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Governo falha na transparência sobre gastos com viagens para a Copa da Rússia:galera apostas
O grupo também gastou R$ 85 milgalera apostaspassagens, com os valores individuais oscilando entre R$ 16,1 mil e R$ 13,6 mil. Os valores foram informados pela Embratur à BBC News Brasil, por meio da assessoriagalera apostasimprensa.
E quanto às viagens dos demais servidores? Até agora, nem os profissionais da ONG Contas Abertas, dedicada a fiscalizar o orçamento público, conseguiram encontrar informações completas sobre diárias e passagens: a forma como elas foram disponibilizadas no Sistema Integradogalera apostasAdministração Financeira (Siafi) impede que se saiba com certeza a qual viagem se referem os valores.
"O gestor público deveria entender que o cidadão é um parceiro na fiscalização do gasto. E antesgalera apostastudo é um direito - o cidadão está pagando a conta e tem o direitogalera apostassaber. Não importa se vai ou não resolver o déficit públicogalera apostasR$ 159 bilhões, mas é preciso saber para onde estão viajando os funcionários", diz Gil Castello Branco, fundador da ONG.
Fora o custo das viagens, a União gastará cercagalera apostasR$ 10 milhões para promover o país durante o evento - com outdoors e showsgalera apostasartistas brasileiros, por exemplo.
Para chegar à listagalera apostas28 pessoas, a reportagem da BBC News Brasil analisou os dados disponíveis no Diário Oficial da União, para os mesesgalera apostasmaio e junho. Todas as viagensgalera apostasservidores públicos são publicadas lá. De posse dos dados do Diário Oficial, é possível cruzar nomes e datas com as informações do Siafi levantadas pela Contas Abertas para saber que o ministro do Esporte, Leandro Cruz Fróes, recebeu R$ 17,8 milgalera apostasdiárias; no casogalera apostasoutros servidores do Esporte, as diárias chegaram a R$ 18 mil - ao longo da viagem inteira.
A reportagem não conseguiu localizar informações sobre o númerogalera apostasservidores que foram à Copa do Mundogalera apostas2010, na África do Sul, para efeitosgalera apostascomparação com a delegação deste ano. Mas é possível afirmar que, graças à crise, o governo está gastando menos com viagensgalera apostasmodo geral. Em 2010, a União gastou ao todo R$ 1,081 bilhão com diárias (em valores da época). Em 2017, foram R$ 701,6 milhões.
Novo Portal da Transparência
Na última quinta-feira, a Controladoria-Geral da União pôs no ar a nova versão do Portal da Transparência, após três anosgalera apostasdesenvolvimento. O novo portal traz mais informações que a versão anterior, que estava no ar desde 2004. Também tornou mais intuitiva a busca por informações, e trouxe novas opçõesgalera apostasgráficos e tabelas.
Mas, por enquanto, a nova ferramenta teve pouca utilidade para quem quis saber sobre as viagensgalera apostasservidores para a Rússia: dos 19 servidores possíveisgalera apostasserem checados no novo Portal da Transparência, as viagens ao país da Copa só apareceram para três deles.
Na versão anterior do portal, que saiu do ar, o problema era a faltagalera apostasdetalhamento: as informações se resumiam a uma descrição genéricagalera apostasuma "viagemgalera apostasterritório estrangeiro", sem destino ou motivo, além da maioria das viagens também não estarem disponíveis. O novo portal já traz as informações completas, nos três casos encontrados pela reportagem da BBC News Brasil.
A manutenção do Portal da Transparência égalera apostasresponsabilidade da CGU, mas dependegalera apostasinformações enviadas por cada ministério. A CGU informou que os dados sobre diárias (e outros) são atualizados até o último diagalera apostascada mês, com os dados do mês anterior. Ou seja, uma diária pagagalera apostasjunho, por exemplo, só deverá estar publicada no dia 31galera apostasjulho.
"Por fim, lembramos que a publicaçãogalera apostasdadosgalera apostasdiáriasgalera apostasórgãos que não utilizam os sistemas estruturantes Siafi (de informações financeiras) e SCDP (de controle das diárias e passagens) depende do envio dos dados pelo respectivo órgão", disse ainda a CGU. Todos os órgãos que enviaram servidores à Rússia usam os sistemas informatizados.
"Num paísgalera apostasdimensões continentais como o Brasil, o controle social (feito pelas pessoas) é tão importante quanto o controle interno, feito pela Controladoria Geral da União (CGU), e externo, feito pelo Tribunalgalera apostasContas da União (TCU). O controle social é muito mais amplo e, afinal, o númerogalera apostasauditores é limitado", lembra o fundador do Contas Abertas.
"A gente costuma dizer que não existe meia transparência, assim como não existe meia gravidez. Ou é transparente, ou não. Para que o sistema realmente funcionasse, precisaríamos ter as informações completas: nome do viajante, país, período da viagem, objetivo e valores. E issogalera apostastodos os casos", diz Gil.
Quem foi?
Do Ministério do Turismo, foram à Rússia o ministro Vinícius Lummertz, ligado ao MDBgalera apostasSanta Catarina; dois servidores comissionados do ministério e uma equipegalera apostascomunicação multimídiagalera apostasquatro profissionais terceirizados. À BBC News Brasil, a pasta informou gastosgalera apostasR$ 100.052,00 com passagens aéreas (cercagalera apostasR$ 14,2 mil cada uma,galera apostasmédia), mas não mencionou os gastos com diárias. Apesar do valor elevado das passagens, o ministério diz que todos os bilhetes são da classe econômica.
O Ministério do Esporte enviou uma comitivagalera apostasnove pessoas chefiada por Leandro Cruz, que assumiu a pastagalera apostasabril e foi indicado pelo deputado Leonardo Picciani (MDB-RJ). Questionada, a pasta não informou os gastos com passagens aéreas e nem os valores individuais das diárias dos servidores: encaminhou uma tabela que estabelece os valores a serem pagosgalera apostasviagens no exterior,galera apostasforma genérica.
Além dos servidores (contratados diretamente pelo governo), o Esporte também parece contar com uma equipegalera apostascomunicação terceirizada, atuando in loco - profissionais assinam textos, fotos e vídeos da Rússia para a página do órgão na Internet. Ao contrário do Ministério do Turismo, o Esporte nada disse sobre esta equipe.
O ministro do Esporte teve uma reuniãogalera apostastrabalho com o seu colega russo, Pavel Kolobgov,galera apostasmeadosgalera apostasjunho,galera apostasMoscou. Os dois conversaram sobre a possibilidadegalera apostascriar um grupogalera apostasintercâmbio esportivo envolvendo os países do BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul). Leandro Cruz também foi à cidadegalera apostasRostov, para conhecer uma escola infantil que já formou 62 medalhistas olímpicos - a Escola da Reserva Olímpica. A visita foigalera apostas18galera apostasjunho - no dia 17, o Brasil empatou com a Suíça na cidade.
A Polícia Federal mandou cinco servidores à Rússia, mas não enviou qualquer informação sobre gastos com as viagens. "As informações referentes ao tema se restringem ao release (nota distribuída aos jornalistas) já divulgado", disse o órgão. A nota não dá qualquer detalhe sobre os agentes que participarão do Centrogalera apostasCooperação Policial Internacional (CCPI) da Copa da Rússia, uma espéciegalera apostasreforço temporário ao policiamento local. As informações sobre estes servidores são protegidas por lei.
O Ministério da Cultura mandou apenas um servidor para a Copa, mas não mencionou inicialmente os gastos com passagens ou diárias. Depois da publicação da reportagem, a pasta informou ter gasto US$ 2.180 (cercagalera apostasR$ 8,4 mil) com passagens, e mais US$ 1.680 (o equivalente a R$ 6,5 mil) com diárias.
Considerando as respostas dos órgãos à reportagem e as informações levantadas no Siafi, é possível conhecer os gastos com passagensgalera apostas13 dos 28 viajantes (médiagalera apostasR$ 14,2 mil). Também foi possível saber as diáriasgalera apostas12 pessoas (que receberamgalera apostasmédia R$ 13,7 mil, para todo o períodogalera apostasviagem).
R$ 10 milhões para shows e outdoors
Para "vender o Brasil" aos turistasgalera apostastodo o mundo que estão na Rússia, o governo gastará cercagalera apostasR$ 10 milhões: são outdoors espalhados pelas cidades-sede dos jogos, e eventos culturais como um show do rapper Emicida. A ofensiva publicitária está a cargo da Embratur, autarquia subordinada ao Ministério do Turismo, e custará R$ 7 milhões. Já as ações culturais custarão R$ 2,9 milhões, a serem pagos pelo Ministério da Cultura.
Em nota à BBC Brasil, a Embratur frisou que a campanha é "uma das mais baratas (da empresa) nos últimos anos". A expectativa é atingir 5,2 milhõesgalera apostaspessoas na Rússia, e outros 119 milhões nas redes sociais. A propaganda tem como alvo "turistasgalera apostasmercados prioritários para o Brasil, como americanos, mexicanos, argentinos e europeus", explica a Embratur.
O Ministério da Cultura selecionou a BM&A, do produtor cultural Sergio Ajzenberg, por meiogalera apostasuma chamada pública. Ao todo, a entidade promoverá 13 shows musicais. Além do rapper paulistano Emicida, se apresentarão o multi-instrumentista Hermeto Pascoal e o quarteto instrumental Yangos,galera apostasCaxias do Sul (RS), que foi indicado ao Grammy Latinogalera apostas2017. Também estavam programadas três "noites gastronômicas" durante os jogos, promovidas por chefs brasileiros.
Algumas destas atividades estavam previstas para acontecer na Casa Brasilgalera apostasMoscou, um espaço montado numa antiga cervejaria próxima ao Kremlin. O local, porém, só ficará pronto nesta semana. Por isso, o showgalera apostasEmicida acabou ocorrendo numa boate com 10% da capacidade da Casa Brasil. Um showgalera apostasGilberto Gil foi cancelado.
Já a Caixa Econômica Federal resolveu distribuir entre seus empregados e donosgalera apostascasas lotéricas pacotesgalera apostasviagens para a Rússia: viajaram 79 empregados da Caixa (ao custo médiogalera apostasR$ 43,7 mil) e 73 lotéricos (R$ 38,1 mil,galera apostasmédia). A empresa também sorteou 71 clientes para ver os jogos, e as três promoções juntas custaram R$ 8,6 milhões. Embora seja uma empresa pública e controlada pela União, a Caixa usa dinheiro próprio para bancar as suas promoções (inclusive as viagens), e não dos cofres públicos.
Ao todo, a Caixa mandou 13 pessoas a trabalho para a Rússia, a maioria dirigentes da empresa. Quatro destes estavam fazendo a "representação institucional" da empresa junto às pessoas que ganharam os pacotes turísticos. O Banco do Brasil também mandou dois funcionários, que acompanharam um grupogalera apostas50 clientes do banco, sorteados para assistir à Copa. À BBC News Brasil, a Petrobras disse que não enviou qualquer funcionário seu ao torneio.
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