Nós atualizamos nossa Políticavera&john online casinoPrivacidade e Cookies
Nós fizemos importantes modificações nos termosvera&john online casinonossa Políticavera&john online casinoPrivacidade e Cookies e gostaríamos que soubesse o que elas significam para você e para os dados pessoais que você nos forneceu.
'Ela era uma inspiração para o favelado': a reaçãovera&john online casinomoradores do Complexo da Maré à mortevera&john online casinoMarielle:vera&john online casino
Marielle foi para a universidade, entrou na política e "conseguiu sair" da favela, mas não deixou a favela para trás emvera&john online casinoatuação política, elegendo-se a primeira vereadora da comunidade e virando, para outros moradores, um exemplovera&john online casinoonde se poderia chegar.
"A morte dela é também a mortevera&john online casinoum símbolo que a gente projetava", lamenta Cezar,vera&john online casinoconversa com a BBC Brasil. "A gente nunca imaginou que fora da favela, como vereadora, ela seria um alvo. O fatovera&john online casinoa terem escolhido foi uma pancada."
"A ideia que passa é: 'Vocês não podem sair da favela. Vocês ousaram demais. Vocês se excederam. Volta para o lugarvera&john online casinovocês.' É frustrante demais."
Cezar estudou com Marielle no pré-vestibular comunitário da Maré e depois foi seu contemporâneo ao longo da graduação na PUC-Rio, ele cursando Geografia, ela Ciências Sociais. Para ele, a amiga foi uma pioneira, e o fatovera&john online casinoter sido eleita vereadora incentivava a comunidade a ocupar outros espaços.
"Depois que ela conseguiu, a gente dizia: 'gente, temos que chegar ali onde a Marielle está. Dá para chegar. Ela chegou'", descreve ele.
'Mulher Maravilha'
Na marcha organizada por ONGs e movimentos sociais da Maré, as palavras "Marielle gigante",vera&john online casinoletras garrafais, sobressaíamvera&john online casinolonge, numa faixa que se estendia pelas duas faixas da Avenida Brasil e parecia flutuar sobre o protesto, carregada por manifestantes andando sobre pernasvera&john online casinopau.
Enquanto o protesto passava, na calçada um grafiteiro concluía um mural com o rosto sorridentevera&john online casinoMarielle, retratadovera&john online casinoum muro voltado para a Avenida Brasil com a tiara e as roupas da Mulher Maravilha.
Ao longo do percurso, que fechou uma faixa da avenida por quase duas horas, a locutora no carrovera&john online casinosom reiterava as palavras escritasvera&john online casinooutra faixa, penduradavera&john online casinouma das passarelas da via: "as nossas vidas importam." A repetição frequente indicava que frase não era tão redundante quanto deveria ser.
"Tudo que a gente quer é ter um espaço na sociedade. É ter acesso a educaçãovera&john online casinoqualidade, a saúde. Quando finalmente encontramos alguém que nos representa, é muito triste ver essa pessoa calada", dizia a moradora Luciana Bezerra, educadora da rede municipal. "Ela era um ícone para nós. Era a nossa voz, lutando pelo povo daqui, que é tão sofrido."
Luciana trabalha com educação infantil na Maré, na redevera&john online casinoensino municipal. "Sei como é difícil estar na salavera&john online casinoaula evera&john online casinorepente ter que gritar para aquelas crianças tão pequenas se abaixarem, porque está tendo conflito. Isso é o que a gente vive, e é tudo que a gente não quer."
"Ver uma mulher negra, pobre, favelada ter chegado onde chegou para nós foi uma inspiração. Representa muito", diz Luciana.
Seu filho, William do Nascimento,vera&john online casino15 anos, diz que a mortevera&john online casinoMarielle tem sido um temavera&john online casinodebates na escola e nas conversas com amigos.
"Ela era um olharvera&john online casinoesperança que tínhamos refletido emvera&john online casinoimagem. Ela olhava para a favela e buscava melhorias na áreavera&john online casinoeducação, que é tão prejudicada aqui. Era uma inspiração para o favelado. A provavera&john online casinoque dá para chegarmos à universidade, dá para fazermos mestrado."
Mais votos na zona sul que na favela
Em 2016, Marielle foi a quinta vereadora mais votada no Rio, com 46 mil votos no que era avera&john online casinoprimeira candidatura. Os bairrosvera&john online casinoLaranjeiras e Cosme Velho, tradicionais redutos da esquerda carioca, lhe deram a maior fatiavera&john online casinovotos, um totalvera&john online casino2.237, ou 8,2% dos votos para vereador.
Já na zona eleitoral composta pela Maré e pelos bairros vizinhosvera&john online casinoRamos evera&john online casinoBonsucesso, Marielle teve 1.688 votos.
Cezar participou ativamente da campanha da amiga na comunidade, e diz que, embora o número os votos conquistados na Maré tenha sido menor, o resultado foi considerado expressivo para uma candidatavera&john online casinoesquerda na favela.
"O conservadorismo é muito mais forte nas favelas do que fora. Isso tem muito a ver com a influência das igrejas. Imagina, a Marielle, bissexual, a favor do (direitovera&john online casinofazer) aborto. Isso afasta muitos moradores."
Assim comovera&john online casinooutras favelas do Rio, o corpo a corpovera&john online casinocampanhas na Maré é dificultado pelo controlevera&john online casinogrupos armados, que restringem a entradavera&john online casinopolíticos, delimitam territórios e chegam a cobrar para permitir campanhas.
No casovera&john online casinoMarielle, Cezar afirma que a campanha circulou livremente, mas era "campanhavera&john online casinopobre". "Não era campanhavera&john online casinopolíticos tradicionais, que distribuem bolas, dão festa, fazem eventos", diz.
"Não podemos ser levianos, mas a população aqui nunca recebe nada dos políticos. E aí muitos que estão à margem se sentem abraçados quando recebem alguma coisavera&john online casinoalguém."
'Tiraram um pedaço da gente'
Na Comissãovera&john online casinoDireitos Humanos da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), Marielle ajudava famílias que haviam sido vítimasvera&john online casinoviolência. Mas não era uma atuação que alcançasse um número grandevera&john online casinomoradores, ao contráriovera&john online casinoações sociais promovidas por candidatos com mais recursos.
Assim, Cezar diz quevera&john online casinocampanha dentro da favela "foi muito na base do boca a boca", com simpatizantes buscando votos para a vereadora.
Foi o que fez Tereza Lima Santos, mais conhecida como Dona Terezinha, que cuida da cantina do Santuário São Paulo Apóstolo e Nossa Senhora da Paz, onde a missa para Marielle foi realizada, e buscou convencer o resto da família e conhecidos a votar na vereadora.
"Todo mundo aqui fez campanha para ela", diz, apontando para as outras funcionárias da cantina, atrás do balcão onde se vendia bolovera&john online casinofubá,vera&john online casinochocolate,vera&john online casinomandioca.
"A gente a via como uma guerreira. Ela lutou para sair da pobreza e para estudar com os recursos que tinha. Era uma pessoa honesta, íntegra. Era o que está faltando na nossa política", diz.
"Agora é como se tivessem tirado um pedaço da gente. Tiraram a vidavera&john online casinoalguém que estava lutando pelos mais necessitados."
'Sua morte tem que ser um empurrão'
Na missa para Marielle, na quadra aberta sob um toldo com cadeirasvera&john online casinoplástico e alumínio, Joelma Souza era uma das muitas presentes vestindo a camiseta feita para o diavera&john online casinohomenagens à vereadora, com o rostovera&john online casinouma mulher negravera&john online casinoperfil com uma faixa colorida no cabelo afro, e a frase que era um lemavera&john online casinovidavera&john online casinoMarielle, retirada da filosofia africana ubuntu - "Eu sou porque nós somos".
Estudantevera&john online casinoServiço Social na UFRJ, Joelma conheceu Marielle na época do pré-vestibular comunitário e diz quevera&john online casinomorte deixa um vácuo na comunidade e representatividade que tinhavera&john online casinoMarielle.
"Ela conseguiu ocupar um espaço privilegiado, e foi morta por isso. Conseguiu dar voz ao morador nesses espaços. Foi lá e deu o nosso recado. Agora, temos que continuar lutando para ocupar esses espaços", afirma.
O amigo Lourenço Cezar diz que Marielle era agitada, um "furacão", não conhecia a palavra "calma".
"O que para muitos era uma pancada, para ela era um empurrão. E é isso que temos que fazer agora. Sua morte tem que ser um empurrão. Não pode ser motivo para a gente parar."
Principais notícias
Leia mais
Mais lidas
Conteúdo não disponível