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Sem indenização, pescadores lutam para sobreviver três anos após tragédiaslot freebet gratisMariana:slot freebet gratis
Além dos mortos, milharesslot freebet gratisoutras pessoas foram afetadas pela lama: pescadores, comerciantes, agricultores, empresários e trabalhadores do setor turístico.
A economia local, que vivia da pesca e do turismo às margens do rio, entrouslot freebet gratiscolapso. Cresceu o desemprego e muitos trabalhadores não conseguiram retomar suas funções na mesma velocidadeslot freebet gratisantes da tragédia. Até hoje, a maior parte deles não recebeu qualquer indenização pelos prejuízos.
Há 35 anos, Braz pesca camarão na praiaslot freebet gratisSuá, foz do rio Doce no Espírito Santo, a cercaslot freebet gratis434 kmslot freebet gratisMariana. Após a tragédia, viu seu sustento escassear. "Não recebi nada, nenhum centavo. Estou tomando 'barrigada' da Samarco até hoje", diz.
A queda bruscaslot freebet gratisrenda foi acompanhada por cortes no orçamento familiar: cancelou o planoslot freebet gratissaúde, TV a cabo e a escola particular dos filhos. Sua mulher voltou a trabalhar. "Minha situação é a pior possível. Hoje, a gente trabalha só para comer", diz.
"Tenhoslot freebet gratisir para outros locais para pescar. E, mesmo assim,slot freebet gratismenor quantidade. Hoje, preciso dividir tudo que pesco com meus funcionários, porque senão eles não conseguem viver", conta Braz.
A primeira parteslot freebet gratissua indenização estava prevista para 16slot freebet gratisoutubro deste ano. Mas a Fundação Renova - entidade criada para gerir as açõesslot freebet gratisreparação - não depositou o valor, nem deu prazo para isso ocorrer.
Em média, os pescadores recebem R$ 100 milslot freebet gratisindenização, mas esse valor pode variar dependendo da categoria. Quem era donoslot freebet gratisbarco, por exemplo, pode ter direito a uma quantia maior do que os funcionários.
Agnaldo Correia,slot freebet gratis25 anos, é um desses casos. Funcionárioslot freebet gratisum barco, ele ganhava R$ 4.500 por mês. Hoje, vive com R$ 900. "Estou trabalhando sem parar, cortei tudo pela metadeslot freebet gratiscasa", conta. Ele viveslot freebet gratisLinhares, no Espírito Santo, e pescava camarão na foz do rio Doce.
Correia falou com a reportagem enquanto navegava na divisa do Espírito Santo com a Bahia, distanteslot freebet gratisseu ponto original. "Temosslot freebet gratisvir para bem longe para conseguir pescar, porque na minha área a pesca está proibida", diz. Porém, há quem ignore a proibição e continue atuando na área interditada, a 20 metros da costa, sob o riscoslot freebet gratismultas ambientais.
O pescador relata outro problema: as vendas diminuíram pelo estigma que recaiu sobre o camarão do Espírito Santo. "As pessoas acham que nosso produto é contaminado", diz.
"A gente está pagando pelo crimes deles (Samarco)", critica Braz.
Pessoas afetadas triplamente
A Fundação Renova afirma que cercaslot freebet gratis7.000 pescadores receberam indenização e auxílio financeiro, totalizando R$ 580 milhões. A entidade afirmou que "está empenhadaslot freebet gratisfinalizar o processoslot freebet gratisnegociação e pagamentoslot freebet gratisindenizações o mais rápido possível."
A Renova afirmou, ainda, que há registrosslot freebet gratispessoas que não foram afetadas e estão pedindo indenizações indevidas. "Diante desse cenário, ficou evidente a necessidadeslot freebet gratisreformulação da política vigente por meio do diálogo e da construção participativa com os órgãos competentes e as comunidades atingidas", afirmou a fundação.
Segundo Rafael Portella, defensor público do Espírito Santo, o númeroslot freebet gratisrequisiçõesslot freebet gratisindenização é muito maior do que já foi pago. No total, 51.400 famílias fizeram pedido para receber reparações pelos danos causados pela tragédia. Esse número abrange não só pescadores, mas também comerciantes, agricultures, artesãos, entre outras categorias afetadas.
"A gente entende que é difícil mensurar os danos pela quantidadeslot freebet gratiscategoriasslot freebet gratisprofissionais. Há pessoas afetadas até três vezes, porque eram pescadores, artesãos e comerciantes", diz o advogado. "Mas há um formalismo excessivo na análise dos casos e cadastros muito mal feitos, o que acaba por atrasar todos os processos."
Segundo ele, o númeroslot freebet gratispedidos pode aumentar, pois há moradoresslot freebet gratisregiões mais pobres que nem sabem que têm direito à reparação. "A Defensoria tem ido a comunidades para explicar às pessoas que elas precisam perseguir o direito delas", conta.
Outro caso é o do municípioslot freebet gratisConceição da Barra, no Espírito Santo. Ali, ainda estãoslot freebet gratiscurso estudos para saber se parte da cidade foi ou não afetada pelos rejeitos.
Para Leonardo Amarante, advogado da Federação e das Colôniasslot freebet gratisPescadores, entidades que representam maisslot freebet gratis4.500 profissionais, a lentidão dos acordos entre a Renova e os trabalhadores é preocupante. "No início do ano, fazíamos cercaslot freebet gratis100 acordos por semana. Hoje, são cinco ou seis. Nesse ritmo, as indenizações vão demorar décadas para serem pagas na totalidade", diz.
Processo criminal
Três anos depois da tragédia, o processo criminal contra suspostos responsáveis ainda corre na Justiça Federal.
No total, 21 pessoas são acusadasslot freebet gratisprovocar inundação, desabamento, lesão corporal e homicídio com dolo eventual (quando o réu assume o riscoslot freebet gratismatar).
Na semana passada, o Ministério Público e as Defensoriasslot freebet gratisMinas Gerais e do Espírito Santo assinaram um acordo com a Samarco, Vale e BHP Billiton para evitar a prescrição do direito à reparação das vítimas da tragédia, o que,slot freebet gratistese, aconteceria após três anos do desastre.
Há também uma ação coletiva, promovida pelo Ministério Público Federal, no valorslot freebet gratisR$ 155 bilhões contra a Samarco - nesse termo, estrão previstas indenizações aos danos ambientais, sociais e econômicos.
Vivendo com pouco
Enquanto os processos correm no ritmo da Justiça, o pescador João Carlos Gomes,slot freebet gratis46 anos, viuslot freebet gratisrenda mensal diminuirslot freebet gratisR$ 6.000 para R$ 1.000, alémslot freebet gratissua cargaslot freebet gratistrabalho aumentar. "Às vezes, a gente troca trabalho por comida", explica.
Depois da tragédia, ele criou um sindicatoslot freebet gratispescadores do Espírito Santo - o objetivo é orientar os trabalhadores sobre os acordos com a Renova.
Benedito Portela,slot freebet gratis52 anos, recebeuslot freebet gratisindenizaçãoslot freebet gratisabril, mas nunca voltou a ter o padrãoslot freebet gratisvida que levava antesslot freebet gratisa barragem se romper. "Perdi cheque especial e cartãoslot freebet gratiscrédito. Atrasei prestação do carro", conta.
Ele ganhava R$ 5.000 por mês e hoje trabalha para viver com R$ 1.200.
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