'Qualidade para poucos não é qualidade': novo indicador sobre educação põe desigualdadesorte online lotofácilfoco:sorte online lotofácil

O Indicadorsorte online lotofácilDesigualdades e Aprendizagens (IDeA), elaborado pelo professor emérito da UFMG e ex-presidente do Instituto Nacionalsorte online lotofácilEstudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) Francisco Soares e outros acadêmicos para a Fundação Tide Setubal, pretende medir se o ensino oferece igualdadesorte online lotofáciloportunidades a todos os alunos, independentementesorte online lotofácilsuas condições socioeconômicas.

A ideia é verificar se, alémsorte online lotofácilbons indicadoressorte online lotofácilaprendizado, o ensinosorte online lotofácilcada município reflete também igualdadesorte online lotofáciltermossorte online lotofácilraça, gênero e renda na educação e aprendizado dos alunos.

"Qualidade para poucos não é qualidade. Essa frase diz um pouco do que estamos buscando", afirma Soares, destacando que, embora o Brasil tenha registrado avanços nas últimas décadas nos resultadossorte online lotofácilaprendizado e acesso ao ensino básico, essa melhora tem acontecidosorte online lotofácilmaneira muito desigual.

"O Ideb do Brasil tem melhorado, principalmente nos anos iniciais. É uma vitória que quero comemorar. Mas queria colocar nessa vitória algo que não está presente. Por isso, dividimos os alunossorte online lotofácilescolas públicassorte online lotofácilcinco grupossorte online lotofácilnível socioeconômico - começando pelos mais pobres e terminando com uma classe média um pouco mais estabelecida. A diferençasorte online lotofácildesempenho entre esses dois grupos é, hoje, equivalente a dois anossorte online lotofácilescolarização."

Ou seja, criançassorte online lotofácilclasse média que cursam a oitava série estudam lado a lado, na mesma salasorte online lotofácilescola pública, com colegas mais pobres que, na realidade, apresentam desempenho escolar equivalente à 6ª série.

"É uma diferença brutal", opina Soares, que quando comandou o Inep, órgão do Ministério da Educação responsável por exames como o Prova Brasil e o Enem, foi o responsável por criar outro índice social - o Indicadorsorte online lotofácilNível Socioeconômico das Escolassorte online lotofácilEducação Básica (Inse), que pondera o desempenho das escolas por fatores socioeconômicos, como a renda familiar dos alunos.

Poucas escolas têm igualdade

A basesorte online lotofácildados para o IDeA será alimentada com os resultados do Prova Brasilsorte online lotofácil2007 a 2015, exame que mede o desempenho dos alunos do ensino fundamentalsorte online lotofácilPortuguês e Matemática.

Segundo a medição, uma minoria dos 5.570 municípios do país tem conseguido oferecer ensino públicosorte online lotofácilqualidadesorte online lotofácilforma igualitária para negros e brancos, meninos e meninas, crianças mais e menos pobres. Há também uma pequena minoriasorte online lotofácilmunicípios com dados "atípicos",sorte online lotofácilque negros e pobres aprendem mais que os demais.

Um dos principais destaques positivos é a cidade cearensesorte online lotofácilSobral, que não apenas tem a maior nota do Ideb no Brasil (9,1 nos anos iniciais do ensino fundamental), como conseguiu que essa qualidade se estendesse a alunossorte online lotofácildiferentes raças e níveis socioeconômicos na rede pública.

Entre as capitais, Francisco Soares vê como caso interessante osorte online lotofácilTeresina (PI), "que, embora não esteja no topo (de índicessorte online lotofácilaprendizado), tem certo equilíbrio"sorte online lotofácilensino entre pessoassorte online lotofácildiferentes rendas.

"Mas não quero igualdade na pobreza. Temos que querer os dois faróis do carro iluminados (em referência à qualidade do ensino e à igualdade do ensino)."

Capacitar todos os jovens é uma questão econômica

Soares afirma que, alémsorte online lotofácilquestões sociais ou políticas, a igualdadesorte online lotofácilensino é um problema econômico. À medida que o país envelhece, jovens mais bem educados serão caminho essencial para que a produtividade do trabalho brasileiro - que não cresce desde os anos 1980, segundo um estudosorte online lotofácil2017 do Banco Credit Suisse - volte a avançar.

O Brasil vive atualmente os momentos finaissorte online lotofácilseu bônus demográfico, período que favorece o crescimento da economia porque a população jovem é maioriasorte online lotofácilrelação ao númerosorte online lotofácilidosos.

Para garantir que a economia cresçasorte online lotofácilmaneira sustentável no futuro, o país precisaria ter aproveitado este período para educar os jovens e criar uma forçasorte online lotofáciltrabalho qualificada, sem excluir a populaçãosorte online lotofácilbaixa renda.

"A produtividade do trabalhador brasileiro é baixa porque ele aprendeu pouco", afirma Soares.

"Nosso sucesso precisa ser mais sólidosorte online lotofácilduas dimensões: primeiro, com a transição demográfica, vamos ter mais jovens apoiando mais idosos, portanto esses jovens precisarão ser mais produtivos e fazer mais. Segundo, com a tecnologia, as profissões manuais repetitivas estão desaparecendo. O novo trabalhador tem que ter educação para operar instrumentossorte online lotofáciltrabalho que exigirão mais conhecimento."

"Estou falandosorte online lotofácilmilhõessorte online lotofácilpessoas. Para a economia rodar, não basta ter um pequeno grupo (com acesso à boa educação), é preciso ter uma massa. Essa dimensão tem sido pouco considerada na educação."

Soares, no entanto, diz que atualmente não vê a desigualdadesorte online lotofáciloportunidades no centro dos debates sobre políticassorte online lotofácileducação no Ministério da Educação do governosorte online lotofácilJair Bolsonaro.

"(A liderança do MEC) mudou tantosorte online lotofáciltão pouco tempo que ainda não sabemos quais são as políticas para a educação básica. É algo sério, porque estamos perdendo tempo que a educação não tem no Brasil", diz.

Dinheiro e estratégias para a educação

Outro indicadorsorte online lotofácildesigualdade que foi divulgado nesta terça-feira refere-se à quantidadesorte online lotofácilrecursos públicos que diferentes Estados e municípios destinam à educação pública.

Segundo o Anuário Brasileiro da Educação Básica 2019, feito pela organização Todos Pela Educaçãosorte online lotofácilparceria com a Editora Moderna, no Brasil há desde cidades que gastam R$ 19,5 mil por aluno anualmente quanto as que gastam apenas R$ 2,9 mil anualmente - o que equivale, na prática, a gastar R$ 241 reais por mês com o ensinosorte online lotofácilcada estudante.

No âmbito estadual, São Paulo é o que tem a maior média anualsorte online lotofácilrecursos da educação dividido pela quantidadesorte online lotofácilalunos (R$ 6,5 mil), contra apenas R$ 3,5 mil no Maranhão.

Alémsorte online lotofácilgastos, Francisco Soares afirma que o objetivo é influenciar políticas públicas que levemsorte online lotofácilconta necessidades locais e dos alunos - tendosorte online lotofácilmente que todos são capazessorte online lotofácilaprender se tiverem as condições e os estímulos adequados.

"(As estratégias para enfrentar a desigualdade) serão diferentes. Mas é preciso uma intervenção que impeça que isso se transformesorte online lotofácilum problema social", diz o pesquisador.

"O que queremos é que a escola se dê contasorte online lotofácilque tem que tomar iniciativas mais rápidas, mais sólidas, por aqueles alunos que vão embora se ela não fizer nada. Não quero confundir isso com uma questãosorte online lotofácilcidadania - é uma questão econômica, porque esse aluno vai ficar muito caro. Ele vai voltar (repetir o ano), não vai terminar os estudos. Temos motivos econômicos fortes para tratar da desigualdade", conclui.

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