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Como viajar com uma criança pequena - sim, é possível fugir do óbvio e explorar países distantes:ganhaaposta
Em nosso caso, quando Chico tinha dez meses, decidimos passar duas semanas no Uruguai e na Argentina. MorávamosganhaapostaSão Paulo.
Como o bebê, tivemos que aceitar algumas adaptações:ganhaapostarestaurantes classudos, era preciso ligar antes para saber se aceitavam criança (na Argentina, os dois que queríamos conhecer aceitaram; no Uruguai, um aceitou, outro barrou); ao longo do dia, era preciso programar pausas para esquentar mamadeira (funcionários solícitosganhaapostacafés sempre topavam emprestar o micro-ondas) e trocar fraldas (leve um pequeno lençol para usar como forro emergencial, aí qualquer gramadinho mais tranquilo no cantoganhaapostauma praça vira um ótimo trocador).
No geral, tudo deu certo. E achamos que poderíamos, sim, programar voos mais altos - ou melhor, mais longos.
Muitos nos perguntam como fazemos. Muitos acham que nada dá errado. Não tem lá muito segredo. Quando viajamos juntos, fazemos o que mais gostamos. E as férias são o único momento do anoganhaapostaque nós três podemos dar atenção plena para nós três, já que não há outros problemas ou preocupações para atrapalhar. E muita coisa dá errado, sim. É matemática pura: quanto mais gente no grupo, maior a chanceganhaapostaalgo sair fora do planejado. Assim, viajarganhaapostatrês pode trazer mais perrengues do queganhaapostadois.
Chico já ficou doente no meioganhaapostauma viagem? Sim, uma febre interminávelganhaapostaBergen, na Noruega. Chico já teve problemas com fuso horário? Sim, a pontoganhaapostaa recepção do hotelganhaapostaDubai ligar para o quarto reclamando do barulho. Chico já deu muito trabalho, fisicamente falando? Sim,ganhaapostaquase todas as precárias estaçõesganhaapostatrem do interior da Rússia, quando tínhamosganhaapostaconseguir carregar todas as malas e ele também, muitas vezesganhaapostaescadas difíceis e correndo contra o tempo para não perder o trem. Chico já chorou sem explicação no meioganhaapostaum passeio? Já, claro, como toda criança.
Não tem uma receitaganhaapostabolo, uma fórmula pronta. Porque cada família é diferente. E cada criança, obviamente, tem seu próprio temperamento e suas próprias mini-idiossincrasias. Mas, a quem quer saber alguns segredos, minha experiência permite dar algumas dicas simples para que tudo dê certo.
Como planjar viagens com crianças
A primeira dica é programar uma consulta ao pediatra sempre antesganhaapostaqualquer viagem longa. Somente o médico que acompanhaganhaapostaperto seu filho vai saber aconselhar bem, com base no histórico dele, quais remédios emergenciais levar na mala, se é preciso tomar alguma vacina, e se é recomendável fazer alguma exame depois. De quebra, essas consultas pré-viagem sempre dão uma boa sensaçãoganhaapostasegurança.
Outro cuidado é com a documentação necessária. Parece muito óbvio, mas é preciso atentar para as datasganhaapostavalidade do passaporte - que expiram mais rápido quanto mais nova é a criança. E verificarganhaapostaantemão se o país a ser visitado pede mais alguma coisa. Quando fomos para a África do Sul, no ano passado, surpreendemo-nos com a inusitada necessidadeganhaapostauma cópia da certidãoganhaapostanascimento - sim, um documento que, teoricamente, só seria válidoganhaapostaterritório brasileiro - do Chico, pelo fatoganhaapostaele ser menorganhaapostaidade. Por sorte, tínhamos o documento escaneadoganhaapostaum email e aí conseguimos imprimir no aeroporto.
Uma questão que sempre apareceganhaapostaconversas sobre viajar com criança é a alimentação. Em viagens costumamos ser mais tolerantes se o Chico pula alguma refeição, se come foraganhaapostahora ou se ingere mais porcarias. São férias, afinal, então também é preciso desestressar um pouco. Mas é bom terganhaapostamente - e reservar um espaço na bagagem - que alguns alimentos práticos facilitam muito o modus operandi. É o caso daquelas papinhas industrializadas. Em casa, não gostávamosganhaapostaoferecê-las ao Chico. Mas, nas viagensganhaapostaférias, quando ele era menorzinho, éramos convencidos pela praticidade.
Por fim, uma coisa importante é que, na cabeçaganhaapostaum bebê, a rotina é extremamente importante. Na realidade, os pequenos têm uma necessidadeganhaapostaque as coisas se repitam, isso dá a eles segurança. Se são férias, isso pode não ocorrer, afinal, uma viagem pressupõe justamente a quebra da rotina. Passeios diferentes, horários diferentes, hotéis diferentes.
A solução que encontramos foi comprar um pacoteganhaapostabexigas coloridas - um brinquedo que toda criança gosta, barato e que ocupa pouquíssimo espaço na mala. Todos os dias, na volta para o hotel, eu enchia uma e dava para o Chico. Ao mesmo tempo que ele tinha com o que se divertir, ele compreendia que os passeios daquela jornada tinham acabado. Fechava o ciclo. Era um código que o levava para um mínimoganhaapostarotina dentro das férias.
Cuidados antesganhaapostaviajar com bebê
Mas a primeira mudança foiganhaapostanossas cabeçasganhaapostapai eganhaapostamãe. Ainda nos primeiros mesesganhaapostagravidez, entre as imagens deformadas do ultrassom e as comprasganhaapostaenxoval, vez por outra Mariana e eu nos pegávamos conversando sobre algum "e se". E se a gente tentasse viajar com nosso filho? E se der certo? E se ele for uma criança comportadaganhaapostaavião? E se ele for calminho? Será mesmo que não dá?
Quando Chico nasceu, decidimos que o melhor jeitoganhaapostaver se dava certo era comprovando, na prática. E que, para ter coragem, o certo seria não perder o pique. Decidimos que faríamos uma viagem internacional com ele antes do primeiro aniversário.
Fomos cuidadosos. Escolhemos um destino próximo a São Paulo, cidade onde morávamos. Relativamente sem riscos. Se tudo desse errado, seria fácil abortar o fim da viagem e retornar antes para casa. E calculamos um roteiro espaçado, com o dobroganhaapostadias do recomendadoganhaapostacada uma das cidades. Chico tinha dez meses quando foi nossa malinhaganhaapostabordo pela primeira vez. Passamos agradáveis fériasganhaapostaMontevidéu, Colônia do Sacramento e Buenos Aires.
Fomos cuidadosos, eu dizia. Antes da viagem, passamos na pediatra que acompanhava o Chico desde a maternidade. Paula Woo Guglielmetti jamais nos demoveu da ideia - nem dessa, nem das outras viagens que viriam. Ao contrário, fez todas as orientações necessárias, deixou o WhatsApp à disposição caso precisássemosganhaapostaalguma orientação urgente, recomendou quais medicamentos era bom levarmos. E na primeira viagem fomos tão precavidos que chegamos a botar um inalador na mala!
Tudo deu certo. Tudo foi melhor do que o planejado. Tudo foi tão tranquilo que voltamos para casa convencidosganhaapostaque as aventuras poderiam continuar. E poderiam ser mais incríveis ainda do que antes.
No ano seguinte, embarcamos os três para os países nórdicos: Dinamarca, Noruega, Suécia, Finlândia. No outro, realizamos o sonhoganhaapostauma viagem que achávamos que não daríamos conta nem quando éramos apenas dois: a ferrovia transiberiana, com paradasganhaapostacidades da Rússia, da Mongólia e da China.
Chico esteve com a gente ainda nos Emirados Árabes Unidos, no Chile,ganhaapostaum hotelganhaapostaselva na Amazônia eganhaapostauma aventura incrível por África do Sul, Namíbia, Zimbábue e Zâmbia - sendo que 4 mil quilômetros desse périplo africano foram vencidosganhaapostacarro -, viu neve pela primeira vez na regiãoganhaapostaMont Blanc...
Vantagensganhaapostaviajar com crianças
Aos 4 anos e meio, Chico está se tornando um moleque tão apaixonado pelo mundo como a gente é. Encanta-se com as diferenças. Aponta países no mapa. Pergunta pela próxima viagem. No ano passado, na África, deixamos uma velha máquina fotográfica com ele - e foi muito legal vê-lo registrando, a seu modo, aquilo que lhe era mais peculiar.
Em abril,ganhaapostaParis, deixamos que ele escolhesse, pela primeira vez, um passeio por dia - e ele se revelou um ótimo planejador, pedindo para fazer tourganhaapostabarco pelo Sena e, mesmo sem saber que podia, querendo subir ao topo da "torre Milfa", que é como ele chama a Torre Eiffel.
Justamente porque muitos nos perguntam essas coisas todas, decidimos, desde o ano passado, expor os bastidores dessas viagens nas redes sociais. No Instagram somos @the_veigas. No Facebook, The Veigas. Quanto mais somos acompanhados por pessoasganhaapostaforaganhaapostanosso círculoganhaapostaamizade, mais percebemos o quanto somos privilegiados: com as distâncias tão encurtadas graças aos ágeis meiosganhaapostatransporteganhaapostahojeganhaapostadia, podemos exercer a paternidade e a maternidade sem abrir mãoganhaapostaconhecer o mundo.
E gostarganhaapostaconhecer o mundo é o maior legado que acreditamos sermos capazesganhaapostadeixar para nosso filho. Para que ele sempre respeite as diferenças. Sempre valorize o outro. Sempre aprenda. Sempre se divirta.
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