'O governo Bolsonaro vai bem porque está dando sequência ao meu', diz Temer:poker anty

Legenda do vídeo, 'Popularidade não significa que o governo está bem ou está mal', diz Temer

"Eu me recordo, quando presidente da República, eu dizia: 'olha, será bem sucedido o presidente que der sequência àquilo que estou fazendo'. Do jeito que as coisas vão indo, o governo vai bem, porque está dando sequência ao nosso governo", disse.

O político do MDB comenta ainda seus dias atrás das grades, a prisão e o ostracismo dos antigos companheiros políticos, as conversas atribuídas ao ex-juiz federal Sergio Moro e o procurador Deltan Dallagnol e a conversa que teve com o empresário Joesley Batista, cuja divulgação detonou a maior crise políticapoker antyseu governo e quase o derrubou.

Crédito, Felix Lima/BBC News Brasil

Legenda da foto, O ex-presidente fez questãopoker antycolocar um exemplar da Constituição sobre a mesa para a entrevista

Com as mãos sobre uma cópia da Constituição, que fez questãopoker antycolocarpoker antycima da mesa, ele se compara ao protagonista da série americana Designated Survivor,poker antyque um secretáriopoker antygoverno é alçado à Presidência depois da morte do presidente epoker antytodo o resto do gabinete.

"É a históriapoker antyum sujeito que assumepoker antyum impasse. Eu assisti naquela época (do impeachment). Eu me via muito na figura dele, sabia? Porque ele assumiu meio acidentalmente, né (risos)?", afirmou.

A seguir, os principais trechos da entrevista.

poker anty BBC News Brasil - Como o senhor avalia o governo Bolsonaro?

poker anty Michel Temer - Você sabe que eu acabo avaliando até positivamente... Por uma razão, digamos, singela, e que vem muito ao encontro daquilo que eu penso. Eu me recordo, quando presidente da República, eu dizia: "olha, será bem sucedido o presidente que der sequência àquilo que estou fazendo". Do jeito que as coisas vão indo, o governo vai bem, porque está dando sequência ao nosso governo.

E veja, eu posso dar aqui vários exemplos. Por exemplo, a questão da Previdência Social. A Previdência Social só foi aprovada agora porque na verdade, durante dois anos, eu fiz um debate intensíssimo sobre a Previdência Social e agora acabou sendo aprovadapoker antyprimeiro turno. Suponho que será aprovadapoker antysegundo turno, é importante, fundamental para o país.

No passado houve muita resistência, mas esta resistência foi vencida pela campanha que nós fizemos ao longo do tempo.

poker anty BBC News Brasil - O senhor acha que essa vitória da Previdência é maispoker antydo quepoker antyBolsonaro?

poker anty Temer - Não... Sabe o que é, nós temos muito no Brasil essa concepção política equivocada que é tentar sempre destruir o governo anterior. Eu não faço issopoker antyrelação a nenhum governo.

Agora, o meu teve esse méritopoker antycolocar a Previdência, comopoker antycolocar outras reformas. Reformas fundamentais para o país, como a reforma trabalhista, a reforma do Ensino Médio, a recuperação das estatais...

Convenhamos, a inflação tinha dois dígitos, veio para menos. Quando terminei o governo, tavapoker anty3,75%, portanto abaixo da média. Os juros, que estavampoker anty14,25%, vieram para 6,5%, o meio ambiente.

Eu dou o exemplo aqui da União Europeia e Mercosul... Como se chegou a isso? Praticamente não deu tempo, digamos assim, no meu governo,poker antyfechar este acordo, mas ele concluiu-se nesse governo. Então, eu digo: o governo Bolsonaro não saiu da linha pré-traçada no meu. E por isso, digamos assim, eu posso falar positivamentepoker antyrelação ao governo que ele está fazendo.

Crédito, Valter Campanato/Agência Brasil

Legenda da foto, Temer cumprimenta Bolsonaro empoker antyposse; emedebista diz que avanço da pauta da Previdência no governo atual herda campanhapoker antyseu mandato

poker anty BBC News Brasil - O senhor tem essa visão construtiva sobre os governos anteriores ao seu, do PT?

poker anty Temer - Tenho. Eu digo com toda a franqueza, o governo Lula fez, digamos assim, que os mais pobres, que eram praticamente invisíveis, se tornassem visíveis - por meio do Bolsa Família, depois, com a presidente Dilma, com o Minha Casa Minha Vida. Que na verdade, são meros cumprimentos do que estabelece a Constituição Federal.

poker anty BBC News Brasil - O senhor assumiu afirmando que seu governo seria o governo do diálogo. Seu sucessor tem um estilo diferente disso. Como o senhor avalia o estilo do presidente?

poker anty Temer - Aí cada um tem seu estilo... O meu é conciliador,poker antyagregação.

Quando eu assumi a Presidência, o que que eu disse? Quem é que governa no país? É o Executivo com o Legislativo. Porque se você não tiver apoio do Legislativo, você não consegue governar.

Veja que no caso da Previdência Social, quem acabou tomando as rédeas foi o próprio presidente da Câmara (o deputado federal Rodrigo Maia). E o que eu fiz? Logo que cheguei, eu até rotulava o meu governo como semipresidencialista, porque eu chamei o Congresso Nacional para trabalhar comigo. E por isso que nós conseguimos essas reformas todas.

poker anty BBC News Brasil - Como vê a atuaçãopoker antyRodrigo Maia?

poker anty Temer - Ele colabora muito. E colaborou muito comigo.

poker anty BBC News Brasil - O senhor acha que o modelo semipresidencialista está instauradopoker antyfato no Brasil?

poker anty Temer - Os fatos estão determinando que o Congresso cada vez tenha mais presença executiva, e não apenas legislativa.

Qual é a vantagem do semipresidencialismo? A primeira é que o Legislativo passa a ser um responsável pela execução: você pode apontar o dedo para o Legislativo e dizer, você é responsável pela execução, não é só o presidente. A segunda é evitar os traumas institucionais.

Eu vivi isso, vocês sabem, quando assumi a Presidência da República, era logo chamadopoker antygolpista, aquela confusão. Fruto do quê? De um presidencialismo que, a todo momento que há um impedimento, gera um trauma institucional.

Agora, convenhamos, essa questão do presidente Bolsonaro... é interessante, digamos, há falas que muitas vezes se contradizem. Porque ele diz que o povo precisa disso, precisa daquilo, que o Congresso tem que acompanhar o que o povo quer... Mas na verdade, ele lança palavras elogiosas ao Rodrigo, ele vai lá ao Congresso, diz que tudo depende do Congresso...

Crédito, Felix Lima/BBC News Brasil

Legenda da foto, Em entrevista exclusiva à BBC News Brasil, Temer classificou seu governo como 'reformista' e elogiou seu sucessor, Jair Bolsonaro

poker anty BBC News Brasil - Enquanto isso, o filho dele tuíta contra o Rodrigo Maia...

poker anty Temer - É o filho dele, né, não é ele...

O primeiro ponto é o seguinte, os três filhos dele são políticos. Por mais que sejam filhos dele, quando se manifestam também se manifestampoker antyfunção do cargopoker antysenador, deputado federal, vereador... Agora, há uma realidade, que é a realidadepoker antycomunicação nos dias atuais, que é a rede social. E eles realmente, não sei se criam problemas para o pai, porque eu nunca vi o pai, o presidente Bolsonaro, criticar o filho... Dizer: "Olha, não faça isso". Pelo contrário, ele enaltece a atividade dos filhos. Aqui volto a dizer, cada um tem seu estilo.

poker anty BBC News Brasil - Como vê os baixos índicespoker antyaprovação do governo Bolsonaro?

poker anty Temer - É decepção, né... É natural essa decepção. Toda vez que alguém chega ao governo, chega dando muita esperança, as pessoas esperam muito. A gente não pode pautar-se apenas pela popularidade, e convenhamos, falandopoker antymim, se fosse pautar-me pela minha popularidade, eu não teria feito as reformas que o país precisa.

A questão da popularidade não significa que o governo está bem ou está mal. O governo precisa agir, ir pra frente.

poker anty BBC News Brasil - O senhor acha que aproveitou bem apoker antyimpopularidade?

poker anty Temer - Eu acho, com toda a franqueza, e com toda a imodéstia. É que às vezes as pessoas tendem, quando você está na presidência, a te desprezar. Mas interessante, eu tenho observado nos últimos tempos, onde eu vou, e mesmo notíciaspoker antyjornais agora, que dizem: "Isso começou no governo Temer". Então estou vendo um reconhecimento. Ou seja, a história é mais importante do que o momento.

poker anty BBC News Brasil - Outra característica do governo Bolsonaro é a presençapoker antymilitares, uma tendência que começou no seu mandato e que está sendo agora ampliada. Como vê essa expansão?

poker anty Temer - Eu não faço distinção nenhuma entre brasileiros ditos militares e brasileiros ditos civis. Essa coisa pegou muito aqui no Brasil por causapoker anty64 (1964, ano do golpe militar). Nos Estados Unidos não existe isso.

poker anty BBC News Brasil - Mas eles nunca viveram uma ditadura militar.

poker anty Temer - Pois é, exatamente. Eu nunca fiz essa distinção por uma razão singela. Os militares são muito preparados. Eu tive um apoio extraordinário dos militares.

Crédito, Reuters

Legenda da foto, Temer durante detençãopoker antymaio; ex-presidente caracteriza prisões como 'um desrespeito brutal'

poker anty BBC News Brasil - Como foram seus dias na prisão?

poker anty Temer - Desagradáveis. Mas vou contar a você, para ser presidente da República, primeiro você precisa ter uma vida interior muito acentuada. Se você não tiver, você se influencia pelo que as pessoas estão dizendo a seu lado. Eu sempre tive uma vida interior muito fértil, graças a Deus.

E essa vida interior me permitiu verificar aquela barbaridade que foi feita na primeira prisão. Eles poderiam perfeitamente ter ido à minha casa e dito: "Olhe, Michel Temer, nós estamos aqui com um mandadopoker antyprisão e queremos que nos acompanhe". Claro que eu acompanharia. Mas não, eles montarampoker antyuma forma que pudesse fazer a prisão na rua, esperaram eu sairpoker antycasa.

Quando eu fui olhar a decisão, não é nem sentença, é um despacho preliminar, verifiquei que não havia sequer um processo formatado. É como se o juizpoker antyBirigui dissesse: "Vamos mandar prender alguém? Vamos prender esse Michel Temer".

poker anty BBC News Brasil - O senhor se sente desrespeitado?

poker anty Temer - Um desrespeito brutal, fantástico, uma coisa jamais vista. Vocês sabem que logo depois que eu fui recebido na Polícia Federal, devo registrar que eles me trataram com uma dignidade extraordinária, até com um certo constrangimento. Alguns até tinham lido os meus livros, prestaram concurso com meus livros. Mas não digo que a história vai reconhecer, no dia seguinte, começaram a dizer nos jornais "isso é uma indignidade".

Com o espírito punitivista que tomou conta do país o esperado é logo dizer: "Delenda Temer". Quer dizer, bota ele na forca. E não aconteceu isso, ao contrário, houve uma reação contra aquilo que se deu.

poker anty BBC News Brasil - O senhor vê semelhanças entre o seu caso e o do ex-presidente Lula?

poker anty Temer - Eu não sei se o juiz do Riopoker antyJaneiro (Bretas, que ordenoupoker antyprisão) tem contato com os procuradores, como se diz que tinha o juiz Moro com os procuradores. Não sei dizer. Mas que havia um sentido punitivista, não temo dizer, com absoluta convicção.

poker anty BBC News Brasil - Esse contato entre Moro e Deltan seria impróprio?

poker anty Temer - A ser verdadeiros os diálogos que se verificaram, eu mais uma vez invoco a Constituição, não vou nem falar do juiz Moro. A função do juiz é ser imparte, ou seja, não parte interessada no litígio, daí a imparcialidade. Agora, sepoker antyvezpoker antyfalar com o promotor, o procurador, (o juiz) tivesse falado com o advogadopoker antydefesa "faça isso, faça aquilo", seria impróprio também.

O Judiciário hápoker antyser permanentemente imparcial. Eu soupoker antyTietê, no interiorpoker antySão Paulo, no meu tempopoker antymenino, o juiz tomava o cuidadopoker antynão falar com quase ninguém.

Crédito, MAURO PIMENTEL/AFP/Getty Images

Legenda da foto, 'No meu tempopoker antymenino, o juiz tomava o cuidadopoker antynão falar com quase ninguém', lembra Temer ao comentar casopoker antyfalas vazadas e atribuídas ao ex-juiz Sergio Moro

poker anty BBC News Brasil - O juiz então trocando mensagens...

poker anty Temer - Não pode. Eu acho que não pode.

poker anty BBC News Brasil - O senhor se arrependepoker antyter recebido Joesley Batista naquela conversa, naquelas condições? Como o senhor avalia apoker antyconduta?

poker anty Temer - Pois é, você sabepoker antyuma coisa... Se eu disser que não me arrependo, a essa altura eu tenho que me arrepender, né?! Mas é que meu hábito era um hábito parlamentar, um hábito pessoal. Eu tinha cinco audiências marcadas na agenda. No fim do dia ia ver, eu tinha recebido 15 pessoas. Porque chegava o deputado, chegava o senador, chegava o empresário - o chefepoker antygabinete avisava, eu dizia: "pede pra esperar que eu atendo". E atendia.

Houve uma concepção equivocada que o presidente trabalha das 8 da manhã às 6 da tarde e depois vai embora. Não é assim, o presidente trabalha 24 horas por dia. Eu trabalhava até 23 horas, meia-noite. Recebi dezenaspoker antyempresários no Jaburu (Palácio do Jaburu, residência oficial do vice-presidente), o procurador-geral da República, aquele rapaz que ficou na procuradoria...

poker anty BBC News Brasil - O Janot (Rodrigo Janot, ex-procurador geral da República)?

poker anty Temer - O Janot. Recebi lá no Jaburu várias vezes, nos mais variados horários e muitas vezes sem agenda. Não mandava colocar na agenda. Não ia ficar toda hora, bota na agenda, tira da agenda.

poker anty BBC News Brasil - Mas receber sem registro na agenda é um erro, né, presidente?

poker anty Temer - Bom, mas deixa eu te falar, o que mais me caceteou foi que criou-se uma frase falsa, a frase não existe.

poker anty BBC News Brasil - O "tem que manter isso aí"?

poker anty Temer - Não, o "tem que manter isso aí" existe. Mas qual é a frase anterior que você conhece: "Estou dando dinheiro...".

poker anty BBC News Brasil - "Estou dando dinheiro ao Eduardo Cunha".

poker anty Temer - Veja a gravaçãopoker antynovo. Veja a degravação, não existe a frase. A frase que existe é a seguinte: "Olhe, eu sou amigo do Eduardo, o senhor sabe". Ele (Joesley) falava do deputado, né?

"Eu me dava bem com ele, estoupoker antybem com ele". (nota da BBC News Brasil: na transcrição do diálogo, antespoker antyTemer dizer "'Tem que manter isso aí", a última frasepoker antyJoesley Batista, na transcrição da Agência Brasil, foi "Que que eu mais ou menos dei contapoker antyfazer até agora... Eu tôpoker antybem com o Eduardo.")

Aí eu digo: "Mantenha isso, viu", mantenha a amizade. Eu (não) vou dizer "brigue com ele", percebe?

O que houve foi um equívoco muito grande, veja bem o que você acaboupoker antydizer: "Tem que manter isso". Ao longo do tempo, acabou diluindo a ideia da frase anterior, tanto que você teve alguma dificuldade para se lembrar da frase anterior. Nos primeiros momentos, eram 18 horas por dia reproduzindo uma frase: "Estou dando dinheiro para fulanopoker antytal para manter o silêncio dele".

E eu não conseguia, por mais que eu quisesse combater.

O sujeito (Joesley) estava gravando para entregar para a procuradoria, foi embora e esqueceu o gravador ligado. Daí vocês sabem daquele áudio sujo (uma gravação aparentemente acidentalpoker antyque o empresário e umpoker antyseus funcionários, Ricardo Saud, discutem os termospoker antysua colaboração premiada, que teria contado com ajuda ilegal do ex-procurador Marcelo Miller) , que gerou no procurador-geral a necessidade imperiosapoker antypedir a prisão do Joesley, daquele outro assecla deles (Saud) e do próprio procurador (Miller). Em um trecho do áudio, eles dizem: 'o procurador fulano (Miller) pediu a cabeça do Temer e nós demos'.

poker anty BBC News Brasil - Presidente, por que o senhor diria ao Joesley para manter amizade com Eduardo Cunha?

poker anty Temer - O que eu ia dizer, ia dizer para que brigasse com o Eduardo Cunha? Eu não vejo razão. E eu conhecia o Joesley, Ele era um empresário, vocês se esquecem que ele era um empresário que tinha 150 mil empregados?

Naquele dia, quando ligaram para a minha chefepoker antygabinete, eram 19h e eu disse: "Olhe, diga pra ele (Joesley) vir agora então". Porque diz que pela quinta vez ele tentava uma audiência comigo e não conseguia, eu disse: "Diga pra ele vir agora que eu estou desocupado, diga a ele que pode vir aqui no Palácio".

Ele disse que não, que só ia chegar às 10 da noite. Aí eu disse: "Então fale para ele ir ao Jaburu, 22h30, 23h, porque eu ia cumprimentar o Noblat (Ricardo Noblat) que fazia 50 anospoker antyjornalismo e estava tendo um encontro no Piantella (restaurantepoker antyBrasília). Imaginei que ia levar uma hora, uma hora e meia, e depois ia pro Jaburu. Foi por essa a razão que eu o atendi lá.

Agora, se o sujeito vem pra mim e diz "tenho amizade com o fulano", não vou dizer "brigue com ele". Não tenho razão pra dizer isso.

poker anty BBC News Brasil - Seus aliados, Moreira Franco, Geddel Vieira Lima, Eliseu Padilha, Henrique Eduardo Alves, Romero Jucá estão todos processados, presos ou no ostracismo, não se reelegeram. O que aconteceu, presidente?

poker anty Temer - Aconteceu que todos eles têm muito mais mandatos que eu. Às vezes dizem que eu chefio uma quadrilha há 45 anos, que eu amealhei R$ 1,8 bilhão. Eu há 40 anos não estava na vida pública. Eu iniciei uma vida pública na verdadepoker anty1995, primeiro eu fui procurador do Estado, fui secretáriopoker antysegurança, depois fui pra Constituinte, que era uma coisa mais técnica.

Essas pessoas que você mencionou me auxiliaram ao longo do tempo nessa atividade política e ao longo do tempo me acompanharam. Depois, eles e o partido todo insistiu que eu fosse presidente da Câmara, eu fuipoker anty1997-1998, 1999-2000. Quando saípoker anty2000, 2001: "você tem que ser presidente do partido". O Henrique Alves era ministro da ex-presidente Dilma e deixou o ministério quando começou aquela história do impedimento, né? Quando eu cheguei, com a maior razão, eu falei: 'vou trazê-lo, afinal ele era ministro'.

poker anty BBC News Brasil - Hoje alguns deles têm contra si acusações muito gravespoker antycorrupção. O senhor tomou conhecimento?

poker anty Temer - Pois é. Não tomei conhecimento, se tivesse tomado conhecimento... Nem quero dizer se praticou atos ou não praticou atos, mas claro que eu não tomei conhecimentopoker antynada disso. O que está sendo questionado nos autos, eles estão se defendendo.

Crédito, Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Legenda da foto, 'Meu hábito era um hábito parlamentar', diz o emedebista ao justificar encontros com figuras envolvidaspoker antyescândalospoker antycorrupção

poker anty BBC News Brasil - Mas o Geddel (Geddel Vieira Lima, ex-ministro da secretariapoker antyGoverno na gestão Temer) está inclusive preso.

poker anty Temer - O Geddel já foi uma outra coisa, foi aquela questão do apartamento (a Polícia Federal apreendeu R$ 51 milhõespoker antyespéciepoker antyum apartamento da família).

poker anty BBC News Brasil - É normal um político guardar aquele volumepoker antydinheiro?

poker anty Temer - O que você acha? (Risos).

poker anty BBC News Brasil - Não me parece, mas importante é o que o senhor acha.

poker anty Temer - Tal seria que eu respondesse positivamente.

poker anty BBC News Brasil - Não é normal, né?

poker anty Temer - É isso.

poker anty BBC News Brasil - O senhor se preocupa comopoker antyimagem vai ficar para a história?

poker anty Temer - Positivamente... Por tudo que estou contando a vocês, e pela oportunidade que a BBC está me dando, eu acho que será positivamente. E aliás um positivo que eu imaginei que viria no futuro, mas eu vejo que está se processando precisamente agora. Vocês não estão aqui sem razão, se fosse alguém inteiramente deteriorado, eu nem sei se vocês estariam.

poker anty BBC News Brasil - O Bolsonaro o está redimindo,poker antyalguma maneira?

poker anty Temer - Redimindo no sentido que está dando sequência ao meu governo. Ele (Bolsonaro) acaba revelando o que foi o meu governo. Mas é interessante que a minha vida não se cinje apenas à Presidência da República, isso que eu estou contando pra vocês dos 58 anos (de carreira), tem toda uma história longa que cingiu-se a um periodozinho que o rapaz foi me gravar lá, é isso.

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