Bolsonarob2xbetsIsrael: Por que evangélicos pressionam pela mudança da embaixadab2xbetsTel Aviv para Jerusalém:b2xbets

Crédito, MENAHEM KAHANA/AFP/Getty

Legenda da foto, Lideranças religiosas dizem que mudança atende preceitos bíblicos e consideram insuficiente aberturab2xbetsescritóriob2xbetsnegócios anunciada pelo presidente

Com exceção dos dois países, as demais nações mantêm embaixadasb2xbetsTel Aviv, já que Jerusalém é considerada sagrada por judeus, cristãos e islâmicos, e reivindicada como capital também pelos palestinos.

A diplomacia brasileira, historicamente, adota equilíbrio no trato do conflito entre israelenses e palestinos, mas Bolsonaro tem promovido uma aproximação inédita com Israel, motivado,b2xbetsespecial, pela influênciab2xbetsgrupos religiosos. Para lideranças evangélicas, o reconhecimentob2xbetsJerusalém como capitalb2xbetsIsrael atende a preceitos bíblicos.

Crédito, SHAWN THEW/EPA

Legenda da foto, Em mais um aceno a Israel, o governob2xbetsDonald Trump reconheceu a soberania do país sobre as Colinasb2xbetsGolã, cuja ocupação é considerada ilegal pela ONU

"Grande parte dos evangélicos são favoráveis à mudança da capital. Então, nós estamos atendendo um anseiob2xbetsgrande parte da população, não é da minha cabeça, não é algo pessoal meu", disse o próprio Bolsonarob2xbetsentrevista ao canal SBT logo após tomar posse.

Na ocasião, ele disse também que "a decisão (de mudar a embaixada) está tomada, está faltando apenas definir quando que ela será implementada". No entanto, a oposição dos militares, preocupados com a tradição diplomática brasileira, e do agronegócio, que teme perder mercado nos países árabes, freou os planos do presidente.

Além do aspecto religioso, a aproximaçãob2xbetsBolsonaro com Israel também se insere num alinhamentob2xbetssua administração com outros líderesb2xbetsdireita no mundo, caso do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu.

Em Israel, porém, a transferência da embaixada extrapola divisões religiosas e políticas e recebe apoio majoritário da população judia - maioria entre os israelenses. Pesquisa do The Israel Democracy Institute realizadab2xbetsmaiob2xbets2018, ocasião da mudança da representação americana, mostrou que 68% dos judeusb2xbetsIsrael consideravam que a medida atendia aos melhores interesses do país.

Outro levantamento, realizado pela Universidadeb2xbetsMaryland (EUA) apontou que 73% dos judeus israelenses eram favoráveis à imediata transferência e apenas 5% eram totalmente contra.

'Israel e o retornob2xbetsCristo'

Estudiosa da relação entre política e religião, a professora da Universidade do Norte do Texas Elizabeth Oldmixon explica que o apoiob2xbetslideranças evangélicas a Israel decorreb2xbetssua crençab2xbetsque "a promessa bíblicab2xbetsDeus da Terra Santa ao povo judeu é literal e eterna".

Crédito, Reuters

Legenda da foto, Homem levanta bandeirab2xbetsIsrael durante posseb2xbetsBolsonarob2xbetsBrasília; presidente prometeu, durante campanha, transferênciab2xbetsembaixada para Jerusalém

Para esses cristãos, adeptos do "dispensacionalismo", o retorno dos Judeus à Terra Santa - ou seja, o estabelecimentob2xbetsIsrael - é necessário para a voltab2xbetsCristo.

"Quando a segunda vinda (de Cristo) ocorrer, haverá uma atribulação marcada por guerra e desastre natural, durante a qual Cristo derrotará o mal, e o povo judeu aceitará a Cristo como o Messias", ressalta a professora ao explicar a crençab2xbetsparte dos evangélicosb2xbetsartigo sobre o tema.

A questão nos Estados Unidos é especialmente importante para evangélicos brancos, destaca Oldmixon. Segundo o centrob2xbetspesquisa Pew Research Center, esse grupo perfaz um quinto do eleitorado americano e um terço dos que simpatizam com o Partido Republicano,b2xbetsDonald Trump. Na eleiçãob2xbets2016, ele recebeu 81% dos votos desse segmento.

Não à toa, a cerimôniab2xbetsabertura da embaixada dos Estados Unidosb2xbetsJerusalém,b2xbets14b2xbetsmaio, aniversáriob2xbets70 anos da criaçãob2xbetsIsrael, contou com sermõesb2xbetsdois importantes pastores evangélicos americanos. Robert Jeffress, da Primeira Igreja Batistab2xbetsDallas, fez a oraçãob2xbetsabertura, enquanto John Hagee, do ministério Cristãos Unidos por Israel, realizou ab2xbetsencerramento.

Lideranças pediam mudança até abril

Líderes evangélicos ouvidos pela BBC News Brasil no início do ano defendiam a transferência da embaixada brasileira até abril, mêsb2xbetsque se iniciam as celebrações pela independênciab2xbetsIsrael. Sem qualquer perspectivab2xbetsdata, intensificaram a cobrança agora lembrando do peso do seu rebanho nas eleições.

"Eu acho que vai ficar chato para ele se ele não cumprir. Os evangélicos tiveram um peso forte emb2xbetseleição. É uma comunidade para ele pensar direitinho", disse à BBC News Brasil o pastor Silas Malafaia, ligado à Assembleiab2xbetsDeus.

"Ele (Bolsonaro) falou para mim que vai fazer por etapas. Ele não está abrindo o escritório dizendo que esta é a decisão final. Ele vai fazer paulatinamente", afirmou também.

Já o pastor e deputado federal Marcos Feliciano cobrou uma mudança rápidab2xbetsseu Twitter: "Respeito a abertura do escritório, porém o segmento evangélico, 1/3 do eleitorado brasileiro, q deu uma vantagemb2xbets11 milhõesb2xbetsvotos ao presidente @jairbolsonaro garantindob2xbetseleição, confia q ele cumpriráb2xbetspalavra eb2xbetsbreve mudará a embaixada brasileira para Jerusalém", postou.

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Jerusalém é considerada sagrada por judeus, cristãos e islâmicos

Divergências entre evangélicos

A proximidade com Israel e a defesa da trocab2xbetsembaixada, porém, não é consenso entre todos os grupos evangélicos do Brasil. Magno Paganelli, que acabab2xbetsconcluir uma teseb2xbetsdoutorado na USP sobre o turismo pentecostalb2xbetsIsrael, ressalta que "essa atenção a tudo quanto envolva Israel é mais pronunciada entre as igrejas que chamamos neopentecostais, surgidas desde o final da décadab2xbets1970".

Nesse grupo, ele destacab2xbetsespecial a Universal do Reinob2xbetsDeus, Plenitude do Tronob2xbetsDeus, e Renascerb2xbetsCristo. Já as mais antigas, como metodistas, presbiterianas e batistas, dão "atenção moderada" a essa questão.

Segundo Paganelli, o "evangélico médio" não entende quais as razões atuais que para que a embaixada não fiqueb2xbetsJerusalém.

"Há uma confusão generalizada sobre o moderno Estadob2xbetsIsrael e os judeus dos tempos bíblicos, e esses evangélicosb2xbetshoje não conseguem distinguir uma coisab2xbetsoutra", afirma.

Crédito, DEBBIE HILL/Reuters

Legenda da foto, Presidente Bolsonaro retornab2xbetsIsrael ao Brasil na quarta-feira

"O que grande número desses evangélicos sabe, e ainda parcial e enviesadamente, é que Israel foi escolhido por Deus no passado e que há promessas para se cumprirem na vida do Israel étnico, ou seja, os judeus que creem no Messias. Quantos judeus messiânicos háb2xbetsIsrael hoje? Não se sabe porque o número é pequeníssimo. Aí está, a meu ver, parte da confusão feita por evangélicos brasileiros e norte-americanos que se encantam por tudo o que tem a marca judaica acriticamente", acrescenta.

Entraves econômicos

Na avaliação do professor Arie Kacowicz, especialistab2xbetsAmérica Latina do Departamentob2xbetsRelações Internacionais da Universidade Hebraicab2xbetsJerusalém, a transferência da embaixada não ocorrerá porque o Brasil tem interesses econômicos e relações com os países árabes e com o Irã.

Historicamente, governos brasileiros têm sucessivamente renovado seu apoio por negociações que estabeleçam dois Estados, um israelense e um palestino. Durante a administraçãob2xbetsMichel Temer, o país apoiou resolução da ONU contra a transferência da embaixada americana.

"O Brasil se manteve equidistante entre Israel e seus vizinhos. Acho que isso (o reconhecimentob2xbetsJerusalém como capital israelense) não vai acontecer. Será uma mudança radical na política externa brasileira (caso ocorra)", respondeu Kacowicz à reportagem, por email, no início do ano.

Países árabes e muçulmanos são grandes compradoresb2xbetsprodutos agropecuários, sobretudo açúcar, milho e carnesb2xbetsfrango e bovina produzida conforme os preceitos islâmicos - o método halal.

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