G20: a mensagem que Bolsonaro vai levar aos líderes das 20 maiores economias do mundo:cassino na blaze

Crédito, Adriano Machado/Reuters

Legenda da foto, Jair Bolsonaro farácassino na blazeestreia no G20 na semana que vem. A reunião entre os líderes das 20 maiores economias do mundo serácassino na blazeOsaka, no Japão

Bolsonaro abre o artigo com uma crítica genérica às gestões anteriores e a promessacassino na blaze"resguardar tradições e valores morais" do Brasil. "Um novo Brasil estarácassino na blazeOsaka para participar do G20. Deixamos para trás um períodocassino na blazeEstado inchado, ineficiente, corrupto e permissivo com a violência", diz.

"No lugar disso, estamos construindo a sólida fundaçãocassino na blazeum governo enxuto, formado por especialistas focadoscassino na blazeequilibrar as contas públicas, restaurar o império das leis, e resguardar as tradições e valores morais do nosso povo."

Legenda da foto, Presidente adiantou,cassino na blazeartigo divulgado nesta quarta, os temas que o Brasil deve abordar no encontro do G20, que ocorre nos dias 28 e 29cassino na blazejunho no Japão

No texto, o presidente indica que vai focarcassino na blazeparticipação no G20cassino na blazequatro questões: defesa do livre comércio; reforma da Previdência; combate à corrupção; e defesa da redução do protecionismocassino na blazepaíses ricos na agropecuária.

Para o autor do livro sobre o G20, enquanto o presidente brasileiro deve ser alvocassino na blazecríticas dos demais líderes porcassino na blazeposturacassino na blazerelação ao meio-ambiente, ele possivelmente será ouvido com atenção nas discussões sobre Previdência, livre comércio e combate à corrupção.

"Será no G20 a verdadeira grande estreiacassino na blazeBolsonaro no palco internacional, então, o mundo estará interessadocassino na blazesaber quem ele realmente é", disse Kirton à BBC News Brasil.

"Eles (países do G20) sabem da retórica provocativacassino na blazeBolsonaro, num estilo semelhante aocassino na blaze(Donald) Trump. Mas querem saber quais são suas reais posições e ideias agora que ele está à frente do governo. E coincidiucassino na blazealgumas agendas domésticascassino na blazeBolsonaro serem tópicoscassino na blazediscussão nesse encontro do G20."

Reforma da Previdência

A reforma da Previdência que o governo tenta aprovar no Congresso Nacional deve ser central nos discursoscassino na blazeBolsonaro no G20.

"Após anoscassino na blazediscussões mal-sucedidas, apresentamos uma reforma abrangente do nosso sistemacassino na blazeseguridade social", afirma o presidente, no artigo.

"A estimativa é cortar maiscassino na blazeUS$ 250 bilhõescassino na blazegastos nos próximos 10 anos, protegendo os pobres e combatendo privilégios", completa.

Crédito, REUTERS/Adriano Machado

Legenda da foto, Reforma defendida pelo ministro da Economia, Paulo Guedes (foto), será um dos pontos centrais do discurso do presidente no Japão

Pode parecer um assunto doméstico, mas a propostacassino na blazediscussão no Brasil écassino na blazeinteresse internacional. Isso porque diversos países, principalmente os desenvolvidos, sofrem no momento com o rápido envelhecimentocassino na blazesuas populações e, como consequência, com a perdacassino na blazemão-de-obra.

É o caso das principais nações europeias e do próprio Japão.

Se o Brasil conseguir aprovar uma reforma eficaz, diz o professor Kirton, pode vir a ser visto como modelo nesse setor, ganhando voz internacionalmente. E há interesse por parte dos países ricoscassino na blazeouvir as propostas e estratégias adotadas pelo governo para que isso aconteça.

Evidentemente, a aprovação do projeto no Congresso brasileiro encontra empecilhos - o texto enviado pelo governo é alvocassino na blazecríticascassino na blazealguns setores e tende a ser esvaziado por alterações no Legislativo, o que produziria uma economia menor do que a prevista para os gastos públicos.

Mas, diante dos líderes do G20, Bolsonaro deve carregar no otimismo ao fazer seu pronunciamento.

"O que ele pode fazer é levar a mensagem do 'seu Brasil' para o G20 dizendo que está adotando ações,cassino na blazecasa, para solucionar alguns dos grandes problemas que todos os demais países enfrentam", diz Kirton.

"Ele dirá que a reforma da Previdência vai ajudar a controlar o déficit fiscal e a proteger a população que está envelhecendo. Essa é uma mensagem importante para o Japão, a China e países europeus que estão sofrendo com o envelhecimentocassino na blazesuas populações."

Livre comércio

Crédito, Kevin Lamarque/Reuters

Legenda da foto, A guerra comercial entre China e Estados Unidos será o tema central do G20

Segundo o professor Kirton, a reunião do G20 deverá ser palcocassino na blazeuma disputa entre a defesa do livre comércio e a defesa da necessidadecassino na blazeproteçãocassino na blazesetores econômicos.

Diante da guerra comercial travada entre Estados Unidos e China, a discussão sobre protecionismo x livre mercado será o grande foco do encontro entre os líderes das 20 maiores economias.

Desde março do ano passado, os governoscassino na blazeDonald Trump ecassino na blazeXi Jinping travam uma disputa baseadacassino na blazeaumentoscassino na blazetarifas sobre importaçãocassino na blazeprodutos americanos e chineses, e retaliações a empresas dos dois países - práticas que contrariam as regras da livre concorrência defendidas pela Organização Mundial do Comércio (OMC).

No seu artigo, Bolsonaro indica que se juntará às vozes que defendem as regrascassino na blazelivre comércio, embora tenha se aproximado fortemente do governo Trump nos primeiros seis mesescassino na blazegoverno e, internamente, dado sinaiscassino na blazeque pretende controlar preços da Petrobras.

"Estamos resgatando a vocaçãocassino na blazelivre concorrência do Mercosul e vamos priorizar negociações que já estejamcassino na blazeestágio avançado, como a negociação com a União Europeia e o Canadá", diz, acrescentando que iniciará negociaçõescassino na blazecomércio com Cingapura, Nova Zelândia e Estados Unidos.

Crédito, REUTERS/Adriano Machado

Legenda da foto, Acordo entre Mercosul e União Europeia esbarra nas restrições da Françacassino na blazerelação à postura pouco comprometida do Brasil quanto ao combate às mudanças climáticas

De fato, segundo fontes do governo, há uma reunião bilateral prevista para ocorrercassino na blazeOsaka entre Bolsonaro e o primeiro-ministrocassino na blazeCingapura, Lee Hsien Loong. No entanto, apesarcassino na blazedar o tomcassino na blazeque as negociações com a União Europeia caminham bem, as últimas conversas sobre um acordo fracassaram.

Integrantes do bloco europeu, principalmente a França, disseram que não assinarão um entendimento com países que não compartilham dos valores do Acordocassino na blazeParis - uma clara referência à posturacassino na blazeceticismo do governo Bolsonarocassino na blazerelação ao aquecimento global e a necessidadecassino na blazepreservar a Floresta Amazônica.

No artigo, Bolsonaro também reforça a intenção do Brasilcassino na blazeintegrar a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e, ao abordar esse ponto, volta a se dizer comprometido com o livre comércio.

A OCDE é formada por um seleto grupocassino na blazepaíses, a maioria desenvolvidos e com grandes economias. Fazer parte dessa organização funciona como uma espéciecassino na blazechancelacassino na blazecredibilidade internacional ecassino na blazeboas práticas comerciais.

"Com a mesma determinação, desejamos nos juntar à OCDE, sem atraso. Só temos a ganharcassino na blazeadotar as melhores práticas internacionais e trocas com outros países abertos ao comércio e ao fluxocassino na blazeinvestimentos."

Recentemente, o Brasil obteve seu primeiro "ganho" com a aproximação entre Bolsonaro e Trump, quando os EUA se posicionaram formalmente a favor da entrada do Brasil na OCDE.

Crédito, SHAWN THEW/EPA

Legenda da foto, Estados Unidos manifestaram formalmente apoio à entrada do Brasil na OCDE, mas, segundo Kirton, governo brasileiro terá que mudar discursocassino na blazerelação à proteção ambiental

No entanto, segundo Kirton, para obter o apoiocassino na blazepaíses europeus, o governo Bolsonaro terá que se mostrar mais comprometido com o meio-ambiente.

De acordo com o professor canadense, o cancelamento, por Bolsonaro,cassino na blazeuma reunião regional das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, que seria realizadacassino na blazeagostocassino na blazeSalvador, na Bahia, foi recebido pela comunidade internacional como sinalcassino na blazeque o Brasil não está comprometido com o combate ao aquecimento global.

"O Brasil quer entrar na OCDE e praticamente todos os países que integram o grupo, com exceção dos Estados Unidos, acreditam numa solução multilateral liderada pela ONU para controlar as mudanças climáticas", destaca Kirton.

"Se o Brasil quer avançar no seu desejocassino na blazefazer parte da OCDE, vai ter que adotar uma posição mais respeitável sobre mudanças climáticas, o que Bolsonaro não tem feito até agora."

Protecionismo na agricultura

Durante o G20, Bolsonaro deverá fazer um pedido específico aos países ricos: que sejam discutidas regras internacionais mais duras para coibir a adoçãocassino na blazemedidas protecionistas na áreacassino na blazeagricultura.

Segundo ele, subsídios agrícolas adotados nos últimos anos geraram "empecilhos" para o progressocassino na blazepaísescassino na blazedesenvolvimento.

Não se tratacassino na blazeuma mensagem nova. O mesmo pleito foi feito com vigor, mas sem grandes resultados, durante os oito anoscassino na blazegoverno Luiz Inácio Lula da Silva,cassino na blazediferentes reuniões do G20.

Crédito, Adriano Machado/Reuters

Legenda da foto, Bolsonaro vai defender que sejam adotadas regras internacionais mais rígidas contra medidas protecionistas no setor da agropecuária

Nos últimos anos, União Europeia e Estados Unidos têm adotado uma sériecassino na blazesubsídios para proteger a produção localcassino na blazealimentos contra importaçõescassino na blazecommodities mais baratas vindascassino na blazepaísescassino na blazedesenvolvimento, como o Brasil.

Há anos, o governo brasileiro advoga por regras mais duras contra práticas protecionistas na agricultura e já entroucassino na blazedisputas na OMC contra subsídios concedidos por União Europeia e EUA a produtos agrícolas, como algodão.

"O sistema multilateralcassino na blazecomércio precisa ser reformado para cumprir o seu objetivo originalcassino na blazeabrir mercados e promover o desenvolvimentocassino na blazeseus Estados-membros", afirma Bolsonaro.

"Inaceitáveis diferenças entre as regras sobre produtos agropecuários e produtos industriais têm criado persistentes distorções no comérciocassino na blazealimentos, prejudicando o progressocassino na blazevários paísescassino na blazedesenvolvimento."

Corrupção

Segundo Kirton, outro tópico relevante do G20 será o combate à corrupção, especialmente a adoçãocassino na blazemedidas internacionais para impedir lavagemcassino na blazedinheiro e práticacassino na blazepagamentoscassino na blazepropinacassino na blazecontratoscassino na blazemultinacionais.

Por causa da Operação Lava Jato, Bolsonaro deve ser um dos líderes com destaque nessa discussão, segundo o professor.

Crédito, Adriano Machado/Reuters

Legenda da foto, Bolsonaro quer 'vender' pacote anticrimecassino na blazeMoro como medida eficaz contra violência e corrupção

Em seu artigo para o G20, Bolsonaro cita o "pacote anticrime" apresentado pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, ao Congresso como exemplo do comprometimento do governo no combate à violência e à corrupção.

"Apresentamos um pacote anticrime que ataca a impunidade que induziu por tanto tempo a corrupção e o crime no nosso país", diz.

Segundo o presidente, essa proposta,cassino na blazeconjunto com uma futura reforma no sistema tributário, tem o objetivocassino na blaze"virar a página da decadência política, econômica e moral que dominou o Brasil".

Não está claro, porém,cassino na blazeque forma as reportagens do site The Intercept que mostram o atual ministro sugerindo estratégiascassino na blazeatuação ao Ministério Público quando ainda era juiz podem ter abalado a imagem da Lava Jato no exterior.

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