'Corri enquanto meu corpo pegava fogo': a professora que fundou ONG para ajudar queimados após acidente:codigo promocional galerabet

Alexandra com o marido e amigos no dia do seu casamento

Crédito, Arquivo pessoal

Legenda da foto, Alexandra (de roxo)codigo promocional galerabetfoto com a amiga Graciene, que morreu após ser queimadacodigo promocional galerabetrestaurante
Alexandra Bilar Henrique, presidente da Anaviq

Crédito, Arquivo pessoal

Legenda da foto, Em 9 anos, Alexandra fez 35 cirurgias para minimizar as sequelas das queimaduras

Inspirada emcodigo promocional galerabetprópria história e nas dificuldades que enfrentou após deixar o hospital, Alexandra fundou a Associação Nacional dos Amigos e Vítimascodigo promocional galerabetQueimaduras (Anaviq), ONG criada e gerida por vítimascodigo promocional galerabetqueimaduras do Brasil. Hoje, o grupo hoje conta com 145 pessoas que se feriramcodigo promocional galerabetacidentes domésticos, no trabalho e atécodigo promocional galerabettentativascodigo promocional galerabetsuicídio.

Um dos associados é um adolescente que tentou se matar aos 12 anos após sofrer bullying dos amigos na escola.

"Fiquei desempregado e tivecodigo promocional galerabettirar meu filho da escola particular onde ele estudava e matricular na pública. No colégio novo, ele começou a sofrer bullying por ser um menino muito educado e bonzinho. Davam tapas na cabeça, cuspiam na cara dele e faziam muitas ofensas. A gente não sabia disso, nem percebemos nas nossas conversas diárias", conta o pai do jovem e motoristacodigo promocional galerabetaplicativo, que não será identificado para preservar o adolescente.

A humilhação sofrida diariamente levou o menino à tentativacodigo promocional galerabetsuicídio, diz o pai.

"Numa manhã, ele despejou álcool no corpo dele todo e riscou um fósforo enquanto esperava a van para a escola. Ouvi os gritos no quintal e corri o mais rápido que consegui. Quando vi aquela bolacodigo promocional galerabetfogo, abracei meu filho enquanto tentava rasgar a roupa dele. Minha esposa foi mais rápida, ligou a mangueira e apagou o fogo, mas a desgraça já tinha acontecido", relata o pai do adolescente, hoje com 15 anos.

O garoto teve queimadurascodigo promocional galerabet2º e 3º graucodigo promocional galerabet45% do corpo e ficou internado durante 60 dias no Hospital das Clínicas,codigo promocional galerabetSão Paulo - 45 delescodigo promocional galerabetcoma. Ele disse que a associação é essencial para a trocacodigo promocional galerabetexperiências e para melhorar a autoestima do filho.

Alexandra Bilar Henrique, presidente da Anaviq

Crédito, Arquivo pessoal

Legenda da foto, Alexandra passou por três hospitais nos 21 diascodigo promocional galerabetque ficou internada após a queimadura

"Os membros têm experiência com todos os tiposcodigo promocional galerabetqueimaduras, sabem reconhecer os melhores produtos e onde encontrar mais barato e isso faz toda a diferença. Os médicos são excelentes, mas não têm a mesma experiênciacodigo promocional galerabetquem passa pelo tratamento", afirmou o pai.

De acordo com o Ministério da Saúde, cercacodigo promocional galerabet1 milhãocodigo promocional galerabetpessoas sofrem queimaduras anualmente no Brasil. O Sistema Únicocodigo promocional galerabetSaúde (SUS) tem 44 unidades especializadascodigo promocional galerabetqueimadoscodigo promocional galerabettodo o país. Segundo a pasta,codigo promocional galerabet2018 maiscodigo promocional galerabet224 mil pessoas receberam atendimento ambulatorial por contacodigo promocional galerabetqueimaduras, e 25.947 foram internadas.

Segundo Alexandra, uma das maiores barreiras é encontrar médicos especializados, receber dicascodigo promocional galerabetpomadas ecodigo promocional galerabetonde encontrar medicamentos mais baratos. Ou simplesmente ser ouvido.

A recuperação do trauma e a ressocialização são apontados por ela como primordiais para resgatar a autoestimacodigo promocional galerabetuma vítimacodigo promocional galerabetqueimadura. O momentocodigo promocional galerabetque a queimadura ocorre fica gravado na memória. E Alexandra se lembracodigo promocional galerabetcada detalhecodigo promocional galerabetseu acidente.

'Pensei que morreria'

Depois da explosão, a professora conta ter corrido o mais rápido que conseguiucodigo promocional galerabetdireção à saída do restaurante. Ela relata que a impressão eracodigo promocional galerabetque todo o ambiente tinha ficado sem som.

Com o corpocodigo promocional galerabetchamas, Alexandra arrancoucodigo promocional galerabetbolsa e partecodigo promocional galerabetsuas roupas enquanto corria. Nesse momento, ela foi derrubada.

"Um homem me jogou no chão, puloucodigo promocional galerabetcimacodigo promocional galerabetmim e usou a camiseta dele para apagar as chamas. Só me lembro que juntou muita gentecodigo promocional galerabetcimacodigo promocional galerabetmim. As pessoas me olhavam com espanto e comentavam sobre os ferimentos. Eu me lembro que uma delas disse que 'a outra estava pior', ao falar da minha amiga. E eu ainda tentando entender o que tinha acontecido. Eu pensei que morreria", lembra.

No desesperocodigo promocional galerabettentar pedir socorro para alguém da família, ela colocou a mão no bolso direitocodigo promocional galerabetsua calça para pegar o celular.

Alexandra bebendo champagne com o marido no casamento

Crédito, Arquivo pessoal

Legenda da foto, Acidente com Alexandra ocorreu três meses após seu casamento

"Isso causou um grande dano na minha mão porque ela estava queimada e raspou no tecido jeans. Fiquei cinco minutos no chão enquanto aguardava o resgate, com muitas pessoas ao meu redor falando sem parar. Eu quase não sentia os ferimentos. Quando fui colocada na ambulância, parecia que eu estava sendo colocada num forno. Eu gritavacodigo promocional galerabetdor. Jogavam soro nas queimaduras para aliviar. Eu pedia para jogarem mais nas pernas e no meu polegar. Era desesperador", relata a professora.

Ao chegar ao pronto-socorro, a professora não enxergava, mas ouviu a funcionária do restaurante, que também teve ferimentos nas mãos e braços, se culpando pelo acidente. Ainda no mesmo dia, a professora foi transferida para um hospitalcodigo promocional galerabetseu convênio,codigo promocional galerabetCajamar. Lá, uma cirurgiã plástica recomendou que ela fosse transferida para um hospitalcodigo promocional galerabetreferência para queimadoscodigo promocional galerabetJundiaí, no interiorcodigo promocional galerabetSão Paulo.

"Essa mulher foi colocada por Deus no meu caminho. Ela fez o primeiro atendimentocodigo promocional galerabetmaneira muito eficiente. Pedia para a equipe dela arrancar minha pele sem dó. No dia seguinte, ela mesma conseguiu uma vaga no hospitalcodigo promocional galerabetreferência e uma ambulância para me levar. Ela foi perfeita", resume Alexandra.

Durante as três semanascodigo promocional galerabetque permaneceu internada no hospital especializado, Alexandra recebeu poucas notíciascodigo promocional galerabetGraciene.

Enquanto Alexandra se recuperava bem, a companheiracodigo promocional galerabettrabalho tinha sofrido graves queimaduras nas vias aéreas, que dificultavam a recuperação e exigiam o usocodigo promocional galerabetaparelhos para respirar. Graciene morreu duas semanas após Alexandra deixar o hospital.

Encarando o espelho

Durante o tempo internada, a maior preocupaçãocodigo promocional galerabetAlexandra era se acalmar e cuidar dos ferimentos para voltar para casa com menos sequelas. Durante esse tempo, ela não teve contato com seu maior inimigo pós-alta: o espelho.

O hospital onde ela ficou internada não tinha espelhos. A primeira vezcodigo promocional galerabetque ela viucodigo promocional galerabetprópria imagem depois do acidente foi logo após receber alta, quando passou na casa onde a irmã dela estava hospedada na cidade. Mesmo sabendo que estava com as mãos, rosto, barriga, pescoço e perna queimados, a surpresa foi inevitável.

"Quando eu entrei no banheiro, abri a porta e deicodigo promocional galerabetcara com espelho. Minha pressão caiu e eu quase desmaiei. Eu estava toda vermelha e muito magra. De lá para cá, é um desafio lidar com a minha própria imagem", afirmou.

Alexandra diz que um dos principais desafios das pessoas queimadas é lidar com a mudança na imagem causada pelas cicatrizes. Alguns veem como uma marcacodigo promocional galerabetsuperação, que muitas vezes representa uma vitória contra a morte. Mas a grande maioria faz cirurgias plásticas para escondê-las.

"Ela não me impedecodigo promocional galerabetviver, mas eu sempre uso lenço no pescoço e maquiagem para esconder o máximo que posso. Eu tento evitar chamar a atenção porque há um grande desconfortocodigo promocional galerabetser abordada toda hora. Sempre alguém pergunta o que aconteceu ou diz 'nossa, coitadinhacodigo promocional galerabetvocê'", afirma a presidente da Anaviq.

Alexandra Bilar Henrique, presidente da Anaviq

Crédito, Arquivo pessoal

Legenda da foto, Alexandre conseguiu se recuperar, mas a batalha para lidar com os danos à imagem é longa

Ela diz que boa parte das perguntas são insensíveis e que as pessoas não se dão contacodigo promocional galerabetque estão fazendo o outro se sentir pior. Para ela, o mais importante é que o outro saiba que a pessoa passa por um momento delicado.

Outra função da associação é orientar pessoas sobre onde podem encontrar tratamento após deixar o hospital.

"Isso até existe no Hospital das Clínicascodigo promocional galerabetSão Paulo, mas a fila demora pelo menos um ano. Nesse tempo, a cicatriz hipertrofia e você não consegue mais levantar um braço ou esticar o dedo", explica Alexandra.

Ela disse que esse tratamento pós-operatório é importante para que não haja sequelas mais graves e o paciente consiga retomarcodigo promocional galerabetvida, inclusivecodigo promocional galerabetseu emprego.

Pós-operatório

Depois do acidente, Alexandra passou dificuldade financeira por conta do alto gasto com remédios, pomadas, curativos e frequentes idas ao médico. Custos além do auxílio-doença que recebia. Para recuperar o dinheiro gasto com o tratamento, ela abriu um processo contra o restaurante.

Depois cinco anos, três audiências e um impacto emocional que quase a levou à depressão, a professora fez um acordo e recebeu R$ 100 mil do dono do comércio. A família da amiga morta no mesmo incêndio recebeu R$ 30 mil.

A ideiacodigo promocional galerabetcriar a Anaviq surgiu durante uma conversa entre Alexandra e o médico dela. Sem condiçõescodigo promocional galerabetcontinuar seu trabalho como professora, ela aceitou a sugestão para acolher as novas vítimas que chegavam ao hospital.

"Eu percebi que não havia quase nenhuma informação disponível, então passei a ensinar automaticamente o caminho para outras pessoas. Passei a criar grupos no Facebook com médicos e pessoas queimadas. Em pouco tempo, começou a chegar gentecodigo promocional galerabetoutros Estados e percebi que eu estava cada vez mais envolvida", afirmou.

Em setembrocodigo promocional galerabet2017, o grupo fezcodigo promocional galerabetprimeira reunião. Logo, começou a crescer, ganhar visibilidade e fez uma parceria com a universidade Anhembi Morumbi e com o escritóriocodigo promocional galerabetadvocacia Siqueira Castro. Os membros da associação se reúnem uma vez por mês, mas se falam todos os dias pelo WhatsApp.

O reconhecimento aumentou no ano passado, quando a associação participou do Congresso Brasileirocodigo promocional galerabetQueimaduras no ano passado. O evento reuniucodigo promocional galerabetFoz do Iguaçu, no Paraná, centenascodigo promocional galerabetespecialistascodigo promocional galerabetqueimaduras, como médicos, fisioterapeutas e psicólogoscodigo promocional galerabetdiversos países.

Segundo ela, há casoscodigo promocional galerabetpessoas queimadascodigo promocional galerabetsituações aparentemente seguras, como o manuseiocodigo promocional galerabetálcoolcodigo promocional galerabetgel e a impermeabilizaçãocodigo promocional galerabetestofados. Neste caso, a explosão é causada por gases inflamáveis liberados por alguns tiposcodigo promocional galerabetprodutos aplicados no tecido. Também são comuns acidentes envolvendo crianças que mexemcodigo promocional galerabetpanelas no fogão.

Hoje, a Anaviq atende a 145 pessoascodigo promocional galerabetmaneira voluntária, sem receber nenhum apoio financeiro. Nove delas são casoscodigo promocional galerabetqueimaduras provocadascodigo promocional galerabettentativascodigo promocional galerabetsuicídio - a maior parte cometida por mulheres.

Alexandra se aposentou e vai se dedicar integralmente à associação a partircodigo promocional galerabetagora. Ela iniciou o processo para criar o CNPJ e poder receber doações.

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Panfleto com dicas dos bombeiros

Crédito, Divulgação/ Corpocodigo promocional galerabetBombeiros

Legenda da foto, Corpocodigo promocional galerabetBombeiros divulga sériecodigo promocional galerabetorientações a serem tomadascodigo promocional galerabetcasocodigo promocional galerabetincêndio
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