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Por que diferençaus open bwintemperatura entre Atlântico e Pacífico aumentou inundações extremas do rio Amazonas:us open bwin
Os registros detalhados permitiram constatar que a frequências das inundações extremas havia aumentadous open bwinforma dramática. Na primeira parte do século 20, esses eventos aconteciam aproximadamente uma vez a cada duas décadas.
Mas, segundo Barichivich e seus colegas do Brasil, da Inglaterra, da França e do Peru, as inundações extremas do Amazonas ocorrem agora pelo menos uma vez a cada quatro anos.
O estudo foi divulgado na revista Science Advances.
A réguaus open bwinManaus
De acordo com o pesquisador, o Amazonas tem, todos os anos, uma variaçãous open bwinseu nível porque há uma estação chuvosa e outra seca.
"Ou seja, todos os anos o rio sobe e há inundações. Isso é normal", explica.
No entanto, "quando o rio ultrapassa um nívelus open bwin29 metros na régua, a cidadeus open bwinManaus começa a inundar, e é aí que se declara o estadous open bwinemergência".
"Por isso dizemos que, se o rio ultrapassa esse nível, a inundação é extrema", disse.
Por outro lado, os pesquisadores já sabiam que o ciclo hidrológico da bacia do Amazonas estava se intensificando - a estação seca está se tornando mais seca e a estação chuvosa, mais chuvosa. Mas por quê?
Temperaturas diferentes
"Encontrar a causa foi o que nos tomou mais tempo", admitiu Barichivich.
"É preciso entender como funciona o sistema climático da bacia do Amazonas. E o que está acontecendo é que, no contexto do clima tropical, houve uma mudança forte desde 1998: o Pacífico tropical esfriou muito rápido, enquanto que o Atlântico tropical esquentou muito rápido."
Os pesquisadores até agora não tinham uma visão claraus open bwincomo essa mudança nas temperaturas do oceanos estavam afetando o ciclous open bwinchuvas e inundações nos trópicos.
Mas o estudo conclui que o aumento das chuvas que causam as enchentes se deve à aceleraçãous open bwinuma corrente atmosférica chamada "circulaçãous open bwinWalker", que conecta ambos os oceanos "como uma ponte atmosférica".
"A circulaçãous open bwinWalker é uma corrente atmosférica (compostaus open bwinar e vapor d'água) tropical que vaius open bwinleste a oeste e se movimenta por causa das diferençasus open bwintemperatura eus open bwinpressão entre os oceanos", explica.
"O Pacífico estava esfriando muito rapidamente e o Atlântico, esquentando muito rapidamente. Como há uma diferença maiorus open bwintemperatura entre os dois oceanos, a circulação e o transporte do vaporus open bwinágua entre eles ficam mais acelerados."
"Na Amazônia, há uma zona onde este ar ascende e, como a circulaçãous open bwinar se acelera, há mais convecção - ou seja, há mais chuva durante a estação chuvosa e os níveis dos rios sobem mais rápido", afirma.
Para Manuel Gloor, professor do Departamentous open bwinGeografia da Universidadeus open bwinLeeds, na Inglaterra, e outro dos autores do estudo, o efeito desta aceleração da circulaçãous open bwinWalker é "aproximadamente o oposto do que ocorre durante um eventous open bwinEl Niño".
"Em vezus open bwincausar secas, há mais chuvas intensas na parte norte e na parte central da bacia amazônica", disse à BBC News Mundo.
A 'força extra' do Atlântico
O oceano Pacífico tem oscilações naturais, com uma fase quente e outra fria que duram várias décadas. Atualmente estamos saindous open bwinuma fase fria.
No entanto, os cientistas também descobriram um fenômeno surpreendente nesta complexa cadeiaus open bwineventos oceânicos e atmosféricos.
Agora se sabe também que o Atlântico desempenhou um papel crucial no rápido esfriamento do Pacífico.
"Sabemos que o Atlântico teve esse papel central porque os modelosus open bwinclima indicam que ele fez com que o Pacífico esfriasse mais do que deveria apenas pela variabilidade natural", diz Barichivich.
"É como uma força extra, e grande parte desse esfriamento do Pacífico se deve ao aquecimento do Atlântico."
Por isso, outra das perguntas-chave para os climatologistas é: a que se deve o rápido aumentous open bwintemperatura no Atlântico?
Em parte, esse aumento se explica porque o oceano Atlântico "estáus open bwinuma fase quente naturalus open bwinvárias décadas", segundo o pesquisador chileno.
Além disso, diz ele, o Atlântico "recebe o impacto do aquecimento global".
Por um lado, a mudança climática impacta no Atlânticous open bwinforma direta, devido ao aumento da temperatura do oceano por efeito dos gases do efeito estufa. Mas há também um impacto indireto da mudança climática.
"Acreditamos que parte do aquecimento do Atlântico se deve à passagem das águas do oceano Índico, que também esquentou muito rapidamente."
De acordo com Manuel Gloor, essa passagem se dá atravésus open bwinredemoinhos da corrente oceânica Agulhas, que transporta água quente do oceano Índico na direção sul até o extremo sul da África. Quando eles alcançam o oceano Atlântico, podem ser transportados até o Atlântico tropical.
"Mas esta chegada ao Atlântico só foi possível recentemente, porque os cinturõesus open bwinvento do hemisfério Sul se moveram mais para o sul, possivelmente por causa do aquecimento global e do buraco na camadaus open bwinOzônio", afirma.
"Esta mudança nos ventos abriu uma comporta do oceano Índico para o Atlântico."
A possibilidadeus open bwinprever as inundações na Amazônia
Para Barichivich, a mensagem do estudo é que "o que acontece com o Atlântico tropical tem um papel muito importante para a Amazônia, tanto para secas como para inundações extremas".
Mas é importante para comunidades e autoridades saberem que "o contrasteus open bwintemperaturas entre o Pacífico e o Atlântico tropical pode ser previsto com até três anosus open bwinantecedência nos modelosus open bwinprevisão climática".
Para efeitosus open bwincomparação, o fenômeno El Niño no Pacífico tropical só pode ser previsto cercaus open bwinum ano antes.
Para o climatologista chileno, a possibilidadeus open bwinantecipar a diferençaus open bwintemperatura entre os oceanos "nos dá uma oportunidadeus open bwinmelhorar a previsão das inundações extremas".
No momento, o que estáus open bwinjogo com estas previsões é a segurançaus open bwinmilharesus open bwinpessoas.
"O impacto das inundações é desastroso para as cidades e comunidades ribeirinhas. Pensem que a Amazônia foi povoada atravésus open bwinrios que são como estradas", diz Barichivich.
"Um dos maiores problemas, pelo menosus open bwinManaus, é que o rio pode ficar acimaus open bwin29 metros durante 60 dias ou mais. Nesse período, as pessoas sequer conseguem voltar para suas casas. E isso acontece com cada vez mais frequência."
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