'Neill não acredita que uma recessão esteja próxima.
"A economia mundial está vulnerável — há muitas questões, como a guerra comercial e uma possível bolha na áreaesporte vascotecnologia — no entanto, espero não chegue a uma recessão", diz.
Ele argumenta que países europeus, como a Alemanha e o Reino Unido, não precisarão maisesporte vascouma política fiscal tão rígida, o que poderá estimular a economia.
"Acredito que mudaremos para uma política fiscal mais expansionistaesporte vascolugares que podem fazer isso, como na Europa. Isso pode melhoraresporte vascorelação a anos anteriores", diz. "Mas os riscosesporte vascorecessão são definitivamente maiores do que há alguns anos."
Ao comentar os protestos no Chile, O'Neill diz que o crescimento econômico que o país alcançou não gerou benefícios para toda a população e que,esporte vascovários países, o capitalismo precisa funcionar melhor e beneficiar mais pessoas.
"Os protestos no Chile chamam atenção para o que é um problemaesporte vascogrande parte do mundo desenvolvido — como Estados Unidos e Reino Unido —, que é sobre como o capitalismo não está funcionando bem o suficiente", disse.
"O Chile teve crescimento econômico, mas não houve número suficienteesporte vascopessoas que se beneficiaram dele. Precisamos que o capitalismo funcione melhor para mais pessoasesporte vascomuitos países."
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