Por acidente, estagiária descobre supercola feita com bagaçocasa da aposta brasilcanacasa da aposta brasilcentrocasa da aposta brasilpesquisa brasileiro:casa da aposta brasil

Crédito, Felipe Souza/BBC News Brasil

Legenda da foto, Cola inventada por duas pesquisadoras é feita com látex, bagaçocasa da aposta brasilcana e lignina

Crédito, Divulgação CNPEM/Gustavo Moreno

Legenda da foto, 'Reaproveitar o que seria descartado é sustentável e ainda deve baratear a produção', diz pesquisadora Rubia Gouveia

"Uma das vantagens é que esses dois últimos elementos são muitas vezes descartadoscasa da aposta brasillarga escala por indústriascasa da aposta brasilpapel e refinariascasa da aposta brasilcana-de-açúcar. Reaproveitar o que seria descartado é sustentável e ainda deve baratear a produção", afirmou Rubia Gouveiacasa da aposta brasilentrevista à BBC News Brasil.

A pesquisadora afirma que a cola pode beneficiar uma cadeiacasa da aposta brasilindústrias que usam o produto, como a automobilística,casa da aposta brasilmóveis, construção civil e brinquedos. Dos três materiais usados emcasa da aposta brasilprodução, o látex deve ser o único que ainda continuaria sendo extraído árvores, principalmentecasa da aposta brasilseringueiras.

Já a nanocelulose é obtidacasa da aposta brasillarga escala hoje no Brasil a partircasa da aposta brasilárvorescasa da aposta brasileucalipto. Para a produção da nova cola, porém, a substância foi extraída do bagaçocasa da aposta brasilcana.

A lignina é obtida a partircasa da aposta brasilum líquido chamadocasa da aposta brasil"licor negro", comumente descartadocasa da aposta brasilindústriascasa da aposta brasilpapel, exceto as mais modernas, que costumam usar a substância para a produçãocasa da aposta brasilenergia. Para isso, é necessário cozinhar a substância com sodacasa da aposta brasilalta temperatura e pressão.

Produçãocasa da aposta brasillarga escala

Fabiano Rosso, gerentecasa da aposta brasilpesquisa do Projeto Lignina da Suzano Papel e Celulose, a maior produtoracasa da aposta brasilpapéiscasa da aposta brasilimprimir e escrever da América Latina, disse que uma fraçãocasa da aposta brasil3% da lignina produzida pela fábrica da empresacasa da aposta brasilLimeira, no interiorcasa da aposta brasilSão Paulo, deve ser separada a partir deste semestre, purificada, modificada, transformadacasa da aposta brasiluma resina e vendida para fábricascasa da aposta brasilmadeira e MDF.

O número equivale a cercacasa da aposta brasil20 mil toneladas. O restante continuará sendo queimado, como hoje, para virar vapor, alimentar uma turbina e produzir energia, que abastece a indústria e ainda gera um excedente que é vendido. Caso as experiências demonstrem a viabilidade da supercola, boa parte da substância produzida pela Suzano Papel e Celulose poderia ser utilizada para este fim.

Crédito, Divulgação CNPEM/Renan Picoreti

Legenda da foto, Imagem aérea do campus do Centro Nacionalcasa da aposta brasilPesquisacasa da aposta brasilEnergia e Materiais (CNPEM),casa da aposta brasilCampinas

A notíciacasa da aposta brasilque uma cola pode ser produzida a partircasa da aposta brasillignina animou Rosso. Para ele, o ideal seria diminuir a destinação do material à produçãocasa da aposta brasilenergia e usá-lo para fabricarcasa da aposta brasilmateriais com valor agregado.

"Eu não conheço essa pesquisa, mas vou procurar saber e entendercasa da aposta brasilaplicação e o que os pesquisadores estão fazendo. Eu tenho interesse não só pela aplicação, mas também pela fabricação desse produto final. Eu vejo esse como um caminho bastante viável para produzircasa da aposta brasillarga escala", afirmou Rosso.

Crédito, Divulgação

Legenda da foto, Fábrica da Suzano Papel e Celulose produz 20 mil toneladas por anocasa da aposta brasilum dos principais produtos usados na fabricação da cola sustentável

Formaldeído

Alémcasa da aposta brasilvantagens econômicas e ecológicas, a cola sustentável não usa solventes químicos derivados do petróleo como a maior parte das colas usadas hoje industrialmente. O mais conhecido e prejudicial é o formaldeído, classificado como cancerígeno pela Organização Mundial da Saúde (OMS)casa da aposta brasil1984 e que está presente na maior parte das colas industriais, inclusive as usadas por sapateiros e vidraceiros. O odor da substância pode causar náuseas, dorescasa da aposta brasilcabeça e,casa da aposta brasilcasos mais graves, até mesmo alucinações e confusão mental. A cola sustentável, porcasa da aposta brasilvez, é atóxica.

O uso do formaldeído foi proibido nas indústrias dos Estados Unidos e do Canadá, as únicas que, ao lado da Suécia, também produzem ligninacasa da aposta brasillarga escala.

Mas,casa da aposta brasilacordo com a pesquisadora Rubia Gouveia, a cola sustentável não tem como foco apenas uso industrial, mas também comercial, doméstico e escolar.

Crédito, Divulgação

Legenda da foto, Teste feito com madeira mostra que pedaço colado não se rompeu ao ser forçado

"É possível fazer modificações para adequar seu usocasa da aposta brasildiferentes situações. Desta forma, a cola poderia ser usada desde indústrias automobilísticas, móveis,casa da aposta brasiltecidos a até mesmocasa da aposta brasilescolas e escritórios", afirma Gouveia.

A cola demonstroucasa da aposta brasilpotência adesivacasa da aposta brasiltestescasa da aposta brasiltração feitoscasa da aposta brasillaboratório. Alémcasa da aposta brasilcolar papéis e madeiras, a cola também mostrou um alto podercasa da aposta brasiladerênciacasa da aposta brasiltestes feitos com alumínio.

O próximo passo das pesquisadoras é fazer adaptações na fórmula e testar a colacasa da aposta brasilaltas e baixas temperaturas. Também será feita uma adaptação para que ela possa colar vidros e beneficiar mais setores industriais.