Perseguição, disparos, pouso forçado: como são feitas interceptaçõessulbet netaviões suspeitos no céu do Brasil:sulbet net

Crédito, Ten Enilton/Agência Força Aérea

Legenda da foto, A aeronave que dá o tirosulbet netdetenção é a A-29

A fiscalização do espaço aéreo é feita por meiosulbet netradares que cobrem todo o território nacional, alémsulbet netpartes do Oceano Atlântico. A FAB também utiliza aviões-radar E-99, capazessulbet netidentificar,sulbet netuma distânciasulbet netaté 450 quilômetros, aeronavessulbet netbaixa altitude - característica comumsulbet netvoo entre os aviõessulbet netsituação irregular. São alvos não só aeronaves suspeitassulbet netenvolvimento com narcotráfico, mas qualquer avião com falhassulbet netidentificação.

Quando há um movimento suspeito detectado pelos militares, as informações são repassadas ao Comandosulbet netOperações Aeroespaciais (Comae),sulbet netBrasília, que aciona, caso necessário, aeronavessulbet netcaça, como os jatos supersônicos F-5M e os aviões A-29.

Crédito, Agência Força Aérea

Legenda da foto, O avião-radar E-99 é o modelo usado para as interceptações

As etapas da interceptação

Os procedimentos para a interceptação têm início após a FAB identificar, por meio dos radares, a aeronavesulbet netpossível situação irregular. Para que suspeite da legalidade do avião, a Força Aérea avalia informações como a documentação do veículo e o planosulbet netvoo, considerado essencial para que um avião possa trafegar pelo espaço aéreo.

Diante da suspeitasulbet netirregularidade, o Comandosulbet netOperações Aeroespaciais aciona aeronavessulbet netinterceptações. Para cada avião da FAB, há um gruposulbet netmilitares - denominado esquadrãosulbet netdefesa aérea - que possui uma equipe composta por piloto, mecânico da aeronavesulbet netalerta, mecânico para a operação do armamento e auxiliar. O grupo permanecesulbet netprontidão para ser chamado quando o radar identificar um tráfego aéreo desconhecido ou ilícito.

Em casosulbet netlocalizaçãosulbet netum avião suspeito, uma sirene é acionadasulbet netsolo e o piloto corresulbet netdireção à aeronave, que já está preparada para o procedimento. Em poucos minutos, o militar decola. Ele somente é informado sobre os detalhes da missão após deixar o solo. O condutor da aeronave passa a seguir orientações do Centro Integradosulbet netDefesa Aérea.

Crédito, Agência Força Aérea

Legenda da foto, Grande quantidadesulbet netcocaína foi apreendida no avião interceptado por meio do tirosulbet netdetenção

De acordo com a FAB, a quantidadesulbet netaeronaves que participam do procedimentosulbet netinterceptação varia conforme o tamanho da ação.

A partir do início do procedimento, o piloto passa a cumprir as Medidassulbet netPoliciamento do Espaço Aéreo (MPEA). A primeira fase ésulbet netaveriguação, para determinar a identidade da aeronave, alémsulbet netvigiar o seu comportamento. Nesse momento, a aeronave da FAB não deve ser percebida pelo piloto suspeito.

As informações sobre o avião sob investigação são repassadas para a autoridadesulbet netdefesa aeroespacial. Por meio do sistema informatizado da Agência Nacionalsulbet netAviação Civil (Anac), o status do avião é analisado: a matrícula deve corresponder ao modelo da aeronave, ao nomesulbet netseu proprietário, à validade do certificadosulbet netaeronavegabilidade, entre outros dados que constam no sistema da Anac.

Caso permaneçam dúvidas depois da checagemsulbet netregistro, militares da FAB tentam fazer um interrogatório ao piloto da aeronave suspeita, utilizando a frequência internacionalsulbet netemergência,sulbet net121.5 ou 243 MHz. O aviãosulbet netDefesa Aérea emparelha à aeronave suspeita e, por meiosulbet netuma placa na janela, mostra a frequência na qual o rádio deve ser colocado, para que possam ter contato. Sinais visuais também podem ser usados.

Caso o piloto sob suspeita não responda a nenhuma das medidas, a FAB inicia uma intervenção e determina que o avião suspeito mudesulbet netrota. Posteriormente, ela ordena que o veículo supostamente irregular faça pouso obrigatório. A aterrissagem deve acontecer no local indicado pela Força Aérea. A comunicação entre a aeronavesulbet netdefesa e o avião suspeito é feita pelo rádio,sulbet nettodas as frequências disponíveis, e também por meiosulbet netsinais visuais.

Os tiros

Se ainda assim, o piloto da aeronave ignorar os comandos da FAB, serão executados tirossulbet netadvertência, com munições traçantes. Os disparos são feitossulbet netuma área lateral à aeronave supostamente irregular,sulbet netforma visível, porém sem atingir o veículo. O objetivo da medida é fazer com que o condutor da aeronave obedeça à ordemsulbet netpouso.

O tirosulbet netadvertência também passou a ser permitido no Brasilsulbet net2004. O procedimento foi utilizado pela primeira vezsulbet netjunhosulbet net2009, quando pilotos da FAB dispararamsulbet netação contra um monomotor que transportava 176 quilossulbet netcocaína,sulbet netRondônia. Logo após os tirossulbet netadvertência, o piloto do monomotor pousou. Não foi necessária a utilização do disparosulbet netdetenção.

A medida considerada a mais extrema somente é usada quando os procedimentos anteriores não fazem com que o piloto pouse a aeronave. Neste caso, o avião é considerado hostil e passa a estar sujeito à medidasulbet netdetenção que, conforme a FAB, "consiste na realizaçãosulbet netdisparosulbet nettiros com a finalidadesulbet netprovocar danos e impedir o prosseguimento do voo da aeronave transgressora."

A ação deve acontecersulbet netáreas que não sejam densamente povoadas e que sejam relacionadas com rotas suspeitassulbet netserem usadas para o tráficosulbet netdrogas. Todo o procedimento deve ser registradosulbet netgravaçãosulbet netáudio ou vídeo.

O caçasulbet netataque leve A-29 Super Tucano é o responsável pelos tirossulbet netaviso esulbet netdetenção. Para o procedimento, ele utiliza duas metralhadoras ponto 50 (12,7 mm).

Os Abates

Foi o que aconteceusulbet net24sulbet netoutubrosulbet net2015. De acordo com a FAB, o monomotor Neiva EMB-721C, suspeitosulbet nettransportar drogas, desobedeceu todos os comandos da Força Aérea. Tiros foram disparados contra a aeronave, que só encontrada dois dias após a operação,sulbet netParanavaí (PR). O avião tinha uma das asas danificada.

Maissulbet netdois anos depois, na última quarta-feira, a FAB voltou a utilizar o tirosulbet netdetenção. Conforme a Força Aérea, um avião bimotor - também suspeitosulbet netcarregar droga - retornava da Bolívia, não tinha planosulbet netvoo e estava com matrícula falsa. Três aeronaves A-29 e um avião-radar E-99 teriam ordenado duas vezes, por meiosulbet netrádio, que o piloto mudasse a rota e fizesse pouso forçadosulbet netCuiabá (MT).

Uma aeronavesulbet netdefesa chegou a disparar um tirosulbet netavisosulbet netdireção ao avião suspeito. No entanto, ainda assim o piloto não pousou. Os militares atiraram e forçaram o pousosulbet netum lago na região do Pantanal mato-grossense,sulbet netCorumbá, na divisa entre Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. A FAB não confirmou se o disparo chegou a atingir a aeronave.

Na manhãsulbet netquinta-feira (26), uma força-tarefa formada por equipes da FAB, da Polícia Federal, do Grupo Especialsulbet netFronteira (Gefron) e do Centro Integradosulbet netOperações Aéreas (Ciopaer) da Polícia Militarsulbet netMato Grosso localizou a aeronave suspeita submersa no lago do Pantanal.

A fuselagem foi retirada da água e, dentro dela, os agentes encontraram 500 quilossulbet netcocaína. Conforme a Força Aérea, havia duas pessoas na aeronave. Nenhum dos ocupantes do avião foi localizado. Equipes da Polícia Federal e do Gefron realizaram buscas na região, mas não localizaram os tripulantes.

O narcotráfico

Um dos crimes mais praticados por meio dos vôos clandestinos no Brasil, o narcotráfico representa a maior preocupação da FAB. A prática é mais comumsulbet netregiõessulbet netfronteira. Grande parte dos últimos aviões apreendidos com droga vinha da Bolívia. Algumas das aeronaves utilizadas para o crime são frutosulbet netroubo ousulbet netsequestro. Há também aquelas que, até então, estãosulbet netsituação legal.

O Tenente-brigadeiro Carlos Vuyksulbet netAquino, com 45 anossulbet netexperiência na FAB, afirma que os pilotos que transportam droga costumam utilizar aviõessulbet netpequeno porte, como monomotores. "Normalmente são aeronaves operadas por apenas um piloto, fato que possibilita uma maior capacidadesulbet nettransportesulbet netcarga. Em alguns casos, as aeronaves são alteradas, com a instalaçãosulbet nettanques extrassulbet netcombustível, por exemplo, visando aumento da autonomiasulbet netvoo", diz.

Crédito, Reprodução/YouTube

Legenda da foto, Após pouso forçado, aeronave ilegal foi retirada do Lago Pantanal pela FAB

Conforme a Polícia Federal, a cocaína trazida ao Brasil vem da Colômbia, Peru e Bolívia, produtores do entorpecente, além do Paraguai. Jásulbet netrelação à maconha, a origem é o Paraguai.

Segundo a PF, parte das substâncias ilícitas trazidas ao Brasil - considerado o segundo mercado consumidor mundialsulbet netdroga - é consumida aqui. O resto abastece o mercado europeu. "A droga chegasulbet netaeronave, normalmente no Centro-Oeste, e depois por via terrestre chega aos portos e daí à Europa", explica a Polícia Federal, por meiosulbet netnota.

Depois da apreensão

As investigações sobre as aeronaves interceptadas sãosulbet netresponsabilidade da Polícia Federal. Os aviões apreendidos ficam à disposição da Justiça, que pode determinar, entre outras medidas, que os veículos sejam usados por instituições públicas brasileiras.

Já as substâncias ilícitas costumam ser incineradas, por decisão judicial. O piloto e outros tripulantes da aeronave podem ser presossulbet netflagrante, caso sejam encontrados no local. Posteriormente, podem responder pelo crimesulbet nettráficosulbet netdroga com o agravantesulbet nettráfico internacional, caso fique comprovado que eles tinham relação com os itens apreendidos.

Não há dados oficiais que detalhem a evolução do tráficosulbet netdrogas aéreo no Brasil. Para o tenente-Brigadeiro Vuyk, no entanto, o controle do tráfego aéreo tem reduzido as práticas ilegais. "À medida que o Sistemasulbet netDefesa Aeroespacial Brasileiro foi crescendo, observou-se um amadurecimento dos membros que o compõem, fato que tem se refletidosulbet netresultados extremamente positivos no policiamento do espaço aéreo Brasileiro".