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Democracia não funciona quando há pessoas passando fome, diz pesquisadora alemã:mines realsbet
"É um princípio básico o fatomines realsbetque toda democracia dependemines realsbetcerta distribuição da riqueza, e que a democracia não pode funcionar quando as pessoas estão passando fome", afirma a socióloga, que diz que o problema é ainda mais gravemines realsbetpaísesmines realsbetque a diferençamines realsbetrenda e oportunidades para ricos e pobres é abismal, como é o caso do Brasil. "Elas estão tão privadasmines realsbetseu direitomines realsbetparticipar da sociedade que elas perdem interesse nessa sociedade."
Leia os principais trechos da entrevista:
mines realsbet BBC News Brasil - Muitas democracias no mundo estão sentindo os efeitos e desafios desse novo espaço público digital, como a propagaçãomines realsbetnotícias falsas e a polarização política. Quais a senhora diria que são os problemas ou questões mais importantesmines realsbetrelação a esses desafios?
mines realsbet Jeanette Hofmann - Primeiro, vamos colocarmines realsbetmaneira diferente. Nós vemos uma grande mudança, mas eu não diria que as redes sociais são a causa da mudança que vemos. Eu diria que a própria democracia representativa está mudando e nós deveríamos ver o papel das mídias sociais no contexto da mudança mais ampla da democracia representativa.
mines realsbet BBC News Brasil - E qual é esse papel das redes sociais?
mines realsbet Hofmann - As nossas Constituições nacionais não retratam mais a realidade democrática.
mines realsbet BBC News Brasil - Por causa da tecnologia?
mines realsbet Hofmann - Não. Porque nossas constituições tratam o nosso direito ao voto como o elemento mais importante da democracia. Mas, na prática, votar não é mais a parte mais importante. Hoje, muitas pessoas exigem o direitomines realsbetfalar, e estão desconfiando do parlamento, desconfiando das instituições democráticas, e veem a si mesmos como pessoas que julgam os políticos, os membros do parlamento. E eles usam o direitomines realsbetvotar, isso quando eles votam, como o direitomines realsbetpunir o governo.
mines realsbet BBC News Brasil - Mas essa mudança da democracia começou junto com o avanço da tecnologia? Ou quando?
mines realsbet Hofmann - Não, começou muito antes. Eu diria que os primeiros sintomas que nós vemos foimines realsbetum certo nívelmines realsbetdeclínio nos partidos políticos, que perderam membros, perderam votos, cada vez menos pessoas participaram das eleições.
mines realsbet BBC News Brasil - Quando?
mines realsbet Hofmann - Na Europa eu diria que esse declínio [dos partidos] começou nos anos 70. E o que você também pode notar, particularmente as novas gerações não estão dispostas a se unir a partidos políticos. Não existe mais o compromissomines realsbetlongo prazo com uma visão política. Eles são centradosmines realsbettemas, eles estão pensandomines realsbetcausas,mines realsbetvez disso. Eles estão interessadosmines realsbetmudanças climáticas, por exemplo, e nãomines realsbetuma agendamines realsbetum partido político que cobre muitas questões, masmines realsbetvárias causas. E eu diria que precisamos entender o papel das mídias sociais neste contexto: eles usam, particularmente as gerações mais jovens, usam as mídias sociais para se expressar foramines realsbetseu direitomines realsbetvotar.
mines realsbet BBC News Brasil - E como decidem punir o governo?
mines realsbet Hofmann - Eles frequentemente estão desapontados com os políticos, que podem ter uma agenda política e prometem muitas coisas, como: 'eu vou acabar com a corrupção nesse país', e depoismines realsbetalguns anos se mostram incapazesmines realsbetacabar com a corrupção. E as pessoas ficam desapontadas e então decidem punir o governo, ao votarmines realsbetoutra pessoa. Mas muitas pessoas estão tão desiludidas agora que podem nem votar mais, mas estão procurando meios mais eficientesmines realsbetexpressar suas ideias políticas. E as redes sociais têm servido para isso. Elas formam movimentos, redes, formam ONGs, outros tiposmines realsbetcoisas fora do modelomines realsbetparticipação democrática tradicional.
mines realsbet BBC News Brasil - Vem à mente a eleiçãomines realsbetTrump nos EUA, Bolsonaro no Brasil, nomes que se apresentam comomines realsbetfora da "política tradicional". A senhora vê efeitos positivos dessa atuação não tradicional das pessoas na política?
mines realsbet Hofmann - Sim. Primeiromines realsbettudo, um aspecto positivo é que o engajamento político não está morrendo, mas os meios tradicionaismines realsbetparticipação democrática estão perdendo importância. E outras formasmines realsbetse expressar estão surgindo. O problema é que muito mais pessoas são contra alguma coisa do que a favormines realsbetalguma coisa. Estamosmines realsbetum tempomines realsbetquemines realsbetmuitos países as pessoas estão mais protestando e dizendo "não" do que propondo uma visão positivamines realsbetonde eles querem que a democracia vá. Isso é um problema. Falta uma visão positiva.
mines realsbet BBC News Brasil - Esse tipomines realsbetfenômeno é diferentemines realsbetcada país?
mines realsbet Hofmann - Eu diria que as democracias parecem ter algumas coisasmines realsbetcomum, como o declínio na importância das eleições e maneiras mais diversasmines realsbetengagamento democrático, que vemosmines realsbetmuitos países. Mas outras coisas são mais específicas. Corrupção, por exemplo, não é uma grande questão na agenda na Europa neste momento. As gerações mais jovens estão mais no que chamamosmines realsbetengajamento além do material (post material engagement,mines realsbetinglês),mines realsbetmuitos países. E eles realmente buscam novas maneirasmines realsbetconseguirem ser ouvidos. O Fridays for Future é um exemplo recente, ou o Extinction Rebellion, que até no nome é tão provocativo.
mines realsbet BBC News Brasil - A senhora acha que a grande mídia também está reagindo mal a esse novo espaço digital?
mines realsbet Hofmann - Sim. O Facebook, por exemplo, diz que as provocações da extrema direita que eles veemmines realsbetseu site só se tornam grandes quando a grande mídia as reproduz. E a grande mídia aprende essa lógica das redes sociais e pensa que precisa fazer títulos provocativos para atrair a atenção dos leitores. Então eu acho que é parte do problema atual que temos com movimentosmines realsbetdireita, acho que a grande mídia tem um papel dúbio nisso.
mines realsbet BBC News Brasil - E o que nós, mídia, deveríamos fazer?
mines realsbet Hofmann - Vocês precisammines realsbetcritérios éticosmines realsbetreportagem.
mines realsbet BBC News Brasil: Evitar clickbaits (títulos caça-cliques)?
mines realsbet Hofmann: Eu acho que poderia ser uma questãomines realsbetauto-regulação para a imprensa. Eu sei que há iniciativas já existentes sobre conduta por jornalistas na esperançamines realsbetque muitos jornais e publicações aceitem que não é uma competição por cliques, mas que você apenas decida quais são os padrões profissionais, o que é relevante, o que não é.
mines realsbet BBC News Brasil - E nesse cenário, para onde estamos indo, como democracias?
mines realsbet Hofmann - O que você vê e o que eu não ouvia antes é que as pessoas estão questionando a eficácia da democracia, mas também questionam se a democracia é desejável, está virando uma questão. "É mesmo uma formamines realsbetgoverno que nos leva a algum lugar? Os governos são capazesmines realsbetresolver os grandes problemas?"
mines realsbet BBC News Brasil - Em comparação a regimes autoritários?
mines realsbet Hofmann - Há diferentes níveismines realsbetautoritarismo. Você vê na costa oeste americana que as pessoas dizem - governos democráticos são uma tecnologia do passado, que apenas paroumines realsbetevoluir, vou criar uma boa solução técnica, como uma ferramentamines realsbetparticipação que permite avaliar o consenso das pessoas, por meiomines realsbettestes A-B, e apenas descobrir o que as pessoas querem, cor azul, cor laranja, e podemos expandir e generalizar esse tipomines realsbettecnologia, descobrir o que as pessoas querem e implementar isso. Então isso é um tipomines realsbetuma versãomines realsbetciberlibertarianismo,mines realsbetpessoas que estão ansiando por um líder forte. Então você acha muitas versões assim, que não conseguem alcançar um consenso majoritário, mas são questões. E só o fatomines realsbetas pessoas começam a questionar a superioridade da democracia, só isso já é uma questão.
mines realsbet BBC News Brasil - A senhora vê um risco expressivo para a democracia?
mines realsbet Hofmann - Sim, mas eu não acho que são as mídias sociais que causam isso, mas acho que é a desigualdade social que causa. É um princípio básico o fatomines realsbetque toda democracia dependemines realsbetcerta distribuição da riqueza, e que a democracia não pode funcionar quando as pessoas estão passando fome. Elas estão tão privadasmines realsbetseu direitomines realsbetparticipar da sociedade que elas perdem interesse nessa sociedade mais. E isso é uma tendência mundial, que a desigualdade social está realmente crescendo e é uma ameaça enorme para a democracia. Uma ameaça enorme à democracia.
mines realsbet BBC News Brasil: Então para o Brasil, que é um dos mais desiguais do mundo, há um risco maior?
mines realsbet Hofmann - Sim.
mines realsbet BBC News Brasil - E o futuro? Como fortalecer a democracia?
mines realsbet Hofmann - Pode parecer trivial ou banal, mas para mim tudo começa com uma educaçãomines realsbetqualidade para todos. Esse é meio o pontomines realsbetpartida.
mines realsbet BBC News Brasil - E no Brasil há o desafiomines realsbetque as pessoas não compreendem textos longos, por exemplo.
mines realsbet Hofmann - Isso também te dá uma ideiamines realsbetcomo são as redes sociais. Como você pode participar e usá-las ativamente se você não sabe nem ler e escrever? Se a alfabetização vai mal, isso é um sinal muito ruim. Quer dizer, seria possível prover isso para todos, não é tão caro assim. É uma questãomines realsbetcomo distribuímos os meios que nós temos com os países. Me tira do sério o fatomines realsbetque não façamos issomines realsbetmaneira suficiente.
mines realsbet BBC News Brasil - Os políticos também precisam aprender a se comportarmines realsbetmaneira diferente? Aqui no Brasil vemos uma nova ondamines realsbetpolíticos que votam contra seus partidos, mas alinhados com seus seguidores, motivados por hashtags. É uma tendência que vai crescer?
mines realsbet Hofmann - Trump também se comporta assim, e sempre falando por meiomines realsbettuites, com errosmines realsbetdigitação,mines realsbetgramática… responde a pessoas que se tornaram muito desconfiadasmines realsbetinstituições tradicionais, e que buscam autenticidade na política, que se perdeu nas últimas décadas. As pessoas, com razão, ficam frustradas e buscam alguém que realmente os represente e entregue, não apenas prometa, e é isso o que elas esperammines realsbetpessoas como Trump. Mas as coisas estão complicadas para líderes como Trump e Bolsonaro também, porque as pessoas estão procurando por autenticidade que nunca vão encontrar nessas pessoas. Porque Bolsonaro não vai entregar mais do que outras pessoas já fizeram antes dele. E isso é preocupante, porque que conclusões as pessoas tirarão ao serem mais uma vez desapontadas?
mines realsbet BBC News Brasil - Para muitos eleitores, ele é uma última esperança?
mines realsbet Hofmann - Sim, e o mesmo para Trump. E se a última esperança desapontar? Que lição se tira disso?
mines realsbet BBC News Brasil - Vê riscomines realsbetditaduras?
mines realsbet Hofmann - Sim. Mas não é culpa das redes sociais.
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