Saltoentrar no pix betextremo controleentrar no pix betpreços para total liberalização impulsionou crise, diz professoraentrar no pix beteconomia política:entrar no pix bet
"O que aconteceu na época do governo do PT foi uma segurada muito forte dos preços, porque a inflação estava começando a bater. Houve um prejuízo relevante para a Petrobras, com a defasagem entre o preço praticado aqui e o valor no mercado internacional. O que o governo Temer fez agora talvez tenha sido precipitadoentrar no pix betdeixar o preço subir tão rapidamente", opinou Daniela Campello à BBC Brasil.
"O aumento dos preços foi muito repentino. Saímosentrar no pix betextrema contenção para extrema liberalização. Houve uma mudançaentrar no pix betperspectiva muito brusca. Tudo o que não se querentrar no pix beteconomia são mudanças muito bruscas."
Campello afirma que é razoável que os preços sejam reajustados considerando a alta do petróleo no mercado internacional, mas esse aumento, segundo ela, deveria ser gradual e com controle sobre a volatilidade, para reduzir o efeito sobre o consumidor e os demais setores da economia que dependementrar no pix betcombustível para operar.
"O preço básico do petróleo é uma questão importante para o país. A minha visão é que alguma preocupação com a volatilidade (dos preços)entrar no pix betcurto prazo é preciso ter. Um preço completamente liberado causa problemas atéentrar no pix betplanejamento (para as outras empresas que dependementrar no pix betcombustível)."
O economista Roberto Ellery concorda que houve uma mudança "abrupta" na políticaentrar no pix betpreços, mas avalia que essa era a solução existente para "salvar a Petrobras", com as contas deterioradas por terentrar no pix betarcar com as diferençasentrar no pix betpreços praticadas nos mercados doméstico e internacional.
"A transição pode ter sido brusca, entre 2015 e 2016, porque a Petrobras não aguentava mais. Ela estava falida, quebrada. Estava tendo prejuízo. O governo não tinha dinheiro. A solução foi jogar a conta para os consumidores", disse.
"É claro que a gente está vendo a reação forte da sociedade, porque a pancada foi forte. Por outro lado, é difícil saber como ela (a empresa) teria sobrevividoentrar no pix betoutra forma."
Volatilidade
Na noiteentrar no pix betquinta, o governo anunciou um acordo com representantes dos caminhoneiros para suspender, pelos próximos 15 dias, as manifestações e as greves da categoria. Mas a greve continuou e Temer pediu para as Forças Armadas atuar para desbloquear as rodovias.
Entre as propostas do governo para a trégua na paralisação estava assegurar que os preços do óleo só seriam reajustadosentrar no pix bet30entrar no pix bet30 dias. Desde julho do ano passado uma resolução da Petrobras permite reajustes diáriosentrar no pix betpreços, conforme a variação dos valores no mercado internacional.
Nos seis primeiros meses após a adoção dessa medida, o preço da gasolina foi reajustada maisentrar no pix bet100 vezes.
Para os economistas e cientistas políticos ouvidos pela BBC Brasil, a Petrobras precisar arcar com os custos da volatilidade e fixar um período mais longo para os reajustes.
O professor José Luís Oreiro, do Departamentoentrar no pix betEconomia da Universidadeentrar no pix betBrasília (UnB), defende que os preços sejam aumentados a cada três meses.
"Esse acompanhamento pode ser com base na média do trimestre, ao contrário do que é hoje, que é diário. Transferir para o mercado interno a volatilidade não faz sentido, gera essa completa insatisfação", afirmou à BBC Brasil.
"O caminhoneiro que pega cargaentrar no pix betPorto Alegre para entregarentrar no pix betRecife não sabe qual vai ser o preço no meio do caminho. A própria baseentrar no pix betcálculo do frete fica difícilentrar no pix betfixar."
Roberto Ellery também defende controlar a volatilidadeentrar no pix betpreços e destaca que a Petrobras está hoje numa posiçãoentrar no pix betquase monopólio na exploraçãoentrar no pix betpetróleo. Por isso, segundo ele, o custo não pode ser inteiramente jogado na conta do consumidor.
"Essa questão da volatilidade talvez seja um ponto importante. Já fazemos isso com o setorentrar no pix betcomunicações eentrar no pix betenergia elétrica, por meioentrar no pix betregulação", afirmou.
"Temos que permitir o reajusteentrar no pix betpreços para garantir a rentabilidade da empresa. O que você não pode permitir é que a empresa se beneficie passando toda a conta do preço para o consumidor, inclusive a volatilidade."
Uso da Petrobras como instrumentoentrar no pix betpolítica fiscal
Outra discussão que surgeentrar no pix betmeio à greve dos caminhoneiros é se o governo deve ou não ter o direitoentrar no pix betintervir nas decisões da Petrobras e se a estatal pode ser usada como instrumento da política macroeconômica. Ou seja, se é legítimo controlar preços para conter a inflação ou aumentar preços para aumentar a arrecadação do governo.
No governo Dilma Rousseff, o Planalto tinha voz ativa na estatal, a pontoentrar no pix beta petista ser acusadaentrar no pix betusar a empresa para controlar a inflação. Já o presidente Michel Temer indicou Pedro Parente para a diretoria da Petrobras com o discursoentrar no pix bet"interferência zero".
Assim como os governos Dilma e Temer adotaram visões opostas, os economistas e cientistas políticos também divergem. Para a professora Daniela Campello, "sempre existiu interferência do governo" na Petrobras.
"É impossível numa empresaentrar no pix betpetróleo nacional desconsiderar a interferência do governo. Não dá para fingir que o petróleo é um produto como qualquer outro", diz Campello.
Segundo ela, enquanto no governo Dilma e Lula a Petrobras foi usada como instrumentoentrar no pix bet"política fiscal" na contenção da inflação, no governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (FHC), os preços praticados pela Petrobras foram reajustados para aumentar a arrecadação.
"Nunca, jamais,entrar no pix betnenhum momento, a Petrobras foi desvinculadaentrar no pix betpolítica fiscal. Usa-se mais para uma coisa ou para outra (conforme a visão econômica do governo)", afirmou.
Já o economista Roberto Ellery diz que é "radicalmente" contrário à ideiaentrar no pix betque a Petrobras seja usada como política fiscal ou macroeconômica. Para ele, a empresa deve ser gerida como se fosse uma companhia privada, controlada apenas por agências reguladoras para evitar abusos ao consumidor.
"Não pode ser como é hojeentrar no pix betque se coloca um presidente da Petrobras com uma agenda política, seja para controleentrar no pix betpreço seja para fazer refinariaentrar no pix betáreaentrar no pix betinteresse eleitoral. As decisõesentrar no pix betpreço,entrar no pix betonde vai investir,entrar no pix betquais empresas vai contratar, devem ser técnicas."
Ele cita como exemplo a ser seguido pelo Brasil a Noruega, que também tem uma empresa estatalentrar no pix betpetróleo. "Ela é administrada como uma empresa privada. O controle tem que ser feito via regulação como aconteceentrar no pix betempresa privada", opina.