'Corri enquanto meu corpo pegava fogo': a professora que fundou ONG para ajudar queimados após acidente:casa de apostas com bônus no cadastro

Inspirada emcasa de apostas com bônus no cadastroprópria história e nas dificuldades que enfrentou após deixar o hospital, Alexandra fundou a Associação Nacional dos Amigos e Vítimascasa de apostas com bônus no cadastroQueimaduras (Anaviq), ONG criada e gerida por vítimascasa de apostas com bônus no cadastroqueimaduras do Brasil. Hoje, o grupo hoje conta com 145 pessoas que se feriramcasa de apostas com bônus no cadastroacidentes domésticos, no trabalho e atécasa de apostas com bônus no cadastrotentativascasa de apostas com bônus no cadastrosuicídio.

Um dos associados é um adolescente que tentou se matar aos 12 anos após sofrer bullying dos amigos na escola.

"Fiquei desempregado e tivecasa de apostas com bônus no cadastrotirar meu filho da escola particular onde ele estudava e matricular na pública. No colégio novo, ele começou a sofrer bullying por ser um menino muito educado e bonzinho. Davam tapas na cabeça, cuspiam na cara dele e faziam muitas ofensas. A gente não sabia disso, nem percebemos nas nossas conversas diárias", conta o pai do jovem e motoristacasa de apostas com bônus no cadastroaplicativo, que não será identificado para preservar o adolescente.

A humilhação sofrida diariamente levou o menino à tentativacasa de apostas com bônus no cadastrosuicídio, diz o pai.

"Numa manhã, ele despejou álcool no corpo dele todo e riscou um fósforo enquanto esperava a van para a escola. Ouvi os gritos no quintal e corri o mais rápido que consegui. Quando vi aquela bolacasa de apostas com bônus no cadastrofogo, abracei meu filho enquanto tentava rasgar a roupa dele. Minha esposa foi mais rápida, ligou a mangueira e apagou o fogo, mas a desgraça já tinha acontecido", relata o pai do adolescente, hoje com 15 anos.

O garoto teve queimadurascasa de apostas com bônus no cadastro2º e 3º graucasa de apostas com bônus no cadastro45% do corpo e ficou internado durante 60 dias no Hospital das Clínicas,casa de apostas com bônus no cadastroSão Paulo - 45 delescasa de apostas com bônus no cadastrocoma. Ele disse que a associação é essencial para a trocacasa de apostas com bônus no cadastroexperiências e para melhorar a autoestima do filho.

"Os membros têm experiência com todos os tiposcasa de apostas com bônus no cadastroqueimaduras, sabem reconhecer os melhores produtos e onde encontrar mais barato e isso faz toda a diferença. Os médicos são excelentes, mas não têm a mesma experiênciacasa de apostas com bônus no cadastroquem passa pelo tratamento", afirmou o pai.

De acordo com o Ministério da Saúde, cercacasa de apostas com bônus no cadastro1 milhãocasa de apostas com bônus no cadastropessoas sofrem queimaduras anualmente no Brasil. O Sistema Únicocasa de apostas com bônus no cadastroSaúde (SUS) tem 44 unidades especializadascasa de apostas com bônus no cadastroqueimadoscasa de apostas com bônus no cadastrotodo o país. Segundo a pasta,casa de apostas com bônus no cadastro2018 maiscasa de apostas com bônus no cadastro224 mil pessoas receberam atendimento ambulatorial por contacasa de apostas com bônus no cadastroqueimaduras, e 25.947 foram internadas.

Segundo Alexandra, uma das maiores barreiras é encontrar médicos especializados, receber dicascasa de apostas com bônus no cadastropomadas ecasa de apostas com bônus no cadastroonde encontrar medicamentos mais baratos. Ou simplesmente ser ouvido.

A recuperação do trauma e a ressocialização são apontados por ela como primordiais para resgatar a autoestimacasa de apostas com bônus no cadastrouma vítimacasa de apostas com bônus no cadastroqueimadura. O momentocasa de apostas com bônus no cadastroque a queimadura ocorre fica gravado na memória. E Alexandra se lembracasa de apostas com bônus no cadastrocada detalhecasa de apostas com bônus no cadastroseu acidente.

'Pensei que morreria'

Depois da explosão, a professora conta ter corrido o mais rápido que conseguiucasa de apostas com bônus no cadastrodireção à saída do restaurante. Ela relata que a impressão eracasa de apostas com bônus no cadastroque todo o ambiente tinha ficado sem som.

Com o corpocasa de apostas com bônus no cadastrochamas, Alexandra arrancoucasa de apostas com bônus no cadastrobolsa e partecasa de apostas com bônus no cadastrosuas roupas enquanto corria. Nesse momento, ela foi derrubada.

"Um homem me jogou no chão, puloucasa de apostas com bônus no cadastrocimacasa de apostas com bônus no cadastromim e usou a camiseta dele para apagar as chamas. Só me lembro que juntou muita gentecasa de apostas com bônus no cadastrocimacasa de apostas com bônus no cadastromim. As pessoas me olhavam com espanto e comentavam sobre os ferimentos. Eu me lembro que uma delas disse que 'a outra estava pior', ao falar da minha amiga. E eu ainda tentando entender o que tinha acontecido. Eu pensei que morreria", lembra.

No desesperocasa de apostas com bônus no cadastrotentar pedir socorro para alguém da família, ela colocou a mão no bolso direitocasa de apostas com bônus no cadastrosua calça para pegar o celular.

"Isso causou um grande dano na minha mão porque ela estava queimada e raspou no tecido jeans. Fiquei cinco minutos no chão enquanto aguardava o resgate, com muitas pessoas ao meu redor falando sem parar. Eu quase não sentia os ferimentos. Quando fui colocada na ambulância, parecia que eu estava sendo colocada num forno. Eu gritavacasa de apostas com bônus no cadastrodor. Jogavam soro nas queimaduras para aliviar. Eu pedia para jogarem mais nas pernas e no meu polegar. Era desesperador", relata a professora.

Ao chegar ao pronto-socorro, a professora não enxergava, mas ouviu a funcionária do restaurante, que também teve ferimentos nas mãos e braços, se culpando pelo acidente. Ainda no mesmo dia, a professora foi transferida para um hospitalcasa de apostas com bônus no cadastroseu convênio,casa de apostas com bônus no cadastroCajamar. Lá, uma cirurgiã plástica recomendou que ela fosse transferida para um hospitalcasa de apostas com bônus no cadastroreferência para queimadoscasa de apostas com bônus no cadastroJundiaí, no interiorcasa de apostas com bônus no cadastroSão Paulo.

"Essa mulher foi colocada por Deus no meu caminho. Ela fez o primeiro atendimentocasa de apostas com bônus no cadastromaneira muito eficiente. Pedia para a equipe dela arrancar minha pele sem dó. No dia seguinte, ela mesma conseguiu uma vaga no hospitalcasa de apostas com bônus no cadastroreferência e uma ambulância para me levar. Ela foi perfeita", resume Alexandra.

Durante as três semanascasa de apostas com bônus no cadastroque permaneceu internada no hospital especializado, Alexandra recebeu poucas notíciascasa de apostas com bônus no cadastroGraciene.

Enquanto Alexandra se recuperava bem, a companheiracasa de apostas com bônus no cadastrotrabalho tinha sofrido graves queimaduras nas vias aéreas, que dificultavam a recuperação e exigiam o usocasa de apostas com bônus no cadastroaparelhos para respirar. Graciene morreu duas semanas após Alexandra deixar o hospital.

Encarando o espelho

Durante o tempo internada, a maior preocupaçãocasa de apostas com bônus no cadastroAlexandra era se acalmar e cuidar dos ferimentos para voltar para casa com menos sequelas. Durante esse tempo, ela não teve contato com seu maior inimigo pós-alta: o espelho.

O hospital onde ela ficou internada não tinha espelhos. A primeira vezcasa de apostas com bônus no cadastroque ela viucasa de apostas com bônus no cadastroprópria imagem depois do acidente foi logo após receber alta, quando passou na casa onde a irmã dela estava hospedada na cidade. Mesmo sabendo que estava com as mãos, rosto, barriga, pescoço e perna queimados, a surpresa foi inevitável.

"Quando eu entrei no banheiro, abri a porta e deicasa de apostas com bônus no cadastrocara com espelho. Minha pressão caiu e eu quase desmaiei. Eu estava toda vermelha e muito magra. De lá para cá, é um desafio lidar com a minha própria imagem", afirmou.

Alexandra diz que um dos principais desafios das pessoas queimadas é lidar com a mudança na imagem causada pelas cicatrizes. Alguns veem como uma marcacasa de apostas com bônus no cadastrosuperação, que muitas vezes representa uma vitória contra a morte. Mas a grande maioria faz cirurgias plásticas para escondê-las.

"Ela não me impedecasa de apostas com bônus no cadastroviver, mas eu sempre uso lenço no pescoço e maquiagem para esconder o máximo que posso. Eu tento evitar chamar a atenção porque há um grande desconfortocasa de apostas com bônus no cadastroser abordada toda hora. Sempre alguém pergunta o que aconteceu ou diz 'nossa, coitadinhacasa de apostas com bônus no cadastrovocê'", afirma a presidente da Anaviq.

Ela diz que boa parte das perguntas são insensíveis e que as pessoas não se dão contacasa de apostas com bônus no cadastroque estão fazendo o outro se sentir pior. Para ela, o mais importante é que o outro saiba que a pessoa passa por um momento delicado.

Outra função da associação é orientar pessoas sobre onde podem encontrar tratamento após deixar o hospital.

"Isso até existe no Hospital das Clínicascasa de apostas com bônus no cadastroSão Paulo, mas a fila demora pelo menos um ano. Nesse tempo, a cicatriz hipertrofia e você não consegue mais levantar um braço ou esticar o dedo", explica Alexandra.

Ela disse que esse tratamento pós-operatório é importante para que não haja sequelas mais graves e o paciente consiga retomarcasa de apostas com bônus no cadastrovida, inclusivecasa de apostas com bônus no cadastroseu emprego.

Pós-operatório

Depois do acidente, Alexandra passou dificuldade financeira por conta do alto gasto com remédios, pomadas, curativos e frequentes idas ao médico. Custos além do auxílio-doença que recebia. Para recuperar o dinheiro gasto com o tratamento, ela abriu um processo contra o restaurante.

Depois cinco anos, três audiências e um impacto emocional que quase a levou à depressão, a professora fez um acordo e recebeu R$ 100 mil do dono do comércio. A família da amiga morta no mesmo incêndio recebeu R$ 30 mil.

A ideiacasa de apostas com bônus no cadastrocriar a Anaviq surgiu durante uma conversa entre Alexandra e o médico dela. Sem condiçõescasa de apostas com bônus no cadastrocontinuar seu trabalho como professora, ela aceitou a sugestão para acolher as novas vítimas que chegavam ao hospital.

"Eu percebi que não havia quase nenhuma informação disponível, então passei a ensinar automaticamente o caminho para outras pessoas. Passei a criar grupos no Facebook com médicos e pessoas queimadas. Em pouco tempo, começou a chegar gentecasa de apostas com bônus no cadastrooutros Estados e percebi que eu estava cada vez mais envolvida", afirmou.

Em setembrocasa de apostas com bônus no cadastro2017, o grupo fezcasa de apostas com bônus no cadastroprimeira reunião. Logo, começou a crescer, ganhar visibilidade e fez uma parceria com a universidade Anhembi Morumbi e com o escritóriocasa de apostas com bônus no cadastroadvocacia Siqueira Castro. Os membros da associação se reúnem uma vez por mês, mas se falam todos os dias pelo WhatsApp.

O reconhecimento aumentou no ano passado, quando a associação participou do Congresso Brasileirocasa de apostas com bônus no cadastroQueimaduras no ano passado. O evento reuniucasa de apostas com bônus no cadastroFoz do Iguaçu, no Paraná, centenascasa de apostas com bônus no cadastroespecialistascasa de apostas com bônus no cadastroqueimaduras, como médicos, fisioterapeutas e psicólogoscasa de apostas com bônus no cadastrodiversos países.

Segundo ela, há casoscasa de apostas com bônus no cadastropessoas queimadascasa de apostas com bônus no cadastrosituações aparentemente seguras, como o manuseiocasa de apostas com bônus no cadastroálcoolcasa de apostas com bônus no cadastrogel e a impermeabilizaçãocasa de apostas com bônus no cadastroestofados. Neste caso, a explosão é causada por gases inflamáveis liberados por alguns tiposcasa de apostas com bônus no cadastroprodutos aplicados no tecido. Também são comuns acidentes envolvendo crianças que mexemcasa de apostas com bônus no cadastropanelas no fogão.

Hoje, a Anaviq atende a 145 pessoascasa de apostas com bônus no cadastromaneira voluntária, sem receber nenhum apoio financeiro. Nove delas são casoscasa de apostas com bônus no cadastroqueimaduras provocadascasa de apostas com bônus no cadastrotentativascasa de apostas com bônus no cadastrosuicídio - a maior parte cometida por mulheres.

Alexandra se aposentou e vai se dedicar integralmente à associação a partircasa de apostas com bônus no cadastroagora. Ela iniciou o processo para criar o CNPJ e poder receber doações.

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