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Com 'G-10 das favelas', moradores querem atrair investimentos e transformar exclusãoprojeto de lei apostas esportivasstartups:projeto de lei apostas esportivas
A empresa funciona no contêiner da ONG Educap, que oferece oportunidadesprojeto de lei apostas esportivaseducação para os moradores e foi onde os empreendedores estudaram programação no Alemão.
A ideia do Brotaki é resolver dois problemas importantes: aumentar as vendas dos comerciantes locais e possibilitar um serviço, até então, inacessível aos moradores da favela.
"A gente viu que muito comerciante trabalhava com esses aplicativos e depois acabava saindo do aplicativo, porque não dava certo. Pensamos: qual o problema?", diz o sócio da startup, que também cria e gerencia perfis nas redes sociais para as empresas da região, alémprojeto de lei apostas esportivasprestar outros serviçosprojeto de lei apostas esportivastecnologia, como a criaçãoprojeto de lei apostas esportivassites corporativos.
"No prazoprojeto de lei apostas esportivasum ano estaremos rodando 100% do nosso produto, mostrando que nasce muita coisa boa dentro da favela. Soluções que resolvem não só o problema da favela, mas que podem ser levadas para outras regiões", diz o empreendedor, que acabaprojeto de lei apostas esportivasganhar um apoio para o crescimento da Agência Cptech.
A startup foi um dos 16 projetos selecionados pelo Investe Favela, fundo criado a partir do investimentoprojeto de lei apostas esportivasempresários e gerenciado por líderes comunitários do Complexo do Alemão eprojeto de lei apostas esportivasParaisópolis, voltado a financiar startups das favelasprojeto de lei apostas esportivastodo o país.
E a ideia, daquiprojeto de lei apostas esportivasdiante, é começar a buscar mais projetos como estes: no dia 23projeto de lei apostas esportivasnovembro, um eventoprojeto de lei apostas esportivasParaisópolis batizadoprojeto de lei apostas esportivasSlum Summit lançará oficialmente o G-10 das favelas, bloco que, assim como os países ricos (Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido) do G-7, unirá forçasprojeto de lei apostas esportivasprol do desenvolvimento econômico e protagonismoprojeto de lei apostas esportivasseus membros.
No mesmo evento, mais empreendedores das comunidades do G-10 poderão candidatar seus projetosprojeto de lei apostas esportivasstartups a financiamentos.
"O G-7 e o G-20 não juntam os paísesprojeto de lei apostas esportivasblocos para decidirem os rumos deles? Queremos decidir os nossos próprios rumos", compara Gilson Rodrigues, 35, presidente da União dos Moradoresprojeto de lei apostas esportivasParaisópolis desde 2009.
Foi ele quem liderou na última década,projeto de lei apostas esportivasparceria com a Prefeituraprojeto de lei apostas esportivasSão Paulo, o movimentoprojeto de lei apostas esportivasurbanizaçãoprojeto de lei apostas esportivasParaisópolis, favela na Zona Sul da capital paulista onde vivem cercaprojeto de lei apostas esportivas100 mil pessoas e funcionam 12 mil estabelecimentos comerciais.
As obras pararamprojeto de lei apostas esportivas2015, sob a justificativaprojeto de lei apostas esportivasrestrição fiscal, e não foram retomadas até hoje. Durante a crise econômica, encolheram também os lucros das empresas e, por consequência, o tamanho das doações das companhias parceiras direcionadas às favelas.
Fintech para ambulantes e camelôs
O caxiense Hugo Miranda,projeto de lei apostas esportivas34 anos, não tinha ideiaprojeto de lei apostas esportivasquanto dinheiro circulava entre os comerciantes da periferia até prestar atenção ao mercado para criar a Silicon Pay, máquinaprojeto de lei apostas esportivascartõesprojeto de lei apostas esportivasdébito e crédito voltada para camelôs e mercado informal.
Estudo do Instituto Locomotiva divulgadoprojeto de lei apostas esportivasagosto, por exemplo, aponta que o Brasil ainda tem 45 milhõesprojeto de lei apostas esportivaspessoas vivendo totalmente excluídas do sistema bancário, movimentando fora dos bancos um total anual estimadoprojeto de lei apostas esportivasR$ 820 bilhões, especialmente no mercado informal, historicamente ignorado pelos grandes bancos no país.
"É um volume muito alto, eu não tinha ideia do quanto se transacionava dentro do setor informal e dentro das comunidades", afima Miranda, nascido e criadoprojeto de lei apostas esportivasDuqueprojeto de lei apostas esportivasCaxias, município da Baixada Fluminense que fica a cercaprojeto de lei apostas esportivas15 km do Complexo do Alemão.
"Atendemos o cliente que não sabe usar a máquina e tem vergonhaprojeto de lei apostas esportivasfalar, está com nome sujo ou o comerciante que dá o cartão para os funcionários que pedem para receberprojeto de lei apostas esportivasdinheiro porque a conta (bancária) está com uma pendência e precisam levar dinheiro para casa. A gente ensina a mexerprojeto de lei apostas esportivastudo e dá um cartão preto pra ele, um cartão black pré-pagoprojeto de lei apostas esportivascrédito, para elevar a autoestima dele", diz o CEO da fintech.
Miranda afirma ser esse o diferencialprojeto de lei apostas esportivassua empresaprojeto de lei apostas esportivasrelação aos concorrentes. "É o valor que damos ao cliente. No cartão pré-pago você bancariza eleprojeto de lei apostas esportivasnovo", diz Miranda, que tomou dinheiro emprestado para comprar a primeira levaprojeto de lei apostas esportivasmáquinas e contou com o investimentoprojeto de lei apostas esportivasum empresário para comprar o segundo lote.
Criada há um ano, a Silicon Pay tem 400 clientes cadastradosprojeto de lei apostas esportivasCaxias e no Complexo do Alemão, com transações mensais que giramprojeto de lei apostas esportivastornoprojeto de lei apostas esportivasR$ 2 milhões, segundo Miranda. A estimativa do empresário éprojeto de lei apostas esportivasque, só no Alemão, existam 2 mil pontos comerciais com potencial para virarem clientes.
A meta da Silicon Pay — nome inspirado no Silicon Valley berço das startups e empresas globaisprojeto de lei apostas esportivastecnologia nos Estudos Unidos — é chegar a R$ 10 milhõesprojeto de lei apostas esportivastransações só no Alemãoprojeto de lei apostas esportivasaté um ano.
Miranda mora sozinho e paga as próprias contas desde os 14 anos, mas demorou a se sentir empreendedorprojeto de lei apostas esportivasverdade.
Formou-seprojeto de lei apostas esportivasMarketing estudando à noite e vendendo sacolas plásticas no Ceasa durante o dia, mas diz que aprendeu mesmo sobre o mundo dos negócios convivendo com empresários que o inspiram e que ele considera mentores, como Luciano Vital e Daniel Orlean, com quem diz ter conhecido a "a rotina dos empreendedoresprojeto de lei apostas esportivasalto padrão" para entrar no mundo das fintechs.
"O cara que cria uma startup na favela quer ser tratado como empreendedor, porque ele é. É muito mais difícil para ele empreender do que para o cara que nasceu do lado do Shopping Leblon com o investimento inicial do pai dele. O cara começa do zero e tem que vender para pagar salário. Fica endividado, sem credibilidade nenhuma", diz Miranda, que não vê como exclusão a ausência das grandes empresas nas favelas, mas reconhece que elas estão perdendo uma enorme oportunidadeprojeto de lei apostas esportivasnegócios, o que abre espaço para empreendedores locais.
"Naturalmente acho que eles preferem atuarprojeto de lei apostas esportivasáreas melhores, com mais segurança, mais pavimentação. Destesto vitimismo", diz. "Os empresários têm que começar a prestar atenção nessas startups que estão crescendo nas comunidades. Verdadeiros heróis, sem estrutura", acrescenta.
Ele cita o exemplo da Cptech,projeto de lei apostas esportivasHerbert,projeto de lei apostas esportivasquem Miranda se diz grande admirador. Como muitos fundadoresprojeto de lei apostas esportivasstartups do Vale do Silício, Miranda faliuprojeto de lei apostas esportivasprimeira empresa aos 24 anos, mas,projeto de lei apostas esportivasseu novo empreendimento, acabaprojeto de lei apostas esportivasreceber um sonhado "capital anjo" no valorprojeto de lei apostas esportivasR$ 100 mil do Investe Favela, o que ajudará a crescerprojeto de lei apostas esportivaslarga escala, como se exige das startups.
Mercado bilionário
O "G-10 das favelas" tem na lista as comunidades da Rocinha (RJ), Rio das Pedras (RJ), Heliópolis (SP), Paraisópolis (SP), Cidadeprojeto de lei apostas esportivasDeus (AM), Baixadas da Condor (PA), Baixadas da Estrada Nova Jurunas (PA), Casa Amarela (PE), Coroadinho (MA) e Sol Nascente (DF).
A ideiaprojeto de lei apostas esportivascriar o grupo surgiu a partirprojeto de lei apostas esportivasuma pesquisa divulgada no ano passado pela Outdoor Social, empresaprojeto de lei apostas esportivasimpacto social voltada para classes populares que prevê queprojeto de lei apostas esportivas2019 o potencialprojeto de lei apostas esportivasconsumo das 10 maiores comunidades e periferias éprojeto de lei apostas esportivasmaisprojeto de lei apostas esportivasR$ 7 bilhões.
Para chegar a esses números, a pesquisa cruzou informações sobre hábitosprojeto de lei apostas esportivasconsumo da Pesquisaprojeto de lei apostas esportivasOrçamento Familiar, realizada pelo Instituto Brasileiroprojeto de lei apostas esportivasGeografia e Estatística (IBGE), com dadosprojeto de lei apostas esportivasendividamento das famílias da Serasa Experian e do Banco Central.
"A maioria dos executivos das grandes multinacionais tende a focar suas açõesprojeto de lei apostas esportivasmarketing nas classesprojeto de lei apostas esportivasmaior poder aquisitivo. Os hábitosprojeto de lei apostas esportivasconsumo dos moradores das periferias são pouco conhecidos e sobre eles se criaram muitos mitos e paradigmas", diz Emília Rabello, fundadora do Outdoor Social.
A exemplo dos grandes blocos econômicos, o G-10 terá encontros regulares e termosprojeto de lei apostas esportivascooperação voltados a ampliar o impacto socialprojeto de lei apostas esportivassuas parcerias.
"Vamos reunir dados e bolar estratégias para que as comunidades realmente se tornem polosprojeto de lei apostas esportivasnegócios sustentáveis", diz o advogado Daniel Cavaretti, 35 anos, membro da comissão organizadora do G-10.
"Podem sair grandes empreendimentos e 'unicórnios' da favela", diz,projeto de lei apostas esportivasreferência ao nome dado na linguagem das startups a empresas avaliadasprojeto de lei apostas esportivasUS$ 1 bilhão ou mais.
A ideia do G-10, diz Gilson Rodrigues,projeto de lei apostas esportivasParaisópolis, é inspirar o Brasil inteiro a olhar para a favela. "As pessoas acham que a favela é 'coitadinho'. A gente quer mostrar que é uma potência, dá para ganhar dinheiro, dá para crescer. Não estamosprojeto de lei apostas esportivassituaçãoprojeto de lei apostas esportivasficar refémprojeto de lei apostas esportivasninguém; nem da polícia, nemprojeto de lei apostas esportivasbandido, nemprojeto de lei apostas esportivaspolítico", afirma.
"Queremos ser agentes da nossa própria transformação e com o tempo vamos nos libertarprojeto de lei apostas esportivastodos esses problemas", diz Rodrigues, que lidera a iniciativa junto com Reginaldo Lima, do Alemão, e afirma que já estão confirmados para o encontroprojeto de lei apostas esportivasnovembro representantesprojeto de lei apostas esportivasCeará, Rio e São Paulo, mas a ideia é estender o convite a todas as comunidades do país. "Queremos aumentar para G-20, G-30", diz.
Um ponto importante para os organizadores da iniciativa é deixar claro que o objetivo não é arrecadar doações ou patrocínio, mas investimentos que gerem tanto retorno ao investidor quanto o desenvolvimento econômico das comunidades.
O capital será devolvido pelo empreendedorprojeto de lei apostas esportivasum prazoprojeto de lei apostas esportivastrês a cinco anos, e o investidor tem direito a compraprojeto de lei apostas esportivasparticipação minoritária no empreendimento.
"Tem uma relação saudável do capitalista que investe para a gente, colocou o dinheiroprojeto de lei apostas esportivasuma área que tem preconceito, mas ele continua sendo o capitalistaprojeto de lei apostas esportivassempre", define Lima.
Analfabeto até os 25 anos, ele aprendeu a lerprojeto de lei apostas esportivasmateriais que coletava no lixoprojeto de lei apostas esportivasum prédio nos arredores do Alemão e sabe o valor da oportunidade.
"Catava o lixoprojeto de lei apostas esportivasum prédio e tinha um lixoprojeto de lei apostas esportivastextos que me deixavam confusos. Um dia eu vi que eramprojeto de lei apostas esportivasum professorprojeto de lei apostas esportivasfilosofia e (aquilo) começou a me provocar. Professor Paulo estava passando por um câncer super agressivo. Nos mesesprojeto de lei apostas esportivasvida dele, por quatro ou cinco meses, eu tive uma imersão no mundo da filosofia', conta Reginaldo que, aos 53 anos, se tornou autodidata.
Formato financeiro
No evento do dia 23, empreendedores das comunidades poderão fazer um "pitch" — como é chamado na linguagem dos negócios o discursoprojeto de lei apostas esportivas"venda" para convencer os investidores — a dois fundos: o Investe Favela e o Fundo Alicerce.
Enquanto o primeiro é liderado por Gilson e Reginaldo e criado a partir do dinheiroprojeto de lei apostas esportivasempresários que preferem não terem seus nomes divulgados, o segundo é liderado pelo empresário Paulo Nogueira Batista, do grupo Alicerce Educação, e por Gilson,projeto de lei apostas esportivasParaisópolis, que são sócios no fundo.
Batista, 35, advogado com carreira no mercado financeiro, fundou há cercaprojeto de lei apostas esportivasum ano a startupprojeto de lei apostas esportivasimpacto social voltada a reforço educacional justamente para as periferias.
"Oferecemos educaçãoprojeto de lei apostas esportivasalta qualidade, com os melhores modelosprojeto de lei apostas esportivasfora do país, por R$ 150 por mês, no contraturno da escola para famíliasprojeto de lei apostas esportivasclasse média e mais pobres", explica o empresário, que já tem 12 unidadesprojeto de lei apostas esportivasbairros como Brasilândia, Grajaú e Vila Prudente, e deve abrir mais 40 até 2020, inclusiveprojeto de lei apostas esportivasParaisópolis.
O Fundo Alicerce destinará R$ 2 milhões na primeira etapa a 17 empreendimentos da periferia, que ainda serão selecionados. O critérioprojeto de lei apostas esportivasseleção priorizará iniciativas que vendam produtos ou serviços nos bairros do centro expandido, ou substituam produtos que a favela compra desses bairros, para melhorar a "balança comercial" das comunidades.
"Acho que a parte do empresariado que não conhece a periferia e não sabe as oportunidades que existem lá certamente tem medoprojeto de lei apostas esportivasinvestir", diz Batista. "Mas quem já abriu os olhos vê que é plenamente seguro. Tem muita oportunidadeprojeto de lei apostas esportivasganhar dinheiro nas favelas."
Os projetos selecionados para receber aporte dos fundos precisam, além do impacto social, darem lucro, e serem sustentáveis sem dependerprojeto de lei apostas esportivasdoações. "Tem que vender, não adianta ser um projeto cool, um projeto bonito, que não dê dinheiro. Não adianta ser um PPT sem o XLS", brinca o empresário.
A mineira Liza Vasconcelos Simões, 27 anos, diretora executiva do Investe Favela, diz que a diferençaprojeto de lei apostas esportivasinvestirprojeto de lei apostas esportivasempresas da favela é que muitas vezes os empreendedores tiveram menos oportunidadeprojeto de lei apostas esportivasacesso à educaçãoprojeto de lei apostas esportivasqualidade.
"O acesso à educação nas favelas é muitas vezes interrompido, é recorrente abandonarem a escola com 13, 14 anos para começarem a trabalhar e trazer dinheiro para casa. Aí depois ficam desempregados e não têm como voltar para a escola, ficam nesse limbo", diz, explicando que tal situação cria um abismo que afasta os jovens da periferia das aceleradorasprojeto de lei apostas esportivasstartups.
"É um processo pedagógico, são quase dois mundos diferentes. Uma realidade injusta, e aí você vai lá e encontra tantos empreendedores maravilhosos", diz. "O relacionamento (entre) favela e asfalto é absolutamente difuso, o que cria um mercado paralelo, completamente potente."
E a violência?
Na sexta-feira (04/10), enquanto a reportagem conversava com alguns moradores por telefone sobre os empreendimentos, o Alemão vivia mais um diaprojeto de lei apostas esportivastiroteios entre facções.
Vídeos espalhados pela internet mostravam tiros cruzando o céu e corposprojeto de lei apostas esportivaspessoas mortas durante os tiroteios na guerra daquela semana. No dia 1projeto de lei apostas esportivasoutubro, a favela também ficou cheiaprojeto de lei apostas esportivaspoliciais ao ser palco da reconstituição da morteprojeto de lei apostas esportivasÁgatha Félix,projeto de lei apostas esportivas8 anos, que morreu baleada no dia 20projeto de lei apostas esportivassetembro quando voltava para casa com a mãeprojeto de lei apostas esportivasuma Kombi no Alemão.
"Fundei a empresa à baseprojeto de lei apostas esportivasmuito tiroteioprojeto de lei apostas esportivasmadrugada, muita brigaprojeto de lei apostas esportivastráfico entre facções. Criando o nome da empresa, o branding, a gente dentro. E não falo só do complexo, faloprojeto de lei apostas esportivasperiferiaprojeto de lei apostas esportivasgeral', diz Hugo Miranda, da Silicon Pay.
Herbert, da Cptech, também passou por experiências semelhantes. "Nossa sede é na ONG Educap, no Complexo do Alemão, e às vezes nós não podemos ir até o nosso localprojeto de lei apostas esportivastrabalho por violência", diz.
No diaprojeto de lei apostas esportivasque a reportagem conversou com Herbert, eles preferiram não ir até o escritório porque ocorria a reconstituiçãoprojeto de lei apostas esportivasum crime. "A nossa vantagem é que trabalhamos com tecnologia, e podemos trabalharprojeto de lei apostas esportivasqualquer lugar", diz.
Gilson,projeto de lei apostas esportivasParaisópolis, diz que muitos investidores que deixamprojeto de lei apostas esportivasaplicar dinheiroprojeto de lei apostas esportivasstartups nas favelas têm ideias equivocadas sobre o impacto da violência nos negócios, e a ideia é que um modelo com lideranças claras aproxime mais o capital das comunidades.
"Tem muita gente que acha que para investir na favela temprojeto de lei apostas esportivaspagar pedágio para o tráfico", diz, acrescentando que tal problema não faz parte da rotinaprojeto de lei apostas esportivasParaisópolis eprojeto de lei apostas esportivasmuitas outras favelas.
Capital anjo e banco na favela
Além da Cptech e da Silicon Pay, do Alemão, outro projeto que receberá investimentos na incubadora é o Bancoprojeto de lei apostas esportivasParaisópolis, que terá não só conta digital, mas unidade física para também servirprojeto de lei apostas esportivasefeito "pedagógico" para uma população que nunca teve contaprojeto de lei apostas esportivasbanco, e trabalha na maioria no setorprojeto de lei apostas esportivasserviços, como faxina e portaria.
"O perfil da comunidade é um cara que guarda o dinheiro no colchão. Ele quer ver o boleto pago e guardar cinco anos para não dar problema. Então esse processoprojeto de lei apostas esportivasmudança para o digital vai demorar um pouquinho", diz Gilson Rodrigues.
O banco será criadoprojeto de lei apostas esportivasmodeloprojeto de lei apostas esportivasEmpresa Simplesprojeto de lei apostas esportivasCrédito (ESC), por meioprojeto de lei apostas esportivasuma holding que deve estar operante dentroprojeto de lei apostas esportivas20 dias. E terá também plataforma digital e um cartão pré-pagoprojeto de lei apostas esportivastrês categorias: um sem valor mínimo, um para quantias a partirprojeto de lei apostas esportivasR$ 500 e um cartão black,projeto de lei apostas esportivasR$ 1.000.
Os ricos pioneiros da favela
Mas se engana quem pensa que é nova a ideiaprojeto de lei apostas esportivasque se pode ganhar dinheiro na periferia. Empresários mais antigos, que vieram do Nordeste nos anos 90 sem família e sem ter onde morar, lidam hoje com a famaprojeto de lei apostas esportivas"milionários" da região e servemprojeto de lei apostas esportivasinspiração para os jovens empreendedores.
Manuel Cícero, por exemplo, e José Flavioprojeto de lei apostas esportivasSouza Soares, ambos com 47 anos, têm histórias parecidas; sem concluir o ensino básico e sem apoio financeiro ou orientação, ambos alcançaram uma vida muito mais confortável do que imaginariam.
As decisões, para eles, eramprojeto de lei apostas esportivascurtíssimo prazo: embora não tivessem recursos para a sobrevivência, usavam o dinheiroprojeto de lei apostas esportivasuma venda para comprar o próximo estoque, e iam crescendo a partir daí.
"Já nasci com o dom para ganhar dinheiro desde que era criançaprojeto de lei apostas esportivasTriunfo, Pernambuco. Deixei minha família, meu pai, depois fui buscando um a um. Vim com o intuitoprojeto de lei apostas esportivasganhar dinheiro", diz Cícero, que hoje tem três unidades da lojaprojeto de lei apostas esportivasmaterialprojeto de lei apostas esportivasconstrução Três Irmãosprojeto de lei apostas esportivasParaisópolis.
Soares, que hoje é conhecido na favela como referênciaprojeto de lei apostas esportivasempresário bem-sucedido na comunidade, diz que já quebrou muitas barreiras que hoje são hoje mais suaves para os novos empreendedores.
"Quando eu comecei a comprar dos grandes distribuidores, quando chegavam na favela não queriam entregar. Muitos motoristas chegavam, não entravam e falavam que foram ameaçados. Já tive que pegar mercadoria na avenida Francisco Morato, na avenida Giovanni Gronchi (vizinhas a Paraisópolis, no bairro do Morumbi) e os caminhões paravam lá. Fui quebrando esses paradigmas", diz o dono da ESPan, lojaprojeto de lei apostas esportivasprodutos para embalagens com 20 funcionários registradosprojeto de lei apostas esportivascarteira assinada.
Na época, não havia também um planoprojeto de lei apostas esportivasnegócio. Soares vendia o que conseguia comprar, sacolas plásticas aqui e ali, e ia tendo ideias criativas pelo caminho.
"Quando eu juntava dinheiro para fazer um pedido mínimo eu fazia, inventava outra mercadoria", lembra o empresário, que muitas vezes se viu endividado, sem capitalprojeto de lei apostas esportivasgiro ou apoioprojeto de lei apostas esportivasmentores ou investidores. "Hoje o preconceito é bem menor, e a favela é essa potência."
Para Gilson Rodrigues, casos como esses mostram que o potencialprojeto de lei apostas esportivasconsumo nas favelas nunca esteve adormecido, como pensam muitos investidores "do asfalto". "Nos eventos que participo sobre empreendedorismo, muitas vezes, o tema consumo nas periferias é tratado como 'potencial adormecido' e eu sempre digo que quem está dormindo é quem não está investindo nas favelas."
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