Carnaval 2019: fã da folia, idoso com Alzheimer ganha 'Carnavô' da família:quais melhores casas de apostas

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Legenda da foto, Há nove anos, Teotonio Pires Ferreira ganha uma festaquais melhores casas de apostascarnaval com a família

Apesarquais melhores casas de apostasFerreira enfrentar o agravamento do Alzheimer - ele necessitaquais melhores casas de apostasajuda para os cuidados mais básicos -, os familiares acreditam que o "Carnavô", realizado há nove anos pela família, traz parte da alegria da juventude para o idoso.

"A nossa comemoração é uma formaquais melhores casas de apostasresgatar a história do meu avô. Acredito que ele se sente vivo quando fazemos. É como se ele voltasse a se sentir partequais melhores casas de apostasalgo. Trazemosquais melhores casas de apostasvolta uma épocaquais melhores casas de apostasque ele gosta muito. Além disso, ver a família reunida sempre foi um momentoquais melhores casas de apostasalegria para ele", diz a estudante Thalita Ferreira,quais melhores casas de apostas30 anos, uma das netas do aposentado.

A paixão pelo Carnaval

Os familiaresquais melhores casas de apostasFerreira acreditam que o idoso comemora o Carnaval desde a infância. "Acho que ele começou a participar da folia há maisquais melhores casas de apostas80 anos", diz a empresária Ana Rita Ferreira,quais melhores casas de apostas60 anos, filha do aposentado.

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Legenda da foto, Os familiares fazem a festa para resgatar anualmente um período especial para o idoso

Nascidoquais melhores casas de apostasCajuri, Ferreira gostavaquais melhores casas de apostasfrequentar o bailequais melhores casas de apostasCarnaval da cidade, que era realizado no único salãoquais melhores casas de apostasfestas da região. "Em certa época, ele também foi o organizador da festa. Era o meu pai quem alugava o salão, contratava banda, que tinhaquais melhores casas de apostasserquais melhores casas de apostasoutra cidade, e comprava confetes e serpentinas", conta Ana à BBC News Brasil.

"A minha vida inteira, desde que me entendo por gente, meu pai sempre gostou muitoquais melhores casas de apostasCarnaval", pontua a empresária.

No município mineiro, o aposentado trabalhava como alfaiate. Ferreira se casou com a donaquais melhores casas de apostascasa Terezinha Pires Ferreira, que morava na mesma cidade. Juntos, tiveram 10 filhos.

Em meio a uma crise financeira, a família se mudou para São Paulo,quais melhores casas de apostas1969. "Quando deixaram Cajuri, meus pais não tinham dinheiro nem mesmo para passagensquais melhores casas de apostasônibus. Saímos da nossa cidade junto com a mudança,quais melhores casas de apostasum caminhão", relata Ana.

Na capital paulista, ele trabalhou como alfaiate e depois tornou-se vendedorquais melhores casas de apostasuma lojaquais melhores casas de apostasroupas, onde permaneceu até se aposentar. Apesar da distânciaquais melhores casas de apostasmaisquais melhores casas de apostas650 quilômetros entre as cidades, Ferreira ia a Cajuri com a família durante o Carnavalquais melhores casas de apostastodos os anos. "Ele nos reuniaquais melhores casas de apostasum ônibus e íamos. Sempre foi um momento muito especial para o nosso pai", relembra Ana.

Quando os netos nasceram, eles também acompanhavam a família no Carnaval. "Me lembro de, desde muito nova, ir com a família para Cajuri. Nos bailes da cidade, tocavam muitas marchinhas. As crianças brincavam tranquilas pelas ruas", detalha Thalita.

O Alzheimer

As viagens para a cidadequais melhores casas de apostasMinas Gerais cessaram no início dos anos 2000. A esposaquais melhores casas de apostasFerreira começou a ficar doente. Em 2009, ela morreuquais melhores casas de apostasdecorrênciaquais melhores casas de apostasproblemas pulmonares e cardíacos. O homem ficou abalado com a perda da companheira.

Desde então, ele começou a esquecer informações consideradas simples. Os familiares o levaram ao médico e o aposentado foi diagnosticado com Alzheimer. A doença, cujas causas ainda são estudadas, é o tipo mais comumquais melhores casas de apostasdemência - estimativa équais melhores casas de apostasque 5% da população acima dos 65 anos possa desenvolvê-la. Após os 80 anos, a estimativa sobe para 30%.

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Legenda da foto, A estudante Thalita Ferreira acredita que seu avô se sente 'mais vivo' quando comemora o Carnaval

"Depois do falecimento da minha mãe, a doença dele se agravou muito. Antes, ele tinha alguns esquecimentos, mas não era algo muito comum", explica Ana. Ferreira faz acompanhamento médico. Os tratamentos disponíveis aliviam os sintomas, mas não impedem a progressão do Alzheimer.

A família enfrentou dificuldades, a princípio, para lidar com a doença do patriarca. "A pessoa vai esquecendo muito do que ela é. Então, tivemosquais melhores casas de apostasreaprender a lidar com o meu avô, porque ele sempre foi muito ativo e animado, sempre coordenou as coisas", conta Thalita.

A doença evoluiu e Ferreira enfrenta o período mais grave. O idoso não consegue mais falar, nem andar. "Ele mora sozinho, mas conta com a ajudaquais melhores casas de apostascuidadores durante todo o dia", comenta Ana. Para aliviar os sintomas, os filhos se revezam nos cuidados com o pai. "Nos preocupamosquais melhores casas de apostassempre ter alguém com ele no almoço ou no café da tarde", diz a empresária.

"Nós sabemos que às vezes ele esquecequais melhores casas de apostasquem nós somos, mas nunca esquecemos quem ele é", declara Thalita.

O Carnavô

Em meio à progressão da doença, uma das preocupações dos familiaresquais melhores casas de apostasFerreira era o fatoquais melhores casas de apostaso idoso não conseguir mais comemorar o Carnaval. Para que não ficasse longe dos festejos, criaram o "Carnavô", nome dado por um dos netos. O primeiro festejo foiquais melhores casas de apostas2010.

A comemoração é feita na casa onde ele mora há quase 50 anos,quais melhores casas de apostasSão Paulo. Entre as marchinhas mais tocadas estão "Bandeira Branca", "Cabeleira do Zezé" e "Nós, os Carecas", que sempre estiveram entre as preferidasquais melhores casas de apostasFerreira. "Ele não consegue mais falar, mas percebemos que ele balbucia algumas palavras quando tocam as marchinhas, como se estivesse se recordando", afirma Ana.

O evento virou uma tradição na família e é preparado com quase um anoquais melhores casas de apostasantecedência. "Fazemos uma ou duas vezes ao ano. Em 2019, fizemos no dia 17 e vamos repetirquais melhores casas de apostas10quais melhores casas de apostasmarço. Costumamos dizer que é para comemorar o pré e o pós-Carnaval", conta Thalita. No domingo, cercaquais melhores casas de apostas40 parentes do aposentado - ele tem 19 netos e 13 bisnetos - participaram da comemoração.

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Legenda da foto, Teotonio Pires Ferreira quando ainda comandava o Carnavalquais melhores casas de apostasCajuri, Minas Gerais

De acordo com o psiquiatra Guilherme Kenzzo, especializadoquais melhores casas de apostasPsicogeriatria, a família tem papel fundamental na melhora da qualidadequais melhores casas de apostasvidaquais melhores casas de apostasum idoso com Alzheimer. Entre as atividades que podem trazer bons resultados, segundo o profissional, estão aquelasquais melhores casas de apostasque o paciente gostava antesquais melhores casas de apostasdesenvolver a doença.

Em relação à famíliaquais melhores casas de apostasFerreira, o médico pontua que o Carnaval é uma boa maneiraquais melhores casas de apostasresgatar a história do idoso. "Me parece uma atitude excelente. Isso traz memórias afetivas, que, provavelmente, ainda não foram perdidas e podem trazer conforto ao paciente, alémquais melhores casas de apostasrelaxamento, alegria e melhorar aquais melhores casas de apostasqualidadequais melhores casas de apostasvida", ressalta.

Os parentesquais melhores casas de apostasFerreira acreditam que os diasquais melhores casas de apostasque realizam o "Carnavô" são as datas mais felizes para ele. "Isso muda os dias seguintes dele, que fica mais disposto. Ele dá muita risada com a nossa folia. Dá pra ver, no rosto dele, como as coisas melhoram. Quando acaba a comemoração e estamos indo embora, ele até pega nas nossas mãos para que a gente não vá", relata Thalita.

"Acho que durante essa comemoração, ele se recordaquais melhores casas de apostastoda a família equais melhores casas de apostastudo o que viveu no Carnaval ao longo da vida. Por conta do Alzheimer, acredito que é um dos poucos momentosquais melhores casas de apostasque ele consegue se sentir parte da família que construiu", diz a estudante.

No domingo, Thalita compartilhou imagens do "Carnavô" nas redes sociais. A publicação recebeu elogiosquais melhores casas de apostasamigos e atéquais melhores casas de apostasdesconhecidos. "Quis compartilhar esse momento porque é uma história muito bonita da minha família. Me orgulho muito disso. E essa publicação também pode ser um incentivo para outras famílias que têm idosos, para que entendam como é importante estar sempre junto com eles."

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