Eleições 2018: Em Londres, eleitores enfrentaram 2h30caça niquel las vegasfila e bate-boca para votar:caça niquel las vegas

Apoiadorescaça niquel las vegasJair Bolsonarocaça niquel las vegasfrente à Embaixada do Brasilcaça niquel las vegasLondres, onde a espera na fila para votar chegou a quase 3 horas

Crédito, Lígia Mesquita/BBC News Brasil

Legenda da foto, Apoiadorescaça niquel las vegasJair Bolsonarocaça niquel las vegasfrente à Embaixada do Brasilcaça niquel las vegasLondres, onde a espera na fila para votar chegou a quase 3 horas

Enquanto as duas aguardavam na fila, um homem deixava a Embaixada após votar gritando "Bolsonaro na cabeça, morte aos bandidos".

As Marcia McVeigh (à esq.) e Magda Leech se vestiram com as cores do Brasil e viajaram maiscaça niquel las vegas2h para poder votarcaça niquel las vegasLondres

Crédito, Lígia Mesquita/BBC News Brasil

Legenda da foto, As amigas Marcia McVeigh (à esq.) e Magda Leech se vestiram com as cores do Brasil e viajaram do interior para Londres para votar

Era Adriano Lima, entregador, há 14 anos morandocaça niquel las vegasLondres. Ele é um dos 9 mil eleitores que transferiram o título recentemente para votar no exterior. De 2014 para 2018, o númerocaça niquel las vegaseleitores registrados no Reino Unido passoucaça niquel las vegas17.000 para 25.927, tornando o país o segundo maior colégio eleitoral na Europa, atrás apenascaça niquel las vegasPortugal.

"Fiz questãocaça niquel las vegasvotar para ver se as coisas mudam. O país precisa disso, quero voltar para lá um dia", fala, na companhia da mulher, a esteticista Angela, também eleitoracaça niquel las vegasBolsonaro. Os dois são frequentadores da Igreja Universal do Reinocaça niquel las vegasDeus, cujo líder, Edir Macedo, dono da emissora Record, declarou apoio ao candidato do PSL.

A doutorandacaça niquel las vegasdireito Moniza Rizzini, 32, há quatro anos vivendocaça niquel las vegasLondres, também transferiu o título para votar na cidade. "É uma eleição determinante, não dava para não votar porque é EleNão", afirma ela,caça niquel las vegasreferência ao movimento organizado por mulheres contrárias à eleiçãocaça niquel las vegasBolsonaro, que realizou atoscaça niquel las vegasprotesto contra o ex-capitão no Brasil e no exterior no dia 29caça niquel las vegassetembro.

Aguardando maiscaça niquel las vegas2h na fila, Rizzini esperavacaça niquel las vegasvez para votarcaça niquel las vegasCiro Gomes, do PDT. "Sou a favor do EleNão porque não acredito nessa polarização que ele prega, nesse climacaça niquel las vegasódio que ele incita. Não acredito que são dois lados opostos, os contra a corrupção e os contra o fascismo."

Em meio a um movimento nunca visto antescaça niquel las vegasdiacaça niquel las vegasvotaçãocaça niquel las vegasLondres, as vendedorascaça niquel las vegassalgadinhos Nicole Lilbrenz, 20, e Laracaça niquel las vegasLima, 20,caça niquel las vegasGoiânia, comemoravam o bom resultado das vendas. Cercacaça niquel las vegas2 mil coxinhas, quibes e pãescaça niquel las vegasqueijo tinham sido vendidos, a 3 libras cada (cercacaça niquel las vegasR$ 15), e suas mães, as quituteiras responsáveis pela produção, estavam a caminho com uma nova leva.

A parceria nos negócios, entretanto, não se dá na política. Lilbrenz, que transferiu o título para Londres, votoucaça niquel las vegasBolsonaro, enquanto Lima optou por Ciro.

Nicole Lilbrenz (à esq.) e Lara Lima vendem salgadinhos na Embaixada

Crédito, Lígia Mesquita/BBC News Brasil

Legenda da foto, Nicole Lilbrenz (à esq.) e Lara Lima vendera maiscaça niquel las vegas2 mil salgadinhos para os brasileiros que foram votarcaça niquel las vegasLondres

Cabocaça niquel las vegasguerra

Do outro lado da calçada, a polarização que tomou conta do Brasil nesta eleição estava explicitada - e praticamente desenhada pela rua que dividiu dois grupos. De um lado, eleitores que apoiam Bolsonaro e entoam gritos contra o PT. Na calçada oposta, uma turma, emcaça niquel las vegasmaioriacaça niquel las vegasmulheres, pede, aos gritos, o EleNão.

Muitos dos que apoiam Bolsonaro fazem o gestocaça niquel las vegasuma arma com a mão e carregam cartazes elogiando, entre outras coisas, o Exército. Do lado do EleNão, uma bandeira grande lembra a vereadora carioca Marielle Franco, assassinadacaça niquel las vegasmarço,caça niquel las vegasum crime até hoje não esclarecido.

Os dois grupos gritam slogans ao mesmo tempo. O do EleNão não citacaça niquel las vegasnenhum momento candidatos ou partidos políticos. Gritam palavras como "machista" e cantam uma música que diz que as mulheres "não vão fraquejar" - referência a uma declaraçãocaça niquel las vegasBolsonaro sobre ter uma filha mulher se dever a uma "fraquejada".

Do lado dos apoiadorescaça niquel las vegasBolsonaro, muitos gritos contra o PT e Lula. Também há ataques às mulheres do EleNão, a quem chamamcaça niquel las vegas"feminazi" ecaça niquel las vegas"defensoras do aborto".

Brasileiras integrantes do movimento EleNão protestam contra Jair Bolsonarocaça niquel las vegasLondres

Crédito, Lígia Mesquita/BBC News Brasil

Legenda da foto, Brasileiras integrantes do movimento EleNão protestam contra Jair Bolsonarocaça niquel las vegasLondres; grupo foi chamadocaça niquel las vegas'feminazi' por simpatizantes do candidato do PSL

A enfermeira Elda Cardos, 42, há 19 anos no Reino Unido, segura um coração com os dizeres EleNão, enquanto explica os motivos que a levam a não querer Bolsonaro na Presidência. "Ele é machista, racista, fascista", afirma ela, eleitoracaça niquel las vegasFernando Haddad, do PT. "Haddad é o oposto dele. E voto nele porque os governos do PT tiraram maiscaça niquel las vegas30 milhõescaça niquel las vegaspessoas da miséria e isso não é pouca coisa."

Carregando cartazes com os dizerescaça niquel las vegasinglês que diziam "Chegacaça niquel las vegaspão e circo" e "Viva o Exército" (numa tradução livre), mãe e filha, Marta Batista, 48, e Sarah, 21, ambas frequentadoras da igreja Assembleiacaça niquel las vegasDeus, entoavam cantos a favorcaça niquel las vegasBolsonaro, apesarcaça niquel las vegasnão terem votado.

"Perdi o prazo para transferir meu título, mas vim apoiar o Bolsonaro. Porque sou contra a pedofilia, o aborto e a favor da intervenção militar", diz a estudante Sarah, que nasceucaça niquel las vegasLondres. Sua mãe, que vivecaça niquel las vegasLondres há 28 anos, desde que deixou Guarulhos, na Grande São Paulo, conta apoiar o candidato do PSL porque os últimos governos no Brasil apoiaram "o pão e circo, o Carnaval, a maconha e o casamento gay".

Uma mulhercaça niquel las vegasóculos escuros pega um megafone e grita, misturando inglês e português: "A nossa bandeira jamais será vermelha" e "Go to Cuba! Go to Venezuela" (Vão pra Cuba, vão pra Venezuela) e agradece a Sérgio Moro, o juiz da 13ª Vara Federal que conduz a operação Lava-Jato no Paraná.

Agressão à imprensa

Ao ser abordada pela reportagem da BBC News Brasil, a mulher, que se identifica como Divina e diz ser goiana, aceita ser entrevistada e começa a fornecer algumas informações como, por exemplo, há quanto tempo mora no Reino Unido. No meio da conversa, mudacaça niquel las vegasideia, tenta rasgar o blococaça niquel las vegasanotações e dá um tapa no peito da repórter. "Petista", grita, até ser controlada por outros apoiadorescaça niquel las vegasBolsonaro.

Observando a movimentaçãocaça niquel las vegaslonge, a aposentada Izabel Bicalho, 68, seguravacaça niquel las vegasbengala incrédula com o que via. Há 35 anos na Inglaterra, conta nunca ter visto tanta gente votando e um ambiente "hostil" na rua. "Estou horrorizada com esses apoiadorescaça niquel las vegasBolsonaro. Eles não tiveram parentes torturados na ditadura. Estou morrendocaça niquel las vegasmedo desse clima no Brasil, do que vai acontecer com nosso país."

A maquiadora Marisol Luz, 29,

Crédito, Lígia Mesquita/BBC News Brasil

Legenda da foto, A maquiadora Marisol Luz, 29, viajou 2h para votarcaça niquel las vegasHaddadcaça niquel las vegasLondres; ela se diz contrária a Bolsonaro por ser gay