Cientistas brasileiras derrubam mitobet365 copinhaque tartarugas marinhas são ‘fiéis’:bet365 copinha

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Legenda da foto, Oceanóloga Maira Proietti começou a estudar tartarugas marinhasbet365 copinha2004

Sua pesquisa mais importante começoubet365 copinha2008, quando ela ficou seis meses no laboratório da conservacionista Nancy FitzSimmons, na Universidadebet365 copinhaCanberra, na Austrália, organizando e processando 492 amostrasbet365 copinhaDNAbet365 copinhatartarugas-de-pentes.

"Elas haviam sido coletadas anteriormente, por outros pesquisadores que trabalhavam com Nancy,bet365 copinha13 locaisbet365 copinhadesova nos oceanos Pacífico e Índico, localizados na Arábia Saudita, Arquipélagobet365 copinhaChagos, Austrália, Ilhas Salomão, Ilhas Seychelles, Irã e Malásia", diz Sarah.

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Legenda da foto, 'Me encantei por esses animais e desde então sou fascinada por eles', diz Proietti sobre suas pesquisas

Em 2015, como bolsistabet365 copinhapós-doutorado do programa Ciência sem Fronteiras, do Conselho Nacionalbet365 copinhaDesenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), ela voltou à Austrália para a análise dos dados no laboratório do professor Simon Ho, da Universidadebet365 copinhaSydney.

"Com esses trabalhos, buscamos caracterizar geneticamente essas populações que nunca haviam sido estudadas com este enfoque", explica Sarah.

"Isso é importante para entender as rotas migratórias das tartarugas, que podem nascerbet365 copinhauma praiabet365 copinhadesovabet365 copinhaum oceano, mas migrar milharesbet365 copinhaquilômetros e se alimentarbet365 copinhaoutro local."

Entre as descobertas está abet365 copinhaque os animais originárias do Oceano Índico podem estar vindo para áreasbet365 copinhaalimentação no Brasil, como Fernandobet365 copinhaNoronha e Atol das Rocas. "Vimos também que o graubet365 copinhafilopatria das fêmeasbet365 copinhatartarugas-de-pente é variável", revela.

Essa palavra, do grego antigo, significa "amor ao lar" e define o comportamento, apresentado por algumas espéciesbet365 copinhaanimais,bet365 copinhasempre voltarem a locais específicos para se alimentarem ou procriarem.

Isso era quase uma certeza no que refere às tartarugas marinhas. Os resultados das pesquisasbet365 copinhaSarah derrubaram, no entanto, esse dogma. Eles mostraram que há uma mistura genética entre linhagens maternas com origens distintas e que a separaçãobet365 copinhapopulações é mais complexa do que se pensava.

Isso significa que nem sempre e nem todas elas voltam à praia onde nasceram para desovar. Ou não surgiriam novos locaisbet365 copinhanidificação.

"Elas podem não ser 100% fiéis aos locaisbet365 copinhaseu nascimento", diz Sarah.

"Na verdade é a única explicação para colonizarem outros lugares, ou seriam todas associadas a uma única praiabet365 copinhadesova, e sabemos que não é o que ocorre."

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Legenda da foto, Pesquisabet365 copinhageneticista indicou alta taxabet365 copinhamúltiplabet365 copinhatarturgas marinhas no Brasil

Múltipla paternidade

Mais recentemente, num trabalho pioneiro no Brasil, Sarah estudou a múltipla paternidadebet365 copinhatartarugas marinhas no país. Como os machos são raramente encontrados, pois não saem dos oceanos, como fazem as fêmeas na épocabet365 copinhadesova, a maior parte das pesquisas usa amostras delas para análises sobre a biologia da espécie.

"Por isso, uma formabet365 copinhase obter informações sobre os machos é usando a informação genética das fêmeas e seus respectivos filhotes para inferir dados como tamanho da população masculina", explica Sarah.

Os dados ainda não foram publicados. "Mas o trabalho sugere que a população reprodutivabet365 copinhatartarugas-cabeçudas (Caretta caretta) na praiabet365 copinhaPovoação, distrito do municípiobet365 copinhaLinhares, no Espírito Santo, parece ser composta de, mais ou menos, dois machos para cada fêmea", diz Sarah.

Crédito, Sarah Vargas/Arquivo pessoal

Legenda da foto, Sarah Vargas estudou tartarugas na Austrália e no Brasil

"A taxabet365 copinhamúltipla paternidade, porbet365 copinhavez, foibet365 copinhaaproximadamente 50%, com contribuiçãobet365 copinhaaté três machos para cada ninho." Em outras palavras, metade das ninhadas tem maisbet365 copinhaum pai. Ou seja, metade das fêmeas tem filhotesbet365 copinhaaté três pais diferente.

A oceanóloga Maira Carneiro Proietti, do Institutobet365 copinhaOceanografia da FURG, começou a estudar tartarugas marinhas um ano antes que Sarah,bet365 copinha2004, ainda no terceiro anobet365 copinhagraduação do cursobet365 copinhaOceanologia.

"Eu e uma amiga, a hoje doutora Júlia Reisser, criamos um projeto para estudar as que viviam na Reserva Biológica Marinha do Arvoredo,bet365 copinhaSanta Catarina", lembra. "Nos encantamos por esses animais e desde então sou fascinada por eles e continuo a pesquisá-los."

De lá para cá, Maira estudou diversas espéciesbet365 copinhadiferentes locais.

"No meu doutorado, pesquisei tartarugas-de-pente ao longobet365 copinhavárias áreas da costa brasileira, incluindo locais remotos como o Arquipélagobet365 copinhaSão Pedro e São Paulo e o Parque Nacional Marinhobet365 copinhaAbrolhos", conta.

"No meu laboratório também estamos estudando tartarugas-cabeçudas e tartarugas-oliva (Lepidochelys olivacea) do litoral do Rio Grande do Sul. O objetivo é entender a biologia e a ecologia delas."

Uma das principais linhasbet365 copinhapesquisabet365 copinhaMaira envolve a caracterização genéticas das populações imaturasbet365 copinhadiversas espécies, com o objetivobet365 copinhaentender a diversidade e conectividade entre elas e tambémbet365 copinharelação às que vivembet365 copinhaoutros locais do mundo, para ajudar na preservação desses animais.

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Legenda da foto, Pesquisadora estudou tartarugas-de-pentebet365 copinhavárias áreas da costa brasileira

Tartarugas híbridas

Alémbet365 copinhaverificar e entender a diversidade genética das populações e dos locaisbet365 copinhaorigem, desova e alimentação, o trabalho trouxe um resultado surpreendente.

"Identificamos tartarugas jovens, ainda filhotes,bet365 copinhaáreasbet365 copinhaalimentação ao longo do litoral brasileira, resultadobet365 copinhacruzamentos entre diferentes espécies que se reproduzem na costa", explica Maira.

"Até agora, observamos animais resultantes da hibridização entre tartaruga-de-pente e cabeçuda,bet365 copinhapente e oliva, verde e cabeçuda e cabeçuda e oliva."

Segundo a pesquisadora, antes dessas revelações, as tartarugas híbridas só tinham sido reportadasbet365 copinhaáreasbet365 copinhadesova. Ela diz que as híbridas jovens parecem ter padrõesbet365 copinhadistribuição característicos, diferente dos adultos.

"Por exemplo, as resultantes do cruzamentobet365 copinhacabeçuda com tartarugas-de-pente foram encontradasbet365 copinhamaior número na Praia do Cassino, extremo sul do Brasil, que é um localbet365 copinhaalimentação conhecido para a primeira, mas onde a segunda não ocorre comumente", diz Maira.

No geral, levandobet365 copinhaconta todas as espécies, e não apenas as híbridas, o trabalho da cientista da FURG mostra que as origens das tartarugas marinhas encontradas na costa do país são muito mais diversas do que se imaginava, com altas contribuições tambémbet365 copinhaáreas do oeste africano e do Caribe, além da Ilhabet365 copinhaTrindade, no Brasil.

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