Oito anos após lei, como Anvisa e farmacêuticas querem diminuir falsificações e rouboscasa de aposta americanaremédios:casa de aposta americana
O processo tem início com o fabricante ou importador do remédio, que informa à Anvisa quando o produto sai do laboratório e é enviado para uma revendedora. Porcasa de aposta americanavez, quando as revendedoras recebem e quando revendem o medicamento, elas detalham à agência as informações sobre quais drogarias ou hospitais receberam o produto.
"Os códigoscasa de aposta americanacada caixinha vão nos ajudar a monitorar se o produto transita na cadeia conforme ele vai sendo informado [pelas empresas]. Com isso, evitamos o usocasa de aposta americanaprodutos sem registros, roubados ou extraviados", explica Pedro Ivo Sebba Ramalho, diretor-adjunto da Anvisa.
A agência também espera que o sistema ajude as açõescasa de aposta americanarecolhimento - quando um remédio apresenta problemascasa de aposta americanaqualidade e precisa ser retirado rapidamentecasa de aposta americanacirculação. "Saberemos onde estarão todas as unidadescasa de aposta americanalote com problemas", afirma Ramalho.
Produtoscasa de aposta americanaalto valor
Entre os produtos a serem monitorados na primeira fase do programa, estão remédios caros, geralmente visados por criminosos. "Se um falsificadorcasa de aposta americanamoeda estiver operando, ele não irá falsificar notascasa de aposta americana2 reais, mas irá querer falsificar notas altas, para compensar a fraude. Então um dos critérios são os produtoscasa de aposta americanamaior valor agregado", diz Ramalho.
Outro critério são produtos usados com frequência e, portanto,casa de aposta americanaalto volume - outro campocasa de aposta americanainteresse dos falsificadores. Os medicamentos que começam a ser rastreados no ano que vem são Tandrilax (analgésico e relaxante muscular), Climene (para terapiacasa de aposta americanareposição hormonal feminina), Micardis (para hipertensão), Levaquin (antibiótico) e Faulblastina (utilizado no tratamentocasa de aposta americanavários tiposcasa de aposta americanacâncer).
Os produtos são das farmacêuticas Aché, Bayer, Boehringer Ingelheim, Janssen-Cilag e Libbs, que participam da fase piloto da iniciativa. Futuramente, Eurofarma e Roche também devem ser inseridas, segundo o Sindusfarma (Sindicato da Indústriacasa de aposta americanaProdutos Farmacêuticos no Estadocasa de aposta americanaSão Paulo).
"Quando estiver totalmente implementado, será possível monitorar o percurso dos produtos originaiscasa de aposta americanatodas as etapas do processocasa de aposta americanaprodução, distribuição, venda aos consumidores e utilizaçãocasa de aposta americanaclínicas, hospitais e residências", diz Nelson Mussolini, presidente-executivo do Sindusfarma.
Antibióticos estão entre os mais falsificados
Algumas das classescasa de aposta americanamedicamentos a serem rastreadas pela Anvisa - antibióticos, analgésicos e remédios para câncer - estão entre as principais falsificadas globalmente, segundo a OMS. Antibióticos, por exemplo, representaram um quinto dos casos denunciados à organização entre 2013 e 2017, seguidos por anestésicos e analgésicos, com 8,5% dos casos.
De acordo com a OMS, citando dados da organização policial Interpol, organizações criminosas antes especializadas no mercadocasa de aposta americanadrogas estão migrando para o segmentocasa de aposta americanaremédios porque "os lucros são altos, os riscoscasa de aposta americanaserem detectados e julgados são pequenos e as penalidades, se o processo écasa de aposta americanafato bem sucedido, praticamente insignificantes quando comparado com aqueles aplicados no tráficocasa de aposta americanadrogascasa de aposta americanalarga escala".
De acordo com Joseane Ames, autora do estudo Falsificaçãocasa de aposta americanamedicamentos no Brasil, que analisou dados da Polícia Federal sobre apreensõescasa de aposta americanamedicamentos falsos no país entre 2007 e 2010, criminosos estão interessadoscasa de aposta americanaprodutos ou que custem caro ou que sejamcasa de aposta americanadifícil acesso à população.
"Mesmocasa de aposta americanapequena quantidade, até medicamentos contra câncer foram encontrados entre as apreensões, tanto pelo valorcasa de aposta americanamercado quanto pela dificuldade algumas vezescasa de aposta americanaencontrar para a venda", diz a pesquisadora. "Infelizmente falsificações ainda são muito comunscasa de aposta americanamedicamentoscasa de aposta americanacusto elevado ou proibidos pela Anvisa", afirma.
No período pesquisado por Ames, um totalcasa de aposta americana610 medicamentos, incluindo antidepressivos, esteróides anabolizantes, produtos para disfunção erétil masculina e produtos para emagrecer, foram declarados falsos após análises por peritos criminais. Questionada pela BBC Brasil sobre apreensões a partircasa de aposta americana2011, a Polícia Federal não respondeu.
Já a Anvisa disse não ter estimativas sobre o montantecasa de aposta americanaremédios falsificados oucasa de aposta americanaqualidade ruimcasa de aposta americanacirculação. Em 2016, a Anvisa afirma que seis lotescasa de aposta americanamedicamentos falsificados foram apreendidos. A entidade não precisou o volumecasa de aposta americanaunidades envolvidas nos seis lotes interceptados.
Apesar da faltacasa de aposta americanaestatísticas oficiais, o problema é considerado grave pela agência. Para o próximo ano, Anvisa trabalhacasa de aposta americanaum plano nacionalcasa de aposta americanacombate a medicamentos falsificados, partecasa de aposta americanauma estratégia internacional da OMS para levar diferentes países a desenvolver programas nacionais para tratar do problema.
O Brasil é um importante aliado nesse tema. O país foi o responsável por coordenar um guia, lançado pela OMScasa de aposta americanaoutubro, para outras nações desenvolverem programas capazescasa de aposta americanafrear a produção e vendacasa de aposta americanamedicamentos falsificados oucasa de aposta americanaqualidade ruim.
Controle difícil
Um dos principais desafioscasa de aposta americanareguladores é a internet, que abriu um vasto campocasa de aposta americanaatuação para criminosos que lucram com o comérciocasa de aposta americanamedicamentos falsificados, sem registro oucasa de aposta americanaqualidade ruim. Reguladores nem sempre são capazescasa de aposta americanafrear a máquina propagandista utilizada por criminosos online ecasa de aposta americanaredes sociais para promover e vender esses produtos.
Um caso recente envolve os produtos Control PRO- Premium e Natural-D - Tratamento Avançado, ambos divulgadoscasa de aposta americanasitescasa de aposta americanaportuguês prometendo resultados milagrosos no controle do diabetes tipo 2. Em meadoscasa de aposta americanadezembrocasa de aposta americana2017, a Anvisa baniu os dois produtos, mas, duas semanas após o veto, os itens continuavam sendo amplamente ofertados, inclusive nos sites nomeadamente proibidoscasa de aposta americanadivulgá-los.
Os riscos trazidos pelos produtos,casa de aposta americanafabricante desconhecido, vão desde envenenamento pela presençacasa de aposta americanasubstâncias desconhecidas a falhas fatais no tratamento, uma vez que produtos irregulares podem não trazer as substânciascasa de aposta americanafato terapêuticas e nas quantidades certas, necessárias para os pacientes que precisam fazer o controle da doença.
Ramalho, da Anvisa, reconhece a dificuldadecasa de aposta americanaprocessar e prender criminosos que atuam na venda onlinecasa de aposta americanaprodutos irregulares. "A internet é um dos que apresentam graucasa de aposta americanadesafio maior, inclusive porque muitos dos sites que vendem os produtos são sediados fora do Brasil, o que impede o alcance da autoridade sanitária para penalizar esses provedores."
No caso do produto Control-Pro, o site onde o produto é vendido deturpou comunicados reais da Anvisa para divulgar os produtos. Os autores da notícia falsa mencionam a liberação,casa de aposta americanajulhocasa de aposta americana2017,casa de aposta americanaum novo medicamento para o tratamento do diabetes tipo 2, mas afirmam que a agência aprovou as substâncias contidas no produto irregular - o que não é verdade.
Os autores trazem ainda depoimentoscasa de aposta americanasupostos pacientes que dizem ter voltado a consumir alimentos que antes não podiam por causa da doença após usar o produto por 30 dias.
Para Mussolini, do Sindusfarma, o acompanhamentocasa de aposta americanaanúncioscasa de aposta americanaprodutos farmacêuticos na internet ainda é falho. "A Anvisa terácasa de aposta americanareforçarcasa de aposta americanaestruturacasa de aposta americanamonitoramento e controle para enfrentar esse novo desafio", diz.
Consciência sanitária
Alémcasa de aposta americanaauxiliar com denúncias à Anvisa, pacientes e consumidores podem auxiliar o órgão regulatório ao buscar apenas fornecedores autorizados e evitar a compracasa de aposta americanamedicamentoscasa de aposta americanafeiras, camelôs e postoscasa de aposta americanabeiracasa de aposta americanaestrada, alémcasa de aposta americanaevitar o consumocasa de aposta americanaprodutos duvidosos.
Atenção a mecanismoscasa de aposta americanasegurança simples presentes nos remédioscasa de aposta americanafato autorizados no país podem ajudar nessa pesquisa. Medicamentos com registro sanitário, por exemplo, têm na embalagem uma tinta reativa que, ao ser raspada, traz a palavra "Qualidade", além da logomarca da empresa fabricante. Produtos aprovados também são lacrados ou trazem selocasa de aposta americanasegurança, os quais indicam a inviolabilidade do produto.
"É importante a questão da consciência sanitária das pessoas, alémcasa de aposta americanabuscar informação para ter acesso a produtos regularizados, para que o paciente possa ter um consumo seguro", aponta Ramalho.